Ela Voltou - O Passado Está De Volta escrita por Juliana Black Malfoy Riddle


Capítulo 31
Capítulo 31 - Visita Inesperada(Bônus)


Notas iniciais do capítulo

Ooooooooooooooieeeeeeeeeeee meu povão amado!!!
GEEEEEEEEEEEEEEENTE, PARA TUDO NESSA BUDEGA!!!
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!! Eu estou muito feliz, gente! (não não, imagina! *modosarcásticooff*) Vocês não sabem...
GANHAMOS A DÉCIMA RECOMENDAÇÃO!!! AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!
E sabe quem fez essa homenagem tão linda para a Fic?
A gata mais glamurosa que eu já pude conversar, Ana_raposo!!!
Nega... Muito obrigada mesmo! Esse cap é dedicado á você!
Lembra, gente, que eu disse que se ganhassemos uma recomendação e completasse ás dez, eu postaria um bônus? Pois então!
Preparem os coraçõezinhos aí, porque as coisas estão beeeeeeeem... Interessantes. (kk')
Boa Leitura, amorecos!
P.S: Obrigada mesmo, Ana! Amei a indicação! ♥



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  POV. Edward


  - Pode começar a falar, e já, Edward Anthony Masen Cullen! - Alice me empurrou para a sala de jantar, onde toda a minha família estava reunida, de pé. Ou quase, já que Rose e Emm estavam a caminho.


  Engoli em seco. Eu não esperava uma reação dessas.


  Como eu contaria as coisas agora?


  - Edward, querido, até agora não entendemos por quê Tânia chegou daquele jeito... Desmaiada. Não desmaiamos. O que aconteceu? - Esme, amorosa como sempre, perguntou, tentando acalmar a tensão entre mim e Alice.


  Não deu muito certo.


  - O QUE ACONTECEU??? O QUE ACONTECEU??? Aconteceu que eu não sei o que aquela vaca da Tânia fez, e Bella acabou... Acabou... Argh! Machucando ela internamente, fazendo ela sangrar, SANGRAR!, e desmaiar. Acho que ela a teria matado se não fosse pela aquela humana, a Julie... Não que eu me importasse com isso, já que ver Tânia morta seria...


  - Alice! - Esme a repreendeu.


  - Desculpe. Mas como ia dizendo... No final de tudo, Julie estava completamente diferente! Ela falou coisas que só nós e os Denalis sabem! E AINDA ALERTOU O EDWARD!!! A razão que eu esteja assim, é porque eu não sei de nada do que está acontecendo, e o Edward nos deve uma explicação! - Alice terminou, ofegante, mesmo sem precisar de ar.


  Eu esperei, em silêncio, Esme tentar entender, enquanto Carlisle mantinha uma cara pensativa, me encarando.


  - A questão não é essa, Esme - a voz de Rosalie chegou até nós, andando a passos elegantes, mas rápidos. Emm vinha logo atrás. - Bella... Escutou coisas de Tânia, e só reagiu, como qualquer uma teria reagido - disse, dando de ombros.


  "Você tem sorte por ela estar bem, Edward. Grande parte da culpa disso tudo é sua!" - Rose pensou, me fazendo encolher internamente.


  - Reação?! Reação?! Rose, Bella quase matou Tânia! - Alice tentava dizer.


  - Nós duas sabemos que pouco importa se a Tânia morrer - Rose disse, se sentando. Emmett continuou de pé.


  - CHEGA! - levamos um susto quando Jasper se pronunciou. Sua raiva incontida me incomodou. - Será que alguém pode explicar como de humana, Bella passou a ser humana com poderes mentais? - todos olharam para mim.


  - Não me pergunte, porque eu realmente não sei - disse, minha mente rodando.


  Um suspiro soou na sala.


  - Beeem... - Emmett começou.


  - O que você sabe, filho? - Carlisle perguntou, paciente.


  - Bom, quando a gente chegou em Mystic Falls, ficou claro que ficamos surpresos sabendo que a Bella estaria aqui. Depois que ela não foi para a escola durante três dias, Rose e eu ficamos preocupados, pois queríamos muito falar com ela. Foi então que ela voltou. Mas não falou com a gente. Foi num dia, na floresta, quando Rose encontrou Bella e Damon na floresta, que ela pediu uma chance para conversarmos, nós com ela. Ela aceitou e tudo bem, fomos. Mas digamos que nossa visita acabou tendo uma outra visita indesejada - Emmett me olhou de esguelha. - Mas enfim... Bella e seus amigos estavam lá. Conversamos, nos acertamos e tals, e somos todos amigos agora. Só que tem um porem. Bella não é mais a mesma. Ela está diferente. E quando eu digo diferente, é pra valer mesmo - ele disse, fazendo drama no final.


  - O que o Emm quer dizer é que Bella já não é mais completamente humana - Rosalie terminou.


  - Como assim? Ela tem pele quente, sangue corre em suas veias, um coração bate... - Jasper começou.


  - Sim, ela tem tudo isso. Mas... Digamos que ela adquiriu poderes sobrenaturais, Jasper - Rose falou. Continuou: - Ela pode ler os pensamentos dos outros. Ela pode torturar os outros com a mente. Ela pode correr em nossa velocidade. Tem hipnose. Tem um escudo infalível em sua mente. E... Bem, vive com vampiros.


  Escudo? Então era por isso que eu não conseguia ler seus pensamentos?


  - Então... O que ela, a Bella, fez hoje, foi torturar tanto a Tânia até ela perder os sentidos e sangrar? Mas por qual motivo? - Esme perguntou, visivelmente confusa.


  - Ela disse que ela não era tão rodada quanto a mãe dela, que quando viaja com o padrasto, faz "visitas" para os jogadores da Liga - Alice disse, numa voz morta, me assustando.


  - Meu Deus! - Esme exclamou, chocada.


  Um pesado clima se instalou, até que Carlisle se manifesta, dizendo:


  - Edward, eu sei que depois de tudo o que aconteceu, eu respeito sua decisão de ter ficado com Tânia, tudo bem, mas eu eduquei vocês muito bem ao longo dessas décadas, e não vou tolerar desrespeito nenhum da parte de meus filhos, e isso está incluindo Tânia no momento por ela estar com você, mas se ela continuar manchando tudo aquilo que construi com Esme ao longo dos anos, vou ser obrigado a mandar ela de volta pro Alasca, pois não quero nenhum tipo de baixaria como esta aqui, e nem ninguém falando sobre a vida de ninguém de fora. Entendeu? - Carlisle soava sério, pontuava as coisas, e estava furioso por dentro, mas não podia demonstrar.


  - Sim, Carlisle - respondi. Eu até entendia essa pontuação com Tânia, e até eu conversaria sério com ela depois, ela passou dos limites!, mas... O que eu podia fazer? Tânia Denali sofreu muito no passado, e se eu deixá - la agora...


  "E estou pouco me lixando se você está com Tânia por dó, caridade, desejo, tesão, ou sei lá o raio a quatro. Ela ainda usará essa pena que você sente por ela contra você. Ela já se acostumou muito bem ao fato da mãe dela ter sido assassinada" -  as palavras dela soavam e ressoavam em minha cabeça, me confundindo.


  O que ela queria dizer com isso?


  Fui trazido de volta com a voz de Alice me chamando.


  - Edward? Agora nos conte... Como Julie sabe tanto sobre nós? O que você contou á ela? Ela sabe sobre nós? - Alice perguntava, sem parar.


  - Edward - Jasper a cortou, me chamando a atenção. - Ela é mesmo somente uma humana?


  Um silêncio mortal caiu por ali, e como se fosse para intensificar o clima, a chuva que ainda caía lá fora ficou mais forte, e um trovão caiu, ribombando os sons a nossa volta.


  Neste momento, uma campainha tocou.


  - Quem será? - Esme perguntou.


  Todos nós corremos para o hall de entrada, e Alice abriu a porta. Estanquei no lugar quando eu a vi, ali parada, toda linda e impotente.


  E perigosa.


  Ela abaixou o capuz de seu casaco e sorriu, lindamente.


  - Desculpe incomodar á essas horas, mas temo saber que temos assuntos a tratar.


  Até aquela hora, todos estavam paralisados. Mas como se a voz dela fosse um banho de água fria, Alice reagiu, abrindo mais a porta.


  - Entre, Julie. Estávamos mesmo perguntando sobre você - Julie sorriu, e passou pela porta, olhando com curiosidade a casa.


  - Pode me dar o seu casaco, querida. Deve estar todo molhado - Esme doce, se ofereceu.


  - Obrigada - ela tirou o casaco, revelando uma camiseta de manga longa verde musgo, uma calça jeans escura, e botas que iam até abaixo dos joelhos, marrom escura. Seus cabelos estavam soltos.


  Seus olhos... Bem, a cor era de um turquesa claro. Ninguém reparou nisso. A cor incomum deles.


  - Posso te oferecer algo, Julie? Água, chá, café, suco...? - Esme perguntou.


  - Obrigada, Esme, mas não precisa.


  - Vejo que nos conhece bem... Meu filho nos falou de você. Diz que são... Próximos - Carlisle começou a abordagem direta. Ninguém estava com animos para rodeios.


  Julie, que passava a mão na estante de livros da sala parou, mas não se virou para a gente.


  - Me surpreende que você não se lembra de mim, Carlisle. Mas posso entender porque não. A época em que nos conhecemos você ainda era... Jovem demais - aí ela se virou, e seus olhos já não eram mais os mesmos. Eram laranjas - acizentados.


  - Como assim? De onde nos conhecemos? - Carlisle, visivelmente confuso pela troca de assunto, perguntou. Todos se aproximaram, curiosos e receosos sobre Julie.


  A mesma sorriu, e continuou olhando a prateleira de livros, pegou um rapidamente e abriu numa página, dando a Carlisle.


  - Se lembra disso, Carlisle? A época em que a Inquisição de vampiros e bruxas matou muita gente humana? A época em que todos nós nos preocupávamos em não ser "atacados" pelos... Monstros? - na foto, havia um padre com uma cruz na mão, e ao lado, alguém sendo queimado.


  - Como...? Como você...? Edward, você contou nossa história á ela? - Carlisle perguntou, com os olhos flamejando.


  - Como ele poderia? - Julie perguntou, o cortando. - Se eu estava presente na época em que tudo aconteceu, Carlisle? Edward nem havia nascido ainda.


  Todos a olharam chocados.


  - Então... Você não é humana - não foi uma pergunta de Jasper.


  - Particularmente falando, sim, eu sou - ela disse, com as sombrancelhas erguidas.


  - Mas... Se você é da época que Carlisle... Não era para ser algo... Sobrenatural? - Esme perguntou, se embaralhando. A confusão era evidente em seu rosto.


  - Sim - ela disse, parando, ainda de costas. - E não - completou, com a voz baixa. Um trovão ribombou lá fora.


  - Mas.... Então... Hã? - Emmett não entendia nada.


  Um suspiro saiu dela.


  - Esperava mais de você, Sr. McCarty. Mas vejo que também não se lembra de mim... - Julie falou, seus olhos mudando de cor. Eram rosa claro.


  - Como... Você conhece o nosso nome de quando éramos... - Alice se corta, vendo o que ia falar.


  - Humanos? Sim, eu sei o nome de todos vocês... - ela foi andando até Alice e parou, olhando em seus olhos. - Mary Alice Brandon - sua boca se abriu em um perfeito O. Passou para Jasper. - Major Jasper Whitlock - ela fez um reverência. Sua cara era de puro prazer. - Emmett McCarty - passou para Rose. - Rosalie Lilian Hale - sua cara era indecifrável. - Esme Anne Platt, ou, depois conhecida como Esme Anne Evenson - Esme levou as mãos ao rosto. - Edward Anthony Masen - ela falou, passando por mim. Não me surpreendi. - E por fim... Você, Carlisle

Stregoni Benefici - agora sim eu me surpreendi, e parece que Carlisle também. Ele nunca havia dito seu sobrenome humano...


  (n/a: Gente, esse não é o sobrenome do Carlisle, mas é a definição que Bella acha, Vampiro do Bem. Finjam que este é, tá? Realmente não há o sobrenome do Carlisle no livro.)


  - Como...? Como você... Só três pessoas sabiam do meu sobrenome, e isso nunca passou de... - aos poucos, o rosto de Carlisle foi se transformando, e o choque foi ficando em evidência.


  - Sua mãe, seu pai... E Juliene D'Ângelo? - ela perguntou, sorrindo amável.


  - Você... Você... Não, não pode ser... Nós crescemos juntos... Eu vi você mudar... Eu vi você morrer quando os vampiros atacaram! - Carlisle dizia, totalmente chocado.


  - Sim, você viu eu crescer, viu eu mudar, e, bem... Literalmente dizendo, eu morri sim, naquela época. Juliene D'Ângelo já é parte do meu passado - sua voz não passava de um surro. Seus olhos brilhavam pelas lágrimas não derramadas. - Ô, Carl... Eu senti tanto á sua falta!


  E eles se abraçaram, bem no meio da sala, enquanto todos assistiam a cena, completamente paralisados.


  Porque... Bem, não era todo dia que Carlisle nos contava coisas de sua vida humana, e não era sempre que víamos amigos deles, mas...


  Ele teve uma vida humana. Ele teve um grande amiga humana.


  E se ela está viva até hoje, humana ela não é.


  E eu, mais do que ninguém, sei disso.


  - Espera, espera... Deixa eu ver se entendi direito... Você foi amiga, á tempos atrás de Carlisle... E você nunca nos contou? - Esme se dirigiu á Carlisle.


  Eles se separaram, mas não soltaram os braços entrelaçados.


  - Até há pouco tempo eu pensava que Juliene estava morta, que minha grande amiga estava morta. Eu não havia motivos para mostrar á vocês a minha dor, quando eu queria montar uma família com vocês. Eu... Só achei que ela estivesse morta - ele estremeceu.


  - Não o culpe, Esme - Julie se afastou dele, secando as lágrimas de seu rosto. - Ninguém que um dia me conheceu a tanto tempo irá se lembrar de mim. É o feitiço que criei, e acho ele muito eficiente em casos como esse. As pessoas precisam seguir sua vida sem interferência minha, e Carl estava indo tão bem... - ela foi até Esme, segurando suas mãos. - E você também não se lembra de mim, senhorita Vou-Me-Casar-Com-16-Anos.


  Outro silêncio se instalou, e nem mesmo a respiração de ninguém se era ouvida. Até que Esme soltou um soluço.


  - Juliere? É você? Mas... Mas... - Esme tremia.


  - Você me viu morrendo no dia em que... Você perdeu as crianças? - Julie perguntou, receosa, e engolindo em seco.


  Esme não respondeu, só começou a soluçar mais alto, e abraçou a Julie fortemente. Não conseguíamos chorar.


  - Eu sinto muito, amiga... Não queria que você tivesse visto aquilo - Julie sussurrou.


  Depois de uns minutos, elas se separaram. Esme já mais recomposta.


  - Eu achei que havia te perdido... - ela balbuciou mais uma vez.


  - Tecnicamente falando, você nunca me perdeu. Eu sempre estive aqui com você - apontou pro coração. - E nunca deixei que vocês se machucassem, é claro.


  - Se você diz deixar Esme pular do penhasco é não se machucar, então... -  Rose começou, mais foi cortada pela Julie, que não mostrava sinal nenhum de raiva ou remorso.


  - O que aconteceu com Esme foi tudo por culpa dos acontecimentos naquela época. Esme... Com o acidente, eu sabia que ela não ficaria bem. Não sozinha, e minha hora de partir já estava próxima, e o destino já aguardava algo para a Esme. Eu não podia interferir nas decisões já tomadas. É como as visões de Alice: se a decisão é mudada, não há uma conclusão exata de algo. E é por isso, que coloquei Carl no caminho de Esme - Julie sorriu para os dois.


  - E o destino também foi a favor do meu passado? - Rose perguntou, a raiva e a tristeza em sua voz.


  Julie, por um minuto, se mostrou muito triste e arrependida, antes de ficar com a expressão odiosa, como se quisesse matar alguém.


  - Eu sinto muito mesmo o que aconteceu, Rosalie. E ainda me culpo constantemente por não ter matado eu mesma Royce, mas você fez o meu trabalho - ela comenta, sarcástica. - E me culpo também por não ter evitado o que aconteceu naquela época. Mas... Digamos que minha vida não estava muito bem quando tudo aconteceu. Na verdade, eu estava fugindo. Lamento muito por não ter estado lá, minha pequena Rosie - Julie passou a mão no rosto de Rose, que fechou os olhos, o canto dos lábios tremendo e um pequeno sorriso em seus lábios aparecendo.


  - Era você, não era? A empregada... Julierre. Todas as noites... Aparecia no meu quarto para escovar meus cabelos... E depois, você se foi... - Rose falou, os olhos abrindo, vacilando.


  - Sim, era eu. E sim, isso não explica o fato de eu ter ido embora. Mas... As situações eram diferentes naquela época, e como em todas ás vezes, eu tive que ir... - tentou se desculpar. Rose assentiu em silêncio.


  Julie suspirou, e olhou de repente para Jasper, que a encarava sem demonstrar reação nenhuma.


  Ela sorriu. Mas era com outro tipo de sentimento... Malícia? Divertimento, talvez?


  Eu não conseguia ler seus pensamentos para saber exatamente.


  - Você se lembra de mim - não era uma pergunta.


  Jasper riu.


  - Como poderia me esquecer? Uma das melhores vampiras que já lutei em toda a minha vida - ele disse, sorrindo.


  - Não esperava que se lembrasse de mim... Ou melhor dizendo, não me surpreende. Nos conhecemos oficialmente depois que você se transformou, não foi? - Julie perguntou, se aproximando.


  - 1863... Três meses depois da minha Transformação. Capital de Nashville... O bando de recém-criados mais fortes que eu já vi em toda minha vida, e muito habilidosos também. Agora já sei de quem veio tanta habilidade - disse Jazz, cruzando os braços. - Não mudou muito, Juliete, desculpe, Julie.


  - Se não mudar muito, você quer dizer fisicamente, então, sim, não mudei - ela riu, os olhos cintilando num azul oceano. - É bom conversar com você, civilizadamente. Maria foi uma péssima influência para você, se quer saber, mas agora você tem a pequena Alice, espero que cuide muito bem um do outro.


  - Você conheceu Alice antes da Transformação? - Carlisle perguntou, surpreendendo a todos, até eu.


  Porque... Se Julie soubesse a vida de Alice humana, ela poderia dizer a mesma o que aconteceu, já que não se lembra de nada.


  E Alice poderia saber de sua vida!


  - Fui sua babá quando criança. Alice... Temo que você não vá se lembrar de sua vida humana por um bom motivo - neste momento Julie soou misteriosa demais.


  Alice não se convenceu.


  - Mas por quê? O que aconteceu que eu não me lembro? - Alice perguntava, confusa e receosa.


  Um suspiro veio de Julie.


  - Quando criança, você tinha muitas... Semi-visões, se assim posso dizer. A primeira vez você contou para sua mãe, e ela achou que você estava brincando e acabou contando para seu pai. Seu pai já não achou que era brincadeira. Ele vinha de uma linhagem antiga, desde a época de Carlisle, de quando alguém fazia algo suspeito, ainda mais as mulheres, eram consideradas bruxas. Ele te ameaçava, Alice. Ele te batia. Ele dizia que se você não parasse com essas coisas, ele te mataria. Foi quando eu resolvi intervir na situação. Me tornei sua babá e por um tempo, seu pai recuou. Eu nunca deixava você sozinha, Alice. Foi quando você começou a confiar em mim, e passou a contar suas visões para mim. Eu acreditava em você, sempre acreditei. Mas... - ela parou, escolhendo as palavras cuidadosamente. - Sua mãe, uma vez enquanto você me contava, você era uma mocinha já, tinha... Uns 17? 16? Enfim... Você estava me contando uma visão, de que receberia um presente de seu namorado, mas não sabia o que era, e que vocês ficariam juntos algum dia, mas... Sua mãe ouviu. Achou que você estava louca. Achou que eu era louca. Nisso, ela me despediu, e te mandou para aquele sanatório. - Julie sentou no chão mesmo, e pôs a cabeça no meio dos joelhos. Sua voz estava saindo mais grave, talvez por causa do choro. - Eu sinto muito que eles tenham feito aquilo com você, Alice. Eu... Se eu pudesse, não teria te deixado. Mas... Naquela época, eu tive que ir embora... Tão rápido que eu... Eu... Me perdoa, Licinha. Me perdoa mesmo. Eu não queria... - e desabou em choro.


  Alice, que estivera paralisada todo esse tempo, se ajoelhou ao lado de Julie e abraçou. As duas soluçavam, assim como foi com Esme.


  - Eu me lembro de sua voz, mas não de seu rosto. Lembro de você me chamando de Licinha, mas não me lembro de nada disso... - Alice disse.


  - Você não poderia se lembrar - fungou Julie, levantando a cabeça. Seus olhos estavam da cor do céu, límpidos e brilhantes. Estavam vermelhos e inchados. - Foi quando deixei meu... "Amigo" com você no Sanatório. Pedi para que ele lhe vigiasse enquanto estivesse fora. Mas as coisas não deram certo. Quando soube que... Aquele rastreador havia lhe tentado algo, voltei imediatamente. Foi quando vi... Nataniel morto - Julie olhava fixo, sem nenhum ponto em específico. - Porém sabia que você estava bem, e vi que você estava... Se adaptando, e como não podia interferir, só continuei te vigiar.


  Ela se levantou rapidamente, num borrão, e parou a metros da gente, no outro canto da sala. Secava o rosto das lágrimas.


  - E ainda teve o Emmett - ela dizia, sozinha. - Teve uma vida digna de um rei. Mas... Tanta gente que não era digna de sua confiança, que o traiu... Agradeço por Melanie já não existir mais... - ela soltou um riso seco. - Mulher ingrata, ambiciosa e mesquinha, só se importava com sua beleza fútil... E no final, ha... Medrosa, crápula. Tomare que aprodeça no fundo do Inferno.


  Todos nós a olhavamos sem entender. Sua divagação deixou Emmett confuso, e... Triste?


   - Minha vida foi tão ruim assim? - ele perguntou.


  E como se Julie percebesse o que falou, olhou para Emm em desculpas, e se aproximou e o abraçou. Ela contou:


  - Não, meu amor. Sua vida não foi ruim. Você tinha pais brilhantes, eles te amavam e cuidavam de você. Eram só... Com as pessoas que você considerava importante, que te fizeram mal. Melanie... Foi... - ela parecia ter dificuldade em falar. - Foi sua namorada quando humano, mas ela lhe traía - ela se separou do Emm e segurou seu rosto, firme. - Mas aquela vaca está morta, e não vai mais incomodar - ela deu uma risadinha constrangida. - Não acho que você vá se lembrar de mim mesmo - e soltou o Emm.


  (n/a: Gente, a história de Alice e Emmett não há no livro, como sabemos. ESSAS HISTÓRIAS NÃO SÃO AS DELES REALMENTE porque não fala nada no livro, mas Fic está sendo sobrecarregada po coisas novas, então... Espero que gostem.)


  - Por quê? - perguntei, surpreendendo a todos. Eu estava muito quieto, vendo tudo.


  Julie me olhou.


  - Porque da parte vampírica de vocês, se não lembrar constantemente os fatos que ocorreu quando humanos, elas se perdem muito rápido. Quando Emmett foi atacado pelo Urso, parte de sua memória já estava meio danificada pelos... Acontecimentos da época, e ainda mais com o meu feitiço que os faz esquecer... Seria quase impossível Emmett lembrar sozinho - ela concluiu, por fim, suspirando.


  - Eu... Te conhecia quando humano? - Emm perguntou, com a voz baixa. Ele começava a ter relapsos em sua mente...


  - 1934, dia 2 de maio... Essa data lhe lembra algo, Emmett? - Julie perguntou, com a cabeça inclinada em expectativa.


  A cara de Emm era de espanto!


  - Não... Não, não pode ser... Você? Você era aquela garota? - Emmett perguntou, incrédulo.


  - Difícil de acreditar, né? - Julie sorria, divertida. - Ainda me lembro daquela pessoa que fui...


  - Julienesse D'Ângelo, a garota com cara de nerd na Faculdade - e uma imagem apareceu na mente de Emm, me assustando.


  Julie foi aquilo?!


  - Aquilo não, Edward. Eu fui aquela pessoa, e o melhor jeito de não chamar tanta atenção era me... Digamos, me "disfarçando", e observar... Mas mesmo assim os outros gostavam de me encher o saco - e jogou a mão no ar, estilo blasé.


  A gargalhada de Emmett ecoou na sala.


  - Eu ainda não acredito que você era aquela garota... A gente sempre caía no mesmo trabalho em dupla... - e como se a ficha caísse, e o sorriso de Julie condenasse, ele se tocou, com a cara em choque. - Era você que nos colocava de dupla?! Caraca, eu achando que era má sorte...


  Rimos, todos nós, juntos. Só Emmett para descontrair desse jeito.


  - Eu sei... Seus pensamentos eram bem confusos em relação a mim... Mas eu sabia que você era diferente de todos, Emm. Você, e... os professores me tratavam bem - ela riu. - Mais do que bem - e suspirou. - Fico tão feliz que você tenha se lembrado, mas isso é perigoso - ela alertou, em voz baixa.


  - Como assim? - Esme perguntou. - Você nos ajudou tanto antes, é nossa amiga... Por quê?


  - Porque, como vocês já sabem, eu não sou uma pessoa qualquer. Eu não sou completamente humana - ela completou.


  - Sabemos disso - Alice disse.


  - A questão é: o que você é? - Rosalie perguntou.


  Ela se virou e foi para a estante de livros novamente, ignorando completamente as perguntas.


  - Não é óbvio? Ela é uma vampira, do tipo dos Salvatores - Emmett falou. O fuzilamos com os olhos, e ele se deu conta do que falou, e se calou rapidamente.


  - Eu sei o que os Salvatores são - Julie disse, pegando um enorme livro grosso e o abrindo. - Não é novidade. Sei tudo o que eles são. Mas não - e fechou com força o livro, fazendo barulho. - Eu não sou uma vampira daquela raça.


  Mas eu sabia que isso não era completamente verdade.


  - Como não? Você não é igual a nós, e eu lutei com você, você era uma vampira naquela época... - Jazz tentava pensar, confuso.


  - Eu usei feitiços em mim naquela época, Jasper. Eu me transformei através da magia - ela disse, guardando o livro, e encarando, cada um de nós.


  - Então... - Alice começou.


  - Você é uma... - Esme continuou.


  - Bruxa - finalizei, com a voz baixa e rouca.


  - Isso aí - ela disse, sorrindo em aprovação. - E é por causa de eu ser uma bruxa, que vocês não poderiam saber da minha existência - terminou.


  - Por quê? - perguntava Esme de novo.


  - Porque... Digamos que meus poderes são "ilimitados". Eu posso fazer tudo o que eu quero. Eu faço as coisas que eu quero. E, além de tudo, eu protege as pessoas que são importantes para mim. E é por causa desse "poder ilimitado" que eu não posso ter gente muito próxima de mim. Meus... Adversários podem querer tentar algo contra vocês, e eu corro o risco de não estar lá para ajudá - los - ela disse. Seus olhos agora estavam num vermelho carmin impressionante, tanto que todos soltaram exclamações. Somente Carlisle e eu permanecemos em silêncio.


  - Adversários? Você quer dizer... - Carlisle começou.


  - Inimigos? Sim, inimigos. Muitos querem ter o poder ilimitado para... Fazer suas coisas por aí - ela explicou. - E eu não posso correr o risco de por vocês em situações arriscadas.


  - Somos vampiros, Julie, aprendemos a nos cuidar ao longo desses anos - Jasper disse, pegando na mão de Alice, que sorriu em aprovação.


  - É, Julie. E se vir qualquer um para cima da gente, nós subimos em cima e damos vários socos e pontapés - Emmett dizia, apunhalando o ar.


  Só ele mesmo.


  - Vocês têm certeza disso? - ela disse, com a sombrancelha esquerda arqueada. Eles assentiram. Bufei.


  Era como se estivesse acontecendo o mesmo que aconteceu comigo, só que com eles.


  - Então tá - ela disse, levantando a perna esquerda e colocando parte da mão dentro do cano da bota longa. De lá, tirou algo.


  - Isso... - Alice começou.


  - É uma varinha de condão! - Emmett terminou, com os olhos brilhando. - Você é uma fada?


  - Não Emm, eu não sou uma fada. Eu sou uma bruxa. E sim, isso é uma varinha, mas não de condão. Eu posso fazer muitas coisas com essas varinha - Julie explicou, a segurando entre os dedos.


  - Tipo...? - Carlisle perguntou, curioso.


  - Observe - ela apontou para a almofada no sofá. - Wingardium Leviosa - sacudiu a varinha. A almofada começou a levitar, para a surpresa de todos.


  - Uau - Emm disse.


  Julie levitou por uns segundos e logo a soltou, deixando aonde estava.


  - Mas... é uma coisa simples essa. Como você poderia ser tão poderosa a ponto de ameaçar a vida dos outros? -  Esme perguntou, curiosa.


  - Sim, é um feitiço simples. E não, isso não pode ser tão valioso para alguém do gênero. Mas... Existem feitiços capazes de machucar seriamente, como as Maldiçõs Imperdoáveis. Com elas... Muita gente já se machucou e já morreu - ela se virou para mim. - A dor é muito pior do que o poder de Jane Volturi.


  - Conhece Jane Volturi? - Carlisle perguntou. Ela assentiu. - Então... Você conhece os Volturis?


  - Vivi um tempo com eles, então... Sim, eu os conheço.


  - Os Volturis sabiam de sua existência? Digo, sendo uma bruxa? - Jasper perguntou, curioso.


  - Eu usei o mesmo feitiço que usei na época em que guerreei contra você, Jasper - explicou, simplesmente.


  Jasper assentiu, assimilando tudo... Todos pareciam muito sobrecarregados com as informações.


  Mesmo sendo o que nós somos.


  - Que época? - Carlisle perguntou, de repente. - Digo, eu vivi tanto tempo com os Volturis e não me lembro de você lá... - estranhou.


  Oh-ou.


  Julie assentiu e se sentou no sofá, olhando para o nada, e depois disse, em voz baixa:


  - Na época, você já tinha saído do Castelo, e eu entrei... Digamos que foi na época em que liderei a busca pela mãe das meninas Denalis.


  Nem uma respiração se ouvia no recinto. Até mesmo Jasper mantinha uma expressão horrorizada no rosto.


  E eu... Bem, não estava surpreso.


  Esme pareceu sair do seu estupor primeiro.


  - Então... Isso quer dizer que você... Matou a mãe de Tânia, Irina e Kate? - sua voz não passava de um fio de sussurro.


  - Eu não a matei - Julie corrigiu, seu olhar vermelho ganhando mais tonalidade. - Eu liderei uma busca atrás dela. O boato de que crianças imortais estavam sendo criadas estava movimentando muitos vampiros, e eu, sendo uma bruxa, tenho o dever de manter o equilíbrio entre os mundos, mesmo que eu tivesse que passar por cima de qualquer um - ela se levantou e foi até a parede de vidro que ali tinha na sala. A chuva queria parar e abrir Sol, mas era algo como se impedisse e continuasse a chover forte.


  - Mas não foi por isso que toquei nesse assunto - ela continuou, ainda olhando para fora. - Eu estou preocupada com Isabella Swan.


  - Bella? O que tem ela? - Rose perguntou, se pronunciado depois de um longo silêncio, confusa.


  - Isabella... Bella - corrigiu - se com o olhar de Rose. - Bella não está conseguindo controlar os poderes dela, e temo saber que isso pode causar uma atração de gente indesejada para Mystic Falls. Seu poder, para quem é familiarizado, pode sentir num raio de quinze quilômetros, e isso pode prejudicar muita gente. Hoje foi um exemplo de situação. Tânia não controlou os malditos pensamentos perto dela e ela se estressou. Eu não vou permitir que isso aconteça de novo, Carlisle - ela se virou para ele, seus olhos agora em tom cinzentos chuvosos. - Tânia está passando dos limites, e não é de agora não. Bella e os outros podem correr grande perigo, e sinto que uma guerra está pronta para nos acertar em Mystic Falls. Se Bella não se controlar... Muitos cairão em cima. Sem contar que ela e os Salvatores e as Gilberts correm perigo, um Vampiro Original está atrás deles. Estou fazendo de tudo para que ninguém os ataque: barreiras de proteção em volta dos perímetros da cidade, identificação de pessoas... Mas isso não será o suficiente se tentarem um ataque em massa em Mystic Falls - ela explicava, guardando a varinha em sua bota novamente.


  Todos ficaram em absoluto silêncio. Pensamentos de perigo e medo passavam nas mentes de minha família, e Alice tentava focar algo, mais não conseguia.


  "Meu Deus... As coisas estão piores do que imaginei!" - os pensamentos de Esme ressoavam, e a tensão era evidente na sala.


  Resolvi me pronunciar de vez:


  - Você tem um motivo para nos contar tudo isso - não foi uma pergunta.


  Ela se virou para mim, surpresa por me manifestar depois de tanto tempo, mas assentiu, ainda esperando todos entenderem.


  - Você não contaria tudo isso á nós se não tivesse um objetivo - Jazz falou astutamente.


  Carlisle olhava de mim para eles.


  - Sim, eu não iria colocar a vida de vocês em risco, de novo - ela acrescentou, sarcasticamente. - Eu preciso de ajuda. Vocês estariam dispostos a me ajudar?


  Seus olhos buscavam todos nós, e muitos a olhavam em surpresa, como Alice, Rose e Esme, e outros em expectativa, como Emm e Jazz. Carlisle tinha seu rosto impassível.


  "O que você acha, filho?" - seu pensamento chegou até a mim, me desconcertando.


  Flashes de toda a minha vida passou nos meus olhos, tudo, tudo o que aconteceu, desde o dia que nasci, até o dia que morri e renasci novamente... As minhas adaptações nesse mundo, a vontade de sangue, os longos anos de solidão... Minha vida em Forks, Bella e eu, a separação... Alasca, Tânia, Mystic Falls, Bella...


  Eu estaria pronto para enfrentar uma batalha pela pessoa que eu amo? Mesmo ela estando longe do meu alcance?


  A resposta sempre seria a mesma.


  Assenti para Carlisle. Ele suspirou em concordância.


  - No que podemos ajudar?


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Notas finais do capítulo

o.O... Que situação, gente... Choquei agora. (kk')
Quem diria... A Julie é uma bruxa velha! (kk') Sério... Ela é da época de Carlisle! Quem é que pensou que ela tinha cartas na manga... Acertou em cheio! *-*
Mas será que tudo isso que ela falou é verdade? Hum... Meio complicado, não?
E olha só... Ela sabe a vida de todos humanos! Até da Alice! Vixii... Complicaaaaado.
E que guerra é essa que vai ter? o.O... Estou muito louca com as idéias. (kk')
Enfim...
Gostaram, meu anjos? Bem, eu disse que o Bônus estava mega! (kk')
E de novo, quero agradecer a nega linda que recomendou a Fic, Ana_raposo! Flor... Muito obrigada mesmo mesmo mesmo! *-*
Sigam o exemplo dela gente... Via de mão dupla! (rsrs') É sério.
Beijos, meu povo... E até a próxima!



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