POV. Charlie

Acordei com altos barulhos vindos do corredor e da cozinha. Nunca, a 06h00 AM, minha casa está barulhenta. Nunca! Será que um ladrão? Porque Bella está...

Não, me recuso a pensar onde Bella está. Naquele quarto, encolhida num canto, chorando lágrimas e lágrimas por aquele Cullen idiota. Ahh, mais se um dia eu o encontrá - lo de novo, é capaz de eu ir preso com tal ato de violência. Juro que não respondo por mim nessa situação!

Me levantei da cama aos trópegos, quase caindo de cara no chão quando chego á escada. Os sons ficam mais altos a cada vez que me aproximo da cozinha. Retiro a minha arma do cinto pendurada no gancho da sala e ando sorrateiramente até o batente da porta, onde me surpreendo vendo minha filha limpando a cozinha, por causa da minha sujeira de ontem.

Deus! Será que eu estou vendo coisa? É Bella? É minha Isabella que está em pé, ali, na minha frente fazendo os afazeres domésticos que sempre fazia? (n/a: Não Charlie, não está vendo que é Alice Cullen que está ali, cozinhando para você?) (n/Charlie: *arma apontada para o corpo da autora, seguido de um olhar assassino*) (n/a: Tabom! Tabom, parei, parei. Que gente estressada!)

- Bella? - chamei - a.

Ela se virou com um sorriso no rosto, com os olhos alegres. Mas eu sei que por debaixo daquela alegria forçada, está a mágoa do abandono. Eu, mais do que ninguém, sei como é...

- Bom dia, pai! Como está o senhor? - ela parou, me examinando. Gargalhou e me perguntou, com as mãos para o alto: - Chefe Swan! Tabom, eu me rendo! Posso saber por que estou sendo enquadrada?

Eu me rendo? Enquadrada? Do que ela está falando?

De repente, um disparo vindo da minha arma acerta o piso de madeira, deixando pólvora e um buraco no mesmo.

- Charlie! Ai que susto, pai. Se queria me matar do coração era só dizer! - falou rindo. Depois perguntou, séria: - Você está bem, pai? Se feriu?

Olho para o meu corpo me examinando. Vendo nenhum ferimento, engulo em seco e digo:

- Não, Bella. Eu... eu não me machuquei - respondo, com a voz rouca. Pigarreio e pergunto: - O que faz acordada á essa hora?

Me arrependo na mesma hora. Vejo um brilho tresspassar em seus olhos, mostrando todo o esforço que ela está fazendo para se manter de pé, inteira.

- Quero dizer, está cedo, ainda. A aula só começa daqui a algumas horas e...

- Quanto á isso, pai, eu queria perguntar se você deixa eu faltar a escola hoje. Quero ir fazer compras no shopping de Port Angeles.

Peraí. Compras? Shopping? Bella?

- Shopping? - pergunto, pasmo.

- Sim, Charlie. Shopping. Será que posso? Porque, bem, se vou começar de novo, preciso de um visual e coisas novas e...

Jeito novo de conversar comigo, pensei.

- Não é mesmo, pai? - perguntou.

Observo - a bem. Nenhum sinal de fraqueza, desistência, ou até mesmo de dor. Só uma garota que quer recomeçar.

- Tudo bem, filha. Pode ir sim. Só não chegue muito tarde, ok?

- Claro, pai. Além do mais, nós dois sabemos que se eu atrasar me atrasar pro jantar, é capaz de quando eu chegar, não existir mais a cozinha, não é mesmo? - perguntou ela, rindo.

- Verdade - concordei com ela, rindo também. - Só... juízo, tá legal?

- Tudo bem.

- Bom, já que eu estou acordado mesmo, vou mais cedo para a delegacia. De Forks até Seattle é um loooongo caminho.

Desses meses para cá, eu ganhei uma promoção, me tornando chefe da delegacia de Seattle. Hoje, sou um pouco rico, um pouco até demais(risos).

- É mesmo. Bom, vou terminar de arrumar a casa e me arrumar para poder sair - falou ela, indo para as escadas.

- Ér... Bells - chamei.

- Sim pai? - perguntou, se virando para mim.

Fui até ela e lhe dei um abraço e disse:

- É bom ter você de volta, querida.

Ela retribuiu e respondeu:

- Eu sei. Obrigada pai.