Ela Voltou - O Passado Está De Volta escrita por Juliana Black Malfoy Riddle


Capítulo 17
Capítulo 17 - Aceitando Ajuda


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeeeeeeeee!!!
Como estão? Bem? Ahhhhh!!! Estou tão feliz!
Primeiro, no feriadão de ontem, fui assistir Branca de Neve e o Caçador! Ta legal, eu fui sozinha, mas foi demais!
Tirando a parte de que alguns pirralhos de 12 a 13 anos estavam lá fazendo bagunça, sentados do meeeu lado, eu consegui assistir o filme de qualquer jeito. Foi demais! Super recomendo.
Também sentei do lado de uma menina muito legal, mas não perguntei o nome dela. (¬¬, sou muito burra) Ela também concordava comigo que essas pestes deveriam ter sido expulsas do cinema! (maquiavélica eu? imagina! kk')
Enfim...
Também fui na Saraiva, e comprei o livro Tormenta, Paixão e Apaixonados da série Fallen de Lauren Kate! Gente, super recomendo. Até agora já li o Fallen e Tormenta, falta Paixão e Apaixonados, só que eu estava pesquisando e descobri que tem o livro "Rapture" ou Arrebatados, no caso, e não sei se já foi publicado aqui no Brasil! Tipo, o Google está falhando comigo! (¬¬)
Caso alguém saiba se já foi lançado da um UP pra mim, ok? Quero muito ler...!
Ok, agora eu dei uma de autora que fala pra caralh*, quando ninguém perguntou nada. Ta, parei com isso. Mas é que estou tão feliz! (kk')
Bom... Boa leitura, espero que gostem!
o/



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POV. Damon


  Eu ainda não podia acreditar!


  Aquela... Aquela prima da Barbie vêm pra cima de mim, querendo falar coisa que não sabe, e ainda dizer que eu gosto dela?! Ahh, tabom. Posso até acha - lá gostosa, mas gostar? Nem fudendo!


  "Admita, Damon, você achou ela mais que gostosa" - falou a inútil da minha consciência.


  Porém...


  É, eu tinha que admitir. A prima da Barbie era realmente muuuuito gostosa. Linda, claro. Tinha curvas voluptosas e perigosas, que instigaram meu eu másculo. Seios perfeitos, no tamanho médio, para ser mais exato. Bunda empinada, cintura fina, na aonde podia agarrá - la e deixar as marcas da minha mão... Coxas roliças, que fizeram minhas mãos coçarem para tocá - las.


  E um pescoço incrivelmente corado, que fez minha garganta arder em conflito, querendo drenar seu sangue.


  Mas não, eu tinha que ter prometido pro meu irmão que não tocaria nela. Prometido em nome de Elena, para falar a verdade.


  - Que droga! - grunhi, batendo o punho na grade onde antes, estávamos nós dois. Seu perfume doce ainda estava lá, me inebriando...


  - Onde ela está, Damon? - surgiu a voz do meu irmão atrás de mim, alerto.


  - Não sei, Stefan. Ela saiu já faz uns dois minutos. Por quê? Quer ver se eu já drenei ela? - perguntei, sarcástico, virando o quinto copo de Bourbun pela garganta.


  - Você a deixou sozinha? Mesmo com tudo que está acontecendo? Mesmo com Klaus solto por aí? - perguntou, com raiva.


  - Você acha que eu sou o quê, agora, Stefan? Babá de primas de Barbie?


  - Pelo menos não a deixava sozinha - rebateu, furioso.


  - Ahhh! Quer saber, Stefan? Por que não vai dar uma voltinha, seu...


  - SHIIII!!! - fez ele, me interrompendo.


  - Shiiii o quê, Stefan? Ahhh, vá te...


  - CALA A BOCA E ESCUTA, IDIOTA! - falou, apontando para fora.


  Bufei e ampliei minha audição, tentando e capturando falhas de uma conversa, não, de uma briga lá fora...


  - ... Ahhhh quanto tempo! Pensei que nunca mais te encontraria. - falou uma voz melosa, quase de um bebê birrento.


  - Também pensava nisso antes de ver a encarnação do capeta na minha frente. - alguém gemeu de dor.


  - Ora! Não vamos ser tão insensíveis! Eu só quis ver aonde o bichinho de estimação dos Cullens tinha ido parar. Forks ficou sem mortes sem você lá...


  - E isso seria porque...? Ahhh, já sei! Você tentando matar as pessoas para extravazar sua raiva por causa de James, não? - a voz já entrava mais em foco, era como se fosse de...


  - VOCÊ VAI PAGAR, ISABELLA!!! POR TUDO O QUE ME FEZ!!! E NO FINAL, QUEM SOFRERÁ MAIS SERÁ SEU PRECIOSO EDWARD!!! - exultou a voz, e logo o som de algo se quebrando se fez presente.


  - Se você ainda não sabe... - gemido sôfrego. - ...Eu não estou mais com Edward.


  ...Como se fosse de Bella!...


  Saí como um borrão para fora do Grill, nem um pouco me importando com que as pessoas veriam lá dentro. Cheguei a parte mais escura do beco, onde o cheiro de sangue se fazia presente com muita intensidade.


  Mas não era qualquer aroma...


  ...Era o aroma dela...


  - Hum... Olha só o que temos aqui! Um lanchinho! - falou a mesma voz de bebê meloso.


  - Não... o machuque, Victória - forçou - se Bella. Avistei - a largada no final do beco, com uma mão nas costas e outra na cabeça. Ela não estava nada bem.


  - Hum... Um amigo? Que interessante... Acho que farei um bom proveito dele antes de drená - lo todo.


  Foi aí que eu acordei.


  - Ahhhhh, tabom. Quem é que vai me drenar, hein? - entrei num faxo de luz do posto, mostrando bem a minha cara para uma mulher de olhos carmin e cara de defunta. - Será mais fácil isso acontecer ao contrário - me transformei, vendo a cara de terror que ela carregava no rosto.


  Ué! Ela não é vampira também?


  Então por que está com medo?


  Mas tão longo que as perguntas vieram, desapareceram. Ela se lançou sobre mim, me fazendo ir para o outro lado, impensado. Ela se chocou contra a parede, abrindo um buraco na parede do armazém que tinha ali. Porra, a mulher era dura na queda, hein?


  Ela rosnou, tentando partir para cima de mim, mas eu a imobilizei antes, puxando seus braços fortemente para trás. Ela era gelada, muito gelada.


  Ela gritou. Seu grito fez com que eu tapasse os ouvidos, fazendo ela conseguir se livrar. Ela girou e me deu um chute, me lançando na caçamba que tinha ali.


  Levantei rapidamente, vendo ela avançar em Bella. Meu coração disparou, não sei por quê. De pura adrenalina, ação ou qualquer outra coisa.


  Só sabia que tinha que impedi - lá!


  - Damon?! - chamou a voz do meu irmão na entrada do beco.


  Acho que isso alarmou a ruiva gelada, pois em um instante ela estava debruçada sobre Bella, no outro, ela estava em cima do telhado, dizendo:


  - Isso não ficará assim, Isabella! Eu vou voltar! - gritou, e desapareceu pelos telhados.


  - O que aconteceu aqui, Damon? - perguntou Stefan, me ajudando a sair da caçamba.


  - Uma luta, Stefan. Aconteceu uma luta. Sabe, se você tivesse vindo me ajudar, e não ter esperado mil anos par...


  - Do que você está falando, Damon? Não faz nem um minuto que te segui aqui fora para te ajudar! - falou ele, nervoso.


  Nossa! Mas pareceram horas...


  - Que cheiro de... - mas ele não precisou terminar. Seu rosto se transformou, deixando evidente sua sede por sangue.


  - Stefan! Stefan, olhe... Uma ruiva gelada - ele olhou para mim cético, mas eu continuei: - Uma vampira gelada tentou atacar Bella. Ela me atacou. Ela é forte. Ela fugiu pelos telhados. Vá, veja se acha um rastro doce lá por cima. Eu vou cuidar de Bella. Vou leva - lá para a Pensão. Invente alguma desculpa para as garotas - mandei, seu rosto ainda estava transformado. - Vá!


  Ele logou pulou no telhado, sumindo rapidamente, do jeito que apareceu.


  - Arghhh! - Bella gemeu, o cheiro de sangue intensificando ainda mais.


  Corri para seu lado, vendo seu ferimentos. Havia um pequeno corte na parte de trás da cabeça. Havia também, um pequeno, mas profundo corte no seu abdomen, por onde escorria sangue livremente.


  Ela não vai se recuperar sozinha.


  - Me dê seu sangue, Damon - pediu ela, abrindo os olhos e me encarando com intensidade. Estremeci.


  - O quê? - perguntei, aturdido.


  - Me dá seu sangue, Damon. Fará o corte e o sangue parar de escorrer. Eu sei o que ele faz. Eu sei o que você é. Só estou pedindo dessa vez: ajude alguém, por favor - sua voz morreu nas últimas palavras.


  Ela já estava desmaiando.


  Mordi meu pulso e o coloquei na sua boca, sentindo ela sugar um pouco antes de se afastar. A peguei no colo, vendo seus ferimentos cicatrizarem e o sangue estancar.


  Ela já estava melhor.


  Tudo graças a mim.


  - Não me... deixe - sussurrou ela, antes de redobrar a consciência.


  - Eu estou aqui - sussurrei de volta, ninando - a em meu braços, correndo em alta velocidade para a Pensão.


  A verdade nessas palavras me fizeram pensar em tudo o que ela havia dito para mim naquela noite. Tudo mesmo. E percebi que sempre estaria aqui.


  Por ela.


-


POV. Bella


  Aos poucos minha cabeça foi clareando, e imagens daquela noite vieram com força total na minha mente.


  *Flashback ON*


  - Victória - ofeguei.


  - Olá Isabella - disse ela, com sua voz de bebê melosa.


  - O que faz aqui? - pergunto.


  - Bella... Ahhhh quanto tempo! Pensei que nunca mais te encontraria. - falou ela, sarcástica.


  - Também pensava nisso antes de ver a encarnação do capeta na minha frente. - gemi de dor.


  - Ora! Não vamos ser tão insensíveis! Eu só quis ver aonde o bichinho de estimação dos Cullens tinha ido parar. Forks ficou sem mortes sem você lá...


  - E isso seria porque...? Ahhh, já sei! Você tentando matar as pessoas para extravazar sua raiva por causa de James, não? - forcei, vendo ela ficar furiosa.


  - VOCÊ VAI PAGAR, ISABELLA!!! POR TUDO O QUE ME FEZ!!! E NO FINAL, QUEM SOFRERÁ MAIS SERÁ SEU PRECIOSO EDWARD!!! - exultou ela, me lançando sobre a parede no fundo do beco. Senti algo quente deslizar pela parte de trás da minha cabeça e algo me cortar no abdomen.


  Sangue.


  - Se você ainda não sabe... - gemi, sofrêgamente. - Eu não estou mais com Edward.


  - Mentira! - berrou ela. Ela ia avançar de novo, quando um cheiro de whisky e essência de vampiro me invadiu.


  Damon.


  Damon está aqui.


  Uma parte de mim se exaltava por ele ter vindo me ajudar, a outra, temia por ele.


  Não importava sua idade, ela era mais forte que ele.


  Não consegui focar em sua conversa, só consegui ver os vultos de uma briga constante, e logo depois, alguém, ou melhor, Damon caindo dentro da caçamba.


  Victória, num piscar de olhos, já estava na minha frente.


  Pronta para me matar.


  - Damon?! - alguém chamou por ele na entrada do beco.


  Stefan! - minha mente raciocinou rapidamente.


  Logo Victória já não se fazia mais presente ali, e depois, Stefan também. Senti Damon se aproximar, hesitante. Seus pensamentos eram confusos, e só sabia de uma coisa:


  'Ela não vai conseguir se recuperar sozinha'.


  - Me dê seu sangue - pedi, olhando em seus olhos, intensamente.


  - O quê? - perguntou ele, aturdido.


  - Me dá seu sangue, Damon. Fará o corte e o sangue parar de escorrer. Eu sei o que ele faz. Eu sei o que você é. Só estou pedindo dessa vez: ajude alguém, por favor - minhas palavras iam morrendo, na medida que a inconsciência me dominava.


  Ele demorou um minuto antes de colocar seu pulso em minha boca. Suguei minimamente seu sangue, no qual já sentia me ajudando.


  A inconsciência tornava - se uma idéia a cada vez mais tentadora, quando senti sendo içada para os braços dele, me ninando, como se fosse criança.


  Já fazia algum tempo que não me sentia segura desse jeito. Era como se todos os problemas do mundo fossem embora, enquanto estava em seus braços. Sem pensar, sussurrei:


  - Não me... deixe.


  - Eu estou aqui - sussurrou de volta. Foi quando a escuridão me engoliu por completo.


  *Flashback OFF*


  Tentei me levantar de onde estava, na qual eu percebi sendo uma cama.


  Esperaí - Damon havia me posto numa cama?


  É, era uma cama. O colchão era macio e o travesseiro onde estivera repousando era fofo. Uma rajada de vento que entrou pela porta da sacada - que nem percebi que estava aberta - trazendo o mesmo cheiro que senti quando ele veio me ajudar.


  Damon estava lá fora.


  Peguei o lençol que tinha ali e me enrolei, tentando me proteger da brisa fria que balançava as copas das árvores lá fora. Estava descalça. Cheguei perto do batente da porta, onde vi Damon debruçado na sacada, e com uma coisa que me fez arrepiar:


  Ele estava sem camisa.


  Não que eu nunca tivesse visto o abdomen de um homem, mas... PUTA QUE O PARIU!!! Ele era muito gostoso.


  "Isso é hora de pensamentos libinosos, Bella?" - gritou a merda da minha consciência.


  Antes que eu respondesse, sua voz me envolveu calorosamente:


  - Achei que estivesse dormindo - Damon disse, ficando do mesmo jeito que estava. Quase babei em mim mesma.


  - E estava - disse, chegando perto da sacada, olhando para o horizonte. Tudo estava calmo na calenta da noite. - Que horas são? Onde estou?


  - São 02h30 da madrugada. Você está na Pensão dos Salvatores - ãh? - mais necessariamente, no meu quarto.


  - Por que me trouxe para cá? - perguntei, com genuína cuirosidade. Ele se importou comigo?


  - Porque você precisa de algum lugar para descansar. Você foi atacada. E eu te salvei - suas palavras vieram sem emoção nenhuma, me machucando profundamente.


  Não sei por quê.


  - Olhe, Damon... - comecei, mas ele não deixou eu terminar:


  - Escute, Bella... Eu salvei sua vida daquela psicopata ruiva, ok? Não precisa ficar se matando para me agradecer. Até porque você já mostrou evidente contradição a mim, não é mesmo? - dessa vez ele olhou pra mim, e pude constatar uma coisa:


  Ela estava magoado.


  - Até porque também - ele se virou de novo, balançando o copo de whisky que nem vi que estava em sua mão. - Você nem me conhece, e já foi dizendo aquelas coisas. Me julgando. Você nem sabe quem sou eu ou o que eu sou direito! - bufou, irritado.


  - Tenho meus motivos por ter te tratado daquela forma - falo, encontrando minha voz, mas ela estava vazia, sem emoção também. - Porém não foi justo eu ter descontado em você.


  Ele assentiu, ainda não me olhando. Seus pensamentos eram conflituosos, ainda não nexos, mas ele só fazia a mesma pergunta:


  'O que há de errado comigo?'


  - Não há nada de errado com você, se quer saber - digo, vendo ele me encarar com relutante surpresa.


  - Você lê meus pensamentos? - deduziu.


  - Alguns. Seus pensamentos são confusos, não dá para ler todos - digo calmamente, olhando novamente para o horizonte.


  - O que estou pensando agora? - desafia, com um sorriso maroto no rosto. Ergo uma sombrancelha e rio, vendo ele dar um sorriso malicioso pro meu lado.


  - Pensa em algo mais produtivo, Salvatore, não se fantasiando comigo rebolando em cima de você - digo por fim, vendo seu sorriso ficar gigantesco.


  - Então você pode mesmo ler pensamentos... - disse mais para si mesmo.


  - Sim - afirmo.


  - Então você sabe coisas sobre mim? - pergunta, com a voz baixa.


  - Algumas coisas - afirmo novamente, o observando. - Mas não são coisas que eu gostaria de saber.


  - Por quê? Isso dá vantagem numa batalha, certo?


  - Pode até ser, mas xeretar na vida dos outros não é o certo... - digo, olhando em seus olhos. Seus azuis ficaram ainda mais escuros, quando finalizo: - Ainda mais com um passado como o seu.


  Ele se retrai, claramente pertubado, mas logo recupera a compustura, perguntando:


  - O que você é?


  - Depende de seu ponto de vista - dou uma evasiva, mas ele percebe e insisti:


  - Vamos, conte - me. Você sabe sobre minha vida...


  - Algumas coisas - corto - o, querendo evitar o assunto de qualquer jeito.


  - Que seja, mas eu não sei nada sobre você. Vamos, diga, estamos entre amigos - pediu.


  Suspirei. As lembranças já viam a tona novamente...


  - Quando eu era pequena, meus pais se divorciaram. Não me lembro muito bem da época, mas lembro que foi difícil para minha mãe. Ela lutou e muito para poder me criar.


  "Eu via Charlie em todos os feriados e passava duas semanas em sua casa em Forks no recesso escolar. Eu, naturalmente, odiava. Forks era úmida e sempre tinha constantes chuvas. Eu amava o sol e tudo mais, então era muito torturante para minha mãe me ver ir com relutância para a casa do meu pai, então eu passei a cada vez menos a visitá - lo".


  Parei, o olhando. Ele assentiu, me incentivando a continuar. Respirei fundo e continuei:


  - Algum tempo depois do meu décimo sétimo aniversário, minha mãe começou a namorar um cara chamado Phill. Ele é um jogador de beisebol da segunda divisão. Não é muito conhecido, mas ele viajava muito com o time, com o que fez minha mãe dividir seu tempo entre mim e ele, deixando ele viajar sozinho, e ficar comigo em casa, mas eu sabia que isso a deixava infeliz, porque...


  "Bem, para começar, ela se casou cedo porque me teve. Amadureceu rapidamente, não aproveitou sua adolescência. Toda vez que Phill viajava eu sentia que estava arrancando uma parte da vivência da vida dela. Ela sempre me dizia que não mudaria nada no passado, não se arrepende de ter me tido, mas eu sabia que ela ficava angustiada longe dele. Foi aí que eu tive a ilustre idéia de me mudar para Forks..." - antagonizei, sentindo o peso do olhar de Damon sobre mim.


  - Mas você mesma disse que não gostava de Forks - falou ele.


  - Sim, mas eu precisava sair de casa por uns tempos. Precisava deixar ela viver a vida dela - ele assentiu. - Bom...


  "Disse a minha mãe que queria morar com Charlie. Ela no começo resistiu a idéia. Mas como ela mesma disse, eu tenha a personalidade de Charlie: era muito teimosa, e quando colocava uma idéia na cabeça, não tinha como mudar..."


  "Naquele mesmo ano me mudei. Pensei em começar uma vida nova, tentar viver o mais normalmente possível, mas mal eu sabia que minha vida ia ficar de cabeça para baixo."


  Funguei, e continuei:


  - No primeiro dia de aula, fiz alguns colegas na 'Forks High School'. Conheci Eric Yorkie, Mike Newton, Jéssica Stanley, Ângela Weber, Ben Cheney, Tyler Crowley, Lauren e por aí vai... Mas por assim dizer, somente Ângela e Ben eram as pessoas mais civilizadas dali.


  "No refeitório, estávamos todos jogando conversa fora, quando eles apareceram..." - tremi com a lembrança, as sensações nostálgicas me tomando.


  "Eles estavam em cinco. Lembro - me de Jéssica me contando sobre eles" - fiz uma careta e andei para dentro do quarto, ciente de que Damon estava me seguindo. "Os primeiros que entraram era uma loira alta, bonita, mas excêntrica, Rosalie Hale Cullen. Com ela, estava seu companheiro, Emmett Cullen, bonito, alto, forte..." - parei, pensando ter ouvido Damon rosnar, mas sua cara não dizia nada, sentei na cama e continuei: "Mas tinha a cara de uma criança. Em seguida, entrou uma garota e um cara. A garota tinha cabelos repicado, corpo magricelo e andava saltitando, como uma fada. Seu nome era Alice Cullen, e seu companheiro Jasper Hale Cullen, irmão de Rosalie, gêmeo. Era loiro e tinha um corpo magro, mas também com um pouco músculo. Mas nada se comparava ao cara que havia entrado depois dele..."


  "Ele tinha cabelo cor de bronze. Eram rebeldes e sua pele era incrivelmente pálida. Aliás, de todos eram pálidas. Ele era muito bonito, todo mundo suspirava por ele e..."


  - Será que dá para pular essa melação toda? Eu já entendi que os caras eram bonitos, mas sinceramente, eu sou mais afim de mulher, tá? - interrompeu Damon, impaciente. Juro que pensei ter escutado uma pontada de ciúmes em sua voz.


  Imaginação minha!


  - Desculpa, lembranças nostálgicas - digo, dando uma risadinha. Ele bufou, mas esperou. - Depois que os conheci, uma série de quase-mortes aconteceu comigo, e Edward estava sempre lá me ajudando.


  "Um dia, enquanto ia na praia com os meus amigos, lembro - me de ter me reencontrado com um amigo de infância meu, Jacob Black. Nós demos uma volta pela praia, mas uma coisa que seu amigo havia dito antes me instigou, fazendo eu perguntar o por quê de Sam dizer que os 'Cullens' não poderiam entrar lá. Foi quando ele me contou a lenda dos 'Frios'."


  "Num dia, eu pesquisei mais sobre essa lenda, e liguei muitos fatos áos Cullens, principalmente ao Edward. Por que não comiam, não apareciam no sol e tudo mais. Fui para floresta perto da escola, e o confrontei lá, sabendo que minhas suspeitas eram verdadeiras: ele era um vampiro."


  - Você fala disso com tanta naturalidade... - murmura ele, me fitando.


  - Você já vai saber...


  "Uma vez sai com a família dele para ver um jogo de beisebol entre eles. Estava indo tudo bem, até uns nômades chegarem..."


  "Um deles era rastreador. Ele jogava com suas presas até elas implorarem para morrer. E ele quis a mim desde o início, iniciando uma caçada entre ele e os Cullens."


  "Viajamos para longe de Forks. Edward tentava a todo custo me proteger. Porém, como eu era muito burra na época, caí em uma das armadilhas do vampiro, fazendo com que todos travassem uma busca atrás de mim..."


  "Edward e sua família chegaram a tempo de me salvar, mas o vampiro havia me mordido, e seu veneno já circulava pelo meu corpo. A família Cullen tinha uma restrita regra sobre alimentação: eles eram vegetarianos."


  - Ahhh não! Um clã inteiro de assassinos de esquilos? Essa é boa! Posso contar a Stefan que ele tem gente do lado dele! - zombou ele, sarcático. Ri, pois era assim que eu vi Stefan quando o conheci.


  - Então... Com essa regra, eles não tomavam sangue humano. Mas se eles não tirassem o veneno do meu corpo, eu me transformaria.


  "A mordida deles deixam marcas, como qualquer outra. Mas a dor que você sente ao ser transformado é horrorosa. Parece que cada parte do seu corpo está queimando! É um inferno, mesmo" - explico, passando os dedos sobre o meu pulso direito, onde a marca de James estava brilhando, prateada. Senti dedos quentes puxar meu pulso, e logo Damon sentar ao meu lado. Ele encarou a marca e depois a mim, sentindo o mesmo que eu sentia:


  - O que aconteceu depois?


  - Como era previsto, eu sai toda machucada do confronto, mas sobrevivi. Não me transformei, pois Edward conseguiu tirar o veneno do meu corpo. Mas o verdadeiro desastre aconteceu no meju aniversário de 18 anos no ano passado... - dessa vez, a lembrança era mais real, o que intensificou minha vontade de chorar.


  "Alice, a irmã vidente de Edward, insistiu que insistiu que deveríamos comemorar meu aniversário. Eu realmente, antes, odiava qualquer tipo de festa. Era careta, feia. Não tinha nenhum senso de moda e era nerd, para variar."


  - Difícil imaginar - murmurou Damon, com um meio sorriso no rosto, ainda contornando minha cicatriz.


  - Pois eu era assim. Bem, a comemoração seria na casa deles, claro. Quando cheguei lá, Alice havia feito uma enorme decoração e tudo mais, o que me deixou ainda mais constrangida.


  "Chegando na hora de abrir os presentes, incrivelmente, como eu era muito estabanada, consegui me cortar com a fita do presente, atiçando a sede voraz do vampiro mais jovem da casa, Jasper..." - senti minha voz falhar, com a história chegando perto do fim. Senti um aperto firme no meu pulso. Levantei meus olhos marejados para encarar Damon, que me encarava com uma expressão impassível.


  Ele já sabia que nada ia terminar bem.


  - Não precisa continuar, Bell...


  - Não, eu comecei, vou terminar - funguei, limpando duas lágrimas teimosas que caíram. - Como era de se esperar, consegui me machucar mais ainda depois, ficando toda ensanguetada na frente dos vampiros da casa.


  "Carlisle, o vampiro mais velho do clã, era médico. Irônico, sim, mas ele gostava do que fazia. Ele me deu alguns pontos em meus ferimentos e disse algumas coisas sobre... Nada importante. Mesmo, nada importante" - reforçei, vendo o olhar acusador de Damon. "Enfim... Edward me levou para minha casa, e no dia seguinte, não vi nenhum dos Cullens na escola. E nem depois nos dois dias que se passaram. Somente no terceiro dia, eu o vi..."


  "Edward estava impecavelmente lindo, mas havia algo errado com ele. Estava frio, distante. Ele pediu para darmos uma caminhada na floresta que tinha perto da minha casa. Foi lá que minha vida acabou, literalmente" - com as mão tremendo, o buraco no peito doendo, as lembranças começaram a assombrar novamente, deixando as lágrimas caírem livremente pelo meu rosto. Fechei os olhos e continuei, ciente dos olhos de Damon em mim.


  - Ele havia dito que iria embora. No início, não entendi. Pensei que ele se referia ao fato de nós irmos embora. Pensava fielmente que me levaria consigo, mas não - funguei. - Quando cheguei a conclusão que ele não me amava e nunca me amou, ele me humilhou. Exatamente, me humilhou. Disse que eu não passava de um mero brinquedo em suas mãos, que nunca devia ter se envolvido com uma humana frágil como eu, que eu não era boa o sufi-suficiente... - a essa altura, eu já soluçava. Meu corpo todo tremia, e lágrimas em abundância escorria pelo meu rosto, deixando o banhado por lágrimas salgadas.


  Num minuto estava sentada na cabeceira da cama de Damon, e na outra, estava em seus braços.


  Em seu colo, sendo mais precisa.


  - Bella, abra os olhos - eu não queria ver a pena nem a compaixão em seu rosto, então resisti. - Isabella. Abra. Os. Olhos.


  Abri eles lentamente, mas o que eu vi, não foi nada do que havia pensado.


  Ele não sentia pena, muito menos dó.


  O que eu via em seus olhos era um fogo azulado brilhante, que queimava perigosamente.


  Ele não estava com compaixão.


  Ele estava com raiva.


  Ódio. Fúria.


  Ciúmes...? Não sei.


  Mas o peso do seu olhar era quente e gélido ao mesmo tempo.


  Suas palavras me tiraram do meu transe, quando disse:


  - Ele é que não era bom o suficiente para você! Você é espetacular, Bella! Olhe para si mesma! Você é linda, sensual, sexy, gostosa, modéstia parte, e além de tudo, é inteligente! Você merece muito mais do que lhe foi apresentado, Bella. Você merece alguém que te faça feliz todos os dias! Alguém que fique ao seu lado nas horas ruins, nas horas boas. Que lhe estenda a mão quando precisar! Que te ame nas eternas horas deste mundo! VOCÊ merece o mundo, Isabella! Você merece respeito, Bella. Entenda isso! Já não reparou que sofreu demais para uma vida só? - finalizou ele, encarando meus olhos.


  Eu não sabia o que pensar.


  Damon estava sendo sincero. Sua mente, seu eu estava dizendo a verdade. Ele se importava. Não dizia isso da boca pra fora.


  Ele estava me ajudando.


  Estava me dando um Habeas Corpus de uma vez por todas da minha vida passada.


  Estava me oferecendo sua ajuda.


  Eu não tinha palavras para isso.


  - Por que você se importa? - sussurrei, passando, inconscientemente a ponta dos dedos em sua face, acariciando.


  - Porque você já sofreu demais para uma vida inteira, Bella. Você merece uma segunda chance para viver! - sua voz não passava de um sussurro rouco.


  O pouco de minha lucidez me trouxe de volta a realidade ali presente.


  Imagine você, sentada no colo de um cara que mal conhece, e ainda, com os rostos a centímetros um do outro? Bendita hora que minha mente funciona.


  Me afastei de Damon, tendo o cuidado de não dar outra intenção e me sentei aonde estava antes, abraçando os joelhos perto do corpo. Meu olhar e o olhar dele ainda estava conectado. A mensagem silenciosa que ali ele carregava me tranmitia paz e conforto, e muito calor, para falar a verdade.


  Eu já havia entendido tudo.


  - Você tem razão... - comecei, vendo um assentimento de sua parte. - Eu... Preciso me livrar dessa vida que carrego á meses, e para quê? Para me martirizar ainda mais? Você tem toda razão, Damon. Obrigada - digo, por fim.


  - É, eu sei que tenho toda razão, mas não queria me gabar - brincou ele, me fazendo rir. Através dessa risada eu pude sentir meu corpo mais leve, menos pesado. Era como se o desabafo fosse uma forma de eu esquecer tudo o que aconteceu.


  - Tudo bem, senhor Razão. Eu contei a minha parte, acho que você devia contar a sua para mim também.


  Ele me encarou alguns segundos, antes de desviar o olhar e deitar de barriga para cima, olhando para o teto. Acompanhei seu movimento, maravilhada com seus traços másculos. Bem marcados. Lindo. Gostoso.


  - Com duas condições - ele finalmente falou, desviando minha atenção. Ele sabia que eu estava o secando, e ele sorriu, malicioso.


  - Quais? - perguntei, não conseguindo impedir o rubor que se espalhava pelo meus rosto.


  - Você não me interrompa, e só faço perguntas no final.


  - Mas você me interrompeu! - disse, indgnação encenada, tacando um travesseiro nele, que riu.


  - É, mas a mim você não pode interromper. E depois EU quero fazer perguntas, ok? Você não sabe explicar uma história. Os detalhes cruciais que não contou a mim deixaram sua história confusa! - falou, imitando - me.


  - Eu? É você que não parava de falar, pô!


  - Tabem, mas mesmo assim. Vai querer escutar minha história ou não? - perguntou, agora sério.


  - Quero.


  Ele assentiu, suspirando. O movimento de sua respiração ficou grava da na minha memória. Sondei sua mente, vendo ele organizar os pensamentos, antes de começar, numa voz distante:


  - Tudo começou quando Stefan nasceu...


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Notas finais do capítulo

Uou! E aí, leitores? O que acharam?
Bem, eu sei que essa imensa história da Bella é repetitiva demais, e um monte de gente fica cansada de ler a mesma coisa, mas entendam: se Bella não explicasse nada ao Damon, eles não teriam esse dinamismo entre eles! Além do mais, eles vão precisar dessa união mais para frente. Logo logo vocês entendem.
Mas enfim... Gostaram? Gente, quero deixar BEM CLARO que se estiver um lixo, vocês precisam comentar para mim poder melhorar a Fic! Esses dias eu tenho percebido, e bem... Só um terço dos leitores leêm e comentam a Fic, o resto, só lê e não comenta! Eu sei que vocês tem o livre-arbítrio de deixar um comentário ou não, mas machuca, pessoal. Não sabe o quanto me empenho nessa Fic, por mais que ela seja longa demais. Mesmo, nem se for para mim chingar, escrevam reviews. Ficarei feliz só de ver que comentaram.
Mesmo, galera... Eu sei que ás vezes eu dou mancada com os atrasos, mas é por uma boa razão! Eu só queria saber se fossem vocês, aqui, no meu lugar: se matando para agradar, mas não comentam? Poxa, é para deixar para baixo mesmo.
Não digo isso para os que comentam. Não mesmo! Meninas, ou meninos também, obrigada por comentarem, ok? Suas palavras alegram ainda mais o meu dia! Muito, não sabem o quanto!
Sempre que tem review eu respondo, e sempre que tem tempo eu escrevo. Porém, por favor, vamos começar a comentar, galera. Não dói nada. Prometo que não vão ver a cara da menina do Exorcista depois de comentar! (o/)
E recomendações também. Prometo que não viram nenhuma Emily Rose depois de recomendar!
Bem...
Acho que era só isso, pessoal! Espero que estejam curtindo muito o feriadão, porque eu estou. Obrigado a todos aquele que acompanham a Fic e me dão apoio sempre que conseguem!
Ahhhh! E sejam bem - vindos, novos leitores! Espero que gostem do enredo da Fic e da criação. Todas notas estão na capa da Fic, caso achem algo estranho.
Beijos a todos que ficam, e até a próxima!