Gnome Days escrita por John Vendetta


Capítulo 1
A base secreta


Notas iniciais do capítulo

Yep, postando essa minha nova criação que surgiu em um momento de muita brisa. A capa é temporária, estarei esperando uma pessoa linda desenhar uma pra mim, fiz essa no paint em 5 minutos, então ignorem. É só pra dar cor mesmo. Boa leitura!



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O sol brilha na terra do sol nascente. Ou melhor, no Japão. A bela cidade de Kugoya vai amanhecendo calma e tranquila. Os passarinhos cantam, uma leve brisa de vento faz as árvores balançarem e o cheiro de primavera está no ar. Uma casa não muito grande, mas com dois andares, se destaca das demais pelo simples fato de abrigar nosso protagonista. Só por esse fato mesmo, pois ela é exatamente igual e patética a todas as outras casas na vizinhança. E a manhã segue tran...

– KENTAAAA!!! ACORDAAAA!!! - Um horrendo grito corta a calmaria da manhã.

O grito vem da casa que abriga o protagonista. O quarto aonde Kenta está dormindo é pequeno, mas aconchegante. É todo bagunçado e há diversas roupas e livros jogados pelo quarto. Kenta dorme na cama, tranquilamente. Até que...

– KENTAAAA!!! MENINO, É MELHOR VOCÊ ACORDAAAAR!!! - A mãe de Kenta, com os cabelos negros balançando nas costas, aparece no quarto.

Kenta se assusta e cai da cama.

– Mãe! Eu prefiro um despertador! - Protesta Kenta, massageando o cocoruto da cabeça.

Kenta tem cabelos negros e curtos, olhos estreitos e pele morena. Ele não é forte e nem alto, mas não é completamente magrelo. Seus olhos olham a mãe com censura.

– Você tem dinheiro pra comprar, Satoru Kenta? Não tem, né? Tem 15 anos na cara e ainda nem trabalha! - Pergunta a mãe dele, autoritária.

Kenta levanta e começa a revirar o armário. Ele joga várias roupas longe, assim como livros velhos, meias, jogos de baralho, cadernos, um boneco de ação e um retrato quebrado com uma foto recortada, mostrando um pequeno bebê no colo de uma jovem mulher.

– O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO DESARRUMANDO O QUARTO DESSE JEITO, SEU...!!!

A mãe de Kenta começa a ficar furiosa ao ver a bagunça, mas Kenta corta o clima, tirando o objeto que procurava no armário.

– Tchãrãm! - Kenta comemora, fazendo uma dancinha.

– Um... porquinho? - Pergunta a mãe de Kenta, olhando espantada para o pequeno porquinho com um “$” verde tatuado.

– Eu fiquei juntando dinheiro por dois meses, mãe! Agora poderei comprar meu despertador.

Kenta usa a mão para dilacerar a barriga do porquinho, fazendo um buraco. Na verdade, ele apenas abriu a tampa. Ele pega o porquinho triunfante e o sacode na cama.

Duas moedinhas de 5 ienes e quatro de 10 ienes caem do porquinho.

– Maldição! Eu juntei por dois meses e só consegui isso? - Reclama Kenta.

A mãe dele boceja e dá um tapinha no ombro do filho.

– Vai se arrumar.

Algum tempo depois, quando o relógio marcou 6:30, Kenta deu um beijo de despedida na mãe, já arrumado e com a mochila nas costas, e saiu de casa para ir à tão temida escola.

Após algum tempo andando, Kenta repara na Loja Alpha, a famosa loja de música. O melhor e único amigo de Kenta, Shiro, adora comprar as palhetas personalizadas da Loja Alpha, por apenas 50 ienes cada.

– Devo comprar uma palheta pro Shiro...? - Murmurou Kenta, parando na calçada para observar a loja e pensar. - Ah, deixa pra lá. Prefiro um saquinho de amendoins.

Na máquina de amendoins mais próxima e barata, Kenta comprou um pequeno saquinho de 50 ienes e continuou o caminho para a escola.

Pouco tempo depois, ele encontra o amigo Shiro na frente da escola. Kenta se aproxima e o cumprimenta.

– E aí, Shiro-chan!

– Oi Kenta.

Shiro tem cabelos brancos curtos que fazem jus ao nome, pele branca e veste o mesmo uniforme azul e branco sem graça de Kenta. Ele carrega um violão nas costas, guardado em uma mochila própria.

– Ainda não consigo entender porque você traz isso pra escola. E onde está sua mochila? - Pergunta Kenta, entrando na escola ao lado de Shiro.

– Eu gosto de tocar. - Shiro sorri e responde bobamente. - E não preciso de cadernos quando sei ler partituras.

Kenta estreita ainda mais os olhos, como se achasse Shiro louco.

Pouco tempo depois, ambos estão no pátio da escola lanchando.

– Que aula chata, não é? - Shiro comenta, abocanhando o sanduíche de atum.

– Nem me fale. Quando teremos aula com o Yukio-san mesmo?

– Não sei, mas ele é legal mesmo.

– Tirando o fato dele estar bêbado toda aula. - Diz uma voz nas costas deles.

Eles se viram e dão de cara com duas garotas. Uma delas tem cabelos castanhos, mas com mechas rosas, um olhar bobo, mas perverso, e um bonito corpo adolescente. A outra tem cabelos pretos com mechas roxas, sendo que são longos e caem pelas costas. Ela também tem um bonito corpo, além de ter olhos verdes muito bonitos.

Kenta olha para as garotas com um olhar curioso.

– E quem são vocês? - Pergunta.

– Mizuki Naomi. - Responde a de mechas roxas.

– E eu sou Aika Midori. Mas não nos conhecem?

Kenta e Shiro fazem olhares de concentração.

– Realmente... Não me recordo... - Diz Shiro, ainda fazendo esforço para lembrar.

– Midori... Naomi... Quem são... - Kenta faz um esforço igual.

– ESTUDAMOS NA MESMA SALA QUE VOCÊS, SEUS PASPALHOS! - Grita a de mechas rosas, fazendo todos à volta olharem com espanto.

– Tirem ela daqui, ela é doida! - Grita Kenta, com medo.

– Vamos, Midori-chan. - Diz a de mechas roxas, praticamente puxando Midori pelos cabelos.

– NÓS VOLTAREMOS, SATORU KENTA E RYOGAKU SHIRO! NÃO ESQUECEREMOS QUE VOCÊS NOS ESQUECERAM! - Grita Midori, sendo levada longe por Naomi.

Kenta e Shiro trocam um olhar espantado por um tempo, antes de voltarem a conversar.

– Não acredito que ela até sabe seu sobrenome, Shiro.

– É, pois é. - Responde Shiro, lambendo restos de atum nos dedos. - E você, vai na festa de hoje?

– Festa? Que festa? - Pergunta Kenta, com um olhar inocente.

– A festa do colégio... O lual de primavera, sabe?

Os olhos de Kenta brilham.

– É CLARO QUE SEI DA FESTA, SHIRO-CHAN!

Todos ao redor olham com espanto para os dois.

– Esses caras são doentes. - Cochicha um aluno passando por perto. Kenta volta sua atenção para Shiro.

– Já preparei tudo, Shiro-chan. Comprei uma bebida e irei contrabandeá-la. Iremos ficar chapados de tão bêbados! - Os olhos de Kenta brilham ainda mais.

– Eu não poderei sair hoje, Kenta.

– O QUÊ?

– Preciso treinar a Escala Pentatônica de Mi, desculpe.

– MANÍACO DA MÚSICA!

Após mais algumas aulas chatas demais para serem mostradas, Kenta se despede de Shiro e segue para casa. Ele toma banho e se arruma para a grande festa, colocando uma pequena garrafinha de vodka no bolso do paletó. Após dar um beijo de despedida na mãe, Kenta segue para o colégio, sozinho.

– Não acredito que o Shiro me deixou sozinho nessa... - Kenta para e olha para a Loja Alpha. - Hmm, mamãe me deu 100 ienes pra eu me divertir... Devo comprar palhetas pro Shiro? NÃO! Ele não merece. - Kenta sai rindo de Shiro, caminhando até a escola.

– Seu bilhete, por favor. - Diz o segurança alto e forte, minutos depois.

– Aqui está... Espera, cadê...? - Kenta começa a procurar nos bolsos.

– Se não tem bilhete, sai da fila, paspalho. - Um outro segurança agarra Kenta e o põe pra fora da fila.

– Espera aí, eu só perdi o bilhete! Não, eu tenho 100 ienes! Olha, toma 100 ienes e eu entro! - Implora Kenta, desesperamente.

O segurança ri e joga Kenta pra longe. Kenta xinga o segurança, que corre atrás dele.

Meia hora depois, suado e ofegante, Kenta senta em um muro de uma casa e tira a garrafinha de vodka do bolso.

– Que merda... Pelo menos posso beber em paz...

Mais uma meia hora tediosa depois, Kenta começa a sentir os efeitos do álcool no corpo.

– Me dê um dó, me dê um ré, o Shiro é gay e lambe meu pé! - Kenta gargalha, jogando a garrafinha vazia para a rua e cambaleando pela calçada. - Me dê um sí, me de um fá, o Shiro é uma bixa e adora dar!

Kenta fica alguns minutos cambaleando pela rua. Após se sentir tonto, ele vai em um beco escuro e vomita ali mesmo. Ele ouve um barulho de uma lata de lixo e caindo e olha mais à frente. Ele arregala os olhos ao ver um pequeno duendezinho correndo rápidamente, como se não quisesse ser visto. Ele é pequeno e frágil, com pele enrugada e pés descalços como batatas. Veste apenas uma saia verde para cobrir a cintura e tem olhos vermelhos, usando uma touca verde na cabeça.

O duende, ou gnomo, observa Kenta e solta um gritinho agudo, saindo correndo em seguida.

– Peguei você, Peter Panda!

Kenta agarra o pequeno gnomo, que solta gritos histéricos e finos.

– Então você ia comer bambu, Peter Panda? - Kenta ri da própria, e estúpida, piada.

– Me solta, seu humano! - Grita o pequeno gnomo, com a voz fininha e histérica. - Droga, tenho que voltar pra base!

O gnomo morde o dedo de Kenta e se solta, correndo dele.

– Volte aqui, pequenino! Se você for uma fada, eu quero um desejo!

Kenta persegue o gnomo pelo beco. A pequena criatura puxa um controle com um grande botão vermelho, que ela aperta.

– Socorro! Preciso voltar pra base! - Grita histéricamente o pequeno gnomo.

– Volte aqui, fadinha! - Kenta começa a alcançar o gnomo.

Do muro ao lado, uma pequena abertura é feita, por onde o gnomo entra.

– Fechem rápido, ele vai entrar! - Grita o gnomo, ao ver Kenta se aproximar.

– Volte... - Kenta nem termina frase, pois tropeça no próprio pé e desliza pelo chão, entrando na base de cabeça no gnomo, que guincha histéricamente. A porta se fecha e luzes se acendem. Kenta se levanta, meio tropeçante, e olha ao redor.

Ele está numa ampla sala vazia, com apenas um sofá e um balcão de recepção. Ambos em miniatura, como se fossem feitos para pequena gente como aquele gnomo. Kenta olha para ver aonde o gnomo tinha ido, mas o gnomo de antes corre até outro, que surgiu na sala.

– Brownnie-sama! Brownnie-sama! Ele entrou na base! - Guincha o gnomo, correndo até o outro.

O outro gnomo, Brownnie, usa uma touca verde e botas verdes, ao invés de andar descalço como o outro. A pele enrugada é exatamente igual, exceto pelo rosto, que exala maturidade e superioridade, enquanto o outro exala imaturidade e inferioridade.

– Está tudo bem, Bassy. Pode ir descansar. Eu cuido do humano. - Diz Brownnie, acalmando o outro.

– S-Sim, Brownnie-sama!

Bassy sai por uma porta e a bate antes de fechar. Kenta olha para Brownnie, que tem cerca de um terço da altura dele.

– Você não é uma fada. - Diz Kenta, preocupado.

– Sente ali no sofá, humano. Temos que conversar sobre sua invasão.

Kenta encara Brownnie por um tempo, até se agachar.

– Venha aqui, criança. - Murmura Kenta.

Brownnie anda lentamente até ficar parado na frente de Kenta. Eles se encaram por um segundo, o gnomo com um olhar bobo e inocente e Kenta com um olhar autoritário.

– Cansei da brincadeira de gnomos e fadinhas. Vai dormir, bebê.

Brownnie age tão rápido que Kenta nem percebe: ele pula e dá um chute certeiro na cara de Kenta, que voa e bate no sofá.

– Repita isso, humano. - Brownnie aterrissa suavemente no chão e encara Kenta, que se levanta tropeçando.

– Cale a boca, anãozinho de jardim.

O gnomo balança a cabeça negativamente.

– Tsc, tsc. Você merece uma punição. Assustou Bassy, invadiu nossa base e ainda me insultou. - Brownnie tira um pequeno aparelho do bolso. Parece um controle, mas há apenas um botão verde no centro e dois pequenos botões amarelos. Do lado de um botão amarelo, há a frase: “Transformar por um dia”. No outro botão amarelo, está escrito: “Transformar eternamente”.

– E o que você vai fazer, seu baixinho? - Pergunta Kenta, com um olhar de bêbado curioso. Brownnie sorri.

– Vou te transformar em gnomo por um dia, é a sua punição. Você precisa saber sobre a nossa ridícula vida.

O pequeno gnomo aponta para Kenta com o controle e aperta o grande botão verde. Uma pequena antena sai do controle e emite um raio verde, que vai em direção à Kenta.

– Mas o quê...? - Kenta é atingido pelo raio verde e uma pequena explosão de fumaça verde ocorre.

– Parece que dormiu. Vou te deixar em casa, para poder viver o seu “Dia de Gnomo”, humano.



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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de postar review, mesmo se não gostar. Críticas construtivas me animam e eu posso editar o capítulo quando bem entender, se houver algo errado. Obrigado pela leitura!



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