Change Of Heart escrita por Sak Hokuto-chan


Capítulo 17
I Don't Know What's Going On


Notas iniciais do capítulo

Mil anos depois... desculpem, acho que nunca demorei tanto com essa fic, mas eu estou numa fase bem ocupada, trabalho, artigo científico e talz, daí já viu...

Orphelin, obrigada pela betagem e por não ter me esfolado viva pela demora -q S2

Fanart por Cotton Candy/Aquoi.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/201794/chapter/17

Capítulo XVII

Eu não sei o que está acontecendo
Estou tão perto de você
Estou tão confuso por sua causa
I Don't Know What's Going On - The Cure

Na velocidade em que saiu de casa, Mu alcançou o leonino facilmente. Já que tinham começado a conversa, precisavam terminá-la. Entretanto, a vontade do mais novo de conversar tinha desaparecido. Aiolia simplesmente olhou para o ariano de cima a baixo, estalou a língua e voltou a caminhar como se não o reconhecesse.

– Você é um garoto muito difícil, sabia? – Mu observou, seguindo atrás do outro.

– Não me chame assim, não sou mais criança!

O tibetano soltou um suspiro exasperado e puxou o mais novo pelo braço, sem nem pensar direito no que fazia:

– Então, pare de se comportar como uma criança emburrada!

Aiolia lançou um olhar arreliado para a mão em seu braço e, com um movimento ríspido, soltou-se. No instante seguinte, ele avançou um passo na direção de Mu, diminuindo ainda mais a distância entre eles, para perguntar:

– Como devo me comportar? Ah, é! – exclamou com sarcasmo, fingindo lembrar-se de algo. – Você quer que eu fique íntimo do Shaka. Mas como? Devo agarrar o loiro azedo e levar pra cama? Vamos ficar bem íntimos assim!

– Eu nunca disse isso! – Mu replicou abismado, dando um passo para trás, por reflexo, diante da irritação do outro. – Eu só-...

– E qual o motivo disso? – o leonino interrompeu, diminuindo o tom de voz. – Afinal, sempre me pareceu que o Shaka estava afim era de você! Tá tentando se livrar dele empurrando pra mim?

Não! – exclamou tão alto que o mais novo se calou.

Mu estava com dor de cabeça, sentia-se... irritado. Logo ele que era sempre tão calmo. Podia sentir o sangue latejando nas têmporas, aquele era um sentimento com o qual não estava acostumado a lidar. Mal podia se lembrar de já ter se sentido tão irritado alguma vez na vida, além daquela.

E lá estava ele, fervendo de indignação, corado e mudo pela emoção repentina. Certo, melhor parar com isso. O tibetano fechou os olhos e respirou fundo, disposto a controlar-se. Quando tornou a abri-los, ficou surpreso ao ver a expressão de Aiolia.

Os olhos meio verdes, meio azuis, continham um brilho de puro triunfo e o leonino sorria como se tivesse ganhado alguma coisa.

– Caramba! – ele exclamou empolgado. – E não é que você é capaz de se irritar como uma pessoa normal mesmo? Por minha causa!

– Isso não deveria ser motivo de orgulho – Mu resmungou aborrecido, cruzando os braços. – Preste atenção ao que vou dizer. Eu só queria que o Shaka se aproximasse mais dos amigos, criasse mais intimidade, porque ele é muito fechado. Assim, quem sabe, ele não descobriria se realmente gostava de mim mais do que como um irmão – encarou o mais novo com firmeza. – Não estou dizendo pra ter um caso com ele, não precisa nem ajudar, se não quiser.

Após alguns segundos de silêncio, Aiolia cruzou os braços atrás de cabeça, olhando para cima, e disse despreocupado:

– Eu sei.

Sabia? Então, por que dissera todas aquelas coisas absurdas antes? Mu achou que fosse ter uma síncope. Não dava para entender aquele garoto.

O leonino mordeu o lábio inferior e deu de ombros.

– Você me irritou e eu quis retribuir, só isso.

Mu não teve energia para perguntar como, exatamente, o tinha irritado. Principalmente depois que o grego estendeu a mão para ele com um sorriso radiante:

– Amigos?

– ...

Com um novo suspiro cansado, o ariano apertou a mão do grego. Sobressaltou-se ao ser puxado de encontro a este para um abraço, mas deixou-se abraçar. De repente, toda a sua irritação tinha evaporado e ele soube que, por mais que Aiolia tivesse o dom para tirá-lo do sério, nunca conseguiria ficar irritado com ele por muito tempo.

Durou só alguns instantes, mas Mu teve a mesma sensação reconfortante de quando o mais novo o abraçara no Meikai. Isso o fez se lembrar da pergunta que tinha feito quando ainda estavam em sua casa, a mesma que Aiolia não tinha respondido: se ele estava se comportando estranho consigo por causa do incidente no Meikai e, se fosse este o caso, qual seria a solução para aquele problema.

O tibetano repetiu a pergunta, mas o leonino apenas o soltou e, antes de partir, disse que não se preocupasse mais com aquilo. Enquanto se afastava, Mu ficou olhando para ele pensativamente. Não conseguia não se preocupar.

– Ah, quer saber? – Aiolia perguntou já meio longe. – Eu prefiro você quando tá tranquilo mesmo.

– Ahn? – replicou por falta de algo melhor pra dizer, mas o mais novo apenas acenou e sumiu na noite.

Amigos, ele tinha sugerido... Por que algo naquela história lhe causava inquietação?

***

Já Milo estava inquieto por não estar conseguindo ter muito progresso com Shina. Ele a tinha beijado com empolgação, abraçado com fervor e a empurrado sobre a cama com habilidade. Aí, ela comentou de repente:

– Só você ainda não percebeu que ele tá provocando, Milo... Acorda!

Ele? – perguntou desnorteado, os dedos prestes a abrir o terceiro botão da camisa dela.

– Camus – ela respondeu como se fosse óbvio. – Primeiro, ele fica distante porque você, e somente você, ficou confuso depois de tudo o que aconteceu no Meikai – Shina explicou, totalmente alheia à situação em que se encontrava. – Como se não bastasse, ele anda por aí com o tal Hyoga, quase amigável e tudo o mais. Milo, o Camus amigável de uma hora pra outra... Isso não parece, no mínimo, estranho?

O escorpiano a encarou embasbacado. Estranho era ela ficar falando uma coisa daquelas num momento tão inapropriado como aquele! Ok, não tinha sido ruim ficar com o francês, mas tinha sido só uma vez. Ele não pretendia trilhar esse caminho tão... yaoi. Não era porque achava alguns caras atraentes – e se agarrara com um deles! – que era gay, certo? Caramba, o que seus pais diriam?

– Naah, Milo, não é como se você fosse se casar com o Camus, né? – ela o interrompeu, despreocupada. – Vocês só têm quinze anos. Bom, no futuro, quem sabe...

Shina! – ele exclamou com irritação. – Pare com isso! Qual o seu problema? Não dá pra entender que eu quero você? – com isso, o grego a deitou de novo na cama, inclinando-se por cima dela.

Para Milo, a garota não fazia o menor sentido. Ele ainda não conseguia ver que, embora fossem sempre ser amigos, não havia esperanças para eles como um casal. Eram muito geniosos e dominantes. E nenhum dos dois estava interessado em romance. Sem falar que Shina era uma fangirl yaoi...

Porém, o escorpiano só veria essas coisas depois. Àquela altura, tudo o que ele queria era que a garota pagasse sua promessa de um momento divertido, por tê-lo feito assistir aos OVAs yaoi.

– Ah, espera aí! – o grego exclamou do nada, olhando a situação por um novo ângulo. – Por acaso, você fica cortando o clima por querer se guardar pra depois do casamento e essas coisas das quais as mulheres tanto gostam de se gabar?

Shina riu na cara dele:

– Fala sério! Desde quando eu faço o tipo convencional? Olhe pra mim, Milo... Eu gosto da ideia de você ficar com outro cara, sendo que estamos meio que... juntos. Eu quero mais é viver, aproveitar as coisas boas... – e deslizou as unhas compridas lentamente pelo tórax desnudo do rapaz.

Milo arregalou os olhos azuis, um forte arrepio correu por sua espinha e ele sentiu uma pontada conhecida no baixo-ventre.

– Mas, se você estiver com medo, eu posso entender... – Shina comentou ironicamente. – Já que você sempre foi o uke nessa relação...

– O quê?! Sua-... – foi interrompido por um beijo.

O escorpiano não entendeu direito como ou porquê a situação ficou daquele jeito, mas resolveu não perder a oportunidade. Assim, mergulhou uma das mãos sob a saia de pregas que Shina usava, deslizando-a na pele macia das coxas dela. Finalmente, começava a fazer com que a garota esquecesse qualquer comentário que ainda quisesse fazer sobre certo ruivo.

***

E, enquanto treinava com seu arco e suas flechas, Aiolos esquecia-se de seus problemas. Não havia nada com o que se preocupar, isto é, Pandora para seduzi-lo e Shura para cobrá-lo uma resposta. Existia apenas ele e o alvo distante – com o centro repleto de flechas que o sagitariano acertara com sua destreza invejável.

– Incrível como sempre – Shura comentou, aproximando-se com um florete em mãos.

Num pulo sobressaltado, Aiolos agradeceu meio desajeitado, quase deixando o arco cair das mãos. Sentiu-se um tolo. O espanhol não o estava pressionando de jeito nenhum. Pelo contrário. Desde que se declarara no anfiteatro, Shura nunca mais tocara no assunto. Continuava a se comportar como o amigo de sempre, sem fazer qualquer pressão para ter uma resposta.

Por que não respondia algo de uma vez? Era o que Aiolos perguntava a si mesmo toda vez que via o espanhol. Não tinha achado os beijos trocados com Mu, na adolescência, ruins. Nem mesmo ser agarrado por um Saga descontrolado tinha sido uma experiência traumática. Então, o problema não era o fato de Shura ser um homem. O problema é que eram amigos e poderiam estragar a amizade, caso aquilo não desse certo. Era por esse motivo, inclusive, que Aiolos e Mu nem tinham tentado algo. Mas o ariano não gostava dele do mesmo jeito que Shura dizia gostar. O capricorniano se mostrara disposto a correr o risco de... Ah! Ainda havia Pandora. Que problemático! Sua cabeça ia explodir naquele ritmo!

– Hm, Aiolos? Tudo bem? – Shura quis saber, passando a mão na frente dos olhos do outro.

– Ahn? Ah, sim! – respondeu confuso, olhando ao redor com agitação. Seu olhar parou no florete. – É mesmo, você foi escolhido pra representar nossa universidade na esgrima, naquele campeonato nacional que vai acontecer, não é?

Shura anuiu com um sorriso ínfimo.

– Assim como você para arco e flecha. Isso significa... – o capricorniano disse num tom mais baixo, aproximando-se ainda mais do amigo – que vamos passar muito tempo juntos.

– Ahn, sim... Como no ano passado... – concordou meio desconcertado. Só que, da vez anterior, Shura não havia dito nada sobre seus sentimentos, certo?

O espanhol sorriu um pouco mais, deslizando os dedos entre os cabelos castanho-claros de Aiolos, antes de afirmar:

– Será quando o conquistarei, se não me der uma resposta até lá.

Depois, foi embora tranquilamente, deixando Aiolos parado na quadra, sem reação e alheio às pessoas que começavam a observá-lo com curiosidade.

Bem, o grego pensou consigo mesmo, talvez fosse melhor daquele jeito. Vai que o Shura não fosse tão bom assim em conquistar? Espera! Mas e se fosse? Oh, droga!

Aiolos ainda nem tinha se lembrado de que Pandora também participaria do campeonato, representando a ginástica artística...

***

Assim como Ikki não sabia o que tanto Shaka fazia na companhia de Aiolia ultimamente. Aqueles dois discutiam durante todas as aulas, como sempre, mas quase todos os dias, na saída do colégio, era possível vê-los caminhando juntos e conversando sem grandes discussões.

Na verdade, eles discutiam sim, bastante, toda vez. Só que Ikki não tinha como saber disso da distância que os observava.

Naquele dia, Aiolia e Shaka tinham parado numa praça para conversarem. O oriental os olhava de longe, achando que estava se tornando superprotetor demais desde a bebedeira do loiro. O que era um absurdo, porque Shaka não era seu irmão caçula. Percebendo seu próprio comportamento deveras estranho, resolveu ir embora.

Contudo, quando se virou, deu de cara com Afrodite, que se aproximava com uma rosa vermelha numa das mãos. O sueco parou à sua frente e olhou por cima de seu ombro, antes de rir.

– É melhor você se apressar, Ikki, ou vai acabar ficando pra trás.

– Do que você tá falando? – replicou mal-humorado.

O pisciano o ignorou. Voltou a olhar para a dupla distante e sorriu com deleite. Aiolia e Shaka pareciam se encaixar no caso clássico de duas pessoas que viviam brigando, mas que, no fundo, se gostavam. Bom, isso também se aplicava à relação entre Ikki e Shaka que parecia evoluir cada vez mais desde a noite no Meikai, já que estavam se dando bem melhor.

– Só que, agora, quem vive pra cima e pra baixo juntos são eles – Afrodite comentou distraído. – Significa que você perdeu ou que vão acabar num triângulo amoroso?

Ikki olhou feio para o pisciano. Quanta bobagem!

– Ah, vai dizer que você não se interessa pelo Shaka? – o sueco pestanejou inocentemente para o outro, passando a rosa na frente da boca. – Toda aquela implicância, depois a proximidade... E, por fim, essa mania de ficar observando ele e o Aiolia por aí... Você é voyeur, que interessante...

– Não é nada disso – resmungou, apertando os punhos.

Ora, só estava estranhando aquela repentina proximidade entre aqueles dois! Quando se aproximou mais de Shaka foi por um motivo muito claro: cuidar deste depois da bebedeira. Mas e quanto a Aiolia? Que motivo o grego teria para estar mais próximo do virginiano?

Afrodite deu de ombros.

– Claro! – o oriental comentou com descaso. – Você nem sabe o nome do cara com quem tá saindo há semanas, como saberia algo sobre qualquer outra pessoa, não é?

– Ora – fez o sueco, semicerrando os olhos claros. Citou enquanto acariciava as pétalas da flor suavemente: – O que há num nome? O que chamamos rosa, com outro nome não teria igual perfume?.

Ikki entendeu o que ele quis dizer, mas arqueou uma sobrancelha por aquela citação.

– Shakespeare – Afrodite explicou, diante da aparente ignorância do outro. – Nunca leu Romeu e Julieta?

– Não sou chegado nessas histórias de amor.

O pisciano riu. Ele era uma pessoa realista. E Romeu e Julieta – que se apaixonaram num domingo e morreram na quinta-feira da mesma semana –, não lhe pareciam um exemplo de amor. De paixão repentina e doentia, talvez. Era até... fascinante.

– Olha quem vem aí – ele disse, piscando maliciosamente para o mais velho e lhe entregando a rosa que tinha em mãos, antes de ir embora.

Ikki encarou a flor com uma careta, sem saber o que fazer com ela. Depois, lançou um olhar aborrecido para Shaka, que já não estava mais com o grego.

– O que faz por aqui? – o indiano perguntou, sentindo uma aura estranha no ar. – Algum problema?

– Eu quem pergunto – redarguiu com um humor ainda pior do que estava antes.

Shaka franziu o cenho em confusão. No entanto, antes que pudesse dizer alguma coisa, o oriental empurrou a rosa para suas mãos e se afastou com passos rápidos. O virginiano ficou olhando para a flor sem compreender nada.

***

Naquele mesmo dia, Milo nem precisou dizer algo para que Aiolia compreendesse o motivo de sua alegria absurda. Obviamente, o escorpiano fez questão de contar o que tinha acontecido com todas as letras só para importunar o amigo.

– Que tal isso, Aiolia? Você pode ter beijado antes de mim e até mesmo já ter beijado uma garota mais velha supergostosa, mas perdi a virgindade antes de você, hah!

– Ah, é mesmo? – replicou, arqueando uma sobrancelha para o outro. Sentou-se no sofá de sua casa e esperou que Milo parasse de andar de um lado para o outro, congratulando-se pelo feito recente. – E foi bom pra você, minha Maçã-do-Amor?

– Ótimo! – exclamou entusiasmado, mas olhou feio para o outro por causa da forma como foi chamado. – Você tá devagar, hein? Haha! Logo até o Shaka vai ter perdido e você nada...

Aiolia mordeu o lábio inferior, disposto a não se aborrecer.

– Vou resolver isso agora mesmo... – disse com malícia, puxando Milo com tanta força que este caiu sentado em seu colo. O leonino imediatamente o abraçou pela cintura, sem dar chances para que o loiro se levantasse – E, de quebra, ainda te faço perder a virgindade de trás, que tal?

GAH! Nunca! – Milo protestou todo vermelho, afastando-se num pulo assustado. – Aliás, a Shina nem tá aqui pra você ficar me zoando com essas coisas yaoi!

– Quem disse que ela precisa estar olhando, Flor do Campo?

Milo soltou uma torrente de xingamentos.

Aiolia riu com gosto, porém, na verdade, ele estava meio aborrecido sim, por Milo ter feito uma coisa daquelas antes dele. E olha que ele tinha tido a oportunidade bem antes! O que o impediu foi sua própria... honra?

Ele tinha aprendido muito bem os ensinamentos de Kanon, porém, os aplicara na pessoa errada: Marin. Tinha sido muito fácil conquistá-la e envolvê-la, pois, segundo todos os seus amigos, a ruiva gostava dele. Ou seja, ele tinha uma vantagem. Apenas não pensou nas consequências primeiro.

O problema era que Marin era sua amiga. Amiga de infância. Era muita falta de respeito e consideração levar uma amiga para a cama, sabendo que ela gostava de você – que gostaria de namorá-lo! –, quando você não queria nenhum compromisso, certo?

Certo! A mente de Aiolia concluiu em um momento bastante inoportuno. Ou oportuno. Ele não tinha muito certeza se ficara feliz ou triste por concluir tal raciocínio bem a tempo de se impedir de fazer o que pretendia. Foi muito duro, em amplos sentidos, ter que se controlar.

Marin tinha ficado bastante surpresa. Ela, também, sem saber se feliz ou triste pela atitude do leonino. Feliz pela consideração, triste por saber que ele não a correspondia da mesma forma. Todavia, seu raciocínio a estava levando, lentamente, a uma conclusão que Aiolia ainda não podia sequer imaginar.

***

Havia muitas coisas que Camus podia imaginar, por mais que ele fizesse o tipo calculista. A combinação, em geral, funcionava bem. Especialmente para o que estivesse relacionado a Milo.

Por exemplo, ele imaginou como Milo ficaria confuso depois daquela noite no Meikai e, então, calculou que precisaria se distanciar para que o loiro pensasse direito. Como não adiantou muito, porque o grego era teimoso, ele teve que imaginar algumas outras coisas.

– Camus! – o escorpiano chamou, assim que viu o outro se despedir do tal Hyoga na frente da biblioteca pública.

– Milo.

O grego hesitou. Já fazia cerca de um mês que as coisas entre eles estavam daquele jeito... frias. Só que, agora, não estava mais confuso. Ao menos, achava que não. Concluíra que preferia garotas, Shina mais especificamente. Assim, podia tentar voltar ao normal com Camus, certo?

Errado! Ainda lhe incomodava ver o francês com o tal Hyoga, e tinha algo estranho nisso. Se sentia traído. Aquele loiro-aguado era uma companhia melhor do que ele, por acaso? Milo reclamava de Aiolia, mas era bastante possessivo também.

– Quem é esse cara, hein? – perguntou abruptamente.

– Meu aluno – o ruivo respondeu com indiferença.

Milo fez cara de ahn?, já que o rapaz era mais velho do que Camus.

– Ensino francês pra ele.

– Ah! E por quê?

Camus semicerrou os olhos para o outro. Por que isso importava?

– Porque... – o grego começou, prestes a surpreender o ruivo por não pensar antes de falar: – Hmm... Eu também gostaria de aprender francês com você. Só isso...

– ...

Ok, era uma ideia ruim, Milo tinha que admitir para si mesmo. Primeiro, porque Camus queria distância dele e, segundo, porque isso daria ainda mais motivos para Shina viajar nas ideias yaoi. Só que antes de sua mente brilhante terminar de processar tais implicações, sua boca ignorante já estava insistindo:

– Ehrm... s’il vous plaît?¹

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

¹ Por favor?

Milo falando francês S2 Será que o Aiolia vai sossegar de vez? Pobre Mu, é muita complicação pra um ariano só... -q Vamos avançar bem pouquinho o tempo no próximo, mas já vai dar um up nas relações =3

Obrigada pelas reviews: Isa Angelus, Kiba-Ino, cler8night, Crush Girl, Leo Saint Girl, Orphelin, ddkcarolina, euzinho x, Kaorux3, Faith e Hanajima S2

Que tal esse capítulo? Torçam por mim na apresentação do meu artigo científico, pois se tudo der certo teremos mais fic em breve ^^