A morte da bezerra escrita por BubblesChan


Capítulo 2
Marcas


Notas iniciais do capítulo

Capitulo escrito por Edson Alca & BubblesChan !



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# 05/05/2001

# 14:25 - Biblioteca


Sabe... Às vezes ser tão solitária quanto eu cansa. Mas eu acho que estou bem melhor assim, sozinha. Pra mim é difícil fazer amigos e, principalmente, mantê-los. Vai que eu confio em alguém e essa pessoa me magoa, ou me machuca? Não. Há muitas pessoas que já fazem isso muito bem. Minha mãe disse que meu pior defeito é que não consigo confiar em ninguém. Coitada. Ela mal sabe por que me tornei assim, desconfiada e fria.


Não é minha culpa, nada disso é. A única vítima aqui sou eu. Mas quem vai acreditar na garota pálida de cabelo desbotado? A excluída social? Ninguém. Pelo menos eu posso confiar em você, diário. Foi uma ótima ideia ter começado a escrever, sinto que tiro um enorme peso de minhas costas.

Hoje foi um dia muito ruim, talvez até pior do que ontem. Tive que olhar no fundo dos olhos do menino que machuquei. Foi estranho, pela primeira vez na vida me senti um tanto “vitoriosa”, foi uma sensação interessante. Ele me encarava num misto de ódio e medo. O curativo no braço dele é bem maior do que eu imaginava. O corte foi realmente bem profundo.

Mas não me senti tão bem assim o dia todo. Matheus (o menino que machuquei) tem muitos amigos, ele pode ser considerado “popular”, pelo que sei. Foi aí que comecei a sentir medo de novo. Angústia, pra ser mais exata. Digamos que os membros de sua pequena gangue não tiraram os olhos de mim um segundo sequer. Isso definitivamente não é bom.

Estou escrevendo na biblioteca, sempre fico aqui. Não há motivos pra ir até o pátio. Também não há ninguém pra me acompanhar. Sinto-me segura aqui, no silêncio. Porém, creio que devo voltar pra aula agora. Deseje-me sorte.


# 05/05/2001


# 19:30 - Quarto


Amigo Diário... Estou de volta, não igual, um tanto machucada e traumatizada. Mas vou desabafar tudo que aconteceu.


Depois que saí da biblioteca, fui direto pra aula. Durante todo o tempo que passei naquela sala, senti olhares famintos sobre mim. Mesmo assustada, continuei a prestar atenção na matéria. Depois de ter minhas duas últimas aulas, o sinal finalmente tocou. Arrumei meus livros e saí da sala, como sempre a última. Segui tranquilamente pelo caminho de sempre. Até que ao dobrar a esquina vi Matheus e seus amigos. Não sabia o que fazer, mas não podia demonstrar medo, segui normalmente e passei por eles. De repente, alguém me agarrou por trás. Taparam minha boca e me arrastaram até um beco que dava em uma antiga casa abandonada. Não sabia como, mais eles tinham a chave. Essa serviu para abrir e nós trancar dentro.

Eu tentava me soltar daquelas mãos, mas eles tinham mais força do que eu. Quando percebi eu estava em um quarto. Nele não havia nem tinta na parede, apenas uma cama velha. Imaginei na hora o que eles iriam fazer comigo. Por conta do desespero minha força aumentou, mas não foi o suficiente para me livrar do que estava por vir. Diário, vou tentar ser bem breve, pois tenho vergonha do que aconteceu, ao mesmo tempo tenho ódio de todos eles, eram quatro adolescentes malhados contra uma garota fraca.

Aos poucos eles tiraram minha roupa. Quando eu estava totalmente despida eles trataram de fazer o mesmo. Um deles se jogou sobre mim, enquanto os outros três acariciavam meu corpo. Logo senti a penetração, lágrimas escorriam, e risos retumbavam em meus ouvidos. Eles eram frios, totalmente sem sentimento. Simplesmente abusaram de mim e me deixaram lá sofrendo. Perdoe-me por compartilhar isso, mais não tenho a quem contar. Só precisava escrever que contra minha vontade, não sou mais virgem.



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Notas finais do capítulo

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