Contra Todas As Probabilidades escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 39
É hora do show


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! mais um capítulo novinho pra vcs. Espero que gostem do show da Monica. Para ficar mais legal, eu sugiro abrir o link da música em outra página e ouvir enquanto le o restante da fanfic.
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Coloquei a tradução da música para ficar mais fácil o entendimento e também porque a letra tem muito a ver com o que a Mônica passou, na minha opinião.
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Obrigada a Danettes pela sugestão, adorei. Todas as outras sugestões foram muito boas e eu tive dificuldade para escolher a música, mas achei que essa se encaixava mais na história. Eu ainda não conhecia a Kelly Clarkson antes e achei muito legal essa música. E obrigada também a todos que deram sugestões de músicas.
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E como vcs devem ter visto, eu fiz um desenho com o look que a Mônica planejou usar em seu show.



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08:00h



Um cheiro bom de café fez com que ela acordasse bem disposta, imaginando que sua mãe devia estar preparando algo muito gostoso.



– Bom dia, mãe!


– Nossa, quanta alegria! Parece que entrou um raio de sol nessa cozinha!


Seu pai também ficou satisfeito ao ver a boa disposição da filha. Tudo estava voltando ao normal.



– E aí, filhota? Dormiu bem?


– Dormi sim, pai. Estou cheia de energia para o show de hoje à noite. Vocês vão, não vão?

– Claro que a gente vai! Agora tome seu café. O Quim mandou esse bolo de presente, tá uma delícia!


Ela comeu com apetite e foi tomar um banho rápido. Carmen tinha marcado com ela para irem ao salão de beleza por volta das nove horas. Se qualquer outra menina fosse, o Cebola poderia desconfiar. Contudo, ele dificilmente desconfiaria de Carmen já que as duas nunca foram muito próximas.



Assim que ela terminou de trocar de roupa, depois do banho, a campainha tocou.



– E aí, pronta?


– Pronta.

– Então vamos que o meu chofer está esperando.

– A gente vai de carro?

– Claro, fofa! Uma Frufru não vai ao salão de beleza a pé!


Quando elas chegaram ao salão, Carmen encomendou o serviço completo. Massagem para relaxar, hidratação nos cabelos, esfoliação, limpeza de pele, manicure, pedicure, fazer as sobrancelhas e até depilação. Mônica foi amassada, esticada, apalpada e cutucada por mais de três horas inteiras, mas o resultado tinha valido a pena. Nada como um bom tratamento de beleza para deixar qualquer mulher para cima.



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13:00



Isa e Maria Melo escolhiam as flores que eram colocadas cuidadosamente em uma cesta. Eram margaridas de cores variadas como branco, amarelo, rosa claro e lilás. Uma para cada membro da turma e mais algumas de sobressalente.



– Isa, será que essas flores vão agüentar até a hora do show?


– Não tá muito quente hoje não. Elas devem agüentar. Quando o Cebola não estiver olhando, a gente dá uma para cada um.

– Ai, vai ser um luxo, eu mal posso esperar!


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14:00



– Agora pode apertar o botão, Jeremias.


– Beleza!


A rede abriu-se na mesma hora, deixando Franja muito satisfeito. O controle remoto funcionava a uma boa distância e não tinha chances de falha. Para garantir, ele ia colocar pilhas novas em folha para não dar problemas.



– Está funcionando muito bem. Agora me ajudem a colocar essas coisas dentro da rede antes que o Cebola resolva aparecer de repente.



Franja, junto com Titi e Jeremias foram colocando todos os itens dentro da rede, que seria acionada no fim do show da Mônica. A rede não era transparente e ele sabia que Cebola não ia querer checar seu conteúdo antes do show por medo de levar um banho de melado.



– Pronto! Agora vou pedir para Marina avisar a Mônica de que ela tem que ficar bem no meio do palco para dar certo.


– Será que não tem perigo de alguém mexer aí antes da hora? – Titi perguntou coçando o queixo.

– A rede é bem forte e só vai abrir quando o controle for acionado. Não tem erro.


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15:00




Cebola ia colocando suas roupas sobre a cama enquanto Cascão estava sentado na cadeira em frente ao seu computador olhando tudo um tanto apreensivo. Parte sua queria mesmo que o Cebola aprendesse a lição, mas outra parte o repreendia por esconder toda aquela armação do seu melhor amigo. Como ele ia ficar quando tudo viesse abaixo?



– Que foi, Cascão? Você tá tão quieto...


– Nada não, careca. Escuta, você vai mesmo fazer essa palhaçada com o show da Mônica? Por que você não deixa isso pra lá?

– Tá doido? É hoje que eu derroto aquela dentuça de vez e não vou deixar essa oportunidade passar de jeito nenhum!

– Ah, deixa disso, cara! Seus planos nunca funcionam!

– Vai funcionar hoje. O que foi? Por acaso tá com peninha da Mônica?

– Er... não, é que... sei lá!


O rapaz largou o que estava fazendo e fitou o amigo com aquele olhar cortante.



– Escuta, por acaso você está querendo me dizer alguma coisa?


– Eeeuu? Claro que não!

– Cascão, você tá com aquela cara de cachorro que peidou na capela! Pode ir desembuchando!

– É que... eu... eu... – o suor começou a escorrer pelo seu corpo e seu coração palpitava de medo. Diferente do Cebola, Cascão nunca fora bom mentiroso. Felizmente, um pequeno raio de luz surgiu na sua mente tumultuada e ele voltou a falar – é que eu tô com medo, sabe...

– Medo de que, criatura? Da Mônica te bater? É isso? Fala sério!


Ele procurou disfarçar seu alívio ao ver o Cebola dando uma risada debochada.



– Ué, a gente sempre apanha quando seus planos dão errado, esqueceu?


– Deixa de ser medroso! Depois de hoje, a Mônica nunca mais vai ter coragem de levantar a mão pra ninguém! Ah, vá! Deixa disso e me ajuda a escolher a roupa. Eu quero estar bem elegante para poder ver a Mônica sendo derrotada!


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16:00



O auditório estava ficando cada vez mais cheio com alunos, pais e parentes dos que iam se apresentar naquela noite. Dentro de poucos minutos, seria feita a primeira apresentação.



– Cara, minha bunda tá doendo! A gente precisava ter chegado tão cedo? – Xaveco reclamou esfregando o próprio traseiro dolorido por ficar sentado naquelas cadeiras por uma hora inteira.



Tikara, que estava do seu lado, também reclamou.



– O Cebola é folgado demais, fala sério!



Quase todos da turma estavam sentados ali, pois tinham chegado mais cedo para poderem sentar na frente. Não teria nenhuma graça se todos se sentassem nos fundos. O lugar do Cebola estava guardado e tinha sido cuidadosamente escolhido por ele para assistir tudo em primeira mão. Ele não queria perder nenhum detalhe.



Lucas: – E as meninas, onde estão?


Titi: – Elas já vem.

Quim: – Melhor mesmo, senão o Cebola vai desconfiar.

Titi: – A Aninha vai arrumar o cabelo da Mônica e Keika fará a maquiagem. Magali e Cascuda vão ajudar a vestir a roupa e acertar alguns detalhes. Cara, mulher é complicada demais, viu? Homem se arruma num segundo!

Quim: – Eu é que não ia querer uma mulher que se arruma em um segundo. Elas demoram mesmo, mas o resultado sempre compensa.


Os rapazes acabaram concordando. Por mais que reclamassem da demora, eles sempre se esqueciam de tudo quando viam sua garota linda e radiante.



Felipe e Luisa também tinham conseguido bons lugares, embora tivessem tomado cuidado para não ficarem muito perto da turma.



– Felipe, cuidado com essas flores! Já pensou se o cabeça de cebola vê isso?


– Ah, foi mal! É que eu não podia aparecer com as mãos vazias, né?

– Precisava trazer esse buquê enorme?

– Não enche! Eu vou dar isso pra Mônica no fim do show. Será que ela vai gostar?

– Ah, que pergunta, né?! É claro que ela vai gostar!

– Eu to é doido pra ver o cabeça de cebola quebrando a cara!

– Nem me fale, vai ser hilário!

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17:00



Enquanto aninha cuidava do cabelo, Keika fazia a maquiagem. Faltavam apenas esses detalhes para terminarem o look da Mônica, que já tinha vestido suas roupas e acessórios, tudo fornecido pela Marina.



– Nossa, seu cabelo ficou muito sedoso! Assim fica fácil pentear.


– E sua pele está ótima! Nem precisa tanta maquiagem assim!

– Valeu, gente. Será que o Cebola já chegou?


Keika respondeu.



– Acho que sim. Aquele namaikina(descarado) fez os rapazes chegarem muito mais cedo pra marcarem lugar pra ele, vê se pode?


– Ah, mas a hora dele tá chegando, esperem só pra ver!


Quando Aninha terminou de arrumar os cabelos e Keika a maquiagem, elas foram embora rapidamente antes que o Cebola desse pela falta delas. Tudo já estava pronto e em seus lugares para o grande show e também para a queda daquele projeto de ditador.



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17:30



Enquanto um rapaz tocava violoncelo, havia uma certa tensão entre as pessoas que ocupavam os bancos da frente. Muita expectativa, alguns tentavam conter o riso e várias conversas paralelas eram cochichadas aqui e ali.



Ele estava confortavelmente sentado em seu lugar e Cascão estava do seu lado, segurando um pequeno balde de pipocas para que Cebola não sujasse sua roupa. Do outro lado estava Irene que mal disfarçava seu desagrado por não ter podido sentar perto do Lucas. Cebola tinha convidado-a para se sentar ao seu lado achando que aquilo ia desconcentrar a Mônica durante o show e ela só aceitou porque sabia que não ia dar certo. Há muito tempo a Mônica não queria nada com aquele sujeito e só ele não percebia ou não queria perceber.



– Quando é que ela vai apresentar? Que demora! Eu quero voltar pra casa ainda hoje!


– Segura a onda, careca. O show dela vai ser por volta das seis da tarde, eu acho.

– Deviam ter colocado como um dos primeiros. Ah, tudo bem. O efeito será o mesmo.


O controle remoto que Franja tinha lhe dado estava sobre seu colo e seus dedos coçavam violentamente, ansiosos para apertar o botão. Ele mal conseguia se controlar e tinha receio de acabar apertando antes da hora, enquanto ela estava cantando.



Toda a turma estava em seus lugares e ele imaginava que todos tinham levado seus tomates podres para jogarem na Mônica depois. Todo o plano estava perfeito, bem planejado e sincronizado. Daquela a Mônica não ia escapar de jeito nenhum!



Denise estava sentada em seu lugar logo atrás do Cebola com sua fiel câmera em mãos, com as baterias carregadas no máximo e todo o espaço necessário para filmar aquela grande noite.



– Cara, eu tô com sede agora... essa pipoca ficou muito salgada. Quem comprou isso?


– Ah, foi a Denise...

– Calma, gatz. Toma aqui! – ela falou na mesma hora estendendo para ele a garrafa de suco que ele aceitou aliviado.

– Beleza, agora fica quieta no seu lugar e grava tudo.


Como o suco estava gelado e muito gostoso, ele tomou a garrafa inteira sentindo-se aliviado por estar livre do gosto excessivamente salgado da pipoca. O que tinha dado na Denise para lhe dar uma coisa tão salgada quanto aquela?



Quando a apresentação do violoncelo acabou, a platéia bateu palmas e a turma inteira começou a sentir o estomago se revirando com o que viria logo a seguir.



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“Nossaaa! Quanta gente! Ai, gsuis!” ela respirou fundo várias e várias vezes tentando se acalmar. Era preciso estar calma, linda e deslumbrante para arrasar no seu show. E não havia porque ter medo. Ela tinha ensaiado muito bem, seu visual estava divino e seu show ia ter um grande final que iria surpreender a todos, principalmente o Cebola.



– Uau, isso foi demais, não foi? – Licurgo, que estava fazendo papel de apresentador, falou para a platéia. - Eu adorei esse show com esse violino gigante. E eu não sou louco!



Uma risada preencheu a platéia e ele continuou.



– Agora temos o show de Mônica Souza e alguma coisa me diz que vai ser um estouro daqueles, não é Cenourinha? – Cebola levantou uma sobrancelha, intrigado com aquilo. - Sem mais delongas, aí vem a nossa garota!



Quando anunciaram seu nome, Mônica entrou no palco exalando confiança e beleza, deixando os rapazes alvoroçados. Assobios, gritos e gracejos eram ouvidos por toda parte.



– Linda!


– Que gata!

– Casa comigo!

– Tô apaixonado!

– Seja a nora da minha mãe!


Felipe aplaudia e assobiava para ela, tentando não ter um ataque de ciúmes e nem sair no braço com os babacas que mexiam com sua namorada. Aquilo ia acabar estragando a noite dela.



Cebola também a olhava hipnotizado, quase lamentando por estragar toda aquela beleza com melado, penas e tomates podres. Ela estava tão bonita e radiante! Mas de que adiantava ela estar tão linda se não era para ele? E todo aquele brilho o incomodava um pouco, pois era o que ele sempre quisera para si mesmo e não pode ter.



– Obrigada, gente. Hoje eu vou cantar uma música muito especial e eu espero que vocês gostem. Eu dedico essa música a todos que me ajudaram a ser mais forte, que me ensinaram que cair e levantar faz parte da vida e que ninguém pode me fazer feliz ou infeliz sem o meu consentimento. É para vocês que eu dedico essa musica!



Após um breve sinal para que o DJ tocasse a música, ela começou a cantar. Um tanto hesitante no inicio, mas foi se tornando mais segura e confiante. Sua voz estava mais bonita do que nunca e todos aqueles que disseram que ela não sabia cantar ficaram pasmos.



(quem quiser ouvir, aqui está a música: http://www.youtube.com/watch?v=avYxiIRG4xQ)



Sabe, a que cama parece mais aquecida


Quando eu durmo aqui sozinha

Sabe, eu ainda sonho colorido

E faço coisas que eu quero fazer


Você acha que teve o melhor de mim

Acha que você riu por último

Aposto que acha que tudo de bom se foi

Acha que você me deixou machucada

Acha que eu voltaria correndo

Querido, você não me conhece, porque você está absolutamente errado


O que não te mata, te faz mais forte

Te faz sentir maior

Não significa que estou só quando estou sozinha

O que não te mata, te faz um guerreiro

Te faz dar passos mais leves

Não significa que estou destruída só porque você se foi


Cada frase daquela música foi lhe acertando em cheio, fazendo-o apertar os lábios com raiva. Estava mais do que na cara que aquela música era para ele.



O que não te mata, te faz mais forte, forte


Somente eu, eu mesma e eu

O que não te mata te faz mais forte

Te faz sentir maior

Não significa que estou só quando estou sozinha


Você ouviu por aí que eu estava recomeçando com outra pessoa

Disseram que eu estava seguindo em frente, superando você


A medida que ela cantava, a vontade dele de vê-la coberta com penas e melado e humilhada na frente de todos aumentava mais e mais.



Você não achou que eu fosse voltar


Que eu voltaria tão oscilante

Você tentou me acabar comigo, mas você vai ver


O que não te mata, te faz mais forte

Te faz sentir maior

Não significa que estou só quando estou sozinha

O que não te mata, te faz um guerreiro

Te faz dar passos mais leves

Não significa que estou destruída só porque você se foi


A platéia vibrava e dançava junto com a música, deixando-o irritado. Até o pessoal da turma não tinha resistido e estavam batendo palmas também. Tudo bem. No fim, eles iam seguir o seu plano conforme combinado. Era bom mesmo ela pensar que estava por cima. Assim a humilhação seria mais dolorosa.



O que não te mata, te faz mais forte, forte


Somente eu, eu mesma e eu

O que não te mata te faz mais forte

Te faz sentir maior

Não significa que estou só quando estou sozinha


Felipe e Luisa também cantavam junto com ela, contagiados com a alegria que ela passava através da sua música. Seus pais também estavam orgulhosos e toda a platéia acompanhava a musica ora cantando junto, ora batendo palmas. Toni e DC mal conseguiam desviar os olhos dela.


Graças a você eu tenho começado algo novo

Graças a você eu não sou a do coração partido

Graças a você finalmente eu estou pensando mais em mim

Sabe, no fim, o dia que você se foi, era apenas o meu começo

No fim...


– Fala sério, que sortudo mais filho da puta! – Toni falou baixo olhando para Felipe que acompanhava o show, encantado com sua namorada. Uma garota como a Mônica deveria estar com o rapaz mais bonito e perfeito da escola, não com aquele maloqueiro descabelado.




O que não te mata, te faz mais forte



Te faz sentir maior

Não significa que estou só quando estou sozinha

O que não te mata, te faz um guerreiro

Te faz dar passos mais leves

Não significa que estou destruída só porque você se foi


O que não te mata, te faz mais forte, forte

Somente eu, eu mesma e eu

O que não te mata te faz mais forte

Te faz sentir maior

Não significa que estou só quando estou sozinha



Ao ver que a música estava acabando, Cebola preparou-se para acionar o botão. Suas mãos tremiam como vara verde e um pouco de suor escorria pelo seu rosto enquanto seu coração batia de forma desordenada. Seu estomago também parecia cheio de bolhas e sua respiração estava alterada, meio ofegante. Ele olhava o para palco com o olhar vidrado, ansioso pelo seu momento de glória.




“Vamos, só mais um pouquinho, é isso aí!” quando a música acabou, ela foi para o meio do palco, bem no lugar certo e Cebola não quis perder tempo. Seu dedo indicador apertou o botão com força, tamanho era seu nervosismo e a rede instalada pelo Franja abriu-se na mesma hora, despejando sobre ela todo seu conteúdo.



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Notas finais do capítulo

Por favor, não me matem! Amanhã eu vou ver se posto a continuação, tá? Aí vcs vao ver o Cebola quebrando a cara.



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