Contra Todas As Probabilidades escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 38
O pequeno ditador


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vcs. Divirtam-se e não se esqueçam de ler as notas finais!



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- Ai, faz isso não! Eles já fizeram as pazes, estão no maior love... pra que mexer nessa pendenga?

- Porque o Lipe mostrou a foto pra Mônica e ela já deve estar sabendo que é você. Então, pro seu próprio bem, acho melhor falar a verdade agora do que deixar que ela vá atrás de você depois.

Carmen e Luisa foram arrastando Denise pelo braço.

- E a reunião com o Cebola daqui a pouco?

- Daqui a pouco nada! – Carmen discordou – ainda falta muito tempo.

- Ai, gsuis me abana!

Foi com muito custo que as duas conseguiram levar Denise até a casa da Mônica, que ficou surpresa com a visita das três. Mesmo imaginando qual era o assunto, ela não esperava que Denise fosse aparecer (quase) voluntariamente para confessar seu crime.

- O que foi, gente?

- A Denise tem uma coisa pra te contar. Vai lá, criatura! Desembucha logo! – Luisa falou empurrando Denise para a frente.

- Olha, gatz, promete que não vai me matar? Não foi culpa minha não, eu juro! O Cebola me obrigou a fazer aquilo!

- Aquilo o que?

Ao invés de responder, Denise tirou a peruca da bolsa e mostrou para Mônica, que ficou olhando para aquele monte de cabelo sintético sem nenhuma reação.

- Você é a garota da foto, não é?

- Sou...

- Eu já tinha percebido.

- E por que eu ainda tô viva?

- Porque eu não resolvo mais as coisas desse jeito. E fico feliz que você tenha vindo me contar, ainda que tivesse precisado de alguma ajuda. Agora o que eu quero saber é: como o Cebola conseguiu te convencer a fazer aquilo?

À medida que Denise foi explicando, Mônica foi sentindo um desejo incontrolável de jogar o plano para o espaço e ir atrás do Cebola para lhe dar uma boa lição com seus próprios punhos. Como alguém podia descer tão baixo? E ele ainda havia batido na cara da Denise? Quem ele pensava que era?

- Grrrrr! Eu não acredito que o Cebola foi capaz de fazer isso!

- Mas foi, gatz. Ou eu ajudava, ou minhas fotos iam ser publicadas pra escola inteira ver. Você sabe o estrago que isso faz na via da gente, não sabe?

- Sei sim. Tudo bem, Denise. Eu entendo agora. Só que o Cebola foi longe demais e isso não pode ficar assim. Então vamos continuar com o meu plano.

- Beleza.

- Você vai ajudar?

- Claro, fófis! Eu tô doida pra me vingar daquele carequinha desgraçado!

- Ótimo. Agora está na hora da reunião lá na casa dele. Podem ir e finjam que concordam com ele, tá?

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Após terminar de costurar os babados, Marina deu uma sacudida na saia para desprender as linhas soltas e ficou contemplando o resultado.

“Nossa, a Mônica vai ficar linda nessa roupa! Agora tenho que fazer a blusa.”

Ela colocou a saia em um manequim em sua pequena sala de costura e voltou a trabalhar para fazer a blusa. Aquela roupa era para a Mônica usar no show de talentos e Marina queria que tudo ficasse perfeito. Era uma forma de compensar a amiga pelas caricaturas horrorosas que ela tinha feito. Alem da roupa para o show, Marina também ficou responsável pelos vestidos que Mônica ia usar no concurso de patinação, inclusive na patinação em dupla. Nesse segundo caso, ela também ficou responsável pela roupa do Felipe já que se deixasse por conta de Luísa, os dois iam pagar o mico do século vestindo um amontoado de lantejoulas e purpurina.

Quando ia fazer a blusa, ela lembrou-se da reunião na casa do Cebola e mesmo a contra-gosto, Marina teve que largar o que estava fazendo e correr para não se atrasar. Pelo menos aquela ia ser a última das reuniões dele.

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- Poxa, eu bem que queria ter colocado um bocado de laxante nisso aí.

- Agora não, fofucho, senão o Cebola vai desconfiar.

- Tomara que esse plano da Mônica dê certo mesmo, vou adorar ver esse sem noção quebrando a cara!

- Eu também. Agora vamos que daqui a pouco a reunião começa.

Magali e Quim apertaram o passo em direção a casa do Cebola. Quim levava uma caixa com cup cakes, biscoitos e donnuts recheados para ele. E mais essa! Desde quando ele resolveu que tinha de ser tratado como um marajá? Aquele sujeito estava ficando muito folgado!

Eles conseguiram chegar a tempo e viram que Xaveco tinha levado uma grande garrafa térmica com aquele suco que seu pai fazia e Cebola adorava. Titi levou uma pizza e Tikara tinha levado moti doce, uma espécie de doce japonês tipo goma feito com arroz.

Cebola estava sentado no sofá da sala esperando ser servido enquanto cada um ia colocando na mesa de centro as guloseimas que tinha trazido para ele. Franja havia feito alguns upgrades em seu laptop, Lucas tinha conseguido alguns jogos bons para ele e Cascão consertara sua bicicleta.

O rapaz de cabelo espetado olhava a todos se sentindo o dono do mundo, com vários criados lhe servindo lealmente, atendendo a cada desejo seu. Ele podia se acostumar com aquilo facilmente.

- É isso aí, pessoal, obrigado por terem comparecido. E devo dizer que vocês estão indo muito bem na hora de tratar a Mônica! Mais um pouco e ela vai voltar correndo para a nossa turma.

Embora todos estivessem com vontade de esganar aquele careca, ninguém falou nada. Tudo fazia parte do plano. Cascão perguntou enquanto ele tomava um gole do suco que Xaveco tinha lhe dado.

- Como vai ser amanhã no show de talentos?

- Eu preparei um fim especial para o show da Mônica. Deixem isso comigo e não se preocupem. Já está tudo encaminhado. A parte de vocês é outra.

(Magali) – E qual vai ser a nossa parte?

- Tomates.

- ???

Ele deu uma risada diante dos olhares espantados da turma e continuou.

- Ora, que show estaria completo sem uma chuva de tomates podres no final? – ele tinha pensado em jogar milho, mas tomate podre era muito melhor e mais humilhante.

Magali fez a sua melhor cara de drama e procurou caprichar no fingimento.

- Oh, não! Isso é tão... tão... ai, Cebola, eu não sei se vou conseguir!

- Claro que vai, Magá! Você precisa ser forte, falta pouco! Depois disso, a Mônica vai aprender a lição dela e nunca mais inventar moda de novo! Vocês vão ver.

Franja também entrou na encenação.

- Mas Cebola, o que você já planejou não deveria ser suficiente?

- Não! – ele falou mais alto – quanto mais a Mônica for humilhada, melhor será minha (cof cof!) quer dizer, nossa vitória! Vocês sabem como ela é marrenta, não é qualquer coisinha que vai funcionar!

Foi preciso gastar um pouco mais de saliva até ele conseguir convencer a todos. O pessoal sabia que se aceitasse fácil demais, ele acabaria desconfiando e eles estavam ansiosos para verem a cara dele quando seu plano der errado da pior forma possível.

- Então vocês já sabem o que fazer. Cada um leva um tomate bem maduro, se estiver podre é melhor. Quando eu entrar em ação, vocês fazem sua parte.

- E quando a gente vai saber que é pra entrar em ação?

- Vocês vão saber. Só que antes, para que a Mônica não desconfie, não soltem nenhuma vaia. Só depois.

Antes de irem embora, Cebola fez alguns amigos arrumarem a bagunça que a sala tinha ficado. Uns guardaram o resto da comida para ele comer mais tarde, outros lavaram as vasilhas e um terceiro grupo arrumou a sala. Só assim puderam ir embora, irritados com a arrogância do rapaz e ansiosos para vê-lo quebrando a cara. Eles mal podiam esperar.

Depois que os amigos se foram, Cebola foi até seu quarto experimentar os jogos novos que Lucas tinha lhe dado. Quem diria que um dia ele seria servido quase como um rei pela turma? E quando a Mônica fosse derrotada e voltasse para eles, o pessoal ia idolatrá-lo ainda vez mais. Aquele era só o começo da sua dominação mundial e com a Mônica ao seu lado, nada ia ficar no seu caminho.

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- Oi, D. Luiza, a Mônica está?

- Está sim, podem subir.

Elas deram um suspiro aliviado por terem sido bem recebidas e foram direto para o quarto da Mônica.

- E aí, meninas? A reunião já acabou?

Magali: - Já sim e a gente veio correndo pra cá.

Cascuda: – Mônica, sua mãe não tá com raiva da gente não?

- Tá tudo bem, eu expliquei tudo e ela entendeu direitinho. Ela já sabe vocês não fizeram por mal. Agora, se fosse o Cebola, ela tinha expulsado ele daqui a vassouradas!

As três deram uma risada gostosa e Marina continuou.

- A sua roupa pro show tá quase pronta, falta só uns detalhes. Você vai ficar linda!

- Que bom, obrigada Mah.

Magali: – Antes que eu esqueça, o Quim te mandou essas bombas de chocolate. Hã... eu comi uma no meio do caminho e...

- Tudo bem, tem problema não. Eu teria estranhado se você não tivesse comido. Hahaha! Escutem, o que o Cebola vai aprontar para o show além do melado com penas?

Cascuda: – Ai, aquele moleque, viu? Você acredita que agora ele tá querendo te jogar tomate podre?

- É? Ninguém merece!

Marina: – Eu mal vejo a hora disso tudo acabar! Ele tá folgado demais, Mô! Tá tratando todo mundo como se fosse empregado dele!

- Eu acho que esse negócio de dono da rua tá subindo a cabeça dele, isso sim. Ah, vamos deixar quieto por enquanto. Quanto mais alto ele pensar que está, maior vai ser o tombo.

Elas deram um sorriso malicioso imaginando como o Cebola ia ficar no fim de tudo. Em um dia, ele pensava que estava no topo, com todos aos seus pés. No dia seguinte, tudo desabaria como um castelo de cartas. Uma bela lição para alguém com o ego inflado como ele.


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Notas finais do capítulo

Pois é. O show da Mônica será no próximo capítulo, então fiquem de olho. Eu já escolhi a música, mas só vou falar quando chegar a hora. Obrigada a todos que ajudaram sugerindo uma música.



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