Contra Todas As Probabilidades escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 36
Amor, amor, amor...


Notas iniciais do capítulo

Oi, mais um capítulo bem emocionante! Quanto a música da Mônica, eu estou estudando as sugestões e vcs vao ficar sabendo quando eu publicar o capítulo onde ela canta. Aguentem só mais um pouquinho!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/201103/chapter/36

– Hahaha! Ganhei! Sou o mestre do jogo!

– Nhé, convencido! – Xaveco falou colocando o joystick de lado para que Nimbus pudesse jogar.

– Sou mesmo! Quem pode, pode.


Normalmente ele teria levado uns coques na cabeça, só que daquela vez os rapazes sabiam que era preciso mantê-lo ali o máximo possível. E se para isso era necessário deixá-lo ganhar algumas vezes, então eles fariam esse pequeno sacrifício.


DC estava de olho na mochila do Cebola, onde seu laptop estava amarrado. Se ele ao menos tivesse uma chance de dar uma olhada... O problema era fazer isso sem que Cebola desconfiasse. O jeito foi pedir ajuda.


Titi e Jeremias apareceram trazendo duas grandes pizzas nos sabores preferidos do Cebola e DC resolveu aproveitar a deixa ao ver que ele estava ainda mais distraído, jogando e comendo.


– Franja, dá um chego aqui.

– Que foi?

– Olha, eu tô com um problema e acho que vou precisar da sua ajuda. – ele olhou para os lados e viu que não havia perigo do Cebola ouvir a conversa e contou para o Franja resumidamente a história da Denise, deixando-o indignado.

– Fala sério! Sujeito mais filho da...

– Êpa, fala baixo! Já pensou se o Cebola escuta?

– Foi mal. O que você quer que eu faça?

– Por acaso não teria jeito de você invadir o computador dele pra ver se encontra essas imagens?

– Hum... desafiador... você sabe que o Cebola não é nenhum leigo em informática e o computador dele deve estar protegido.

– Protegido contra pés de chinelo, não contra você. Faz uma força aí, véi! A gente depende disso pra fazer a Denise abrir a boca. Sem falar que isso que o Cebola tá fazendo é uma puta sacanagem!

– Deixa eu pensar... – ele ficou coçando o queixo um pouco. – Primeiro, o computador dele precisa estar ligado, então agora não dá pra fazer nada. Eu ainda vou ter que preparar alguns programas de invasão e acho que não vai dar pra ser hoje. Amanhã à noite eu vejo isso. Ele sempre liga o computador de noite, não liga?

– Pelo que sei, sim.

– Ótimo. Amanhã à noite eu tentarei invadir o computador dele.

– Valeu!


__________________________________________________________


– Que coisa, chegamos atrasadas para a reconciliação.

– Quem chega por último, chega melhor gatz. Vamos.


Denise e Carmen iam em direção a mesa onde as garotas conversavam com a Mônica quando foram paradas pelo Felipe.


– Lipe? O que faz aqui?

– Eu vim procurar a Mônica, só que as amigas dela chegaram primeiro!

– Então fale com ela depois.

– Eu quero falar agora, não quero esperar mais. Quebra o galho pro seu priminho aí, vai?

– E o que você quer que eu faça?


Denise pensou um pouco e logo teve uma idéia. Se conseguisse fazer com que aqueles dois se reconciliassem, talvez ninguém precisasse ficar sabendo da sua colaboração com o plano do Cebola. Ou, caso tudo viesse á tona, talvez ela tivesse mais chances de conseguir alguma compaixão quando a Mônica descobrisse tudo.


– Espera um pouco aí que eu vou dar um jeito.

– E o que você vai fazer?

– Não esquenta com isso. Denise absoluta sempre dá um jeito. Bora, Cacá!


Mesmo não entendendo nada, ele ficou ali esperando com os dedos cruzados. Sua vontade de fazer as pazes com a Mônica não lhe permitia fazer muitas perguntas.


As garotas ficaram surpresas ao verem Carmen e Denise chegando, parecendo zangadas.


– Vocês nos deixaram de fora por quê? Querem nos exilar também? – Carmen perguntou com as mãos na cintura. Mônica levantou-se para abraçá-las.

– Desculpe, meninas. Eu não sabia que vocês importavam...

– Claro que eu me importo! Sem você na turma, eu vou dar alfinetada em quem?


Magali levantou uma sobrancelha.


– Você tem um jeito estranho de demonstrar afeto!

– É o jeito Frufru!


Elas deram uma risada e abriram lugares para que as duas recém chegadas pudessem se sentar. Denise achou melhor não perder tempo.


– Ai, gatz, eu tenho seus vídeos lá em casa e babei com todos! Er... você entende que eu só publiquei aquela montagem por causa do Cebola, não entende fófis? Então? Mas que eu adorei, adorei!

– Obrigada...

– Você patinou agora a pouco, não foi? Deve ter ficado demais!

– Ah, ficou mesmo! – as garotas confirmaram.

– Por que não mostra pra gente de novo?

– Foi mal Denise, é que eu não tenho nenhum dinheiro para pagar o ringue agora...


Carmen ia se oferecer para pagar mais meia hora, mas Denise lhe deu uma cotovelada discreta.


– A gente pode ir para o parque!


Elas ficaram olhando para Denise com cara de espanto. O que tinha dado naquela criatura tão de repente?


– Ainda não sei... é que eu estou meio cansada e...

– E nada! Magá, leva ela pra retocar um pouco a maquiagem e bora pra pista de patinação do parque!

– Mas eu não estou usando m...


Não deu tempo para protestar e ela foi sendo puxada pela Magali, que pareceu ter percebido que Denise devia ter algum plano. Depois que elas saíram, Denise se voltou para o resto.


– Ô Denise, o que você tá aprontando?

– Nada, amore. É que o nosso Romeu está rodeando essa mesa doidinho pra falar com a Mônica.

– Jura?

– Onde ele está?

– Ai, que fofo! Ele quer fazer as pazes com a Mônica!

– Olha ele lá, ó!


Elas se voltaram para a direção onde Denise apontava e o viram olhando para elas com aquela cara de bobo. E pelo seu aspecto, elas viram que ele finalmente tinha tomado um banho decente e se arrumado com apuro, ainda que respeitando seu estilo.


__________________________________________________________


“Quê? Por acaso elas estão acenando para mim? Que troço é esse?” apesar de desconfiado, ele correu até a mesa onde elas estavam, já que sua prima também estava no meio.


– Seguinte, bofe da Mô. A gente vai levar ela pro parque e lá vocês se entendem, certo?


Levou alguns segundos até ele processar a informação. Aquilo não seria algum truque? Denise e Carmen estar do lado dele era uma coisa, porém as outras garotas ainda despertavam alguma desconfiança.


– Peraí! Vocês estão me ajudando? Achei que fossem contra...

– Isso foi antes de a gente saber que o Cebola não vale nada! – Marina respondeu. – e pelo que a Mônica falou, você realmente merece ficar com ela.


Ele sorriu de orelha a orelha e seus olhos brilharam como faróis.


– Ela falou mesmo de mim? O que ela falou?

– Vai ter que descobrir sozinho. Agora corre pro parque que daqui a pouco a gente vai levar a Mônica.


Magali não precisou falar outra vez para que Felipe saísse dali correndo feliz e empolgado. Pelo que as garotas falaram, a Mônica ainda gostava dele e havia chances de eles fazerem as pazes. Ele não ia perder essa chance de jeito nenhum!


__________________________________________________________


Mônica ainda protestou um pouco, mas se deixou levar pelas garotas ao ver que todas pareciam muito empolgadas. Ela até ficou um tanto desconfiada, pensando que poderia ser alguma armadilha e logo deixou esse pensamento de lado. Elas pareciam estar sendo sinceras daquela vez.


Chegando lá, elas se afastaram um pouco para que Mônica desse seu pequeno show.


– Manda ver, Mô!

– Arrasa!

– A gente quer ver!


Após os pedidos insistentes, Mônica começou a patinar fazendo as manobras que eram mais fáceis de fazer usando seus patins inline que ela tinha levado consigo naquele dia. Enquanto patinava, ela não pode deixar de lembrar que fora ali onde ela e Felipe deram o primeiro beijo, onde tudo começou. E que emoção ela tinha sentido naquele dia! Mesmo depois de tanto tempo, ela ainda se emocionava como se aquele tivesse sido o primeiro beijo de toda a sua vida.


Enquanto Mônica patinava distraída, Felipe chegou discretamente também patinando. Magali deu a deixa.


– Agora vai lá e pega sua namorada de volta. A gente vai ficar aqui torcendo por vocês!

– Tem certeza de que ela não vai me bater?

– Vai nada! Anda logo pra ela não te ver antes da hora.

– Tá bom.


Ela tinha virado de costas, como que se preparando para fazer uma manobra e ele se aproveitou para aproximar com cuidado para não ser visto. Seu coração batia descompassado e ele estava com um pouco de receio da reação dela.


Mônica ergueu os dois braços, se preparando para dar uma manobra quando sentiu alguém chegando por trás e envolvendo sua cintura com um braço, enquanto segurava uma das suas mãos e a conduzia gentilmente pela pista. Aquele cheiro forte e amadeirado de perfume masculino não lhe deixou duvidas de quem se tratava. Eles patinaram assim por um tempo até que ele largou sua cintura e foi lhe puxando pela mão, como costumava fazer durante suas aulas de patinação.


Nenhum dos dois falava nada, apenas se olhavam com rostos corados e olhares emocionados. A mão dela estava suada e fria e ela se deixava conduzir por ele sem nenhum protesto. Ele a olhava e sorria. Era um sorriso meio sem jeito, mostrando que ele se sentia muito envergonhado e arrependido pelo que tinha feito e estivesse com medo de nunca ser perdoado. Ela sorriu de volta, mostrando que tudo estava bem. Afinal, se ela tinha perdoado Cebola tantas vezes, por que não podia perdoar Felipe ao menos uma vez só?


De repente, ele começou a rodá-la e acabou fazendo da mesma forma como tinha feito no primeiro beijo, parando de repente e fazendo com que ela fosse de encontro ao seu corpo. E assim como aconteceu naquele dia, ele a abraçou com força e lhe deu um beijo cheio de paixão e saudade. Aparentemente, eles pareceram ignorar os gritinhos das garotas que assistiam a tudo com expectativa e empolgação.


Sem saber por que, Felipe sentiu como se um peso enorme tivesse sido tirado do seu peito. Era como se as coisas tivessem voltado aos seus lugares e ele só queria curtir o momento, sentindo o sabor daqueles lábios tão doces dos quais ele estava morrendo de saudades. Mônica parecia sentir seu corpo flutuar com aquele beijo, sentindo um calor gostoso invadir seu peito e espalhar pelo seu corpo. Não havia mais ninguém no mundo com quem ela quisesse estar além dele.


– Me perdoa, linda? Eu sei que fui muito vacilão, sei que pisei na bola... mas se você me der uma chance, só mais uma chance...


Ela colocou um dedo sobre os lábios dele, fazendo-o se calar.


– Eu só quero que você prometa uma coisa: que vai confiar em mim. Haja o que houver, conversa comigo primeiro antes de sair acreditando na fofoca de qualquer um. É só o que eu peço.


Ele engoliu em seco e abaixou os olhos, envergonhado de si mesmo. Segundos depois, ele voltou a encará-la.


– Pode deixar, eu juro que não faço mais isso.

– É muito importante, pra mim promessa é dívida.

– E eu sempre cumpro minhas promessas, gata!


Os lábios deles voltaram a se encontrar e eles se entregaram aquele beijo, ignorando as garotas que saiam dali praticamente carregando Denise que teimava em querer tirar fotos deles. Isa e Cascuda levavam Denise segurando seus braços, Carmen tampava sua boca e Magali segurava seu celular para que ela não tirasse nenhuma foto. Era hora de eles ficarem sozinhos.


Os dois foram se sentar no banco de cimento, abraçados e felizes. Mônica pousou a cabeça no peito dele, que afagava seus cabelos enquanto sentia seu cheiro bom.


– Olha, eu só quero que você saiba que agora eu vi que aquela foto foi armação. Poxa, tô tão envergonhado por ter acreditado naquilo! Se eu tivesse olhado direito...

– Tudo bem... o importante é que você acreditou em mim por si só, sem que ninguém tivesse que lhe falar nada.

– Eu só queria saber quem é aquela garota da foto!

– Você não reconheceu?

– Nem faço idéia!

– Então manda pro meu e-mail, talvez eu reconheça.

– Sei. Aí você arrebenta a cara dela e eu quebro os dentes do Cebola?

– O que? Não, nada disso! Eu vou acertar as contas com o Cebola sim, só que de outro jeito. Por enquanto, ninguém vai falar nada com ele. Nem você.

– E o que você vai fazer com ele?


Ela explicou seu plano, que não agradou muito. Que graça teria se ele não apanhasse? No entanto, ele decidiu fazer as coisas do jeito dela. Quando tudo acabasse, talvez ele pudesse dar uma surra no Cebola sem problemas.


– Agora você entendeu porque ele não pode saber de nada?

– É, já entendi. Ah, tudo bem. O importante é que tudo se resolveu. Agora vem cá que eu tô morrendo de saudade!


Ela deu um sorriso e se deixou abraçar por ele. Ambos estavam com muita saudade um do outro e era hora de matar o que os estava matando.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contra Todas As Probabilidades" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.