Contra Todas As Probabilidades escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 23
Armadilha - II


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Foi mal a demora. Tá aí mai sum capitulo com o Cebola colocando seu plano em ação. É, eu sei que estou colocando esse personagem com o pior caráter possivel, mas é tão bom ver tanta gente desejando a cabeça dele...



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Ela ia para casa contando os passos, sentindo um grande desanimo tomando conta dela. Felizmente aquele não era dia de treino, já que não havia nenhuma disposição para treinar. O tinha dado nas meninas? Por que elas estavam tão furiosas? Cascuda parecia prestes a jogar uma carteira em cima dela, Magali chorava o tempo inteiro sabe-se lá porque, Marina lhe olhava de forma acusadora...

A situação tinha piorado e Mônica não fazia idéia do que estava acontecendo. Claro, só podia ser por causa da discussão que eles tiveram mais cedo. Ele com certeza deve ter inventado um monte de mentiras e a turma acreditou.

Faltava um quarteirão para ela chegar em casa quando uma a uma as garotas foram aparecendo na sua frente, como se estivessem esperando por ela. O que mais faltava acontecer?

- Agora, fofa, a gente vai acertar as contas!

- Do que você tá falando, Cascuda? Sai da minha frente!

- Não vou sair não! Você vai aprender a não encostar o dedo no meu namorado!

- Como?

Ela não teve tempo de perguntar quando viu a moça erguendo o braço e lhe desferindo um tapa. Quase, já que Mônica era muito mais rápida e conseguiu segurar o braço dela no ar.

- Sua nojenta, vagabunda, desgraçada! Como você pode fazer isso com a gente?

- Eu não sei do que vocês estão falando, mas não vou deixar ninguém encostar o dedo em mim, ouviram?

- Claro, você só resolve tudo no tapa, não é?

- Olha só quem fala! Você vem aqui bater na minha cara e quer falar de mim?

Cascuda soltou seu braço da mão da Mônica e correu para junto das amigas. Elas xingavam, gritavam, mas ninguém tinha coragem de avançar contra a Mônica.

- Você não passa de uma brutamontes, isso sim! Por que bateu no Cebola e no Cascão daquele jeito? Ele só queria fazer as pazes!

- Eu não bati em ninguém!

- Ah, não venha com essa! A gente viu o nariz dele sangrando e o Cascão de olho roxo!

- Acreditem no que quiserem, agora me deixem em paz!

- Deixe a gente em paz você! Se não quer fazer as pazes, pelo menos não vem nos agredir!

- Vocês é quem estão me agredindo! E querem saber? Agora quem não quer nada aqui sou eu! Me esqueçam, tá legal? Fui!

- É, vai mesmo!

- Você não é mais nossa amiga!

- Sua ordinária!

Mônica foi embora dali debaixo de insultos, com as lágrimas correndo pelo rosto. Ao chegar em casa, ela correu direto para seu quarto para que sua mãe não visse nada. Aquela situação estava ficando cada vez pior e ela não sabia mais o que fazer.

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Enquanto isso, Cebola estava na casa da Denise, conversando com ela em seu quarto.

- Você quer que eu faça o quê? Tá doido?

- É só um plano, Denise!

- Plano? Fala sério, você pirou legal na batatinha! Comigo não, fófis!

- Ora, não vai ser tão ruim assim. E será rápido, só pro Cascão bater umas fotos. Depois disso, você tá liberada.

Denise voltou a examinar a peruca, que tinha sido cortada para parecer com os cabelos da Mônica.

- E você acha mesmo que alguém vai me confundir com a Mônica?

- Você estará de costas, ninguém vai te reconhecer.

- Mesmo assim, não conte comigo.

- Ah, fala sério! Agora você deu pra ficar cheia de moral?

- Eu tenho meus princípios, gatz. Eu faço fofoca sim e às vezes até aumento um pouco, mas inventar coisa que não existe? Jamais! Minhas fofocas sempre têm garantia de procedência!

- Abra uma exceção dessa vez. É importante.

- Não e não! Eu não vou fazer esse tipo de palhaçada com ninguém. Nem mesmo com a Mônica! Agora vaza do meu quarto antes que a mammy acabe pensando besteira.

Ela ia abrir a porta para que ele saísse quando Cebola segurou seu braço com força, fazendo com que ela voltasse para trás.

- Ai, você ficou doido?

- Não fiquei não. Você é quem está ficando doida por não fazer o que eu estou mandado!

- Mandando? A louca! Você não é meu pai pra mandar em mim não, careca!

- Eu não sou seu pai, mas agora mando em você muito bem. Você vai fazer o que eu estou mandando e sem reclamar!

- É mesmo? Quero ver você me obrigar!

- Ok, foi você quem pediu. – Cebola tirou da mochila algumas fotos impressas numa impressora laser. Estavam em preto e branco, mas Denise pode ver muito bem do que se tratava e por pouco não caiu de costas no chão.

- O que? Onde foi que você arrumou isso?

- Da sua câmera. Devia tomar mais cuidado ao guardar as coisas no seu armário. O que foi? Você não é a única pessoa que xereta as coisas dos outros.

- Mas essas fotos...

- Bem, eu estava guardando para uma ocasião especial, em caso de necessidade, entende? Acho que elas serão bem úteis agora.

Denise olhava as fotos uma a uma, com cenas bem... íntimas entre ela e seu namorado.

- Quem diria que você tem uma bela comissão de frente? Nada mal! E a sua retaguarda não é de se jogar fora! E olha, eu fiquei muito impressionado com a sua elasticidade, heim! Você faz ioga por acaso? Aposto que o colégio inteiro vai gostar de ver essas fotos! Você vai ficar famosa como nunca sonhou!

- Você não faria isso!

- Ah, faria sim senhora! A não ser que você decida colaborar.

- Seu cachorro filho duma quenga!

Um tapa veio voando, atingindo seu rosto em cheio e fazendo-a cair no chão.

- Olha lá como você fala comigo, garota! O novo manda-chuva daqui sou eu e não se esqueça disso! Agora levanta daí. Vamos!

Ainda tremendo de raiva e medo, ela levantou-se tentando enxugar as lagrimas que começaram a cair.

- E então? Você vai ou não vai colaborar com o meu plano?

- Está bem, eu vou...

- Boa menina, é assim que eu gosto!

- E quando tudo isso terminar, você vai deletar essas fotos?

- Hum... eu não sei...

- Eu já falei que vou te ajudar, que coisa! O que mais você quer?

- O que eu quero não é da sua conta. Vou manter essas fotos comigo por precaução para o caso de você resolver dar com a língua entre os dentes. Se eu cair, pode apostar que você vai amortecer minha queda! Agora experimente essa peruca pra eu ver como ficou.

Denise colocou a peruca por cima das marias-chiquinhas, de má vontade.

- Tá ridículo, credo!

- Você me traz essa coisa suja e ensebada e quer que eu faça o quê?

- Então trate de lavar muito bem pra ficar parecido com o cabelo da Mônica. Amanhã, na aula de educação física, a gente coloca o plano em ação. E vê se mantenha essa boca fechada, senão...

- Tá, tá! Já entendi!

Ele saiu dali, rindo cinicamente e se sentindo o dono do mundo, deixando Denise remoendo de raiva.

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No dia seguinte, Mônica se preparava para a aula de educação física que ia ser daí a pouco. Era intervalo entre as aulas e ela estava com Felipe.

- Então não mudou nada, né?

- Não. Parece até que piorou! As aulas de educação física estão sendo as piores de todas!

- Fica assim não, gata! Olha, você já pensou em trocar de sala?

- Trocar de sala? Não...

- Talvez seja melhor. Por que não passa na diretoria depois da aula e conversa com o diretor?

- Do jeito que as coisas estão, acho que vou acabar fazendo isso mesmo. Bom, agora eu tenho que ir.

- Até logo, minha linda. Eu te adoro muito, ok? Não esqueça disso.

- Eu também te adoro muito.

Eles se beijaram rapidamente e ela correu para o vestiário. Naquela altura as outras alunas já deviam ter trocado de roupa, deixando o vestiário vazio para ela. Seria mais fácil assim.

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Cebola teve que esperar um pouco até surgir o momento certo. Só quando seu time acabou de jogar é que ele pode sair dali e ir para a quadra das meninas esperar pela Denise. Quando teve uma chance, a ruiva foi se encontrar com eles.

- Você está pronta? Onde está a peruca?

- Estou. A peruca tá aqui na sacola.

- Ótimo. Vamos antes que os professores dêem pela nossa falta.

- Onde vai ser?

- Dentro do vestiário feminino. Não vai ter ninguém lá agora. Vamos!

Chegando ao vestiário, Cebola levou Denise para um canto e tentou abraçá-la. Ela não gostou nem um pouco daquilo e tentava se afastar dele.

- Vamos, Denise, a aula está quase acabando e daqui a pouco as outras garotas chegam.

- Ai, tá difícil!

- Que difícil o que! Por acaso eu tenho mau hálito?

- Não, é que... bem... você não é o meu tipo.

- Larga de frescura e vem cá! – ele a segurou pelos braços e puxou para junto de si. – a gente tem que fazer isso direito pra parecer real.

- Tá bom.

Cebola fez com e ela abraçasse seu pescoço e ele também abraçou a cintura dela, puxando o corpo dela junto ao seu. Denise ainda resistia, evitando um contato maior.

- Pára com isso, se você ficar muito longe, a foto não vai parecer real.

- Argh, tá bom.

Ele encostou seus lábios nos dela, apesar da careta que a moça fazia. Tudo bem, de costas não ia dar para ver. Bastava parecer realista nas fotos.

Cascão tirou várias fotos enquanto os dois tentavam ângulos diferentes. Quando se deu por satisfeito, Cebola achou melhor eles saírem dali antes que alguém visse aquilo.

- E a peruca?

- Leve com você e suma com ela.

- Quer que eu jogue fora?

- Jogue fora, queime, pique em pedaços... faça qualquer coisa para que ninguém nunca mais veja essa peruca de novo. Eu não posso levar comigo porque se me virem andando com isso por aí vão desconfiar.

- Tá bom.

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Depois da escola, Cebola correu para sua casa ansioso para ver como as fotos ficaram. Para sua decepção, a maioria tinha ficado ruim.

- Droga! A maior parte das fotos ficou ruim. Você heim Cascão! Tá querendo me boicotar?

- Claro que não! Eu não tenho culpa de a Denise não ter conseguido imitar a Mônica!

Cebola voltou a olhar as fotos até achar uma que fosse satisfatória. A foto tinha sido tirada de tal jeito que dava para ver o rosto dele, mas não o dela que estava escondido sob os cabelos da peruca. Era uma boa foto e dava para convencer bem. Como o uniforme de educação física era igual para todas, não haveria como desconfiar. E a peruca imitava muito bem os cabelos da Mônica.

- E o que você vai fazer agora?

- Mandar pro idiota do Felipe, ora essa!

- Você vai fazer isso mesmo?

- Claro! Por que acha que eu tive esse trabalho todo pra beijar a Denise? (eca!)

Cebola escreveu algumas palavras, tentando tripudiar seu rival o máximo que pode. A foto foi colada no final do e-mail, no seu tamanho real. Ele queria que Felipe visse aquilo logo de cara e não tivesse nenhuma dúvida.

Tudo terminado, ele mandou o e-mail sentindo borboletas em seu estômago. Em breve aquele namoro estaria acabado e de quebra, a Mônica também não iria mais poder participar do concurso. Ele não ia mais querer patinar com ela depois de ver aquela foto. Com aquilo, ela terminaria sozinha, com o coração partido e os sonhos destroçados. Assim ela não teria outra opção a não ser voltar para os braços dele para nunca mais deixá-lo novamente.


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Notas finais do capítulo

Podem se preparar que daqui por diante, a Mônica vai passar por uma verdadeira provação.