Contra Todas As Probabilidades escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 10
Ano novo, sentimentos novos




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Era dia de ano novo e cada um ia comemorar do seu jeito. Magali e Quim, junto com Cascuda e Cascão, resolveram passar o ano novo na praia. Marina convidou Franja e sua família para passarem o ano novo com ela. Carmen tinha viajado com os pais e o namorado para o Rio de Janeiro, onde iam assistir a queima de fogos em Copacabana. Cada um da turma já tinha seus planos e daquela vez, Mônica também tinha os seus.

Normalmente ela teria ficado o dia inteiro plantada na frente do computador esperando notícias do Cebola. Daquela vez não. Desde o dia 25 de dezembro, quando eles falaram pela última vez, ele não deu mais nenhum sinal de vida e ela viu que foi deixada no vácuo novamente. Tudo não passou de conversa fiada e se ela tivesse dispensado Felipe, teria se arrependido amargamente. Felizmente ela não tinha ido na conversa dele.

“Hum... será que ele vai gostar desse? Ou esse aqui seria melhor?” ela ia olhando uma roupa e outra e por fim ela resolveu escolher uma mini-saia jeans com uma calça legging escura por baixo e uma mini-blusa florida com as bordas vermelhas. Estava fazendo um pouco de calor naquele dia e ela sabia que Felipe não fazia questão de moças que se arrumavam como patricinhas.

Assim que se deu por satisfeita, ela saiu apressada para não deixá-lo esperando. Saber que ia se encontrar com ele fazia seu coração bater mais depressa e ela não conseguia esquecer daquele dia de natal, quando ele lhe deu aquele presente tão fofo, lhe abraçou e também deu um beijo gostoso na bochecha. “Ai, nossa, será que eu tô gostando dele? que coisa! E será que ele gosta mesmo de mim?”

As suas amigas tinham insinuado várias vezes que Felipe gostava dela, mas Mônica nunca deu importância. E se fosse mesmo verdade? Pensar naquilo lhe dava um frio gostoso na barriga. Era a primeira vez que ela estava realmente gostando de outro rapaz além do Cebola. Depois daquela tentativa fracassada de ficar com o DC, nunca mais tinha lhe ocorrido a possibilidade de ficar com outro. Em sua cabeça, ela ia ficar com o Cebola e ponto final. Não havia outras possibilidades e nem opções. E ela também não acreditava que fosse capaz de gostar de outra pessoa.

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Enquanto esperava por ela sentado no banco do parque, Felipe ia pensando em como agir dali por diante. Um clima muito bom tinha surgido entre eles naquele dia de natal e ele não queria perder aquilo. Aqueles momentos ainda estavam vivos em sua memória e ele mal conseguia se concentrar no que estava fazendo. Toda hora a imagem da Mônica vinha a sua mente.

O maior problema ali, no entanto, era o maldito cabeça de cebola voltar de viagem e confundir a cabeça dela de novo. Era daquilo que ele tinha medo. Não do Cebola em si. Aquele sujeito magrelo não lhe assustava nem um pouco. Seu medo era ele acabar levando a Mônica na conversa novamente e estragando tudo de bom que tinha surgido entre eles. Sempre foi assim. Ele tinha percebido que toda vez que a Mônica se interessava por alguém, o Cebola dava um jeito de confundi-la. Era preciso pensar em alguma coisa para evitar aquilo, mas o quê? Ele teria que pensar em algo depois. Por enquanto, ele só queria curtir uma tarde gostosa e agradável com ela, por isso tinha levado seus patins e também um presente especial para ela.

- Oi, demorei? – a voz bonita dela fez com que ele saísse do transe e entrasse em outro. Como ela conseguia ser tão linda e meiga daquele jeito?

- Hã, demorou não, tudo numa boa. E aí, vamos patinar?

Mônica olhou para os pés dele e viu que ele estava com patins.

- Ai, você não falou que a gente ia patinar e eu acabei não trazendo meus patins...

- Não esquenta que eu dou um jeito nisso. Olha!

Diante dos olhos arregalados dela, ele foi tirando de uma grande bolsa um par de patins novos em folha e os equipamentos de segurança. Um capacete azul, joelheiras e cotoveleiras.

- Isso é...

- É pra você. Nossos patrocinadores nos dão muito equipamento de graça. Eu só precisei escolher um que fosse bom pra você. Quer provar?

- Claro!

Ela sentou-se no banco e ele fez questão de tirar seus tênis e lhe colocar os patins pessoalmente para verificar se tinham ficado bons nos pés dela. Ficaram perfeitos.

- Agora vamos experimentar e você fala se está bom. Pode dizer a verdade que não tem problema. Se não ficou bom, eu troco.

- Pode deixar.

Os dois foram patinar e após dar algumas voltas, Mônica falou:

- Puxa! Esses patins são muito mais confortáveis do que o meu!

- Então eu acertei! Quando vi esse par, achei que ia ficar mesmo bom em você. Esse equipamento é o melhor que tinha por lá.

- Obrigada, viu! Eu adorei tudo! – ela falou abraçando o pescoço dele e lhe dando um beijo na bochecha. Depois, Mônica recuou com o rosto vermelho e um tanto envergonhada. – Ops...

Ele não tinha se incomodado nem um pouco com isso, muito pelo contrário. Sentir os lábios dela na sua pele foi uma das sensações mais agradáveis que ele já sentiu.

- Esquenta não, você pode fazer isso quantas vezes quiser! Vem, vamos patinar mais um pouco, hoje a pista está vazia.

Os dois foram patinando juntos e de mãos dadas, com ele a puxando. Ele queria apenas estar com ela e não sentia vontade de ficar dando saltos e manobras. De vez em quando seus olhares se encontravam e ambos ficavam de rosto vermelho e com sorrisos bobos nos lábios.

- Você tá gostando de patinar comigo?

- Claro! Eu me divirto muito!

- Que bom! Mas escuta... por acaso você não fica, tipo assim...

- O que?

- Preocupada com o Cebola?

Ela fez um muxoxo. Por que justo naquele momento tão legal ele tinha que lembrar do Cebola?

- Preocupada com o que? Ele não é meu namorado.

- Parece que você não tá mais encanada com ele.

- E não tô mesmo. Eu falei com ele pelo skype no dia 25.

- Falou?

- É. E mais uma vez ele tentou me enrolar, jogar aquele papo bobo pra cima de mim, só que dessa vez eu não vou cair na conversa mole dele.

- Então você não vai mais ficar esperando por ele? Você sabe, aquele lance pirado de te derrotar antes de começar um namoro.

- Não. Agora eu quero viver minha vida por mim mesma, não vou mais ficar esperando sentada por ele. Cansei, sabe? Não tá mais valendo a pena.

Felipe deu um grande sorriso, o maior que ela tinha visto em sua vida e acelerou o ritmo, levando-a rapidamente pela pista de patinação. O que tinha dado nele?

Saber que a Mônica não estava mais de cabeça virada com o Cebola lhe encheu de alegria e entusiasmo. Com o imbecil fora do seu caminho, suas chances com certeza tinham aumentado muito e ele faltava pouco pular de alegria.

- O que te fez mudar com o Cebola? – ele quis saber.

- As coisas que você me disse. – com aquilo, ele parou quase fazendo com ela trombasse em seu corpo.

- Sério?

- Sim. Eu pensei muito bem e vi o quanto estava cega por causa do Cebola. Sei lá, eu acho que insistia mais porque achava que tinha que ser assim, todo mundo esperava, eu mesma esperava... não sei dizer ao certo porque. Só que agora eu não quero mais ficar esperando por ele. Quero seguir minha vida e...

- E?

- Er... bem... - o rosto dela ficou vermelho novamente. Como dizer aquilo sem parecer que ela estava se atirando para cima dele?

De certa forma, Felipe sentiu que estava entendendo o que ela queria dizer. Como era possível entender uma pessoa sem ela dizer nada? Ele entendia. Muitas vezes eles se comunicavam sem nenhuma palavra e diziam mais coisas assim do que falando. Ele voltou a patinar, levando-a pela mão e não falou mais nada. Não precisava.

Eles foram para uma área vazia e ele começou a rodar, segurando a mão dela.

- Ai, Felipe, cuidado! – apesar do medo, ela ria e se divertia sabendo que ele não ia deixá-la cair.

Ele girou várias vezes sem falar nada até que parou de repente. Ela continuou girando e seu corpo trombou com o dele, que a segurou firmemente contra si. O impacto não foi muito forte, só o suficiente para que os dois ficassem bem juntos. Por ser forte, ele conseguiu segurá-la sem que ambos caíssem no chão. Seus rostos ficaram próximos e um ficou olhando nos olhos do outro em silêncio.

O corpo dela estava junto ao seu e seus olhos castanhos o hipnotizavam de tal forma que ele não conseguia desviar o olhar deles. E aquele cheiro bom dela, misturado com um perfume com aroma floral não contribuía em nada para seu autocontrole. Ela o olhava em expectativa, com o rosto corado e os lábios levemente abertos e ele não teve mais dúvidas sobre o que fazer.

- Eu sempre achei seus olhos muito bonitos... – ele falou soltando a mão dela e indo afagar seus cabelos.

- Imagina... são só castanhos, uma cor muito comum...

- O brilho que vem deles não tem nada de comum. Nunca vi nada igual!

O coração dela disparou mais ainda por causa daquilo e também porque ele colocou um braço em volta da sua cintura, apertando seu corpo contra o dele. Não foi preciso pensar muito para saber o que ele pretendia fazer e ela não ofereceu nenhuma resistência.

Ele foi se aproximando dela devagar, como que pedindo permissão. Como ela não fez nenhuma objeção, ele direcionou sua atenção aos seus lábios rosados e levemente úmidos, tocando-os levemente com os seus. Uma onda de calor e eletricidade varreu todo o seu corpo à medida que o sabor dela invadia sua boca, numa explosão de sensações que ele nunca tinha sentido antes.

Assim que os lábios dele tocaram os dela, Mônica sentiu seu corpo derreter-se totalmente. Seu coração batia descompassado, seu baixo ventre formigava e cada toque dele deixava seu corpo eletrizado, pedindo por cada vez mais. Em momento algum ela quis parar para pensar no que estava acontecendo.

Não demorou muito para a língua dele invadir sua boca, dando-lhe um choque gostoso na espinha. O Cebola nunca a tinha beijado daquela forma e pela primeira vez na vida ela descobriu o que era um beijo de verdade, cheio de calor e paixão.

Felipe a abraçava com força, querendo sentir o corpo dela cada vez mais junto ao seu enquanto sua língua brincava com a dela e explorava cada canto da sua boca. Se dependesse dele, aquilo não ia acabar nunca mais.

Ela afastou seus lábios um pouco dos dele, procurando por ar e ele começou a beijar seu rosto, indo até seu pescoço, subindo para sua orelha e depois seus cabelos. Aquilo era muito intenso e ao mesmo tempo assustador. Sensações totalmente novas tomavam conta do seu corpo, coisas que ela nunca tinha sentido enquanto esteve namorando com o Cebola.

- Felipe... – ela tentou falar algo e foi interrompida por ele, que falou bem baixo em seu ouvido:

- Não pense nisso. Vamos só aproveitar o momento. Você está gostando?

- Estou, muito.

- Então não vamos pensar em mais nada. – ele voltou a beijar seus lábios e ela desistiu de pensar sobre o que estava acontecendo.

E para que pensar? Aquilo lhe parecia tão certo, tão natural! Era como se as coisas finalmente estivessem em seus devidos lugares. Com o Cebola, ela sempre sentia medo e ansiedade, como se a qualquer momento ele fosse escorregar entre seus dedos como sempre fazia. Com Felipe aquela sensação não existia. Só paz, tranqüilidade e segurança. 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo. É... parece que alguem aqui foi passado pra trás, né. Só mesmo numa fanfic pra gente ver algo assim, já que nos mangás originais a Mônica vai continuar esperando o Cebola feito uma trouxa retardada.
Por favor, não deixem de comentar, certo?



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