“HARRY POTTER E A PAIXÃO INDESEJADA”

Capítulo 6- “Vôo Desgovernado”

Mais um dia ensolarado na casa dos Weasley. Alguém que visse iria se encantar. O céu azul... De tirar o mau humor de qualquer um. Mas para Harry, não era bem assim.

Acordara grudando... Supostamente passara uma noite calorosa. Levantou-se e por acaso fitou a caixa da vassoura no canto do armário. “Pois bem, é agora ou nunca”, pensou Harry.

Levantou-se ofegante, e mudara de roupa. Penteara os cabelos, e escovara bem os dentes. Calçara seu tênis e deu uma última olhada no espelho.

Dirigiu-se até sua mala, e pegara a capa de invisibilidade. Colocara a caixa com a Firebolt em seus braços e jogou a capa sobre si mesmo. Saiu do quarto e foi andando sorrateiramente pelos corredores, como prevenção, caso esbarrasse com alguém. Após uma longa caminhada pelas escadas, finalmente chegou ao andar de cima.

Despira a capa de seu corpo, apenas deixando a caixa coberta. Então batera na porta, e fora entrando.

–Gina?

A garota estava sentada em uma cadeira acolchoada ao lado de sua cômoda. Lia um livro, mas Harry não teve tempo de ver qual era, pois ela levou um susto e jogou o livro na cama.

–Ah, Harry!

–Bem... Eu vim desejar Feliz Aniversário.

–Ah, quanta gentileza!

–E, eu lhe comprei isto.

Harry deixara a capa cair da caixa. Esperara ansiosamente por dias para ver a expressão da garota ao ver o presente. Ela estampou um sorriso em sua cara que ia de orelha a orelha.

–Poxa, Harry! Não precisava!

–Como você disse... Alguém tem que se lembrar de seu aniversário, e esse alguém sou eu.

Ela corou, mas ainda sim sorrindo. Harry deu o pacote na mão da garota. Suas mãos se tocaram por um instante, e Harry sentiu suas entranhas se arrepiarem. Mas foi só por um breve momento.

Ela colocara o pacote na cama e sentara-se em cima de seu travesseiro. Harry fez o mesmo e sentou-se ao lado dela. Ela, na tentativa de abrir, esbarrou seus cabelos no ombro de Harry, o que, novamente, lhe deu uma sensação de conforto.

Então foi isso. Ela tirou a Firebolt da caixa. Quase soltara um grito, Harry percebera, pois sua boca se abrira, mas se fechara rapidamente. Ela não se conteve e disse:

–HARRY! MEU DEUS! ISSO É UMA...?

–XIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIU! Vai acordar seus pais!

–Ah é, verdade. Mas como vou esconder uma coisa tão grande assim da Mamãe?

–Quer usar minha capa por enquanto, só até irmos a Hogwarts?

–Seria bom, obrigada! PEGUE SUA FIREBOLT, VAMOS AO JARDIM VOAR UM POUCO!

Harry desceu as escadas correndo, e pegara sua vassoura preto-prateada. Saiu correndo feito louco pela cozinha vazia e saiu cortando a grama com o vento. Gina já pairava pelo ar, animada.

–CALMA AÊ, GINA!

–NÃO POSSO ME CONTER... UHUUUUUL!

Ela saiu disparada que nem canhão pelas árvores. Então, Harry não acreditara no que viu. Ela voltava ao seu encontro, quando a vassoura acelerou demais, e ela desequilibrou. Harry na mesma hora montou em sua vassoura e disparou na direção dela.

Conseguiu chegar a tempo. Gina estava a uns 2 metros do chão, ainda caindo, e Harry pegou-a pela cintura e abaixou a vassoura correndo. Os dois caíram na grama, Gina em cima dele. Rindo, ela se desmontara no peitoral de Harry, encostando a lateral de sua orelha esquerda no mesmo.

Quando ela percebeu onde estava apoiada, fez menção física de levantar-se. Mas Harry, por impulso, segurou seu pulso e beijou-a.

Não sabia muito bem o que estava fazendo, simplesmente fez. Ele pensou que a garota iria se levantar correndo, ou dar-lhe um tapa na cara.

Mas não. Ela correspondeu com tal entusiasmo que quase rolaram na grama. Imagine a cena. Gina em cima de Harry, deitados na grama, e se beijando.

Aquilo era tão bom, que Harry nunca mais quis soltá-la. Quando a necessidade de respirar era grande, eles se separaram. Encararam-se por um tempo, e Gina deu um risinho no canto da boca.

–Gina, eu... Desculpe-me...

–Não Harry. Não precisa se desculpar.

E ela foi se aproximando mais de Harry e beijou-o de novo. Aquele calor que Harry sentia na presença da menina surgiu em suas entranhas, só que 10 vezes mais forte.De repente uma voz os fez separar em um pulo.

–Fred, querido, me passe às torradas...

–Gina, as cortinas estão abertas! Vamos dar o fora daqui!

Então pegaram as Firebolts apressados e se cobriram com a capa. Entraram na casa, subiram a escada. Chegaram ao quarto de Harry, e colocaram a vassoura dele no armário. Então ele se despediu de Gina, deu-lhe a capa, sua vassoura, e assistiu a menina desaparecer em baixo do manto.

Harry não estava acreditando naquilo. Ele e Gina haviam se beijado, e no aniversário dela! Mal via a hora para contar para Rony...”Oh, não! EU BEIJEI A IRMÃ CAÇULA DO MEU MELHOR AMIGO!”, pensou Harry. Ninguém poderia saber daquele beijo.

Concerteza Gina iria contar a Hermione... Que iria contar a Rony... Harry estava lascado. Resolveu contar ele mesmo. Era melhor do que ele saber por outra pessoa.

Seguiu até o quarto de Rony. Ele estava sentado na cama.

–Escute...Antes de eu falar...

–Como ousa? Sair por aí...beijando irmãs...

–Espera, como sabe?

–Gina fez a mesma coisa que você iria fazer.

“Sintonia...”, pensou Harry.

–Harry, ouviu o que eu disse?

–Ãn... O que?

–Eu disse que tudo bem. Libero total.

Ele sorriu e apertou a mão do amigo. Os dois desceram juntos para o café. Gina e Mione olharam para os dois. Ele sorriu como nunca sorrira antes. Tomou seu café, sempre olhando para baixo. O resto do dia foi muito constrangedor para Harry. Ficara evitando Gina, ou qualquer outra pessoa, pois a culpa era tão grande, que uma leve dor de cabeça invadiu-o. E com isso, ele adormeceu.