Incompreensão escrita por GabrielMachado


Capítulo 4
Sofrimento


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo na área. *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/200766/chapter/4

Enquanto Mônica se agarrava ao meu corpo conforme prosseguia com o beijo, resolvi apreciar seu belo corpo. Ela tinha realmente lindas curvas. Após eu observar aquela obra de arte, ela parecia ter notado. Deu um sorriso malicioso e virou para mim, dizendo:

- Safado.

Ri junto com ela. Percebi que já era bastante tarde. Me vesti e entreguei sua blusinha. Ela parecia bem satisfeita com o que tínhamos feito. Deu um beijo em minha bochecha e cochichou em meu ouvido:

- Isso foi ótimo. Vou querer de novo.

Pisquei para ela, sinalizando um “sim”. Saímos daquele banheiro e avistamos o céu: estava prestes à chover. À levei correndo para sua casa. Dei um beijo em sua bochecha e me despedi. Fui para casa com um sorriso estampado em meu rosto, e lembrando os melhores momentos da tarde mais perfeita da minha vida.

Mônica P.O.V

Eu não pude deixar de sorrir um segundo após aquilo que houve entre mim e DC naquele banheiro. Sabe, pode soar estranho se eu disser que nos beijamos dentro de um banheiro. Mas não me importo. O Cebola nunca havia me levado para algum lugar privado para nos beijarmos. Na verdade, ele nunca tinha me beijado daquela forma que o DC tinha me beijado. Que ele me perdoe, mas, Cebola beijava MUITO mal. Quer dizer, muito mal em comparação ao beijo do Do Contra.

- Mônica, aonde você estava? – Papai parecia estar muito bravo comigo. Não podia dizer que estava com o DC, ele iria suspeitar.

- Eu estava com a Magali. – Disse, esboçando uma expressão honesta. Ele pareceu acreditar, então saiu do meu quarto.

Fechei a porta e deitei em minha cama. Estava muito feliz. Olhava sorrindo para o teto de meu quarto, até que recebi uma ligação da Magali.

- Alô?

- Alô, Mônica, amiga?! Me conta tudo!!!

Magali é incrível. Sempre que rola um clima entre algum garoto e eu, ela está lá. Ela devia ter imaginado que eu e DC iríamos fazer algo mais naquele parque. Eu acho que ela só foi embora de lá para me deixar sozinha com Do Contra.

- Eu vou para a sua casa, Magá. E conto tudinho.

Ela deu uma risada e disse: “Está bem”. Como conhecia Magali melhor que ninguém, achei isso completamente normal. Isso também aconteceu na primeira vez que tive um encontro sério com Cebola. Acabou comigo e Magali assistindo “American Pie” e nos empanturrando de sorvetes.

Separei uma malinha e lá pus meu pijama, uma camisa e um short e minhas escovas de dente. Fui direto para o quarto de meus pais, onde mamãe estava assistindo TV.

- Vou dormir na casa da Magá, tá?

- Claro, filha. Leva o celular, se precisar falar comigo!

Mamãe sempre fala essa frase quando digo que vou pra casa da Magali. Isso se tornou muito comum, por isso ela nem precisa falar: “Quando você vai voltar?”, “Arrumou tudo direitinho?” ou “Por quê? Tem algum problema na sua cama?”.

Passei pelo corredor e me despedi de papai, que estava deitado no sofá da sala. Ele, diferente da mamãe, tem só uma palavra para dizer quando digo que vou para a casa da Magali: “Juízo”.

Passei na sorveteria, que ficava no caminho para a casa da Magali. Quando entrei lá, começou a chover. E pior: Tinha percebido que a sorveteria estava fechada. Como fui esquecer que a sorveteria não abre de sábado?

Tive que ficar parada embaixo do toldo que cobria a sorveteria. Devia ter lembrado de pegar um guarda-chuva. E a casa da Magali ficava no final da rua. Então tive que esperar a chuva dar uma trégua.

A chuva só piorou. Então não tive outra escolha: Corri para a casa de Magali. Tomei cuidado para não escorregar, mas aquilo era mais difícil do que achar uma agulha no palheiro.

Finalmente cheguei a casa de Magali. Estava tão ensopada que parecia... Ah, sei lá. Magali se espantou em me ver, e me deu logo uma toalha para me secar, e uma de suas blusas para me vestir.

- Nossa, Mônica! Que chuva, hein? Se você tivesse me ligado, iria te buscar! – A mãe de Magali falava na maior boa vontade do mundo. Ela era uma das pessoas mais gentis que conhecia.

- Ai, não tem problema não! – Dizia, sorrindo e me virando para ela.

- Bom, e aí? O que aconteceu, Mônica?

Magali P.O.V

Eu não podia esconder: estava muito curiosa para saber o que havia acontecido entre a Mônica e o Do Contra. Eu sou melhor amiga dela, e não gosto quando ela está bem. E, sabe, sempre achei o DC o par perfeito para ela.

- E aí? Conta logo!

- Bom, eu conto. Mas por favor, não seja maliciosa. – Após dizer isso, ela riu. Acho que não queria que acontecesse o mesmo que aconteceu quando chamei ela para me contar o que havia rolado no primeiro encontro sério dela com o Cebola: A gente assistindo American Pie e nos enchendo de infinitos potes de sorvete.

- Tá, tá. Prometo.

- Bom, depois que você saiu, ele começou a... Sei lá, me fazer carinho, à mexer nos meus cabelos. Ele tava se aproximando cada vez mais da minha boca. Parecia que ele tinha esperado você sair pra começar a pegação.

Ficava cada vez mais interessada no que a Mônica tinha para me contar. Sério, sempre quis que houvesse um romance entre eles, tipo Mônica&DoContra.

- Daí depois, ele disse que eu sou linda. AAAAAAAAAH, Magá! Que mulher não quer ouvir isso de um homem na vida?

- Aaaaaaai, amiga, que liiiiiiindo! Vocês são tipo queijo e goiabada!

- E então, quando a gente tava prestes a se beijar, ele disse que me ama! E quando ele me beijou, ai, meu Deus! A boca dele é deliciosa, é como estar beijando um pote de mel!

- AAAAAI, então ele é um cara lábios-de-mel?

Adorava fazer piadinhas com o que a Mônica me contava porque só queria ver ela bem. E desde quando ela brigou com o Cebola, terminou o namoro com ele... Fiquei esperando ela ter uma oportunidade com outro cara!

- Ah, a melhor parte vem agora. Depois disso, ele fez uma coisa totalmente sexy. Foi levantando a minha blusinha, de pouco em pouco! AAAAAAAH, tava ficando louca!

- Que demaaaaaaaaaais!

- Depois, tentei tirar a camisa dele. Mas como eu não conseguia, ele se levantou e tirou. Magá, fala sério, ele deve ir na academia TODOS os dias! Que corpo!

Ficava cada vez mais entusiasmada com o que a Mônica falava.

- Daí, ele me pediu para ir ao banheiro. Não entendi muito bem. Mas quando chegamos, ele me sentou na pia, tirou minha blusinha e voltou à me beijar!!! Ai, é o dia mais perfeito da minha vida!!!

- Mônica, nem acredito!!! Ai, amiga!!! Sabia que ia encontrar alguém que a entendesse, sem ser o idiota do Cebola!!!

Ela fechou a cara no mesmo instante. Me assustei, pois mesmo após aquilo que houve entre ela e o DC, ela ainda se sentia triste ao ouvir o nome “Cebola”?

- Mônica?

- Eu... Não entendo, Magali. Estou super feliz por ter rolado esse clima entre eu e o DC, mas...

- Não consegue se esquecer do Cebola, não é?

- É... – Ela começou a chorar e apoiou sua cabeça sobre mim.

- Calma, Mônica. Vai demorar um pouco para você se esquecer dele. Afinal, vocês já passaram ótimos momentos juntos, você o amava e...

- Ainda amo, Magali. Eu não entendo. Quando beijei o Do Contra, senti... Algo no meu peito. Sabe quando falam da “chama do amor que arde no peito quando alguém se apaixona”? Então, eu acho que era outra coisa. Acho que meu coração ainda não esqueceu o Cebola.

- Mônica, você tem que superar isso. Ele te fez sofrer! Ele terminou o relacionamento de vocês dois por um motivo idiota. Não é que ele não pode te namorar antes de te derrotar. Ele não gosta de você, Mônica. Só queria te usar para fazer você entrar no joguinho dele. Ele se diverte com você. Você não consegue ficar longe dele. E se fica perto de outro garoto, lá vai ele com seus beijos, rosas, encontros, declarações... Sabe, eu acho que ele te pediu em namoro pra terminar e você ficar um tempo imune à outros rapazes.

- Sabe, Magali? Você tá certa. Mas por mais que eu saiba que o Cebola é um cafajeste, canalha... Eu não me sinto bem sem ele.

- Mônica... Você tem que aguentar.

Estava tentando consolar Mônica. Sentia que não estava ajudando em nada. Até que ela limpou suas lágrimas, sorriu para mim e disse:

- O DC tem um corpo maravilhoooso!

Comecei a rir com ela. Ver a Mônica bem sem o inútil do Cebola por perto era maravilhoso. Com o DC, ela não iria chorar, se decepcionar. Sabe, eles são que nem... Arroz e feijão.

Bem, nossa noite foi igual à de todas as outras que acontecem quando Mônica vai dormir em casa. Passamos a noite tomando sorvete (que estava guardado na geladeira) e assistindo filmes, até de madrugada, e depois dormimos.

Quando acordamos, a chuva continuava. Eram dez horas da manhã. Mamãe e papai ainda estavam dormindo. Quando acordei Mônica, me surpreendi: ela estava cheia de olheiras e com os olhos cansados. Corri até o banheiro para lavar seu rosto e depois perguntei o que havia acontecido.

- Sabe, Magali... Mesmo comigo sabendo que o Cebola não presta... Não consegui parar de pensar nele a noite toda... Sabe, aquele filme que assistimos antes de dormir, aquele filme romântico, me fez lembrar dos momentos bons que passamos juntos... Chorei a madrugada toda... Não dormi nada... – Ela me dizia, em meio a bocejos e soluços.

- Mônica! Eu te disse para esquecê-lo! – Falava em forma de uma bronca para alertá-la.

- Eu não consigo, Magá! Eu... Vou pra casa!

- Tá louca?! Nessa tempestade que está caindo?! E ainda são dez horas da manhã, aposto que seus pais ainda estão dormindo!

- Tanto faz, eu ligo para eles... Só preciso ir para casa...

Ela estava mal, e queria ir para casa? Ela deveria ficar... Nesse momento tive certeza que não estava à ajudando em nada.

Enquanto Mônica discava o número do telefone de sua casa em seu celular, ela voltava a dar soluços cada vez mais altos e esganiçados. Quando a perguntei se ela estava bem, ela balançou a cabeça positivamente. Mas eu tinha certeza que ela NÃO estava nada bem.

Alguns minutos depois, seu pai chegou de carro. Ele estava de pijamas, calçando pantufas e com olheiras – não tantas como as de Mônica.

- Tchau, Magá. Obrigada por tudo.

Mônica P.O.V

Estava mesmo muito triste. Havia chorado a noite inteira, não consegui nem fechar os olhos. Estava com medo de Magali achar que não estava me ajudando a me recuperar. Ela me ajuda mais do que qualquer uma outra pessoa. E ela está certa. Por quê vou chorar pelo Cebola, se tenho um bem melhor para agarrar?

Mas nem as minhas próprias frases me confortavam. Me sentia perdida, só queria ver o Cebola mais uma vez.

- Mônica? Não tinha visto você chegando. – Disse mamãe, com cara e voz de quem tinha acabado de acordar.

Ela não pode deixar de ver meu rosto molhado com lágrimas e minhas gigantescas olheiras. Ela se assustou, e logo me perguntou:

- Mônica! O que é isso? Você estava chorando?

- Não, eu... Só lavei o rosto e esqueci de secar.

Ela pareceu não acreditar. Também, quem usaria uma desculpa tão esfarrapada?

- Mônica. Já te disse isso antes. Você não precisa esconder nada de mim. Anda, fala o que está acontecendo.

- Não dá mesmo para esconder nada de você, não é?

Rimos juntas. Ela me abraçou e limpou minhas lágrimas. Senti-me protegida, confortável. Por um segundo esqueci o que me atormentava. Mas quando mamãe me largou e voltou a me perguntar o que estava acontecendo... É, eu tinha que contar à ela, de qualquer jeito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, quero fazer um P.O.V especial. De quem será? Do DC ou do Cebola? Escolham por reviews =D