"Pois ninguém vai tirar você de mim! Pode confiar em mim, Mônica!". Pois é... Eu gostaria de achar isso uma frase honesta, que foi dita pelo rapaz que mais marcou minha vida. Quando eu e Cebola namoramos, tudo parecia perfeito; era como se nada no mundo fosse errado. Mas esse mundo perfeito logo desabou, e tudo acabou. Quando Cebola terminou nosso namoro, era como se meu coração tivesse murchado, como uma rosa prestes a perder suas últimas pétalas. Nosso amor era como um sonho, e logo foi desmanchado por algo que considero uma bobagem sem tamanho. Cebola se tomou pelo fato de se achar menor que eu, e logo disse que queria me derrotar, e antes disso não podia iniciar o relacionamento. Claro que logo depois, ele se sentiu ameaçado por ver Toni prestes a me pedir em namoro e iniciou logo nossa fase de amor. Mas isso realmente não passou de uma fase, como a infância, a adolescência. E quando vi ele se afastando de mim, quando senti o vento balançar meu vestido e quando uma folha seca de outono se prensou em meus cabelos, notei que meu sonho perfeito havia acabado. Cebola tinha sumido no horizonte, me deixado sozinha. Me senti isolada, como se houvesse uma muralha que me impedisse de atravessá-la, enfrentá-la e ser feliz. Mas logo minha ficha caiu e, aos prantos, retornei para casa. Ao ser interrogada por papai sobre o que havia acontecido, apenas murmurei uma palavra: "Nada". E corri para o meu quarto.

Chorei o resto do dia. Me tranquei e não saí por nada. De nada adiantava os socos que mamãe e papai davam na porta, eu não iria sair, a menos que Cebola fosse me buscar para retornar ao nosso mundo perfeito. Como sabia que isso não iria acontecer, prossegui o pranto, encharcando meu travesseiro e a foto que estava deitada sobre a cama, comigo e com Cebola, com o levado segurando Sansão nas mãos.

Rasguei a foto e quebrei a moldura. Não suportava mais ver como éramos perfeitos juntos, e como nosso amor se quebrou, como aconteceu com a moldura. Então me cobri com um fino lençol e mergulhei num sono profundo. Logo depois, me vi em um sonho. Estava deitada sobre uma grama verde e viva, e observava um lindo céu noturno, iluminado pelo brilho da Lua e das estrelas. Então ouvi uma voz familiar: Cebola corre para minha direção, para me beijar e abraçar. Então deitamos abraçados e observamos o brilho do luar juntos. Então, Cebola sumiu; se desmanchou, como pétalas de flores. Era como cada parte importante sua voasse ao encontro das estrelas que iluminavam a noite. Quando finalmente ele desapareceu, a noite se tornou escura e eu acordei.

– Mas que... - Levantei, e observei meu quarto, no chão os pedaços da foto que eu havia rasgado pouco antes, e a janela aberta. Percebi que havia dormido até a noite, olhei para o relógio e já eram dez da noite. Fechei a janela, e limpei do meu quarto tudo que me lembrava o Cebola e que me faziam chorar. Incrível... Pareceu a coisa mais difícil que já havia feito.