Little Angel escrita por Sweet Poison


Capítulo 2
Rainha


Notas iniciais do capítulo

Capítulo MUITO triste!!!
Sei que falei que só postaria daqui há algum tempo, mas não resisti e tive que postar!!!
Ninguém leu ela até agora e isso é muito decepcionante...
SE alguém ler deixe um review neste e no capítulo anterior só para dar uma animada em minha pessoa...
Enjoy it



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Quarta-feira – 20h00min – Hospital Geral de Los Angeles, EUA

Era quarta-feira, final de tarde. Eu acabava de chegar ao hospital depois de ter passado um dia tediosamente estressante na empresa do meu pai... A grande Lyon Corporation, que trabalhava no desenvolvimento de tecnologia digital na área de segurança.

Eu coloquei rapidamente a roupa necessária para entrar no quarto de Mily e entrei, como previ Miranda não viera vê-la... Como sempre... Pelo menos eu tinha algo que podia animá-la.

Tive que esperar eles higienizarem o brinquedo para ela poder mexer nele sem ficar ainda pior...

- Oi princesa... – eu digo para ela. Mily se vira para mim vagarosamente, ela ainda estava grogue pela quimioterapia... Suspirei baixinho ao vê-la sorrir. – Trouxe presente para você...

- Legal... Rana... – ela disse baixinho – Por que a Miranda não vem? Ela não gosta mais de mim? – eu xinguei Miranda de todos os palavrões que eu conhecia nas sete línguas que eu falo por ver os olhinhos azuis dela se encherem de água.

- Ela tá ocupada... – eu digo, ela levantou a sobrancelha exatamente como eu só que com cara de quem diz “Aham... Finge que eu acredito!” – Ok... Ok... Eu não sei por que ela não quer vir... Eu já disse de tudo para convencer ela a vir te ver, mas não adianta... Ela não quer vir... – ela olhou para baixo visivelmente chateada – Você não quer abrir seu presente?

Ela estendeu seus bracinhos sorrindo para o saco que eu segurava. Eu lhe entreguei o presente e ela abriu depressa e tirou seus presentes... Ela me olhou espantada, mas sorrindo de orelha-a-orelha.

- São seus bonecos do Tokio Hotel! – ela os estendeu para mim – Não... Não posso ficar com eles você se matou para achar e comprar eles...

- Na verdade eu sem querer comprei dois de cada... Só estou dando eles para você porque se eu me lembro bem você babava neles... – eu disse sorrindo. Ela tirou cada um de sua caixa e os abraçou sorrindo antes de me abraçar.

Ficamos brincando com os bonecos, ela ficou com Bill e Tom e eles sempre conversavam de o quanto eu era bonita e que Bill deveria me pedir em casamento o mais depressa possível ou Tom faria isso.

Por ser dia de semana, o horário de visitas era até as 21 horas em ponto. Eu me despedi dela e fui para o estacionamento no meu amado Bugatti Veyron preto. Eu entrei nele e senti o cheiro de carro novo.

O comprei na semana passada, porque usar o Aston Martin da empresa não era muito legal, principalmente se ele quebra ou dá problema exatamente quando você mais precisa dele... Então feliz da vida dirigi até minha casa.

Cheguei por volta das 21h30min e, enquanto Miranda estava trancada no quarto, como sempre ouvindo suas músicas num alto volume, eu assistia Madrugada dos Mortos na TV quando o interfone toca... Havia alguém no portão...

Debbie estava muito ocupada, cuidando da janta, então eu fui atender... Havia uma câmera no portão, eu a ativei e atendi quem estava na porta. Eu fiz uma voz mais fina e disse:

- Mansão Lyon, quem deseja? – eu disse imitando perfeitamente a voz da nossa segunda empregada, Lorraine. Eu não ativei a câmera deles que permitia que eles me vissem, mas eu já sabia quem estava na porta.

- Aqui é o Bill e Georg neste carro e Gustav e Tom no carro de trás... Nós viemos ver a Mirana, somos amigos dela... – Bill disse polidamente, sem querer soltei uma risada que denunciou. – Rana é você? – eu ativei a câmera e ainda disse com a voz fina.

- A Srta. Lyon está ocupada no momento enchendo o saco de algumas pessoas... – nós cinco caímos na risada – Entrem rapazes... – eu disse com a voz normal, desligando a câmera e digitando a senha de acesso.

Rapidamente eles estavam tocando a campainha da casa. Eu abri a porta da sala e os recepcionei sorrindo.

- Oi galera! – eu abri espaço para ele passarem, mas eles ficaram me olhando – Podem entrar... – eles entraram, ainda me olhando de canto de olho. – Gente... O que foi?

- Nada... – respondeu Tom coçando a nuca. Eu coloquei as mãos na cintura e ergui uma sobrancelha exigindo uma resposta, ele gaguejou, mas falou – Você tá diferente com essa roupa social... Mas tá bonita! – ele se apressou em concluir... Eu comecei a rir indo em direção ao sofá.

- Eu saí da empresa e fui direto ver a Mily... – eu disse me sentando, eles me acompanharam. Percebi que Bill, Georg e Gustav tinham band-aids redondinhos na dobra dos braços – Ela está bem...

- Empresa? – perguntou Georg.

- Sim... Meu pai era o presidente e fundador da Lyon Corporation... É uma empresa de desenvolvimento em tecnologia digital para segurança... – eu disse orgulhosa do trabalho do meu pai.

- Essa é a empresa que compramos o sistema de proteção da nossa casa... – disse Tom pensativo – Nunca deu um defeito sequer... Mas o que você é na empresa?

- Sou a nova presidente... – disse séria – Depois que meus pais faleceram, eu o substituí na empresa, mas tive que abrir mão de duas coisas muito importantes para mim...

- O que? – perguntou Bill me olhando nos olhos. Fiquei rubra e disse:

- Minha faculdade de moda e o tempo que eu poderia passar com Mileena – eu disse séria. – Embora eu não tivesse o mínimo treinamento ou especialização acadêmica eu segui com a empresa...

- Mas porque não? Seu pai não te treinou para substituí-lo? – perguntou Gustav.

- Não... – eu olhei para a escada triste – Ele treinou a Miranda... Ela é formada em Administração e fez mestrado e doutorado voltado para a área Empresarial Tecnológica... – soltei um suspiro cansado – Mas depois do que houve com meus pais ela preferiu dar as costas para todo seu futuro e passou a agir como uma adolescente frívola e inconsequente...

- Caramba... – disse Georg olhando para o tapete.

- Depois disso, ela passou a agir como eu agia... – eu disse com um sorriso frio – Festas todas as noites, beber até cair desmaiado ou entrar em coma, fumar como se fosse o último dia de vida dela, mas diferente de mim, até usar drogas ela já usou...

Eu fui até o corredor ao lado da escada e gritei:

- Debbie! Temos visitas, eles vão jantar conosco... Algum problema?

- Todos do mundo... – disse Miranda descendo de seu quarto.

- Gente esta é a Miranda... Miranda estes são Bill, Georg, Gustav e Tom... – eu sorri para ela com um sorriso bravo e frio – E eles vão jantar aqui sim... Você não come com a gente... Na verdade você nem come mais em casa, não sei nem porque se importa... – eu disse com uma voz mais séria e mais fria. Ela andou até a porta e respondeu:

- É... Tem razão... – ela olhou para eles e deu um sorriso para os meninos – Fiquem a vontade com a Poison Lady... Mas cuidado... O veneno desça cobra mata sem que você perceba... Foi o veneno dela que matou nossos pais... E mais um cara.

Cheia de raiva, eu fui para cima dela que sorria cínica para mim, todos os meninos me seguraram com força. Eu não enxergava mais nada além dela... Do sorriso cínico dela... Ouvindo ela dizer toda manhã e toda noite que a culpa deles morrerem era minha...

Miranda simplesmente riu pelo nariz e saiu de casa, batendo a porta com força. Deborah veio correndo até a sala junto com Lorraine e só de me ver sendo segurada por quatro homens ela disse:

- De novo Mirana? – ela disse com a voz pesarosa. Eu parei de me debater e olhei para ela acenando positivamente, ela e Lorraine (que é filha da Debbie) acenaram negativamente suspirando – Podem soltá-la rapazes... Mirana, relaxe menina, você sabe que não foi culpa sua... Eles te disseram isso se lembra?

- Sim eu me lembro... – eu digo com a voz embargada... Ah sim eu me lembro muito bem... - Vamos rapazes... – subimos até o meu quarto. Ao chegar lá, Tom sorriu malicioso para mim dizendo:

- O que você quer com quatro homens no seu quarto??? – ele disse mexendo no piercing sorrindo para mim... Três anos antes eu morreria por ele fazer isso para mim, mas hoje eu só revirei os olhos e respondi.

- Se eu fosse fazer um ménage, você não seria o segundo convidado... Você não me aguentaria... – eu disse tirando a chavinha presa da corrente do decote da blusa e subindo as escadas. Os meninos me olharam surpresos e começaram a rir do Tom, que parecia ofendido e chocado.

- Como assim não te aguentaria? – ele disse cruzando os braços. Parei na porta, a abri e me virei para Tom sorrindo.

- Você aguenta 4 horas de sexo direto não é? – ele acenou afirmativamente sorrindo para mim, mexendo no piercing novamente. Eu ri e disse – Só te digo isso fofinho... 6 horas... Sem parar por nada no mundo... – todos olharam para mim assombrados. Eu caminhei até Tom – Você ainda é muito inexperiente querido... – digo batendo em sua bochecha esquerda.

Voltei a subir a escada acompanhada dos meninos. Tom ainda estava chocado, assim como Georg e Gustav. Bill estava pensativo, mas ele tinha um brilho no olhar encantadoramente sexy...

- Bem vindos a minha sala secreta... – eu digo me jogando numa poltrona – Fiquem a vontade... Se quiserem abram a próxima porta e podem usar qualquer instrumento da sala de música...

- Mirana... – disse Georg constrangido, todos se sentaram no sofá, sérios – O que sua irmã quis dizer com “Foi o veneno dela que matou nossos pais... E mais um cara...”??? – eu me sentei direito e reto na poltrona, todos perceberam e ele completou – Se quiser não precisa responder...

- Não preciso, mas vou responder... – eu digo séria olhando par o chão, pensativa – Eu era uma adolescente comum... Rebelde, maluca por coisas novas e principalmente coisas perigosas...

Flashback On

Eu precisava correr... Sentir a adrenalina correndo pelas minhas veias, esquecer que minha irmãzinha tinha leucemia, meus pais não me davam atenção devido ao seu trabalho e que minha irmã mais velha usava drogas... Eu precisava esquecer que eu era uma Lyon...

Nos rachas eu fiquei conhecida como Poison Lady e apenas Miranda sabia disso, eu contava tudo para ela... Mas duas semanas atrás eu fiquei conhecida como Viper Queen... A víbora sobre rodas... Eu era a melhor e mais respeitada corredora de rachas de toda Los Angeles... Era impossível alguém me vencer... Até que um cara novo veio me desafiar...

Ele se chamava Adam White... O carro dele era relativamente bom... Nós corremos e ele quis fazer umas gracinhas até o carro dele capotar após bater numa curva muito fechada... O garoto sequer tinha carta e ninguém se preocupou em ver isso antes de deixá-lo correr... Era a única regra para correr... Ter carta.

É claro, eu parei o carro e o tirei do carro antes que ele explodisse. Eu iria levá-lo para o hospital, mas ele tava muito ferido para que eu arriscasse mexer ainda mais nele e chamei uma ambulância... Tive que mexer no carro para que achassem que foi sabotagem para matá-lo...

Para não arriscar pedi para ele não dizer que eu corria para nenhum de nós ir preso... Ele concordou. Eu menti no hospital dizendo que ele é meu amigo e eu encontrei o carro capotado e vi que o cabo do freio estava cortado...

Adam jamais contou para ninguém que ele capotou ou que ele sabia dirigir, mas não tinha a carta... Porque durante seu atendimento na UTI ele teve uma parada cardiorrespiratória e faleceu. Os pais dele e os meus estavam a caminho, já que eu ainda era menor de idade, embora já tivesse a carta.

O motorista da empresa deixou meus pais lá, eles fizeram questão de pagar todas as despesas do enterro do Adam... Eu me sentia muito culpada pela morte dele... E na culpa eu contei para os meus pais e os pais dele como Adam realmente morreu.

Meus pais, ao contrário do que eu esperava, não brigaram comigo nem nada e nem os pais dele não me culparam... Eles me agradeceram por me preocupar com ele e tentar salvá-lo... Meus pais me consideraram uma heroína, mas eu não me considerava uma...

Na volta para casa, meu pai foi dirigindo e minha mãe foi na frente e eu no banco de trás. Nós estávamos parados num farol vermelho de um cruzamento quando fomos abordados por bandidos em motos, eu me deitei no banco de trás por ordem do meu pai completamente assustada.

Eles queriam levar o carro e nosso dinheiro, mas meu pai acelerou o carro, ainda no vermelho, no mesmo momento que passava outro carro. Nosso carro voou longe, eu tinha cintos reforçados no carro então ninguém se feriu gravemente, mas os motoqueiros não gostaram de não poderem levarem o carro...

Então eles atiraram no carro com submetralhadoras. Meus pais foram atingidos por muitos tiros e estilhaços de vidro, eu como estava escondida atrás não levei um único tiro, mas estava com o corpo cheio de estilhaços de vidro... Os motoqueiros se foram procurando outro carro para assaltar...

Eu saí do carro com dificuldade e fui para frente salvar meus pais, mas ele mal se mantinham vivos...

- Pai... Mãe... Me desculpem... – eu disse chorando ao vê-los respirando com dificuldade, devido ao muito sangue que escorria do seu corpo – Se eu não fosse imprudente e não corresse vocês não precisariam estar aqui... Me desculpem por favor!!!

Meu pai fez um grande esforço e ergueu sua mão acariciando meu cabelo... Minha mãe disse suavemente:

- Não foi culpa sua querida... Você só fez o que seria o certo... Muitas pessoas abandonariam o carro para não se encrencarem... – ela deu um sorriso cansado.

- Não conseguimos salvar sua irmã da leucemia... – disse meu pai devagar – Prometa... Prometa que vai cuidar dela...

- Tá bom... – eu disse chorando desesperada... – Eu prometo... O motorista do outro carro ligou para a ambulância e para a polícia. Novamente voltamos para o hospital, eu segui com meus pais na ambulância, segurando suas mãos com firmeza... Até que eles soltaram minhas mãos e nunca mais a apertaram novamente...

No hospital, depois que eu fui medicada e meus ferimentos suturados, eu contei tudo que aconteceu para Miranda, desesperada por um pingo de compreensão, mas suas palavras foram tão duras quanto assistir meus pais morrem ao meu lado...

- Se você tivesse um pingo de decência se matava... Graças a você três pessoas estão mortas... Você não merece estar viva... Você é a única culpada por eles estarem mortos... – e saiu do hospital e nunca mais pisou nele...

Flashback Off

- Depois disso ela vive me lembrando de que eu sou culpada pela morte deles... Todos os dias... – eu digo secando minha lágrimas – Mas ela não precisa... Minha mente adora me lembrar da culpa que eu carrego... Toda noite eu vejo Adam capotando... Meus pais morrendo. Por isso tenho que tomar um calmante e um remédio para insônia para poder dormir...

- Mas como você contou – disse Bill se ajoelhando na minha frente - Eles disseram que você não tem culpa... Então pare de se culpar por isso! – eu sorri o abraçando e logo todos vieram me abraçar também.

- Ok galera... Alguém quer alguma coisa para beber? – eu digo indo para o barzinho da sala. Os meninos se levantam me acompanhando. Georg e Tom assobiam vendo minha coleção... Eu tinha duas de cada bebida alcoólica existente no mundo. Vinhos ficavam guardados a parte, na adega... Aqui ficavam bebidas um pouco mais fortes...

A mais fraca originalmente tinha 45,6% de álcool, mas ela tem mais de 30 anos de prateleira então o teor alcoólico não é mais o mesmo... Debbie destrancou a porta e disse para nós sorrindo:

- A janta está pronta, separei um vinho do Porto sete anos para vocês... – ela disse sorrindo e saindo em seguida, nós descemos e fomos para a sala de jantar. Debbie colocou tudo na mesa e nós nos servimos. Eu era vegetariana e eles também, então não havia o menor indicio de carne na mesa... Suspirei revirando os olhos.

- Debbie! Não abra o vinho! Pegue a coca-cola!!! – eu digo séria. Meu terceiro vício era uma coca-cola bem gelada...

Debbie apareceu com uma garrafa de 3 litros de coca-cola e quatro copos normais e um copo de 500 ml... O meu copo para tomar coca-cola... Sorrindo eu sirvo a coca-cola para eles dizendo:

- Isso é viciante! – eu vou servir Bill, mas ele não aceita. Bill ficou vermelho subitamente e disse baixinho:

- Posso tomar num copo desses... – ele pergunta com os olhos brilhantes, com as bochechas vermelhas e um sorriso enorme!!! “Eu nunca fui muito religiosa, mas... Minha Nossa Senhora Protetora das Fãs Apaixonadas por Tokio Hotel... TEM COMO RESISTIR A UMA COISA LINDA E GOSTOSA DESSAS???” eu pensei sorrindo.

Debbie trocou o copo dele por de 500 ml como o meu e eu o servi sorrindo. Nós tomamos nossas cocas com gosto... Sorri feliz da vida, mas me faltava alguma coisa... Nós fomos para o jardim e nos sentamos nos banquinhos.

Tom e Bill começaram a procurar algo nos bolsos e eu senti falta de duas coisas... Meu isqueiro personalizado e meu maço de Malboro. Eles estavam na minha segunda bolsa, que eu deixei na empresa...

Me xingando mentalmente comecei a estralar meus dedos nervosa. Bill veio até mim estranhando meu comportamento, Georg, Tom e Gustav conversavam coisas sobre a banda.

- O que foi Rana? Tá tudo bem? – ele diz se sentando do meu lado...

- Não... – eu digo me afastando dele. O cheiro do cigarro estava me deixando em frenesi... Eu precisava de um cigarro urgente!!!

- O que foi? Você não gosta de cigarros? – ele disse se preparando para apagar seu cigarro.

- Não... É que eu fumo e meu maço está na empresa, junto com meu isqueiro... – eu digo fazendo uma careta. – Eu preciso de um cigarro... – eu digo bufando irritada. Bill tirou um cigarro do seu maço e me estendeu junto com um isqueiro.

Eu acendi meu cigarro sorrindo feliz da vida. Eu revirei os olhos na primeira tragada e sorri para Bill. Segundo o pessoal que fumava comigo da época da faculdade, dizia que eu soltava a fumaça fazendo biquinho e que, segundo os homens, isso era muito sexy...

Eu soltei a fumaça naturalmente, com meu biquinho. Tom veio até nós e ficamos fumando numa boa. Até que eles tiveram que ir embora. Me despedi de todos deixando Bill por último. Quando eu fui cumprimentá-lo, Bill me beijou na frente de todos.

Mas desta vez foi diferente o beijo era mais... Quente. Mas o sentimento era mutuo... Eu desejava Bill assim como ele me desejava, depois de alguns longos minutos nós nos soltamos. Ambos sem fôlego, vermelhos e muito felizes.

- Nos vemos no jantar liebe... – ele disse me dando um selinho. Os meninos riram e se foram nós entramos sorrindo.

- Olha Rana – disse Debbie sorrindo para mim – Se ele não é seu namorado eu sou uma abóbora... – ela sorriu e entrou indo para seu quarto. Eu fui para o meu, tomei um bom banho e fui dormir.

Pela primeira vez sem tomar os remédios, pela primeira vez não tive pesadelos com os acidentes... Sonhei com coisas boas... Onde eu não era a única protagonista... Ele estava lá sorrindo e me tirando da escuridão... Bill.

*******

Sexta-feira – 19h30min – Lyon Corporation, Los Angeles, EUA

Papéis, e-mails, tabelas, contratos, seguros, análises de gestão, segurança, desenvolvimento, empreendimento e valor de ações e blá-blá-blá... Esta era minha rotina neste prédio... Eu lia, assinava e coordenava e montava projetos da empresa.

O prédio da Lyon Corp. ficava ao sul de Los Angeles... Eu estava sentada na minha sala da presidência, analisando o último gráfico de desenvolvimento setorial da empresa quando meu telefone toca... Sorri ao ver que era ele... Bill.

- Olá liebe! – ele disse do outro lado da linha.

- Olá liebe... Tudo bem? – eu digo sorrindo para o telefone.

- Sim... Sim... – ele soltou uma risada dizendo – Seria muito idiota da minha parte dizer que eu estou ansioso para este jantar?

- Não... – eu repondo rindo – Eu também estou... – suspirei cansada soltando aquela papelada. – Eu estou louca para sair daqui, passar no hospital para ver a Mily, ir para casa tomar um bom banho e me arrumar para o jantar...

- Ainda na empresa? – ele perguntou com voz de tédio. Até pude vê-lo revirar os olhos e não pude deixar de rir disto.

- Sim... Estou na empresa. Alguém naquela casa tem que trabalhar... – eu respondo rindo. – Mas já estava de saída... Só vou ver como a Mily está e já vou para casa me arrumar...

- Certo então liebe, nos vemos daqui a pouco... – ele disse. – Beijos mein liebe...

- Até... – eu disse sorrindo – Beijos Bill. – eu suspiro desligando. Hoje eu sairia mais cedo, já que não tinha mais reuniões, conferências ou papeladas para assinar... Conferi se meu isqueiro e meu maço estavam na bolsa certa e me despedi de Megan, minha secretária e saí praticamente correndo, tanto que cheguei no hospital em 15 minutos.

Estacionei meu carro perto da guarita onde os seguranças me conheciam e sempre estavam por lá... Saí acenando para eles e fui para o andar que queria. Fiz minha rotina de colocar as roupas descartáveis para vê-la.

- Oi Mily! – disse sorrindo.

- Oi Rana... – ela disse sorrindo – Você veio mais cedo...

- Sim, mas vou ficar pouco tempo... – disse séria – Vou jantar com o Bill acredita? – eu disse sorrindo involuntariamente. Mileena sorriu para mim.

- Que bom Rana... – ela disse sorrindo para mim, então ela olhou para a porta e seu sorriso ficou maior, eu segui se olhar e vi Miranda na ante-sala olhando para Mileena com um sorriso pequeno. Eu me levantei e disse baixinho para Miranda:

- Mate a saudade dela... Ela sempre disse que queria ser como você... Ela disse que até queria pintar o cabelo de ruivo para ficar igual ao seu... – eu disse sorrindo para ela. Ela me abraçou e disse:

- Sonhei com papai e mamãe... – ela engoliu o choro – Eles me pediram para vir... E para pedir desculpas... Você sempre foi inocente... Não foi você que matou o Adam, ou mamãe e papai... Desculpa.

- Sempre... – eu disse dando um beijo na testa dela. O relógio bateu 20 horas – Tenho que ir... Te vejo em casa...

- Bom jantar. – ela disse sorrindo para mim. Feliz da vida voltei para casa... Mileena estava feliz, Miranda estava feliz, eu estava feliz... Tudo sempre acaba bem... Voltei para casa depressa.

Debbie deixou minha roupa passada e bem esticada na minha cama. Peguei meu sapato da linha da Paris Hilton e minhas jóias do Harry Winston... Tomei banho de banheira com meus sais de banho de lavanda e frésias.

Passei meu hidratante, me maquiei e coloquei a lingerie e minha roupa e peguei minha bolsa. Guardei nela meu maço, o isqueiro, o batom para retocar, o celular, cartão de crédito e o dinheiro que eu tinha na minha carteira.

Desci faltando 5 minutos para as 21 horas quando o interfone do portão toca. Debbie atende e abre o portão. Bill havia chegado na hora combinada, pois exatamente às 21 horas ele tocou a campainha.

Me despedi de Debbie e Lorraine e disse que estava saindo sem hora para voltar e avisei onde estava Miranda. Segui Bill em direção ao seu Audi R8. O carro era lindo, mas eu preferia a minha Bugatti sempre...

Nós fomos em um restaurante chique no centro de Los Angeles. Nós jantamos, conversamos, brincamos e nos beijamos. Até que nós ouvimos vários cliques. Bill falou um palavrão em alemão e disse:

- Paparazzis... – sorri e disse:

- Ignore eles... Depois de perceberem que você não liga ele para... – eu disse sorrindo. E assim nós fizemos, não deu outra 5 minutos depois ele se foi. – Viu? Eu não disse???

- Aham... E Mirana vamos brindar... – ele diz pegando a minha mão. Logo garçons chegam e nos servem taças de champagne e saem.

- Brindar a que Bill? – eu disse pegando minha taça.

- A nós... – ele diz erguendo a taça e bebendo tudo em um gole. Eu o repito, mas quando eu viro para beber a taça noto que tem algo no fundo da minha taça... Era um anel...

Eu olho para Bill sem entender nada. Eu bebi a champagne toda e retirei o anel. Ele era muito bonito... Bill o pegou e ficou o admirando. Ele então me olhou sorrindo, ele ainda segurava minha mão esquerda.

- Mirana Alice Lyon... – ele disse sério. – Minha rainha branca fico feliz que você tenha seguido o coelho branco porque ele me trouxe até você... Hoje não seu o que é viver sem você... Vendo seu sorriso desaparecer... Antes que eu fique louco e corte minha cabeça quero saber... – ele me estendeu o anel dentro da taça... Então minha ficha caiu... – Quer se casar comigo?

- Ah Bill – eu digo sorrindo emocionada – Por você eu enfrentaria mil oceanos, furacões e sóis, através da monção, pois eu sei que não me sinto eu mesma longe de você e o mundo fica tão estranho... Por isso quero viver cada segundo ao seu lado... Viver o para sempre agora... – ele sorriu para mim – Eu aceito me casar com você...

Ele coloca o anel em meu dedo e o beija, para em seguida me puxar para um beijo. Então o celular do Bill começa a tocar. Era do hospital avisando que a medula dele era compatível com a de Mileena. A esperança não havia morrido...

Fomos para o hospital o mais rápido possível. Chegando lá encontramos vimos enfermeiros entrando correndo no quarto da Mileena enquanto outros dois tiravam Miranda aos prantos do quarto. Ela se debatia e tentava voltar ao quarto, mas os enfermeiros a seguravam com força.

Corremos até ela, sem pedir mais explicações eu a abracei. Eu olhei para a janela do quarto e vi eles com o desfibrilador no corpinho frágil de minha irmã... A sua salvação chegou tarde demais...

Os médicos saíram cabisbaixos. Eu não acreditava no que meus olhos viam... Minha irmãzinha estava morta... Ela estava junto dos meus pais... Miranda teve que ser medicada porque estava em choque, a meu pedido Bill a acompanhou.

Sozinha eu entrei no quarto dela devagar, olhei tudo ao redor. Ela parecia estar dormindo tranquilamente... Seguro em seu braço, o boneco do Bill jazia seguro em sua mãozinha. Eu os recolhi, assim como todas as suas coisas... Roupas, brinquedos, livros infantis e fotos...

Com tudo que a pertencia em mãos, eu me permiti cair em desespero... Caí de joelhos, segurando uma foto dela comigo e Miranda, eu tive apenas uma certeza... Ela agora era um anjo... E a Rainha de Copas não cortará mais a cabeça de ninguém.


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Notas finais do capítulo

Eu chorei muito escrevendo este capítulo, mas nem tudo na vida são flores e maravilhas
Deixem reviews e me deixem animada ok???
Beijos e abraços meus lindos e lindas!!!
Marina/CatherineMasen



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