Rony POV

Eu estava absurdamente preocupado com o fato de que Lilá poderia espancar Hermione a qualquer momento, e eu sei que uma menina doce feito ela jamais sujaria suas pequenas mãos macias feito seda na minha ex-namorada inútil. Mas se ela encostasse um dedo na minha garota –isso mesmo, MINHA garota– nem que eu tivesse que mandar Cho bater nela porque “meninos não batem em meninas”, de algum jeito eu iria me vingar.

Logo após o almoço as meninas se retiraram deixando um ar misterioso por lá, eu tinha que saber o que havia dado para a idiota da minha ex querer bater na Hermione.

Passaram-se 10 minutos de conversas aleatórias e fomos colocar a roupa para praticar educação física, no vestiário as conversas se prolongaram.

– Hey cara, você está de olho na Mione, não está? –Cedrico perguntou enquanto passava as mãos no cabelo, de frente para o espelho.

– Não estou de olho, estou enfeitiçado por essa menina. Esse jeito inocente e misterioso que ela tem atiça um lado meu que grita por descobrir os segredos que ela esconde debaixo dessa cara de anjo, porque ela tem um lado que me deixa louco de uma maneira estranha...

– Sei como é, Cho passou de menina inocente e doce para garota implicante e difícil de conquistar, mas depois de muita luta eu consegui, e estou vivo ainda. –Gargalhamos.

– Não sei como ela conseguiu, sinceramente, eu nunca fui uma pessoa tão fácil de domar e ela consegue com tanta facilidade...

– É o amor! –Harry apareceu bagunçando os cabelos escuros. Cedrico começou a imitar passarinhos cantando e os dois me seguiram para fora do vestiário dizendo coisas de amor, corri rindo para longe deles até que chegamos na quadra descoberta, aonde alguns caras do primeiro ano jogando basquete terrivelmente. Fomos convidados pra entrar no jogo e ficamos não jogando, mas zuando por alguns minutos porque eles não jogavam nada de basquete. Quando eu já não estava mais sentindo os meus dedos por causa do frio, resolvemos ir ao ginásio aquecido, o espaço aonde as meninas de alongavam.

Como não era muito longe chegamos em segundos, entramos e nos sentamos nas arquibancadas. Hermione estava de costas fazendo polichinelo com o resto das meninas e tudo que eu conseguia ver era suas curvas delicadas sendo delineadas por um shorts bem mais justo do que seria apropriado para eu ver ela vestida, minha mente mergulhou em um mundo inapropriado até que voz de Cedrico me tirou do transe embaraçoso

– Cara, você está babando. –Inconscientemente passei a mão no canto da minha boca e Harry e Cedrico caíram na gargalhada. Bufei irritado e cruzei meus braços.

– Eu sabia que você estava apaixonadinho por ela. –Harry disse em um tom divertido, sentando do meu lado. – Você olha para ela com uma cara de bobo...

– Ok gente, eu entendi, eu fico que nem um tosco quando estou apaixonado. –Harry riu.

– Nós sabemos como você se sente, eu ando que nem um cachorro atrás da minha ruivinha e Cedrico vai atrás da japinha dele, é assim cara, se acostume com essa sensação de ser domado. –Cedrico concordou com tudo que ele disse, dei um longo suspiro e fiquei observando Hermione fazer o exercício de extensão de quadril, aquele para o glúteo, que tem que ficar de quatro e... Meu Deus do céu, meus pensamentos estavam os piores lugares enquanto ela fazia o exercício, por que aquele shorts tinha que ser tão justo? Parei de olhar descaradamente e percebi que vários outros caras observavam as meninas.

– Cara, você viu aquela aluninha nova do último ano, a Granger, tem cara de santinha, mas garanto que é safada. –Um otário qualquer comentou logo atrás de mim, respirei fundo para não arrancar os olhos desse babaca e privá-lo de qualquer imagem dela.

– É, olha que corpinho delicioso, ela deve ser muito boa. –Ok, não agüento mais. Levantei furioso e os dois otários me encararam, Cedrico e Harry pareciam ter ouvido também e se levantaram.

– Escuta aqui seus virgenzinhos babacas, não tem mais o que fazer, não? Se eu ouvir saindo das suas bocas repugnantes algo sobe ela ou qualquer menina que está aqui eu juro que arranco suas línguas e seus olhos, vagabundos. –Eu estava prestes a explodir de raiva, e meus amigos perceberam e começaram a falar por mim.

– Vocês dois são do primeiro ano ainda, nem deviam estar aqui pra começo de conversa. –Foi Harry quem havia dito isso, o mais racional, agora o próximo seria Cedrico, tão explosivo quanto eu.

– E se vocês não sumirem daqui agora, vamos ter que tirá-los na base da porrada mesmo. Mas sei que algum neurônio nessas cabeças ocas sabe que é melhor sair daqui.

– Poxa caras, não vamos brigar né... –Um dos idiotas falou.

– Parece que vocês não ouviram bem... –Cedrico começou calmamente. – SOME DAQUI! –Depois ele puxou os dois pela camisa e empurrou-os violentamente contra as arquibancadas, fiquei pensando no que ele faria se estivessem falando da Cho. Os babacas saíram andando rápido para longe da gente e quando percebi, todas as meninas estavam encarando a gente, não tinha me dado conta do escândalo.

– Weasley, o que é isso? O que estão fazendo aqui? Não era para vocês estarem praticando algum esporte de sua escolha hoje? –A professora Rolanda Hooch se aproximou da gente com uma expressão nada contente.

– Ah professora, é que... –Enquanto eu preparava uma resposta na minha cabeça Harry e Cedrico se balançavam nervosamente.

– Ande, saiam daqui, hoje o ginásio é das meninas. –Assenti e sai bem rápido de lá, chegando no pátio me sentei em um dos bancos e comecei a rir.

– Por pouco não nos ferramos no primeiro dia de aula. –Cedrico comentou se sentando ao meu lado e Harry sentou-se no chão, de frente para nós dois. De repente Lilá apareceu saltitando e praticamente se jogou no meu colo.

– Estava me olhando fazer exercícios, Won-Won? –Bufei e pude ver meus amigos rolando os olhos.

– Não, não estava.

– Ah, não seja tímido. –Então ela começou a pular no meu colo, e eu já estava duvidando da minha masculinidade quando ela praticamente rebolou em cima de mim e eu não senti nada, a empurrei e encarei com cara de desgosto. – Por que você fez isso?

– Lilá, para de me encher, isso está ficando chato. Quem você pensa que é pra achar que é livre para sentar no meu colo?

– Sua amiga...?

– Amigas não fazem isso, só as oferecidas feito algumas pessoas por aí. –Ela abriu a boca perplexa e saiu batendo os pés, eu podia dar o máximo de foras possíveis que ela continuava correndo atrás de mim.

O sinal bateu avisando a pausa, logo que Lilá virou no corredor e as meninas apareceram.

– Oi meninos, o que houve lá antes? –Cho perguntou se sentando ao lado de Cedrico e dando um beijo carinhoso o rosto dele.

– Folgados do primeiro ano, só isso meu amor.

– Mesmo? –Ela perguntou, se aconchegando nele.

– Mesmo. –Olhei para o lado e Hermione estava em pé de braços cruzados olhando para o nada.

– Hey, senta aqui. –Dei leves batidas no lugar vazio ao meu lado, ela deu um sorriso de lábios fechados mostrando sua covinha adorável na bochecha e me obedeceu.

– Gatinhos, nós vamos fazer aula de desenho após a pausa, ok? E vocês? –A japinha perguntou, ficando de pé e arrumando o shorts.

– Aula de música, talvez...? –Falei, olhando para meus amigos com uma cara de dúvida, esperando a confirmação deles. Os dois assentiram e Hermione ficou de pé.

– Então tá, vemos vocês depois no refeitório. –Cho puxou Hermione e a pequena Luna pela mão e desapareceu pelos corredores.

– Sinceramente, não gosto da ideia da sua namorada com as meninas sozinhas em uma sala de aula diferente, ela gosta de influenciar errado. –Cedrico gargalhou sonoramente.

– Isso já é problema das meninas, se elas são influenciáveis ou não. –Concordei e nós três fomos rindo até o vestiário masculino, podíamos escutar a conversa escandalosa das meninas ao nosso lado. Troquei de roupa e guardei o uniforme de educação física nos armários, baguncei mais meu cabelo e aguardei os outros.

– Sério cara, música? O professor é gay, mano. E nós somos bonitos demais pra estar lá com ele. –Cedrico comentou demonstrando um falso desapontamento, imediatamente eu e Potter começamos a rir.

– Está com medo de levar uma cantada do professor Gilderoy, Ced? –Recebi um olhar de desgosto e gargalhei. Gilderoy Lockhart é o professor de música daqui desde que entrei nesse colégio, foi ele quem me ensinou a tocar violão, um ótimo professor.

– É só jurar pra ele que seus lábios vermelhos são por causa da Cho, não que você passa batom. –Harry comentou, ajeitando o cabelo e a camiseta, Cedrico começou a rir e tacou um frasco de desodorante nele com força, o que ocasionou uma briguinha ridícula.

– Criançinhas, vamos parar porque se não vamos chegar atrasados no refeitório e isso ocasionará atraso também na aula do namorado do Ced. –Falei na maior tranqüilidade, percebendo a cara de raiva do Cedrico sai correndo na frente e seguindo para a sala de música. Fui cantarolando “Glad You Came”, do grupo “The Wanted”, enquanto Diggory me perseguia querendo se vingar, por sorte minha chegamos rápido e quando adentrei no refeitório vi que havia me enganado, as meninas é que estavam atrasadas, mas já era normal. A pausa não era que nem a hora do almoço, agora a escola se dividia em grupos dispersos pelo refeitório aonde conversavam e comiam coisas leves que as tias da merenda distribuíam.

Fui com meus amigos até um lugar vazio e nem me dei ao luxo de sentar na cadeira, me joguei em cima da mesa mesmo.

– Boa tarde meninos. Weasley, sai da mesa. –Dona Ana, uma das “tias da merenda” foi quem mandou eu sair, bufei contrariado e me sentei na cadeira.

– Nem no primeiro dia de aula você me dá folga, Aninha linda do meu coração. –Fiz bico e ela riu.

– O que tem pra comer hoje, gatinha? –Cedrico falou em um tom sedutor, nós adorávamos provocá-la e ela adorava dar patada na gente.

– Veja no cardápio, fácil assim Diggory.

– A saudade da gente nas férias foi tão grande que a senhorita vai ficar nos olhando aqui, hein coisa fofa? –Dessa vez foi Harry quem provocou, recebendo um tapa na nuca de Gina que está com uma mania de chegar discretamente por ai.

– Era bem isso que sua namorada fez, que eu estava planejando fazer, Potter. –Ele cruzou os braços e nós rimos. Ana se retirou e minha irmã sentou ao lado dele. Logo as atrasadas apareceram conversando animadamente.

– Deviam estar fofocando, por isso demoraram. –Cedrico reclamou.

– Meninas não fofocam, comentam sobre os fatos que ocorrem na escola, Diggory. –Minha irmã disse, se levantando para ir ver o cardápio.

– Não pedi sua opinião, ruiva. –Ela deu um tapa com força na nuca dele e deu a língua. Eu e Harry gargalhamos escandalosamente.

– Apanhando da minha namorada Ced, que triste isso. –Ainda rindo nos levantamos e acompanhamos as meninas para escolher o que comer.

– A Lilá não te fez nada de mal? –Me aproximei de Hermione e ela sorriu com a minha preocupação.

– Quando ela tentava se folgar pra cima de mim, Cho me defendia com unhas e dentes, eu definitivamente amo ela e Luna. –Ela deu uma gargalhada gostosa e fiquei contente por causa das novas protetoras dela.

Descobrimos que tinha frutas, alguns sanduíches e barrinhas de cereais, eu odiava internamente a nutricionista do colégio por não colocar qualquer coisa realmente gostosa no lanche da tarde. Todos nós pegamos salada de frutas que por sorte tinha leite condensado por cima, e um copo de suco de laranja. Voltamos para a nossa mesa e começamos a comer. O lanche foi recheado de conversas totalmente aleatórias, os 30 minutos de pausa passaram mais rápido que o desejado e quando o sinal bateu os casais se despediram com um selinho e apenas Luna e Hermione ficaram quietas na mesa.

– Adeus Luninha, já estou morrendo de saudades de você meu anjo. –Levantei e abracei Luna com força, ela começou a rir e a bater nos meus braços, dei um beijo estralado no rosto dela e a soltei.

– Você é o ruivo mais irritante na face da terra, Ron. –A voz dela era tão suave quando uma canção de ninar, acho que se eu passasse muito tempo falando com ela eu adormeceria.

Olhei para o lado e Cedrico esmagava Hermione e Luna ao mesmo tempo.

– Cho, cuida delas na aula de desenho, elas são muito inocentes. –Apontei para a loira baixinha e a de cabelos ondulados ao lado dela.

– Pode deixar, capitão. –Ela sorriu e se ergueu na ponta dos pés para beijar minha bochecha, eu adorava essa menina, mas não confiava 100% nela, ela poderia enfiar besteira na cabeça das outras.

– Até depois, Ron. –Hermione apareceu sorrindo na minha frente.

– Até, se cuida e não seja facilmente influenciada pela japonesa com cara de inocente. –Nós dois rimos e eu a abracei, envolvendo sua cintura com meus braços. Beijei de leve seu pescoço e nos soltamos, ela sempre ficava visivelmente arrepiada quando eu fazia isso.

– Não morra de saudades de mim, Weasley. Eu juro que volto. –Ela sorriu e saiu abraçada com as outras meninas. Fiquei vendo o movimento que o quadril fazia dela quando andava e um sorriso bobo cresceu nos meus lábios, ela deveria saber que qualquer coisa que ela falava ou fazia mexia muito comigo.

– Vamos, Weasley. E não morra de saudades da Granger. –Cedrico me puxou pelo braço e Harry gargalhou.

– Que foi, Diggory? Está ansioso para a primeira aula do ano com o Lockhart? –Ele me lançou um olhar raivoso e eu me soltei dele, rindo e caminhando na frente dos dois.

Adentrei na sala correndo e todos os alunos da aula de música me olhavam curiosos.

– Que bom que você e seus amigos sabem chegar discretamente na aula, senhor Weasley. Posso até associar esse comportamento com seus irmãos gêmeos. –Sarcasmo, ADOGO.

– Sabe como é né, é de família. –O professor riu e se sentou. Achei algumas carteiras vazias e nos sentamos. A aula foi tranqüila, revisamos a teoria musical, tocamos um pouco e o sinal bateu. Dei uma olhada rápida no relógio em formato de bateria em cima da lousa e já eram três da tarde, hora de escolher outra aula.

– Vôlei.

– Ah cara, vôlei? Tem coisa melhor. –Eu, Harry e Cedrico ainda discutíamos sobre que aula escolher. Eu realmente odiava jogar vôlei com meninas, isso não fazia parte dos meus planos.

– Então o que você quer? Curso técnico para mecânico? Estudos sociais? Ou quem sabe... História mundial! –Cedrico disse enquanto andávamos sem rumo pelos corredores.

– Nem me fale uma coisa dessas, mas tem basquete, futebol americano...

– Alguns desses são ao ar livre, o vôlei fica no ginásio aquecido. –Como ele podia ser tão insistente?

– Promete que mudaremos quando o inverno acabar?

– Prometo. Também não curto muito deixar as meninas ganharem por causa de cavalheirismo, mas eu gosto de discutir com a professora Rolanda de vez em quando.

– Pensando bem... Seria legal ganhar detenção no primeiro dia de aula por causa da professora Rolanda. –Falei sarcasticamente, indo em direção ao ginásio, os dois começaram a rir. Quando chegamos lá, fomos obrigados a colocar a roupa de educação física novamente, pura chatice.

Por mera coincidência Hermione, Luna, Cho e Gina estavam reunidas lá também, e eu tinha certeza que aquele maldito shorts que Hermione vestia iria me render algumas boladas na cara.

– Primeiro as damas vão jogar, meninos para a arquibancada. –Ninguém ousava enfrentar a professora Rolanda, ela era assustadoramente intimidadora.

Sentamos bem longe dos outros alunos e ficamos observando o jogo. Hermione, Luna, Cho, Gina, Susana Bones (uma menina que eu só sabia o nome mesmo), e uma outra que eu não fazia nem ideia quem era estavam de um lado.

Do outro lado foram a minha ex paranóica, as gêmeas seguidoras fiéis, Pansy Parkinson (já deu pra escola toda, só não deu para mim porque eu não quis), Ana Abbott e outra qualquer.

O jogo rolou normalmente por um tempo, mas eu acho sinceramente que shorts tão colados ao corpo deveriam ser proibidos para meninas lindas feito Hermione. Até que uma hora ela foi na rede e quem ficou de frente para ela? Lilá.

– Isso não vai resultar em coisa boa. –Cedrico comentou do meu lado, suspirei e aguardei até que Cho sacou perfeitamente, Ana Abbott que estava no meio levantou a bola e Padma correu para jogar para o outro lado, Luna defendeu e quando a bola voltou para Lilá, ela aproveitou para dar um corte com toda a sua força, Hermione não percebeu e recebeu em cheio uma bolada na sua cabeça.

LOIRA MALDITA, ELA VAI PAGAR POR ISSO!

Levantei extremamente irritado porque eu sabia que tinha sido de propósito, invadi a quadra de vôlei já dando de dedo na cara de Lilá, Hermione estava caída sentada no chão com uma mão sobre sua cabeça e a outra apoiando o peso do seu corpo.

– Não sabia que você era tão vagabunda a esse ponto, Lilá! VOCÊ SE SUPEROU, PARABÉNS! –Gritei pegando Hermione no colo.

– Weasley, cuidado com o que fala! Deixa que eu levo a Granger para enfermaria.

– EU vou levar professora, não quero ficar nem mais um segundo no mesmo território que essa idiota está.

– Won-Won, foi sem querer! –Lancei um olhar raivoso para Lilá e sai da quadra.

– Rony, está tudo bem... Pode me soltar... –Hermione falava fracamente ainda com uma das mãos na cabeça. Fiz um sinal para ela se calar e caminhei bem rápido até a enfermaria, eu estava furioso, puto da vida. – Pode me soltar, já chegamos. –Obedeci um pouco receoso, Madame Pomfrey nos recebeu e já fui contando o que havia dado.

– Lilá Brown foi a idiota que deu uma bolada nela.

– Ron... Pode ter sido sem querer...

– SEM QUERER? –Respirei fundo e lembrei de abaixar o tom de voz. – Você realmente não sabe do que ela é capaz, não é?

– Ronald, eu sei me defender sozinha. –Hermione pegou uma bolsa de gelo e colocou sobre a cabeça. Bufei audivelmente e a enfermeira se retirou, ela não era de fazer muitas perguntas, só se preocupava com o bem estar dos alunos. – Ok, não faça mais nenhum drama desses.

– Drama? –Ri sarcasticamente. – Se no primeiro dia de aula ela já fez isso, imagina nos próximos? –Ela rolou os olhos e sentou na maca da enfermaria.

– Minhas amigas são tão fortes quanto você, elas vão poder me ajudar quando meu ruivo que adora fazer tempestade em copo d’água não estiver presente. –Sorri abobalhado com a forma que ela se referiu a mim, chamando de “meu”.

– É quase um instinto te proteger, Mi... –Fiz uma cara triste.

– Eu te entendo, mas não repita esse escândalo novamente. –Ela sorriu docemente e acariciou meu rosto. Apoiei minhas mãos em cada lado dela e me aproximei, ela já entendeu que eu estava querendo um beijo e por isso me empurrou e cerrou os olhos. Gargalhei da sua cara fofa e ela sorriu, me puxando e dando um beijo na minha bochecha.

– Obrigada por cuidar de mim. –Seus olhos cor de mel transmitiam sinceridade no agradecimento, me senti melhor assim.

– Não agradeça, sempre vai ser assim se depender de mim.

– Depende de nós. –Ela desceu da maca e saiu da enfermaria ainda segurando a bolsa de gelo na cabeça. Fiquei raciocinando no que ela quis dizer com “depende de nós”, até que me lembrei que ela havia recebido uma bolada e deveria estar tonta. Segurei seus ombros e ela riu.

– Eu consigo andar, Ron.

– Não reclama, quem mandou me contrariar e defender a Lilá?

– Você quer dizer, a piranha oxigenada? Não defendi, simplesmente não quero mais confusão, “Won-Won”. –Finalizou com uma voz debochada, bufei e ela ficou rindo. Caminhamos juntos até o ginásio e não fiz questão de soltá-la, quando chegamos a professora estava na porta com uma cara preocupada.

– A senhorita Brown está chorando no banheiro por você ter julgado ela. –Gargalhei escandalosamente e Hermione me beliscou, fazendo eu calar a boca.

– Chorando? Ela deve é estar fazendo uma macumba contra mim. –Hermione me beliscou novamente e eu gritei de dor, lançando um olhar reprovador para ela, que só riu baixinho.

– Bom Weasley, vamos esquecer esses fatos e leve Granger para casa, daqui a pouco já é o final das aulas mesmo, podem ir. –Assentimos e entramos no ginásio para nos despedirmos dos outros.

Hermione POV

Antes de acertar a bola na minha cabeça eu podia jurar que vi um sorriso demoníaco no rosto da piranha oxigenada. A bolada foi realmente forte e me deixou bem tonta, e mesmo depois da tontura ter passado Rony não deixou de cuidar de mim, era um pouco sufocante, mas eu gostava e não admitia.

Durante a aula de desenho as vagabundas das cheerleaders combinaram de sentar próximas da gente, só para provocar. Lilá havia me pedido desculpas falsamente pelo bilhete, eu sabia que tinha caroço nesse angu e a bolada foi a prova disso.

Só que o que ela realmente não esperava, sinceramente nem eu, foi Rony me defender daquela maneira. Quando Cho estava pronta para invadir o outro lado da quadra e acertar em cheio a cara da piranha loira, Rony apareceu xingando ela de “vagabunda”, uma cena linda se eu não estivesse vendo tudo em dobro, totalmente tonta e caída no chão.

Fomos dizer tchau ao resto pois iríamos mais cedo para casa, entramos no ginásio e percebi que a rainha das piranhas estava realmente fazendo draminha no banheiro. Ela deveria ganhar um Oscar de melhor drama do ano.

– Hey Mi, como está se sentindo? –Cho, Luna e Gina se aproximaram com uma face preocupada. Os meninos vieram logo atrás.

– Estou bem meninas, não se preocupem. Já estamos indo, Ron vai me levar para casa. –As três se olharam com um sorriso malicioso no rosto, revirei os olhos e elas riram.

– A professora me impediu de bater nela, mas Gina e eu ameaçamos a loira burra só um pouquinho. –Que japinha e ruivinha mais infernais.

– E eu me candidatei à chamar todos para confirmarem que a bolada foi proposital, e quem não queria confirmar eu ameacei de chamar alguém com lepra para contaminá-los. –Se Luna não tivesse dito isso com um sorriso angelical, eu poderia jurar que ela é tão infernal quanto as outras.

– Quero morrer tendo vocês como minhas melhores amigas. –As três riram e me abraçaram. Depois me despedi dos meninos que ficaram preocupados comigo também, não tanto quanto Rony, obviamente.

Deixei a bolsa de gelo na enfermaria e agradeci o trabalho da Madame Pomfrey. Menti que estava perfeitamente bem, mas minha cabeça latejava um pouco ainda, pelo menos não estava mais tonta.

Peguei meus materiais nos armários e caminhamos mais um até chegarmos no estacionamento, entrei no carro e coloquei o cinto de segurança, Rony entrou logo depois de mim.

– Amanhã passo para te pegar às 8:00 na sua casa.

– Me pegar? Hmmmmmm. –Gargalhamos.

– Você me entendeu. –O caminho foi silencioso, apenas com o rádio ligado passando músicas aleatórias, algumas que eu sabia só não cantava escandalosamente para irritar o ruivo porque minha cabeça ainda doía.

Quando finalmente chegamos, Rony estacionou e ficou me olhando.

– Que foi? –Perguntei.

– Beijinho de despedida? –Comecei a rir e dei um selinho nele. – Não me contentei.

– Problema seu, até amanhã ruivinho. –Deixei ele confuso e sai naturalmente do carro. Quando eu estava quase na porta de casa, Rony me puxou pelo braço e me roubou um beijo. Depois de me largar totalmente ofegante ele sorriu vitorioso.

– Nunca mais me deixe descontente.

– Nunca mais me beije a força.

– Não foi a força, você queria, eu sei disso. –Senti minhas bochechas formigarem e ele riu baixinho, fui empurrando-o até sair pelo portão.

– Tchau convencido, até amanhã.

– Tchau orgulhosa, até. –Ele piscou e entrou no carro. Dei um longo suspiro e entrei em casa, Sophia estava jogada no sofá.

– Oi pequena, como foi a escola hoje? –Me aproximei dela.

– Foi legal, a professora ensinou a gente a contar até 30.

– Sério? Que legal! –Fingi estar surpresa, só para agradá-la. Ela abriu um sorrisinho e voltou o olhar para a tv. Subi até meu quarto e joguei minha mochila na cama, eu estava extremamente cansada e com um pouco de dor de cabeça, por isso resolvi trocar de roupa e tirar um cochilo enquanto meus pais não haviam chegado do trabalho ainda.

Algumas horas de sono depois minha mãe veio me acordar e perguntar sobre o primeiro dia de aula, enquanto meu pai paparicava Sophia. Não mencionei para nenhum dos dois o fato da bolada, só falei o quanto foi bom arranjar ótimos amigos no primeiro dia.

Arrumei meus materiais para o dia seguinte de aula e só não voltei a cochilar porque se não ficaria difícil para dormir a noite. Fiquei assistindo tv das seis e meia da tarde até o horário da janta. Logo após contar tudo sobre minha escola nova resolvi tomar banho e ir dormir, porque o cansaço me dominava.

Antes de pegar no sono escutei um barulho vindo do meu celular, olhei para a tela e era uma mensagem nova.

Fofa, hoje não deu para eu ir para a aula, fiquei doente. Te vejo amanhã na Campbell, Mi! Beijos, McLaggen.

DROGADROGADROGADROGA, ele iria estudar comigo esse ano, tinha me esquecido totalmente desse fato! E eu nem tinha avisado o Ron.