The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 48
Time passes but love remains


Notas iniciais do capítulo

heeeeey, olha eu aqui em uma quarta-feira ensolarada! (pelo menos no lugar que eu moro. argh, odeio sol, odeio calor, odeio verão. UAHUAHAUHA) senti a falta de vocês *-* sentiram a minha? não? ah, já esperava, hm... tá, parei de drama. HSAUSHAUSU
entããão, antes de tudo quero dizer que nessa semana fora escrevi um capítulo extra de três mil palavras com a primeira briga do Ron e da Mione depois de casados que estava pensando em postar nesse final de semana... vão querer esse drama extra ou posso guardar pra mim? o3o
tenham uma boa leitura, agradeço por terem esperado pacientemente que eu retornasse e posso dizer que essa semaninha extra me ajudou muito a colocar as coisas no lugar.
aguardo seus reviews e recomendações, e até mais :*



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4 meses depois.

Já estávamos em abril, era incrível como o tempo havia passado tão rápido.

Tivemos o ano novo, que comemoramos em casa mesmo porque não queríamos assustar as crianças com os fogos de artifício, mas foi perfeito do mesmo jeito, uma comemoração parecida com o natal, só que desta vez Ron não estava vestido de rena, estava todo de branco e Hugo com a mesma roupa que o pai em miniatura. Argh, vontade de morder os dois.

Em fevereiro finalmente tivemos o casamento de Jorge e Angelina. Foi na igreja mesmo e uma nevasca deixou a paisagem ainda mais contrastante. Chorei até acabar minhas lágrimas, pois me lembrei o quanto Fred ficaria feliz pelo irmão. E Ron se encarregou de me abraçar e deixar que chorasse em seu peito a cerimônia inteira.

Em março houve uma festa surpresa para meu o ruivo, seu aniversário de dezenove anos. Para anunciar a festa, Cedrico jogou uma torta na cara do coitado, ganhando um abraço do meu marido lindo coberto de glacê. Cena hilária.

Hugo se desenvolvia cada vez mais lindamente, a cada novo sorrisinho eu tinha que tirar uma nova foto para o álbum gigante de fotos que seu papai exagerado comprou.

Ele já estava com seis meses agora, sabia sentar sozinho, gargalhava quando fazíamos palhaçada, balbuciava com mais coerência e frequência só que até agora nem eu, nem Rony, podíamos nos vangloriar por um “mamã” ou “papá” falado pelo nosso filho.

Havia sido um mês atarefado, e por isso pegamos o último domingo de abril para relaxar em família. E “em família” significava eu, meu marido e meu filho.

Decidimos em fazer um piquenique no parque, e lá estava eu em um fim de tarde ensolarado vestindo uma saia de cintura alta florida, um bustiê branco, oxford, chapéu e com uma trança lateral, sentindo a brisa da primavera acariciar meu rosto.

Rony estava ao meu lado, sua mão entrelaçada com a minha. Vestia uma camisa pólo que reforçava seus músculos, uma bermuda xadrez e all star, os cabelos ruivos rebeldes voando ao vento e com um óculos aviador. Homem com cara de adolescente, tão irresistível.

No carrinho de bebê a nossa frente estava nosso pequeno Hugo com uma jardineira jeans, camisa pólo vermelha como o pai e o all star preto dado pela madrinha ruiva dele. Babava um mordedor inteiro já havia dias, porque provavelmente seus primeiros dentinhos iriam nascer. Mas por enquanto, nosso bebê era um lindo banguelinha sorridente.

– E ai garotão, estou vendo umas gatinhas lá longe. –Disse Ron, olhando para duas menininhas loiras de uns dois anos cada brincando na grama com suas bonecas. – Papai vai te ensinar a seduzir. –Ele tirou seus óculos e colocou no nosso filho, que deu uma gargalhada gostosa e apalpou curioso aquele objeto novo em frente aos seus olhos muito azuis.

– Desculpe, mas meu filho será um cavalheiro, não um sedutor barato. –Ri, tirando os óculos do nosso filho e repondo em Ron.

– Um sedutor barato feito eu? –O ruivo abaixou os óculos e piscou sedutoramente para mim, eu ri mais ainda.

– Você não é barato porque nasceu para seduzir somente eu, sua esposa linda. –Dei um selinho nele, que retribuiu sorrindo.

– Óbvio. Por que eu desejaria seduzir mais alguém? –Achamos um espaço grande o suficiente na grama bem aparada com uma boa sombra e estendemos juntos uma toalha xadrez no chão, colocando em cima as comidas que preparamos juntos para o piquenique.

– Exato. –Sorri convencida, tirando Hugo do carrinho e o pegando no colo, colocando-o sentadinho apoiado em almofadas de proteção, perto de alguns brinquedos coloridos.

– Ele já mamou? –Perguntou Ron, dando cookie com gotas de chocolate na minha boca.

– Já, mas qualquer coisa dou de mamar pra ele aqui também. –Respondi enquanto mastigava. O ruivo me lançou um olhar de “sério-que-você-vai-mostrar-seu-seio-para-o-povo-nesse-parque?” e eu logo peguei outro cookie. – Abre a boca e não fala nada. –Semicerrei meus olhos e ele riu, aceitando o biscoito. Hugo acompanhou nossos movimentos, os olhos presos no doce.

– Posso dar um pra ele? –Indagou o papai babão, olhando para o filho.

– Claro que não, nem dentes ele tem ainda, criatura. –Hugo esticou a mãozinha, esperançoso. – Não, filho. Você ainda não pode comer desse.

– Ele é teimoso e insistente feito o pai, não? –Comentou o ruivo, rindo ao ver o bico adorável do nosso pequeno.

– É. –Ri junto com ele. - Hugo, não chora... –Acariciei sua bochecha e ele ficou de bruços, se erguendo em seus joelhos e nas palmas das suas mãos. Deus, ele ia... Engatinhar?

Mamã... –Foi o que saiu da sua boca em um tom choroso, enquanto ele tentava engatinhar em minha direção, mas caiu sentado de novo.

– AHÁ, ele disse “mamã”! –Comemorei, com os olhos cheios de lágrima. – Fala para o papai teimoso e insistente que você disse “mamã” primeiro! –Peguei Hugo no colo, e tudo que ele fez foi rir da minha loucura repentina.

– A “mamã” tá louca, Huguinho, nem liga. Já é de nascença isso ai. –Estapeei Ron e nosso filho riu mais ainda.

– E você está com inveja. –Mostrei minha língua para ele, colocando Hugo na toalha novamente, pronto para treiná-lo a recomeçar a engatinhar.

– Inveja... Hugo, prova pra essa mamãe doida que você sabe falar “papai”. –Rony se inclinou na direção do nosso filho. – Vamos, filhote. Fala “papá”... Pa, Pá... –O pequeno lançou um olhar confuso com seus olhinhos azuis para o pai, colocando o dedinho na boca em um ato de desinteresse e eu voltei a rir.

– Desiste, bonitão. –Mostrei minha língua novamente e Ron semicerrou seus olhos na minha direção.

– Quem mostra a língua pede beijo. –Arqueei uma sobrancelha, ajeitando Hugo sentado e arrumando sua roupinha um pouco amassada.

– Então... Vou ter que mostrar a língua mais uma vez para ganhar o que eu quero? –Falei em um tom provocativo e ele riu, se inclinando para depositar um beijo doce em meus lábios.

– Quer um desses também, garotão? –Perguntou o ruivo olhando para Hugo, que agora mexia concentrado em um chocalho colorido. – Vou lá chamar uma das menininhas loirinhas para te deixar feliz.

– Nada disso, Huguinho só recebe beijos da mamãe. –Dei um beijo estralado na bochechinha do nosso filho, que olhou para mim abrindo um adorável sorrisinho.

– E das vovós, das tias, das madrinhas...

– Das primas...

– É sério, meu garoto vai namorar com a Victoire um dia. Eles ficam lindos juntos, não? Esses olhos azuis seduzentes combinado com os cabelos loiros angelicais da pequena... –Ri, deitando na toalha xadrez e colocando Hugo sentado em minha barriga, brincando com suas mãozinhas.

– Gui vai te capar por ainda estar com essa ideia na cabeça... –Ron riu pelo nariz, passando os dedos entre os fios lisos castanhos claros do filho, que iam clareando cada vez mais.

– E você não vai deixar, porque Hugo precisa de um irmãozinho e você precisa do seu parque de diversões pessoal. –Revirei os olhos porque era verdade.


Decidi não discutir mais e peguei uma colher de chá após cortar uma maçã ao meio, raspando a fruta com a colher e fazendo uma espécie de papinha. Já havíamos introduzido outros tipos de comida na alimentação do nosso bebê, porém até agora ele só tinha provado sucos naturais e papinhas de frutas.

O resto do piquenique foi ótimo. Tiramos muitas fotos, Hugo descobriu o sabor do limão e fez tanta careta que tombou de costas no travesseiro de apoio, garantindo muitas gargalhadas dos papais bobões.

Comemos bastante também e aproveitamos o pôr-do-sol brincado pela grama, igual às outras famílias no parque, pois era isso que éramos. Uma família linda e mega feliz.

Passou-se uma semana desse acontecimento, em que as únicas coisas diferentes que ocorriam era no crescimento do nosso filho. A faculdade continuava ótima, o trabalho também, e fizemos um acordo com Molly e com minha mãe de que pelo menos um dia nos finais de semana, Hugo ia para a casa das vovós e eu e Rony íamos namorar.

Acredite, isso foi uma benção para mim. Uma noite sem ter que acordar de madrugada para limpar um bumbum cheio de cocô era gratificante, mais ainda tendo um ruivo sedento pelo meu corpo ao meu lado.

Na primeira sexta de maio resolvi fazer algo que não fazia há meses: Tocar.

Ter um bebê, um casamento, faculdade e trabalho para cuidar havia tirado todo meu tempo, e naquela sexta-feira à noite particularmente tranqüila, sentei-me no banquinho em frente ao instrumento sempre muito bem polido graças a Claire e abri a tampa do piano, mirando as teclas de marfim reluzentes.

Comecei a construir uma melodia sentindo a ponta dos meus dedos dedilharem com carinho as teclas. Eu me sentia tão leve, era como se pudesse flutuar enquanto ouvia cada nota soar magicamente em meus ouvidos...

Quando dei por mim, tocava a parte inicial de Only Hope. Sim, a música do meu casamento, impossível não ficar arrepiada em me lembrar de cada sensação ao ver o homem que mais amava me esperando no altar com aquele sorriso tão lindo...

E o mesmo homem com o mesmo sorriso me observava na soleira da porta da cozinha. Sorri de volta, carregada pelas emoções da música e podendo chorar a qualquer momento. É, eu andava muito sensível mesmo.

Comecei a cantá-la também, moldando minha voz à melodia. Quando cheguei na parte do refrão, abri meus olhos que até agora estavam fechados apenas aproveitando o momento e olhei para o lado, achando que era Ron que havia se aproximado de mim.

Mas não. Era a cópia dele em miniatura andando de quatro até a mim, engatinhando como se já fosse craque naquilo.

– Hugo! Você está engatinhando! –Parei de tocar subitamente para comemorar, sorrindo de orelha em orelha, porém meu filho pareceu se assustar e caiu sentado, fazendo bico.

– Amor, acho que ele gosta quando você toca. –Disse Rony docemente, andando até a mim.

– Você acha? –O ruivo assentiu, sorrindo. Voltei a colocar meus dedos sobre as teclas, observando Hugo ficar mais atento aos meus movimentos. Recomecei a parte do refrão, vendo um sorrisinho crescer no rosto dele.

– Viu? –Sussurrou Ron, olhando admirado para nosso filho. Apenas sorri e voltei a cantar, percebendo que aquilo foi uma ajudinha para fazer Hugo voltar a ficar de quatro e engatinhar para mais perto de mim.

Meu marido pegou-o no colo e sentou-se ao meu lado no banquinho, deixando o pequeno sentado em suas pernas olhando atento minhas mãos passeando pelo piano.

Claire se aproximou e ficou olhando encantada para nós três. Quando terminei a música, Hugo se esticou para tocar nas teclas e mal conseguiu apertar uma, mas quando o som finalmente saiu, se encolheu de volta para o pai dando um suspiro assustado, gargalhando em seguida.

– Ah, olha a vantagem de trabalhar aqui! Vejo cenas fofas feito essas o tempo todo, o que me deixa sempre com os nervos a flor da pele. –A governanta disse, secando as lágrimas que escorreram e nos fazendo rir.

– É... E além de tudo, nosso pequeno Hugo conseguiu engatinhar! –Comemorou Ron, fazendo nosso filho bater palminhas.

– É! –Dei um enorme sorriso, afagando a bochechinha dele. - Viu, Ron? Nosso filho tem bom gosto para música, adora o piano.

– Mas ele ainda vai aprender a tocar bateria, você vai ver. –Recomeçamos a rir e o ruivo ficou brincando com as mãos de Hugo, que levou a mão do pai a boca e começou a babar em seus dedos. – Ai! –Ele afastou a mão da boca do filho, que se contentou em ficar tentando tocar no piano novamente.

– O que houve? –Perguntei, confusa.

– Ele me mordeu! –Reclamou Rony, fazendo bico.

– Mas ele não tem dentes... –Arqueei uma sobrancelha. – Huguinho, meu amor, abre a boquinha para a mamãe. –Puxei um pouco seu lábio inferior para baixo e ele logo cooperou, abrindo a boca para mastigar meus dedos também. E Deus, seus dentinhos de baixo já estavam nascendo! – Oba! Adivinha quem está ficando grande e com dentes? –Sorri contente para o ruivo.

– Mesmo? –Olhou feliz para Hugo. – Ae garotão! Está virando um homenzinho... –Ergueu um pouco a camiseta do pequeno e fez cócegas em sua barriga, fazendo-o gargalhar adoravelmente.

Rindo muito e felizes por tudo, fomos juntos para a sala de jantar, onde uma Claire chorosa por ter presenciado tanta coisa bonita, nos aguardava para comermos.

...

Rony POV

Preciso dizer que eu sou o cara mais sortudo do mundo?

Não?

Mas vou dizer. Eu sou o cara mais sortudo do mundo.

Eu tenho uma esposa linda, cheirosa e maravilhosa. Um garotão saudável e lindo que posso chamar de “meu filho”. Uma carreira boa, faculdade ótima, posso chegar na minha casa e me deparar com Hermione conversando com Hugo e ele balbuciando como se entendêssemos cada palavra... Tem algo melhor que isso?

Aprendi que não.

Desde o dia em que a Mione disse que me aceitava como seu esposo em nosso casamento eu soube que felicidade era o mínimo que eu teria.

E a cada dia eu me certificava que isso era uma certeza.

Hugo já estava completando sete meses em maio e até agora não havia ocorrido nenhuma briga com minha garota por qualquer motivo, o que era ótimo. Convivíamos em um ambiente tão calmo que parecia até impossível viver daquele jeito, porque eu sabia o pé de guerra que era o relacionamento da minha irmã com o Potter, ou da japa abusada com o Diggory.

Podíamos estar casados e com um filho, mas nossos amigos eternamente adolescentes não deixaram de nos contatar para programas feito cineminha em casal, assim botávamos todas as novidades em dia.

Descobri que os três, Potter, Diggory e Longbottom, estavam pensando na possibilidade de pedir a mão de suas garotas. Bom, boa sorte para eles, foi o que desejei. Que agüentem o casamento tão facilmente quanto estou agüentando o meu, porém acho meio impossível suportar minha irmã e Cho, a Luninha até vai, mas as outras duas... Só que tem doido para tudo, não?

Falo dos outros, mas os caras sempre me tiram por ser o típico marido que obedece a esposa. Eu é que não sou louco de discordar de uma Hermione de TPM, sendo melhor amigo dela há tanto tempo conheço o bichinho difícil de domar que é. Teimosa, persistente, possui o olhar mais ameaçador de todos e consegue me dar medo mesmo sendo mais baixinha que eu.

Mas eu amava e ainda amo essa pequena provocadora. Amo porque ela é minha melhor amiga, namorada, esposa e ainda mãe do meu filho.

E Hugo... Bem, Hugo me deixava feito um garotinho sensível sempre que fazia alguma fofura. Eu me derretia por aquele pequeno que ficava cada vez mais malandro feito o pai.

Porém... Acabei percebendo que sou um pai ciumento também, não posso nem ouvir Hugo gritando “mamã” do seu quarto que já fico emburrado, tentando treiná-lo a falar “papá”. E o menino era teimoso feito a mãe.

Decidi passar mais tempo com ele, para ver se conseguia tirar alguma palavra de sua boquinha, e por isso fui fazer sozinho sua primeira papinha. E claro, a mamãe babona me ameaçou porque queria ajudar também.

– Mas gatinha... Você já dá seu peito para ele a toda hora em qualquer lugar. Não posso alimentá-lo uma vez também? –Soltei um muxoxo, observando-a tirar de dentro de uma cesta os legumes e verduras frescos trazidos por Claire.

– Não é culpa minha se você não tem seios. –Hermione apalpou os próprios seios por cima da regata justa que vestia, delineando seu lindo corpo, me fazendo perder a noção dos segundos durante algum momento. Sacudi minha cabeça afastando os pensamentos sujos e suspirei. Pequena provocadora.

– Você é muito egoísta, nunca me deixa fazer as coisas com nosso filho... –Ela me encarou incrédula e pensei que iria levar uma facada por conta da faca de cortar legumes em sua mão.

– Você passa todas as tardes brincando com ele enquanto eu faço meus trabalhos sobre pediatria! Ai ele fica exausto e minha única tarefa é alimentá-lo, dar banho nele e o colocar para dormir! –Justificou ela, raivosa.

– Está bem... Desculpa, amor. –A abracei quando ela soltou a faca e beijei o topo da sua cabeça. – Vamos fazer juntos a papinha então? –Hermione assentiu minimamente, dando um selinho em mim antes de me afastar. Estou dizendo, nunca vamos brigar seriamente tão cedo.

– Vamos deixar o Hugo ver, assim ele interage com nós também. –Ela pegou nosso filho no colo, colocando-o sentado na cadeira de alimentação onde havia em cima um monte de brinquedos coloridos que ele gostava de jogar no chão.

– Vou te ensinar o nome das comidas, garotão. –Ergui uma cenoura deixando no campo de visão dele. – Essa é a cenoura, filho. Ce-nou-ra... –Escutei um som gutural de gente prendendo a risada e olhei pra trás, minha doce mulher tinha os olhos marejados de tanto segurar suas gargalhadas.

– Gatinho, ele deve aprender as sílabas do jeito correto, não com o pai dele falando lento feito um trasgo. –Me fingi de ofendido e ela aproveitou para rir.

– Boba. Vem, vamos logo com isso antes que nosso filho morra de fome. –Rimos e iniciamos a preparação da papinha.

Discutimos sobre usar cebola ou não, comi metade da cenoura que cozinhei e tive que picar mais antes que minha esposa me matasse... No fim, ficou uma papa de cenoura amassada com folha de alface picada e cebola cozida. Uma coisa nojenta que parecia vômito.

– Amor, isso parece vômito. –Não pude perder a chance de falar isso.

– Ai, Ron. –Hermione fez cara de nojo para a tigela em nossa frente e para a panela ao lado com mais um pouco da papinha. - É o que o pediatra do Hugo aconselhou a dar para ele! –Enquanto isso nosso filho só nos observava sem realmente se importar, mexendo nos brinquedos a sua frente e balançando impaciente suas pernas gordinhas.

– Meu filho não vai comer vômito.

– Mas deve estar bom no sabor... Quer provar?

– Nem sob tortura. –Recuei rindo e ela revirou os olhos.

– Fresco.

– Prova você, então. –Peguei um punhado da papinha dentro da panela e passei na boca dela, que se afastou cuspindo o que havia entrado sem querer.

– Seu idiota! Qual é seu problema? –Ela se aproximou pronta para me socar e tudo que eu fiz foi segurar seus pulsos para impedi-la de me bater. Peguei uma colher e enchi de papinha, levando na direção da boca dela.

– Abre a boca... Vamos ver se está gostoso mesmo.

– RONY, NÃO!

– Vamos, bebê. Não quero forçá-la a comer. Abre a boquinha... –Hermione gargalhava virando o rosto para não aceitar a colher.

– RONY, PÁRA! É sério, Rony, você vai morrer! –Gritava ela parando de rir e voltando a ficar realmente brava. – RONY, ME SOLTA!

Uôni! –Escutamos um gritinho vindo da nossa retaguarda e nos viramos rapidamente para ver quem havia sido. Hugo nos olhava esperançoso, com aquele brilho malandro em seus olhos azuis, como se esperasse alguma reação doida da gente por ter falado mais uma coisinha.

– AHÁ! –Berrei. – Touchdown para o Roniquinho aqui! Nosso filho disse “Rony”, Mione! –Comemorei, soltando e começando a pular feito doido na cozinha, escutando Hugo rir da minha loucura.

– Ah... Nem foi isso que ele disse. Só balbuciou. –Disse uma Hermione enciumada.

– Que foi? Bebê ainda está com fome e por isso está de mau humor? Sem problemas, papai “Uôni” alimenta mais o bebê. –Procurei a colher pela bancada e a garota em minha frente deu uma risada maléfica. Encarei-a sem entender e me assustei quando senti um monte de papinha quente parar no meu rosto.

– Ah, o doce sabor da vingança. –Ainda assustado tirei aquela coisa nojenta da minha cara e olhei enfurecido para Hermione, que se encolheu.

– Sua pequena provocadora! –A agarrei, fazendo cócegas em sua barriga sem deixar nenhuma brecha para ela fugir. Sua risada desesperada ecoou pela cozinha até que me senti satisfeito e a soltei.

– Idiota. –Disse ela, recuperando o fôlego e me dando um tapa fraco no braço por ter ficado cansada. – Eu te amo. –Me puxou para um beijo rápido.

– Eu também, gatinha. –Retribui, sorrindo. – Agora... Alguém ainda está com fome. –Hugo balançou mais suas perninhas, fazendo um bico.

– Tomara que ele goste dessa gororoba. –Rimos, levando a tigela até ele e pegando uma colher de silicone.

Hugo não gostou, adorou. Adorou mais ainda quando deixamos ele livre para se lambuzar todo. E é claro, um bebê todo sujo de papinha laranja é um ótimo motivo para tirar várias fotos de recordação e garantir muitas risadas.

...

3 meses depois.

Já estávamos em agosto e eu ainda me considerava o cara mais sortudo do mundo.

Hugo estava com dez meses agora e era o carinha mais esperto do planeta, e eu estava mais interessado em treinar meu garotão para andar.

Seus primeiros passinhos ocorreram em um dos últimos dias realmente quentes em Los Angeles, já que o outono começava a ameaçar se aproximar com suas frentes frias repentinas.

Hugo estava com uma roupinha de verão sentado na grama fresca que havia virado seu lugar preferido em dias quentes. Abraçado ao Stitch de pelúcia - que um dia foi da sua mãe, depois meu e agora dele –, mordendo e babando sua orelha azul, ele ficava me olhando curioso enquanto eu perseguia Bichento pelo quintal.

– Hey ruivo, volta aqui! –Tive que puxar o gato pelo rabo porque ele tentou se enfiar debaixo da churrasqueira. Felino suicida. – Sua mãe não vai gostar de te ver todo preto assim. –O afastei de mim fazendo cara de nojo, o gato que um dia foi laranja estava inteiro da cor do carvão.

– Uôni! –É, não tinha jeito do meu filho me chamar de pai nem oferecendo uma nota de cem dólares pro teimoso. Me virei para ver o que ele queria ao ponto de enxergar meu garotão tentando se levantar empinando o popozão pro céu e finalmente ficando em pé, ensaiando uns três passos e caindo sentado.

– AMOR! –Praticamente berrei e sai correndo com Bichento no colo, que se remexia inquieto me sujando também.

– Ah meu senhor, Bichentinho! Que sujeira! –Hermione se aproximou apressada, esticando os braços para pegar nosso gato dos meus braços.

– Não, amor, foi o Hugo! Ele tentou andar! –Anunciei contente e uma Mione radiante correu até nosso filho, pegando em suas mãozinhas.

– Mesmo? Mostra para a mamãe, filho! –Como se ele tivesse entendido o pedido, se levantou mais uma vez com a ajuda da mãe e treinou mais alguns passos com seus pezinhos descalços na grama. – Ah, que coisa mais linda! –Minha garota disse com a voz aguda de alegria e abraçou Hugo. – Viu Ron? Agora pode se gabar de uma coisa que ele fez a primeira vez para você somente. –Ri junto com ela.

– É. Mas ele é muito puxa saco da mãe ainda. –Fiz bico.

– Vem cá. –Me chamou com o dedo e eu me aproximei. – Nós te amamos, ciumentinho. –Deu um beijo terno em meus lábios e eu me surpreendi quando Hugo fez um barulhinho de beijo também.

– Ele está treinando pra quando for beijar a Vic. –Pisquei e Hermione riu.

– Diz isso pro Gui, amor.

– Tenho amor a minhas bolas. –Gargalhamos alto.

Depois disso começou a correria pela casa. Era Hugo chorando em um canto porque tropeçou na hora de tentar andar, era Claire louca porque Hugo fugiu e estava tentando subir os degraus, era Hermione rindo por me ver andando só de cueca pela casa e Hugo atrás de mim só de fralda, era vovós, tias e madrinhas enlouquecidas pelo fato do meu garotinho seduzente de olhos azuis já saber mandar beijo e acenar...

Eu e Hermione éramos os pais mais orgulhosos do mundo. E o casal mais lindo também, mas isso todo mundo já sabe, modéstia parte.

Hermione POV

Os acontecimentos mais recentes foram sido tão maravilhosos no meu ponto de vista, que quando parei para ver Hugo agora já estava prestes a completar um aninho de vida.

Ele era o orgulho total meu e do Ron. Estava aprendendo a andar melhor, falava mais palavras e encantava a todos com sua personalidade extrovertida.

E é claro que seu papai ruivo babão não pôde deixar de fazer um festa enorme para comemorar seu primeiro aniversário. Minha casa lotou de pessoas, parecia mais um “Sweet Sixteen”, mas estava tudo perfeito.

Decoração azul, bolo lindo, lanchinhos perfeitos, o playground enfeitado para as crianças que compareceram...

Naquele momento os parabéns já haviam sido cantados e eu estava em um canto somente com as mulheres, os homens estavam em outro canto na churrasqueira conversando, Hugo estava sentado na grama todo sujo de bolo brincando com a pequena Vic e minha irmãzinha. Bichento participava da brincadeira e estava amando todas as atenções.

Angelina estava no final da gravidez do seu primeiro filho, que, aliás, iria ser um menininho do qual eu iria ter a honra de ser madrinha. Mamãe e Molly não paravam de babar em seu barrigão, de repente senti falta de estar grávida também.

Calma, Hermione. Seu filho mal completou um ano de idade.

Fleur ainda estava no início da gestação da sua segunda filha. Sim, mais uma menina para o time, o que estava deixando Gui à beira da loucura com a expectativa das suas duas garotinhas aparecendo com marmanjos em casa.

As minhas três melhores amigas não pareciam que iam desempacar tão cedo, e estavam furiosas com isso.

– Não vejo problemas em me casar tarde... –Comentou Luninha, suspirando enquanto observava seu namorado conversando animadamente com meu marido.

– Nem eu, mas conheço o namorado que tenho e acho que só vou subir no altar quando estiver com uma bengala. –Disse Cho revirando os olhos e nos fazendo rir.

– Não sei se Harry tem medo do pateta do meu irmão para não ter pedido minha mão até agora ou se ele é lerdo mesmo. –Reclamou Gina, fazendo as risadas aumentarem.

– Meninas, paciência! –Vó Ella falou e vó Nina, minhas duas avós, minha mãe e Molly concordaram com as duas. Angelina e Fleur só riam, afinal já tinham a vida feita com seus maridos e filhos. – Quando menos esperarem vão estar subindo no altar vestidas de branco. –Sorriu docemente para as três.

– Até lá as vacas vão aprender a voar. –A japonesa não perdeu a chance de comentar, e mais uma vez gargalhamos.

– Amor, venha aqui. –Ron me chamou e eu fui, desconfiada.

– O que foi? –Perguntei.

– Distraia as mulheres por mais algum tempo ali, tudo bem?

– Claro, mas... Por quê? –O ruivo deu aquele sorriso malandro que Hugo havia aprendido a imitar.

– Apenas espere. –Beijou o topo da minha cabeça e se afastou, me deixando com cara de “mas que merda acabou de acontecer?”.

– O que houve? –Perguntou minha mãe com o netinho no colo, tentando limpar a cobertura de bolo de sua roupinha.

– Nada... Só queria avisar que é pra cuidar para a Vic não jogar o Bichento na piscina. –Menti, mas era verdade que a loirinha estava tentando jogar a todo o custo meu gato na piscina.

– Victoire, volte já aqui e deixe o gatinhe em paz! –Disse Fleur em um tom de comando, fazendo a pequena se virar para a mãe e amarrar a carinha, sentando na grama de novo e voltando a brincar com Sophia. – Nom sei com quem ela aprrendeu a serr tão teimosa e birrenta...

– Eu sei com quem. Uma tal de Fleuma... –Gina lançou um olhar sugestivo à cunhada, que semicerrou seus olhos para ela.

– Vocês duas, chega. –Molly ordenou. É sério, não dava de segurar as duas no mesmo lugar sem brigarem uma vez pelo menos, porque a ruivinha infernal sempre comentava algo como “se cunhada fosse bom não começava com cu”. E eram essas briguinhas que inegavelmente deixavam meu dia mais divertido.

– Mamãe, você não acha que o Hugo está muito loiro? –Perguntei, passando os dedos nos fios claros do meu filho que mexia em um brinquedo que havia ganhado de presente.

– Você também era loirinha assim na idade dele, filha. Relaxa. –Ela sorriu para mim, também acariciando os cabelos do neto.

– Mas então... Vamos lá para dentro? Estou com fome... –Disse Luna.

– NÃO! –Berrei e todas me olharam assustadas. – É que... É que... –Lancei um olhar desesperado a Ron e ele se permitiu sorrir de canto, apontando para o céu. Olhei confusa e escutei um barulho de avião.

– Meninas, eu aconselharia todas olharem para o céu agora. –Disse Cedrico e as outras obedeceram.

Lá no céu azul passava um avião com uma faixa branca escrito “casa comigo, Cho Chang?”. Logo atrás passava um balão daqueles enormes carregando também uma faixa com “casa comigo, Luna Lovegood?”. As duas olhavam para o céu e olhavam incrédulas para os lados. Eu só conseguia rir por causa do absurdo de pedido de noivado que os meninos resolveram fazer.

– Amor, espero que não se incomode por Los Angeles inteira saber que te pedi em casamento. –Potter apontou para a tv de tela plana da churrasqueira que antes passava um jornal, agora passava Harry pedindo a mão da ruiva na frente todos os espectadores de Los Angeles, sendo parabenizado pelo apresentador logo depois.

Eles eram loucos.

– Até que enfim, seus três lerdos. Suas respectivas noivas estavam ficando doidas por ficarem empacadas. –Falei descontraída, fazendo todos rirem.

Depois disso foi só festa. Pois, como não festejar quando três meninas ficam noivas dos jeitos mais originais e malucos existentes?

E além de tudo, no final do aniversário quando Victoire estava indo embora com seus pais, ela deu um selinho muito fofo em Hugo, que saiu sorrindo todo bobo após o beijinho, o mesmo sorriso malandro do pai.

Todos nós comemoramos pela fofura, só Gui que ficou emburrado em um canto pelas provocações de Rony de que os dois certamente iriam namorar no futuro.

Havia sido um dia perfeito. E eu pensando que não poderia ver mais fofuras naquele dia, Ron pega o filho pela mão e sai andando com ele pela casa, Hugo com aquele jeitinho fofo e desengonçado de andar feito um pato.

– Amor, vem ver o que seu garotão já sabe fazer. –Colocou nosso pequeno sentado no banquinho em frente a sua mini bateria, que agora estava ao lado do meu piano. – Você vai formar uma banda com a mamãe, não vai, Hugo?

– Uhum. –Concordou o loirinho, sorrindo para nós dois.

– Vai lá, como papai te ensinou, garotão. –Hugo segurou as baquetas de uma forma engraçada e começou a bater em todos os lugares disponíveis no instrumento, fazendo o barulhão ecoar pela casa.

Reprimi a vontade de tampar meus ouvidos e me permiti a rir junto com Rony.

– Eu vou ficar doida... –Murmurei, batendo palmas depois que Hugo terminou sua linda melodia de batuques. Rony só ria, batendo palmas comigo, e nosso filho parecia orgulhoso com a própria conquista, pois batia palminhas junto com nós dois.

– Ah, vai dizer, ele está mostrando seus dotes desde pequeno. –O ruivo fez cócegas no filho, que se encolheu rindo adoravelmente. Argh, dois fofos.

Mais tarde a noite, antes de dormir, Ron resolveu me mostrar o presente que comprou para o pequeno.

– Vou dar para ele quando ele começar a entender melhor... –Ergueu um relógio de bolso de ouro com aquelas correntinhas. Tinha uma foto de nós três dentro e uma frase gravada em volta. Peguei em minhas mãos com cuidado e li o que estava escrito. “Nada, nem mesmo o tempo será capaz de afastar ou diminuir esse amor”. Meus olhos marejaram no mesmo momento em que li. – Futuramente ele aprenderá o quanto isso é importante para mim. –Apontou para a foto. – Meus dois tesouros que fazem cada movimento dos ponteiros valerem a pena. –Sorriu de canto, secando com carinho uma lágrima minha que escorreu.

– É lindo, amor. Simplesmente lindo! –Abracei-o, soluçando. – Você sabe que é a coisa mais preciosa para nós dois, não sabe? –Sussurrei e ele sorriu mais, beijando minha bochecha ternamente. – Nós te amamos. Muito.

– E eu amo vocês. –Nos amamos aquela noite inteira porque Hugo colaborou dormindo serenamente no quarto ao lado, provavelmente sonhando com sua loirinha. Eu não poderia estar mais feliz com tudo.

...

No ano seguinte, o sonhado casamento aconteceu. Sim, Gina, Cho e Luna tinham oficialmente o sobrenome de seus agora maridos.

Não era de se esperar uma cerimônia mais engraçada do que foi, pois as três casaram no mesmo dia e no mesmo lugar.

Cedrico parecia que iria se urinar a qualquer hora enquanto esperava sua japa entrar e Ron, que era padrinho dos três junto comigo, não perdeu a chance de zoá-lo por isso. Neville parecia que iria vomitar e Harry estava branco feito um papel.

– Mano... –Sussurrou Gui que estava na primeira fileira com Fleur e Dominique, sua segunda filha. Outra loirinha linda. – Manda seu filho soltar a mão da minha menina antes que eu tenha que obrigá-lo a isso. –Olhei pra o lado e Hugo, que estava lindo vestido com um mini terno, segurava a mão de Victoire que estava com um adorável vestidinho rosa. Ela era alguns centímetros mais alta que meu filho por ser mais velha que ele, mas era inegável que eram um casalzinho lindo.

– Não posso fazer nada se eles se gamaram. –Sussurrou Rony de volta. – Agora, cuide da sua Dominique porque um certo ruivo está de olho nela. –Fred II, o primeiro filho de Angelina e Jorge que já estava com quase um aninho e era um ruivinho esperto, a cara do pai, olhava admirado a loirinha nos braços de Fleur.

– Jorge, você também, dá um jeito nesse menino. –Jorge deu de ombros, ajeitando melhor o filho no colo e reprimindo uma risada da cara emburrada do irmão.

– Ciumento. Quer dar um beijinho na Minique, Fred? –Ele acariciou os fios ruivos do bebê, que deu um sorrisinho adorável para o pai. Eu não conseguia parar de sorrir por ver a felicidade de cada membro da minha família, seja ela de sangue ou não, como minhas irmãs postiças que agora entravam na igreja após uma hora de espera.

Sophia entrou derramando as pétalas pelo tapete vermelho. Sem dúvidas era meu orgulho também, uma moça linda de nove anos. Pude ver a troca de olhares entre ela e o irmão mais novo de Cedrico, e também pude ver meu pai fuzilando o pobre garoto com os olhos.

O casamento foi lindo, até a durona da Cho se desmanchou em lágrimas na hora de colocar a aliança no Ced e no final dos seus votos, disse para o Diggory que odiava amar o babaca. É tanto amor...

A ruiva, a oriental e a loira saíram sorridentes e de olhos marejados da cerimônia rumo a festa que foi realizada em um salão de festas ali perto. Foi uma delícia festejar com eles também.

...

2 anos depois.

Era admirável ver o tempo passar por nós e perceber que tínhamos sorte de ter tudo que tínhamos.

Estávamos no começo de julho e Hugo faria quatro anos esse ano, não poderia ser menos do que o orgulho geral da nação. O garotinho estava aprendendo a tocar de verdade sua bateria e estava me deixando cada vez mais louca, e com um sorriso enorme e permanente de orgulho também. Além de tudo, deixava cada vez mais na cara que seria igualzinho ao pai na personalidade também, pois sabia ser um malandro de carteirinha.

Porém, por sorte, Hugo podia ser malandro e saber aprontar como ninguém, mas sabia a hora de parar e não me testava quando eu dizia um “não”. Já Ron, adorava apoiar as malandragens do filho, o que dava uma certa controversa na criação dele, mas ele já aprendeu que uma coisa é ser liberal demais com o filho, e outra coisa é ser rígido na medida certa.

Mas Hugo era uma criança linda e carismática, adorava conversar e encantar a todos com aqueles olhos tão azuis. Impossível não amá-lo.

As outras crianças cresciam diante dos nossos olhos. Victoire ainda tinha seu amor platônico pelo meu filho e estava a garotinha de cinco anos mais linda do mundo.

Sua irmãzinha Dominique estava com três anos e encantava a todos com seu jeitinho sapeca de ser, diferente da irmã que agia com tanta classe quanto a mãe. Era até engraçado de se ver.

Fred II tinha a mesma idade da prima Dominique e mostrava que iria ser tão arteiro quanto o pai, além de terem as feições praticamente iguais.

Além de tudo, Angelina mostrou ser uma ótima “fazedora” de filhos e logo deu a luz para uma linda menininha de pele chocolate feito a dela, Roxanne, que estava com dois aninhos. Uma fofura.

Meu filho já tinha uma penca de primos sendo que suas madrinhas nem tinham engravidado ainda. É, Gina, Cho e Luna ainda achavam muito cedo para terem filhos e provavelmente só teriam quando eu decidisse ter meu segundo.

Só que eu não achava Hugo tão disposto a ter um irmão, pois nunca conversou comigo sobre isso. Preferia ficar brincando sozinho em seu quarto todo temático agora do Homem de Ferro, seu super herói favorito.

Já era de noite e eu o observava enquanto ele escovava seus dentes já vestido com seu pijama do Homem de Ferro. Estava um garoto lindo, isso sem dúvidas. Olhos azuis iguais o do pai, cabelo mais escuro agora que cresceu... E sempre me olhava confuso quando eu mirava por muito tempo seu lindo reflexo no espelho.

– O que foi, mãe? –Perguntou ele com a boca cheia de espuma.

– Nada, Hugo. –Ri baixo, bagunçando seus cabelos que já eram rebeldes por natureza.

– Hey! –Resmungou Hugo, rindo comigo.

– Só a Vic pode bagunçar seus cabelos, então? –Me fiz de magoada e pude ver suas bochechas ficarem vermelhas.

– Não tem nada a ver, mãe. –Se inclinou para pegar a água da torneira com as mãos.

– Hum... Será que não tem mesmo? –Provoquei com um sorriso de canto.

– Mãe... É que a prima Vic é a única que é grande feito eu, dai eu só posso brincar com ela. Meus outros priminhos são muito pequenos, e a tia Sophia é muito maior do que eu. –Justificou ele, pegando sua escova de cabelos para tentar domar as mechas revoltadas. – E a prima Vic pode brincar com a irmãzinha dela, o primo Fred também... Eu posso ter um irmãozinho também, mãe? –Arregalei um pouco meus olhos. Não saberia que esse assunto chegaria desse jeito.

– Claro que pode. Você queria um irmão? –Arqueei uma sobrancelha.

– Queria... Mas uma menina, porque se não o menino vai querer roubar meus brinquedos. –Cruzou os braços no peito, bufando baixo. Ciumento feito o pai.

– Certo, então. –Ri baixo mais uma vez. – Agora vamos dormir porque o Homem de Ferro está te esperando. –O acompanhei até seu quarto e o tampei quando se deitou.

– Achei esse carinha lá em cima da minha cama. Pertence a alguém? –Ron entrou no quarto segurando o Homem de Ferro de pelúcia de Hugo nas mãos.

– É meu, pai! –Nosso filho disse, sentando na cama.

– Diz para ele parar de passear lá pelo meu quarto e da sua mãe, se não um dia vou deitar por cima dele e matar ele sufocado. –Brincou o ruivo, entregando o brinquedo para o filho.

– Ai pai, ele nem respira. –Fiz muita força para conter uma risada e Ron semicerrou seus olhos para mim.

– É Ron, ele nem respira. –Gargalhei alto.

– Engraçadinhos... –Soltou um muxoxo e Hugo me acompanhou nas risadas.

– Agora chega de curtição, é hora de cada um roncar na sua cama. –Beijei a bochecha de Hugo, que sorriu docemente. – Boa noite, meu amor.

– Boa noite, mãe.

– Boa noite, garotão! –Ron fez cócegas nele, que riu tão adoravelmente quanto quando era menorzinho.

– Boa noite, pai. –Retribuiu o beijo do pai e então acendi seu abajur, me retirando do quarto de mãos dadas com meu marido.

– Amamos você. –Sussurrei para Hugo apagando a luz e pude ver seu sorriso aumentar.

– Eu também, mamãe e papai. –Se virou para o outro lado na sua cama abraçado com sua pelúcia.

– Ah, ele poderia não crescer... –Suspirei, fechando a porta e Ron sorriu, me abraçando.

– Mas quando crescer vai ser um homem incrível, porque teve uma criação incrível. –Me beijou calmamente e eu retribui, deixando minhas preocupações de mãe de lado.

– É... Amor, sabia que ele queria uma irmãzinha? –O ruivo ergueu suas sobrancelhas.

– Logo uma menina? Deus, eu vou sentir na pele o que Gui está sentindo agora com suas duas meninas. –Fez uma careta e eu não pude deixar de rir.

– Mas veja pelo lado bom... O Hugo vai ser maiorzinho do que a menina, então vai poder protegê-la dos meninos maus. –Sorri docemente e ele retribuiu.

– Sabe, é uma boa ideia... Mas Hugo quer uma irmã por causa disso? Para protegê-la?

– Não... É que o garotinho é ciumento feito o pai, sabe... E não quer um irmão por fato de ter que dividir seus brinquedos.

– Me lembre de parabenizar nosso garoto por ser assim. Tem que proteger o que é seu mesmo, sendo objeto ou pessoa! –Rosnou ele, mordendo meu pescoço e eu ri mais ainda, agarrando seus cabelos.

– Hey, criatura possessiva... Eu achei uma boa ideia, sabe, ter mais um filho... –Recebi um olhar interessado.

– Está me sugerindo que devemos praticar?

– Está uma noite bonita então Hugo não vai correr para nosso quarto no caso de uma tempestade como na noite anterior então... É, estou. –Sorri de canto e ganhei um sorriso malicioso.

– É por isso que eu te amo, minha esposa fogosa. –Ri quando fui parar no seu colo.

– O que posso fazer se você é minha combustão, cabeça de fósforo? –Brinquei e ele me lançou um olhar malvado.

– Vai começar com os apelidos carinhosos, esquilinha? –Contive uma risada enquanto mordiscava o lóbulo da orelha dele.

– Só se você não me levar para o quarto agora. –Ronronei e ele me obedeceu quase que imediatamente.

Cegonha, ai vou eu!


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Notas finais do capítulo

aparência do Hugo aos seis meses: http://www.andreaalvesfotografia.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/12/AJA_4933-1024x680.jpg
com um aninho: http://anapaulabatista.com.br/wp-content/uploads/2011/03/Ulysses11.jpg
o sorrisinho que ele deu após receber um beijinho da Vic: http://anapaulabatista.com.br/wp-content/uploads/2011/03/Ulysses12.jpg
sim, sou detalhista. HSAUHSAUHU
agora... lances sobre quem a cegonha vai trazer para nosso casalzinho adorável? será um menino? menina? mais de um? o3o apostem, é de graça, só por hoje. SHAUSHAUSAU
aaah, esqueci de contar, não vai dar mais pra eu ir no Beto Carrero, o povo da minha sala gosta de por fogo em palha e depois fugir do assunto, e várias brigas depois vimos que não ia mais dar para ir, nhé... mas, a vida continua mesmo sem ir para um parque de diversão.
em compensação amanhã na escola tem comemoração atrasado do dia das crianças, isso significa: CAMA ELÁSTICA, TOBOGÃ GIGANTE INFLÁVEL E ALGODÃO DOCE DE GRAÇA, UHUL AHUHUAHAU sou uma eterna criança, me desculpem.
saindo desse assunto adorááável que é meu lado children, gostaram do capítulo? :3 espero que sim, e espero também que os fantasminhas malvados apareçam. aaandem, façam meu dia ser mais lindo... :c SHAUSHAU
e novamente, QUEM QUER SER O LINDO QUE VAI ME DAR A DÉCIMA RECOMENDAÇÃO E ME DEIXAR SALTITANTE? ~sem pressão~
okay, chega, voltei tagarela depois de tanto tempo sem vocês ♥ beeeeijos ;*



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