The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 46
...And our love is reborn


Notas iniciais do capítulo

ooooi babies! tudo certinho? bom, hoje vou ser rápida porque não tenho muito tempo... e bem, essa semana foi semana de provas, então minha inspiração pra escrever minha fic estava tipo, zerada mesmo, minha cabeça só tinha espaço para conteúdos chatos de prova D: mas consegui desenvolver o capítulo e aqui está ele o/
claro que meu anjo particular me ajudou né. nicoleee, minha catinguenta do agreste, obrigada por tudo, como sempre ♥ SHUASHAUSAU
os lindos reviews respondo quando finalmente tiver um tempinho e bem, não me canso de agradecer todo o carinho de vocês *-* uma boa leitura à todas, espero que gostem do nascimento do nosso Huguinho (; beeeijos, nos vemos lá embaixo!



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Hermione POV

“Não entre em pânico, não entre em pânico...” Era só nisso que eu pensava enquanto Rony me olhava tentando absorver as informações e demorando mais tempo do que deveria.

- Como assim o bebê vai nascer? –Perguntou ele preocupado, se aproximando mais de mim.

- A bolsa estourou, Ronald! –Praticamente berrei. Estar nervosa não iria me ajudar em nada no controle dos meus atos.

- Então vamos para o hospital! –Até que enfim algo útil, só que o ruivo parecia mais perdido do que nunca. – Deus, Deus... Isso não podia ter acontecido... –Ele andava de um lado para o outro, nervoso. - Está com dores?

- Quer sentar e esperar até que eu berre de dor? É óbvio que não estou com dor ainda, mas vou ficar! –Respirei fundo tentando manter a calma, doutor Tyler disse que era o ideal no caso de um parto prematuro. Entrar em pânico seria pior.

- OK... Ah, Deus... Ahn, o que eu faço... –Suspirei irritada.

- É de mim que o bebê vai sair, Ronald! –Me aproximei dele ameaçadoramente, erguendo uma almofada que peguei em cima da cama.

- Calma, amor! Eu...

- É do lugarzinho que você andou metendo seu brinquedinho com freqüência que vai sair um bebê, não do seu amado brinquedinho! Então, mexa-se! –Comecei a bater nele com a almofada, meus hormônios estavam um turbilhão e eu simplesmente não aceitaria que Ron agisse feito um cachorro perdido depois de ter treinado tanto no curso para gestantes de como prosseguir no caso de um parto prematuro.

- Ei, amor, calma!

- Não me peça para ficar calma, eu estou entrando em trabalho de parto e você está parado ai como se você fosse dar a luz! –Larguei a almofada e respirei fundo mais uma vez enquanto Rony me olhava assustado. - Faça o seguinte... Ligue para o doutor Tyler e avise sobre o que aconteceu, vou me lavar e já vamos para o hospital.

- Tem certeza que consegue tomar banho sozinha?

- VAI, RONY! Apenas vá! E arrume as coisas no carro também. –Sentindo mais um desconforto em minhas costas, caminhei até meu closet onde peguei a primeira roupa que achei, um vestido florido de comprimento até meu joelho e com uma faixa no busto.

   Fui até o banheiro após ver que meu marido havia se afastado para fazer o que eu havia pedido.

- Apressadinho você, meu filho... –Dei uma risada nervosa, enquanto me lavava rapidamente debaixo da ducha morna. – Não podia esperar mais algumas semanas? –Acredite, eu tentava ao máximo manter a calma e incrivelmente, estava conseguindo. Por mais que interiormente eu estava me remoendo de medo.

   Eu queria chorar, porque além de estar assustada, só queria que desse tudo certo para meu filho e para mim, que nós dois ficássemos bem.

    Esse pensamento me fez derrubar algumas lágrimas enquanto me secava de qualquer jeito e me vestia. Depois de me recuperar, sai no quarto e Ron me aguardava ansioso.

- Já liguei, ele disse para corrermos que ele está indo para lá. Já arrumei as coisas no carro.

- É hora de ir, não é? –Dei um sorriso inseguro. Vendo que estava mais calma e menos violenta, tudo que o ruivo fez foi pegar em minhas mãos e beijá-las.

- É. E vai dar tudo certo. –Fomos juntos até a garagem onde Claire nos aguardava com o portão aberto.

- Que Deus proteja você e seu filhinho, Hermione. –Ela chorava e isso só me deu mais vontade de chorar. – Quero vê-la chegar amanhã aqui com o pequeno nos braços.

- Eu vou chegar, Claire. Pode deixar. –A abracei rapidamente, contendo as lágrimas. Logo após entrar no carro, Rony arrancou para fora da garagem e saiu dirigindo rápido pela rua deserta.

   Com uma olhadinha rápida pelo retrovisor interno, pude enxergar o bebê conforto já em sua posição no banco do carro. Eu podia ver meu ruivinho deitado com sua roupa de saída da maternidade, me mirando curioso com seus olhinhos azuis. Deus, lá estava eu quase chorando de novo.

Rony POV

  Não, aquilo não podia estar acontecendo... Deus, meu filho ainda estava com 37 semanas, não era para ele nascer! E foi por isso que simplesmente fiquei em choque quando minha esposa, toda encharcada, resolveu me avisar que Hugo iria nascer.

     Desesperado, cheguei a levar almofadadas e, nossa, Hermione havia ficado com mais força agora que entrava em trabalho de parto. Se eu chegasse ao hospital inteiro, seria uma ótima coisa.

- Faça o seguinte... Ligue para o doutor Tyler e avise sobre o que aconteceu, vou me lavar e já vamos para o hospital. –Foi o último comando que minha mulher irritada me deu. Mas... Na hora do pânico, cheguei até me esquecer o que era telefone e como se ligava para alguém.

   Corri até o escritório, o cômodo mais próximo com telefone, e tirei-o do gancho, puxando com violência minha lista de números e folheando até a letra “T”onde encontrei o número do doutor.

     Discando com rapidez, aguardei ansioso, pensando em como estaria Hermione sozinha tomando banho. Não demorou muito para o doutor atender, e eu agradeci muito mentalmente por isso.

- Alô?

- Ah, oi doutor. –Pela primeira vez dava um oi decente a ele. Como já devem saber, doutor Tyler não está na lista das minhas pessoas favoritas porque insiste em ver meu parque de diversões em todas as consultas. Mas, bem... Ele estava cuidando da saúde do meu filho então, iria controlar minhas grosserias hoje. Hoje somente, porque estava com medo de morrer nas mãos da minha esposa. – A bolsa da Hermione estourou e eu não sei o que fazer.

- O que? Vocês têm certeza? –Indagou ele preocupado.

- Se aquilo era xixi, então minha esposa está urinando feito um elefante. –Tyler não conseguiu deixar de gargalhar alto depois dessa. Aliás, nem eu.

- É, foi a bolsa. Bom, melhor não ficarmos de conversinha. Estou partindo agora para o hospital para preparar as coisas, traga Hermione o mais rápido que puder. –Disse ele o mais profissional o possível.

- Certo. –Desliguei, correndo para buscar as coisas do bebê e colocar no carro. – CLAIRE, O BEBÊ VAI NASCER! –Gritei nervoso, vendo-a subir de olhos arregalados. – Me ajuda a levar as coisas para o carro?

- Claro. Estão no quarto de hóspedes porque se fosse necessário Hermione pegá-las, não veria o quarto do bebê. –Ela me acompanhou tão nervosa quanto eu e me ajudou a levar as coisas para o andar de baixo.

   Claire se encarregou de pegar a mala contendo todas as coisas necessárias para levar para a maternidade como pijama para a Hermione, roupinhas para o Hugo, itens de higiene e coisas do tipo... Além de câmera fotográfica também, óbvio.

    Peguei o bebê conforto e o ajeitei no banco traseiro do carro. A visão de um lindo bebezinho que eu poderia chamar de meu me fez sorrir involuntariamente.

     Subi novamente a ponto de poder ver minha garota sair já limpa e vestida do banheiro.

- Já liguei, ele disse para corrermos que ele está indo para lá. Já arrumei as coisas no carro. –Avisei ansioso e ela me olhou, sorrindo insegura.

- É hora de ir, não é? –Peguei suas mãos levemente gélidas e as beijei com carinho, para passar a ela um pouco da confiança que eu estava.

- É. E vai dar tudo certo. –Ajudei-a a descer as escadas e logo Hermione já se despedia da nova governanta da casa, que estava muito emocionada. 

     Inspirando profundamente, arranquei para fora da garagem e dei graças pela rua estar vazia. Mas a movimentação nas casas começava a ser constante.

   Liguei o rádio para ver se faria a tensão da minha mulher se dissipar e um homem avisou que era seis e quinze da manhã. Estava explicado o porquê do início da movimentação dos vizinhos e o sol surgindo no horizonte. Hugo escolheu nascer uma hora antes dos pais se levantarem para começar o dia e se arrumar para o trabalho.

    Preso nesses pensamentos, até me esqueci que estava dirigindo feito uma tartaruga, e Hermione, como não estava nem um pouco a fim de ser discreta, resolveu me avisar aos berros.

- O que foi, Ronald? Decidiu incorporar uma lesma paralítica logo hoje? Pelo amor de Deus, garoto. Se você não enfiar o pé nesse acelerador, eu juro que vou enfiar meu pé na sua bunda com tanta força que você vai esquecer-se de quem é. –Ela me dava muito medo, esse era o fato mais real do dia.

- Desculpa, amor... –Pisei com força no acelerador, vendo a rua passar mais rapidamente através das janelas.

- Pedir desculpa não vai adiantar depois que seu filho nascer no seu amado carro, Ronald. –Hermione apoiou a cabeça em uma das mãos, emburrada.

- Está bem... Hum, está com dores? –Perguntei preocupado, acelerando mais com medo de apanhar da emburrada ao meu lado.

- Não. Seu filho só está fazendo força para sair do seu parque de diversões que não será mais privativo. Mais alguma pergunta? –Respondeu ela ironicamente, me fazendo suspirar.

- Se tiver contrações, lembre-se do que a mulher do curso nos disse. Respire. –Pude vê-la revirando os olhos pela minha visão periférica.

- Ah, claro, obrigada por me lembrar. Estava aqui prendendo a respiração achando que era o certo. –OK, já estava começando a ficar irritado com ela.

- Amor, sei que você vai dar a luz, mas dá para ser um pouquinho mais agradável? –Ela não me respondeu, apenas fez uma careta de dor e gemeu.

- Como vou ser agradável com essas malditas contrações, Ronald? Não é você que está sentindo. –Fechou os olhos, contendo mais uma careta de dor.

- Que tal se contarmos as contrações? A mulher lá do curso disse que seria bom...

- Ronald... –Começou ela calmamente. – Descobri que você não consegue fazer duas coisas corretamente ao mesmo tempo, então... Dirija e fique quietinho, antes que eu tenha que te bater. –Arregalei meus olhos, a obedecendo porque não queria mesmo apanhar.

    Mais uns três minutos de trânsito depois onde percebi que a quantidade de carros na rua começava a aumentar, parei em um semáforo tendo tempo de ver Hermione gemer de desconforto novamente.

- Sério que com a rua vazia você vai ficar parado no sinal vermelho? SÉRIO? –Antes que eu pudesse me defender, ela cravou os dentes em meu braço, me fazendo soltar um berro.

- ESTÁ BEM! –Acelerei escutando um monte de buzinas, sentindo meu braço latejar.

- Só assim para você se mexer, não é? –Reclamou ela mal-humorada, me fazendo desejar chegar o quanto antes no hospital. Deus, não tenho certeza se quero ter um segundo filho não, se o segundo parto ser “agradável” como está sendo.

   Estacionei no hospital aliviado por ver o doutor Tyler nos aguardando na recepção com uma cadeira de rodas e aliviado também por sentir a dor em meu braço diminuir de intensidade.

Hermione POV

   Não fazia ideia do porquê, mas descontar as minhas dores em Ron estava fazendo-as aliviarem. Depois do parto eu teria muito tempo para me desculpar por ferir meu próprio marido em acessos de dor, mas agora um bebê vai sair pela minha vagina, não estou com tempo sobrando para me arrepender da mordida forte que dei nele.

  Logo que sentei na cadeira de rodas, senti uma dor horrível tomar conta de mim deixando minha barriga dura. Eu sabia que eram as contrações, mas dentro do carro elas estavam fracas e senti duas durante o percurso. Então elas iriam... Piorar? Ah Deus, eu vou morrer.

- Hermione, como estão as contrações? –Perguntou doutor Tyler enquanto uma enfermeira me levava rapidamente pelos corredores do hospital, sendo acompanhada por Ron que quase corria.

- Dolorosas... –Resmunguei depois de alguns segundos esperando ela passar. Era impossível falar quando uma resolvia dar as caras. – E aumentando de intensidade. No carro tive duas em um intervalo de seis minutos mais ou menos cada... –Informei, inspirando profundamente. Era bem mais fácil respirar sem sentir dor, mas mesmo assim pontadas em minhas costas me faziam querer chorar de desconforto.

- Fez algum tipo de esforço para a bolsa ter estourado? –Ah, óbvio, fui dar uma de pedreira, escalei minha casa carregando pedras em minhas costas para poder construir a chaminé. Sozinha.

- Se levantar da cama é um esforço, então fiz... –Respondi trincando os dentes por causa de mais uma pontada em minha coluna.

- Vamos ter que induzir o nascimento do seu filho, com a bolsa rompida não temos muitas chances de adiar o parto. –Disse ele em um tom sério, adentrando em dos quartos e abrindo espaço para que a enfermeira me levasse para dentro também.

- Mas... E meu bebê? Como ele vai ficar? –Indaguei agora realmente preocupada. – Ele é prematuro! Vai ficar bem? –Senti as mãos de Ron fazerem carinho em meus ombros, na intenção de relaxá-los.

- Você está de 37 semanas, ele vai ficar ótimo, a única diferença é que vai ser menor do que os bebês que nascem de 40 semanas. –Deitei na cama e o doutor começou a me avaliar, enquanto o ruivo acariciava meu rosto contando comigo minhas contrações que ficavam cada vez mais insuportáveis.

- Doutor, não tem nada que faça a dor passar? –Falei em um sussurro após algum tempo de exame, fechando meus olhos com força para tentar ignorar a próxima contração.   

- Calminha. Antes precisamos dar uma injeção de corticóide para que os pulmões do seu filho se desenvolvam o mais rápido o possível. Depois disso, te daremos uma injeção para a dor, a anestesia peridural, e é só aguardar que sua dilatação fique do jeito que precisamos. –E lá fui eu para a injeção.

   Injeção de corticóide não foi nada comparada a uma contração que durou pelo menos dois minutos. Coitado do Ron que segurou minha mão na hora em que o doutor aplicou a injeção em mim.

- Minha mão está dormente, sabia? –Disse ele brincalhão para me distrair, limpando com um paninho o suor da minha testa.

- Ninguém mandou enfiar esse troço dentro de mim e me engravidar. Agora agüente as conseqüências. –Eu já estava com minha camisola engraçada, de pernas erguidas para aliviar a dor em minhas costas e ainda não havia pensado em parar de brigar com Rony. Era a única coisa que me distraia.

- Você gostou quando enfiei meu troço em você... –Agarrei a mão dele novamente apertando-a com força quando senti minha barriga endurecer mais uma vez e a dor subir pelo meu corpo da forma mais terrível que havia.

- Cala a boca, criatura... –Abri meus olhos marejados e o ruivo secou as lágrimas que escorreram. – Eu quero alguma droga que arranque essa dor de mim, Ron... –Choraminguei, tentando controlar minha respiração.

- Vou chamar o doutor Tyler para ver o que ele pode fazer.

    E as horas se passaram tortuosamente... Doutor Tyler não podia me dar a anestesia até que tivesse certeza que o bebê iria nascer. Já era quase oito e meia da manhã, duas horas sentindo dor, esmagando as mãos do meu marido, gemendo, me contorcendo, chorando... Até que fiquei sabendo que minha família e meus amigos haviam chegado.

- Eu queria falar com eles... –Falei fazendo bico.

- Desculpe, Hermione, mas só poderá vê-los depois que seu filho nascer.

- Huguinho, meu amor, se apresse... –Acariciei minha barriga enorme, sentindo o pano que enxugava meu rosto retornar.

- Acho que vou falar lá com eles, amor.

- Vai rápido, Ronald. Se quando você voltar Hugo já ter saído de mim, considere que ele não tem mais pai. –Ele deu uma risada nervosa, beijando carinhosamente meu rosto.

- É rápido. Te amo. –Bem na hora que ele deu as costas, senti algo fazer força para baixo, como um alien dentro de mim, sei lá. DEUS, ERA MEU FILHO!

- RONALD BILIUS WEASLEY, VOLTE SEU BABACA, SEU FILHO VAI NASCER! –Praticamente berrei, agarrando meus joelhos e me impulsionando para frente, quando uma força incomum tomou conta de mim. Rony parou de chofre, se aproximando de mim com os olhos arregalados.

- Não faça força ainda, Hermione! –Assustado, doutor Tyler correu até mim, afastando minhas pernas e me avaliando. – Vamos para a sala de parto, Hugo resolveu sair da sua toca.

- Se ninguém me der alguma droga para que a dor passe, juro que vai haver mortes nesse local! –Urrei irritada, enquanto era arrastada de cadeira de rodas para a sala de parto.

- Não faça força ainda, amor, você ouviu o doutor... –Disse Rony depois de alguns minutos, onde teve que colocar aquela roupa verde de hospital para entrar comigo na sala de parto.

- CLARO QUE OUVI, ESTOU EM TRABALHO DE PARTO, E NÃO SURDA! –Fui posicionada na maca especial que mantinha minhas pernas afastadas e erguidas, doutor Tyler ignorava meus surtos psicóticos, mas as enfermeiras pareciam realmente assustadas.

- Ai vai a droga que estava tanto aguardando, Hermione... –Senti uma picada em minha coluna e mordi a primeira coisa que achei para não berrar de dor. E por azar do ruivo, era a mão dele.

- Acho que vou perder minhas mãos hoje! –Disse ele soltando gemidos de dor, mas sem livrar sua mão dos meus dentes, porque ele sabia que perderia as bolas se não dividisse as dores comigo. Sentimos prazer ao fazer o Hugo, sentiremos dor juntos ao parir ele.

- Se arrancar as mãos do papai, ele não poderá ajudar a trocar as fraldas. –Brincou Tyler, me posicionando corretamente na maca depois de enfiar aquela maldita agulha em mim.

- E eu estou lá preocupada com fraldas agora, TEM UMA CABEÇA QUERENDO SAIR PELA MINHA... –Parei na metade da frase por causa de outra contração desta vez tão forte que me deu enjôo. – EU TE ODEIO, RONALD. –Foi o que berrei depois que a dor passou.

- O que eu fiz desta vez? –Perguntou ele confuso.

- ENFIOU ESSE PAU EM MIM, FOI O QUE VOCÊ FEZ! –Fechei meus olhos, controlando minha respiração por causa do pedido de uma das enfermeiras assustadas.

    Logo outras pessoas foram chegando medindo minha pressão, monitorando meus batimentos cardíacos e os de Hugo, que estava fazendo bastante força para sair de mim, só que o doutor ainda não tinha autorizado que eu fizesse força também.

- Pronto... Hermione, precisamos somente da sua colaboração agora. Vou contar até três, inspire fundo e faça toda a força que conseguir. Um, dois, três... –Não precisou de nem mais um segundo para que eu agarrasse a mão de Ron e fizesse força.

    Foi muito, muito cansativo. Passei pelo menos meia hora fazendo força, berrando, respirando com a ajuda de Ron que estava mais atencioso do que eu merecia depois de ter feito ele de gato e sapato, e nada do doutor avisar que Hugo estava a caminho.

  Após essa meia hora, o ruivo deu uma espiada aonde Tyler olhava com tanta atenção e sorriu para mim.

- E ai está a cabeça.

- AH MEU DEUS, É RUIVO? –Foi o que berrei, fazendo risadas ecoarem pela sala.

- Castanho claro. –Desanimei, fechando uma carranca.

- Temos muito tempo para praticar um ruivinho ainda, amor. Agora, força... –Assenti para Ron, me preparando para mais um comando do doutor.

     Levou mais alguns bons minutos para que a cabeça saísse, eu chorava, suava muito e já estava perdendo as forças. Eu só queria que Hugo saísse logo de mim, queria ver seu rostinho e tocar sua pele quente, saber que ele estava bem.

- Só mais um pouquinho, amor... –Sussurrou meu marido em meu ouvido, sem ligar para sua mão esmagada, enquanto a outra secava meu suor. – Hugo já está vindo. –Recebi um beijo no topo da minha cabeça.

- Eu... Não... Consigo! –Respirei fundo algumas vezes, sentindo mais lágrimas escorrerem.

- Claro que consegue. Vamos, eu faço com você. –Olhei-o e pude enxergar em seus olhos azuis todo o amor que ele continha por mim e pelo seu filho. Aquilo me reergueu, me fez urrar mais uma vez e morder meus lábios com força, para fazer força mais uma vez.

- Ai está a Hermione que conheci! –Disse Tyler, puxando sorridente algo do meio das minhas pernas, e quando ele ergueu um bebê na altura dos meus olhos, senti meu corpo se desmanchar de alívio. Não demorou mais do que dez segundos para Ron erguesse a câmera para fotografar, e para que o choro de Hugo se tornasse o único som na sala, além da minha respiração cansada. – Hora do nascimento... Exatas nove da manhã. –Consultou no relógio as suas costas.

   Uma pediatra que nos acompanhava juntou-o nos braços envolvendo-o em um pano azul e se aproximou de mim, colocando-o perto do meu rosto. Ele poderia estar todo sujo de sangue e do conteúdo que protegia sua pele em meu ventre, mas ele era lindo, simplesmente lindo.

   Seu rostinho era minúsculo, porém perfeito. Era a cópia de Ron, os mesmos lábios, o mesmo nariz, e quando o chorãozinho abriu os olhos para ver de quem vinha aquele calor, enxerguei os olhos azuis mais lindos da face da terra, além dos olhos do meu ruivo.

- Oi, bebê... Sou sua mamãe. –Falei soluçando, enquanto observava encantada seus olhinhos piscarem curiosos para mim, seu choro cessando. Pude dar um beijo casto em sua bochecha quente antes que ele se afastasse de mim novamente para que sua saúde fosse avaliada e seu cordão umbilical cortado.

- É nosso filho, Mione... –Disse Rony, que possuía os olhos inundados em lágrimas.

- Sim, nosso filho. –Confirmei sorrindo contente, já sentindo falta do meu bebê perto de mim.  

   Mas meu marido enevoou meus pensamentos me dando um beijo amoroso, me senti mais nas nuvens ainda.

  Era como se eu tivesse enchido a cara, sério mesmo. Depois de tanto fazer força, mal conseguia levantar meus braços sem ajuda, havia esgotado todo meu estoque de força. Por isso, precisei de muita ajuda para poder me lavar rapidamente antes de retornar para o quarto.

   Lá, fiquei tomando soro por alguns minutos, pois segundo doutor Tyler eu havia perdido muito líquido durante o parto, e não poderia comer nem beber nada durante algum tempo. Droga, esse pensamento até fez minha barriga roncar.

    Só que logo esqueci a fome porque a vontade de ver minha família, meus amigos e principalmente meu filho, tomou conta de mim.

- Doutor... –Resmunguei manhosa. – Será que eles já não podem entrar?

- Só mais alguns minutinhos, Hermione. Ronald... –Se virou para o ruivo, que olhava atentamente para mim. – Se quiser lá ver seu filho nos berços aquecidos para observação, ele já está lá. –Olhei com cara de pidona para o doutor.

- Mas... E quando eu vou vê-lo?

- Daqui a pouco ele vem para mamar.

- Amor... Vou lá, juro que trago uma foto para você. –Ron beijou meus lábios carinhosamente e se afastou, acenando.

- Volta logo. –Pedi, fazendo bico.

Rony POV

   Andei pelos corredores do hospital me sentindo o cara mais feliz do mundo, porque eu era realmente o cara mais feliz do mundo. Além de uma mulher maravilhosa, eu poderia segurar meu filho em meus braços.

   Hermione estava bem, Hugo estava bem... Nada poderia estar melhor. Poderia estar com as mãos doloridas e dormentes, mas agora nada tiraria meu ótimo humor.

     Logo dei de cara com alguns membros minha família, um grupo reconhecível de ruivos com alguns deslocados no meio, meus amigos nos quais eu poderia sempre confiar.

   Quando me viram, fui afogado em um mar de abraços e perguntas. Dentre elas, pude escutar minha sogra perguntar desesperada “como minha filha e meu Huguinho estão?”, minha mãe fez a mesma pergunta, preocupada com a nora e o neto.

- Calma gente, calma... –Me afastei para poder visualizar melhor meus pais, meus sogros, minha pequena cunhada, minha irmã, Harry, Cedrico, Neville, Luna e Cho. O resto não pôde vir por causa do trabalho, mas minha mãe se encarregou de avisá-los sobre o grande acontecimento.

- Por favor, me diga que meu sobrinho não tem sua cara. Porque se tiver, coitado dele... –Comentou Gina, nos fazendo rir.

- Idiota. –Mostrei a língua para ela, ainda rindo. – Hermione está ótima, o parto foi um sucesso e Hugo é lindo. Querem vê-lo? Ele está no berçário de observação agora. –Todos me olharam com expectativa.

- Claro que queremos. Ainda temos uma esperança de que ele não será parecido com você, mano. –Cho deu um soco em meu ombro, enquanto ria. – E parabéns, papai. –Recebi um abraço fofo dela e uma Luna sorridente se aproximou, fazendo um abraço triplo.

- Cara, agora você vai ter que trocar fraldas cheias de cocô. –Disse Cedrico, me abraçando com força.

- Você também terá que trocar fraldas cheias de cocô um dia, Diggory. E vai ser de um japonesinho ainda. –Rimos. – E Harry, não quero ver minha irmã grávida tão cedo, hein. –Falei antes de abraçar Potter, que riu.

- Relaxa. Sua irmã é virgem ainda. –Se afastou piscando e eu revirei meus olhos.

- Parabéns cara, se precisar de algumas aulas particulares sobre como não jogar óleo de cozinha no bebê, estou aqui. –Brincou Neville, me abraçando.

- Certo. Obrigado, mano. –Ri, me aproximando de meus pais para abraçá-los.

- Sei que você vai ser um pai incrível. –Disse meu pai.

- E eu vou ser uma avó incrível. –Disse minha mãe toda chorosa, fazendo risadas ecoarem no local.

- Ah Ron, obrigada por cuidar da minha filhinha e do meu netinho. –Rachel me abraçou, chorando.

- Prometi que iria cuidar dela para sempre, Rach. E não vou descumprir algo tão sagrado. –Beijei o topo da cabeça dela antes de me virar para abraçar Robert, olhei-o apreensivo durante um momento.

- Ah, venha cá. –Ele me puxou rindo para um abraço de urso. – Ainda não aprovo o fato de você ter... Ahn... Fertilizado minha filha. Mas bem, não posso fazer mais nada a partir de agora, só te vigiar para ver se vai ser um bom pai e um bom marido mesmo.

- No dia em que o senhor me entregou Hermione na praia pus na minha cabeça que esses são os maiores objetivos na minha vida, ser o melhor pai e marido de todos. –Robert sorriu admirado para mim, até estranhei sua reação, mas aproveitei, porque não era sempre que meu sogro era um amor de pessoa.

- Finalmente Hugo saiu da minha mana? –Perguntou Sophia, nos fazendo rir.

- Finalmente, Soph. –Ergui-a em meu colo, abraçando-a.

    Fomos silenciosamente até a parte de observação e logo que chegamos, corri meus olhos através do vidro, procurando um rostinho lindo muito familiar.

    Percebi que bem na frente uma enfermeira arrumava um pequeno bebê para pô-lo novamente na incubadora. Ele estava deitado em um cobertor e seu corpinho despido coberto por uma pequena manta, dormia serenamente.

      Eu sabia que aquele garotinho era sangue do meu sangue. Sabia que aquele ali era MEU filho. O garotinho que eu protegeria com minha vida se necessário, que já amava tanto como amava sua mamãe, mesmo tendo visto-o poucas vezes e nem ter tocado-o.

- É ele... –Apontei para o bebê dormindo, sentindo uma lágrima quente escorrer pelo meu rosto. Sequei-a rapidamente para poder tirar fotos, mas eu parecia hipnotizado por aquele rosto tão minúsculo e perfeito, por aqueles cabelos castanhos claros no topo da sua cabeça...

    A enfermeira que arruma-o para voltar para a incubadora, percebeu nossos olhares e sorriu para nós.

- Seu? –Perguntou mexendo os lábios somente e olhando para mim. Assenti com os olhos marejados. Ela sorriu mais e carregou Hugo em seus braços, se aproximando do vidro. As meninas colaram o rosto no vidro, todos estavam muitos emocionados com o milagre que presenciávamos, aquele bebê saudável nos braços da mulher que agora era meu filho.

 (Hugo: http://lucianapradofotografia.com/blog/wp-content/uploads/2010/12/LPF_3938-copy.jpg)

   Tiramos um monte de fotos no pequeno espaço de tempo que a enfermeira deu, para depois ele voltar para a incubadora vestido em uma pequena fralda. Ele se remexeu um pouco feito um besourinho virado de barriga para cima, fez algumas caretas e depois voltou a dormir. Só percebi que chorava feito uma criança quando meu pai me despertou para o mundo real colocando a mão em meu ombro.

- Vou voltar para Hermione, ou vou perder o troço que possuo no meio das pernas. –Comentei descontraído, secando as lágrimas e todos riram.

- Quando pudermos entrar, aparecemos por lá. –Minha mãe beijou meu rosto, sorrindo.

- E seu filho é lindo, cara. –Neville sorriu, dando tapas de leve em meu braço.

- Eu sei. –Sorri de volta, acenando para todos. – Vejo vocês depois. –Marchei rumo ao quarto de Hermione novamente, quase correndo pelos corredores.

    Quando entrei pela porta com uma linda plaquinha escrito “Hugo” em azul marinho, seus olhos cor de mel que tanto me encantavam encontraram os meus com desespero.

- E ai? Ele está bem?

- Hugo é perfeito, amor. –Falei, usando meu melhor tom de papai bobo.

Hermione POV

   Ron me mostrou as fotos que tirou de Hugo e a vontade de tê-lo pertinho de mim só aumentou. E doutor Tyler adentrando no quarto dizendo que meu filho estava a caminho para mamar pela primeira vez, fez uma grande ansiedade tomar conta de mim.

- Agora é um momento intenso em que só exige o contato de pais e filho, por isso seus familiares e amigos só irão entrar depois. –Disse o doutor em voz baixa, enquanto eu mirava esperançosa a porta do meu quarto, por onde entrar uma incubadora com rodinhas.

   E lá estava meu pequeno vestido em um conjuntinho de pijama azul e comprido, feito de uma malha fina de algodão puro. Estava acordado e de vez em quando arregalava seus olhinhos azuis, se assustando com a movimentação.

   A incubadora parou ao meu lado e a enfermeira que carregava a incubadora, pegou Hugo no colo e entregou-o com cuidado para mim. Senti meu corpo se tornar pudim.

- Oi, filho... –Falei baixinho, tentando conter as lágrimas. Visivelmente reconhecendo minha voz, ele me olhou surpreso. – É, é a mamãe que tanto cantou para você, tanto conversou com você... E aqui está seu papai bobão que insistia tanto em cantar rock para que você gostasse desde cedo. –Ron riu de leve, aparecendo no campo de visão do nosso filho, acariciando de leve sua bochechinha.

    Segurei-o bem perto de mim, sentindo a textura da sua pele macia e quente em contato com a minha. Até seu cheiro era bom. Deus, como eu estava feliz.

- Agora vamos dar o colostro para o bebê, que não vai ser bem o leite branco em grande quantidade que todas as mães aguardam que saia de seu peito, é somente um líquido meio transparente, mas que possui todos os nutrientes necessários para seu filho. –A enfermeira explicou, me ajudando a desamarrar a camisola que vestia para que pudesse expor meus seios, que estavam bem maiores do que o comum e um pouco doloridos, talvez pela vontade enorme de amamentar meu filho pela primeira vez.

   Ela guiou Hugo até meu seio esquerdo, enquanto Ron nos olhava atentamente e de vez em quando fazia carinho em meus cabelos, havia até se esquecido de brigar estupidamente com Tyler que também assistia a cena e via os seios de sua amada esposa.

    Meu bebê passos os lábios curioso pelo meu mamilo, até abocanhá-lo como se já tivesse sido treinado para aquilo.

- Hum, é uma ótima reação! –A enfermeira sorriu contente para mim, enquanto uma sensação maravilhosa me preenchia ao ver Hugo tão entusiasmado mamando pela primeira vez. – Geralmente alguns bebês demoram para mamar, mas seu filho está com fome, pelo que parece.

- Vai ser comilão que nem o pai. –Brinquei, me deliciando com a gargalhada gostosa de Rony.

   Passei bons minutos apenas dando de mamar para meu filho enquanto Ron assistia com um sorriso bobo no rosto. Aquilo havia acabado de entrar na lista dos melhores momentos da minha vida.

     Quando Hugo estava demonstrando que havia ficado farto de mamar, a porta do quarto abriu-se e meus pais entraram, me fazendo levar um susto.

- Mãe, pai! –Falei baixinho, ao perceber que o bebê em meu colo piscava os olhos de um jeito sonolento, sem desgrudar sua boca do meu seio. Senti lágrimas salpicarem em meus olhos vendo que minha mãe estava prestes a chorar também.

- Filha! Como se sente, meu amor? –Ela se aproximou falando baixo feito eu, mas fungando algumas vezes. – Ele é tão lindo... É a cara do pai. –Sorriu para Ron antes de olhar encantada para o bebê em meus braços. Meu pai, um pouco desconfortável, desviou os olhos algumas vezes de Hugo por causa do meu seio exposto.

- Estou melhor impossível. –Sorri feliz, acariciando a bochecha do meu pequeno. Minha mãe deu um sorriso contente. – E sorte do Hugo por ter nascido com a cara linda do pai. –Rony soltou um muxoxo e eu ri.

- Ah, minha pequena está com seu pequeno nos braços. Isso é tão... Argh. –Disse meu pai, olhando para cima para não deixar que as lágrimas escorressem.

- Ei, papai durão. Eu te amo. –Ele sorriu, secando suas lágrimas e beijando o topo da minha cabeça.

- Ele é realmente lindo. –Olhou admirado para meu filho, que abriu um pouco seus olhinhos azuis para observar a movimentação em volta da sua mãe.

- Olá, Huguinho. Somos seus avós. –Disse minha mãe soluçando comovida.

- É, avós... –Sussurrou meu pai ainda sem acreditar muito no que estava acontecendo, mas estava visivelmente feliz.

  Depois de mimarmos mais um pouquinho meu pequeno, ele se satisfez do meu peito e a enfermeira colocou-o novamente na incubadora, onde fiquei acariciando sua pele macia, não querendo nunca mais me separar dele.

   Logo, Molly e Arthur entraram e foi a mesma cena emocionante como foi com meus pais. Gradualmente meus amigos foram entrando, encantados com meu filho e parabenizando muito eu e Rony.

- Fez um bom trabalho, mano. –Disse Cedrico brincalhão, batendo no ombro do meu marido.

- Ah, fazer o que se meus genes são ótimos, né? –O ruivo deu de ombros, fazendo risadas ecoarem pelo quarto onde eu estava com Diggory, Cho, Luna e Neville.

- Vamos indo que uma ruiva por ai está quase se mijando de vontade de entrar aqui. –Falou Luna, nos fazendo rir novamente.

- Mas não vão se livrar da gente para sempre, hein. –Cho beijou minha bochecha. – Nem você, nem o pai pateta, nem meu afilhado lindo.

- Nos livrar de vocês é o que menos queremos. –Dei um sorriso sincero, retribuindo o abraço carinhoso que Luna me deu.

- Já vou avisando, não vou ajudar a trocar fraldas. Rony vai ter que aprender isso sozinho. –Neville disse, me abraçando e eu ri.

- Ele vai aprender nem que seja na marra. –Ron fez um bico e ri mais ainda, mas Hugo parecia disperso as risadas e dormia serenamente dentro da incubadora.

- Eba mano, fraldas cheias de cocô. –Diggory falou enquanto me abraçava. A visita deles era o que eu mais precisava para rir um monte.

  Os quatro se foram e então Gina, Harry e minha irmã entraram. A última ficou encantada com o bebê pequenininho que dormia ao meu lado, ficou até hipnotizada por ele.

   Já Gina não pode perder a chance de fazer piadas com o irmão, nem Harry, o cunhado mais agradável que Ron poderia ter arrumado, segundo ele.

     Depois das visitas, pude finalmente comer alguma coisa, só que Hugo teve que ser levado para longe de mim novamente, para fazer mais alguns exames e ficar em observação, justamente por ter sido prematuro.

  Nem comer a sopinha deliciosa do hospital me distraia, eu só queria sair daquela cama e ir para casa com meu marido e meu filho em braços.   

E deu que fiquei com a promessa do doutor de que ficaria “mais algumas horas” em observação, tanto eu quanto meu filho, sendo que ele estava perfeitamente bem.

Consciente da necessidade de ficar lá por mais um tempo, porém emburrada, deixei as horas passarem com a ajuda de Ron para me distrair e com algumas pausas para Hugo mamar.

   Rony era definitivamente o homem mais perfeito para mim, e eu tinha cada vez mais certeza disso todas as vezes que olhava em seus lindos olhos. O ruivo me alimentou na boca, ficava perguntando se eu estava desconfortável e quando respondia que sim, ele ajeitava mais travesseiros em minhas costas.

    Depois do almoço me ajudou a dar uma voltinha pela varanda do hospital para tomar um ar, ficava fazendo carinho em meus cabelos, massagem em meus ombros, beijava meus lábios amorosamente... Deus, como eu amava aquele homem.

- Acho que vai ficar contente com a notícia que vou te dar, Hermione... –Doutor Tyler adentrou no quarto, já eram quase seis horas da noite e minha família e amigos haviam acabado de fazer uma segunda visita. – Já vai poder ir com seu pequeno. –Sorriu contente para mim e eu suspirei de alívio.

- Ah, ainda bem, não agüento mais esse cubículo. –Soltei um gemido de desconforto quando me remexi na cama.

- Mas já sabe de todos os procedimentos, não é? –Ele me repetiu tudo que já havia me explicado antes como as instruções para o primeiro banho, o cuidado com o umbigo, o que fazer quando der cólica no Hugo...

    Agora ele seria todinho meu e de Ron. Nosso, somente nosso daqui para frente.

Pensar na responsabilidade que teria a partir de agora me assustava um pouco, pois seríamos responsáveis por uma vida, por um bebê frágil que não sabe se cuidar sozinho. Mas eu sabia que amaria a tarefa de ser mãe, a tarefa mais linda do mundo.

   Com a ajuda do meu marido, coloquei um vestido leve que seria o tipo de roupa que eu usaria até meu corpo voltar ao normal, um cardigã e nos meus pés inchados estavam rasteirinhas fofas. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e voltei ansiosa para o quarto, ao ponto de ver a enfermeira adentrar com meu pequeno.

  Ele estava lindo, irresistível mesmo. Estava sem o pijama, agora era uma saída de maternidade que eu escolhi junto com Ron nas semanas finais da minha gestação.

(Saída de maternidade: http://www.cegonhafeliz.com.br/images/product/6A31A20120.jpg)

   Ela me entregou Hugo em meus braços com muito cuidado e o ajeitou dentro da manta branca que veio junto com a roupinha. Meu bebê se remexeu preguiçoso e me olhou nos olhos, sempre muito curioso, mas logo reconheceu a mamãe e relaxou em meu colo. Ele era tão molinho e de aparência frágil que dava até medo de pegá-lo no colo.

- Ron, quer pegá-lo um pouco? –Me virei sorrindo para o ruivo, que levantou as sobrancelhas.

- Ah, amor, eu acho melhor treinarmos em casa, só...

- Ah, pára com isso. Me lembro de como pegou bem a Vic no colo.

- Mas esse é diferente... Esse é meu garotão... –Ri e insisti mais um pouco, até que Ron cedeu. – Tudo bem... Me dê meu pequeno aqui. –Passei para os braços dele com calma e ele pegou nosso filho com facilidade, mas parecendo preocupado. – Estou fazendo certo?

- Está. –Sorri, aproveitando para acariciar o rostinho de Hugo, que arregalou levemente seus olhos azuis para o pai.

- Vocês dois são as melhores coisas que Deus me deu. –Rony sorriu docemente, me beijando com carinho. Retribui e me afastei, suspirando apaixonada.

- Tenho que dizer o mesmo. –O doutor e a enfermeira nos olhavam encantados, e então corei. Havia ficado tão absorta naquele momento lindo que não havia me lembrado da presença dele. – Ahn... Vamos indo? –O ruivo assentiu, passando Hugo para meus braços novamente.

    Fui na frente levando nosso filho no colo enquanto ele me seguia carregando a mala da maternidade. Chegando no estacionamento, minha família e meus amigos estavam lá de volta e nos paparicaram antes de pudermos ir para casa.

     Na volta para casa, suspirei feliz com a visão de Hugo finalmente deitadinho no bebê conforto no banco de trás, dormindo tranqüilo.

- Finalmente... –Ron deu um sorriso contente e acariciou minha mão com sua outra mão livre.

- Agora somos uma família, Ron. –Sequei uma lágrima teimosa que escorreu dos meus olhos e ele sorriu mais ainda.

- Somos. E um dia ela será maior ainda.

   Eu estava disposta a viver todos os dias da minha vida com Rony, e agora tínhamos também o fruto do nosso amor para cuidar. Pensar que há dois anos atrás eu estava brigada com ele, e agora estava casada com meu ex-inimigo.

   Deus às vezes prega peças na nossa vida, modificando nossos destinos de uma forma que até nos assusta. Mas eu sei que não poderia ser feliz se não estivesse do jeito que estava agora. Indo para minha casa com meu marido e meu filho.

         Chegamos em casa nos deparando com uma Claire aos prantos.

- Ah, até que enfim! Rezei tanto por vocês... –Dizia ela me abraçando. – E cadê o pequenino? –Ron puxou o bebê conforto pela alça, mostrando Hugo que agora estava acordado por causa da movimentação. – Que... Coisa... Mais... Linda! –Soluçou a loira, nos fazendo rir.

    Subimos para o segundo andar, enquanto eu me recordava que ainda teria que conhecer o quarto do meu filho. Meu coração saltou de antecipação.

- Espero que goste. –O ruivo deu um sorriso fofo antes de abrir devagar a porta do cômodo.

   Adentrei na primeira oportunidade que tive e meu queixo caiu ao chão. Não que eu esperasse algo menos do que “perfeito”, mas aquilo tudo estava tão lindo...

 As paredes do quarto tão grande quanto o meu eram de um azul em degradê, começando em um tom mais claro e quando chegava ao teto, ficava um azul marinho forte. Qualquer um que adentrasse ali perceberia que a inspiração foi uma noite estrelada.

    O teto azul escuro possuía mini lâmpadas em formato de estrelas pequenas que iluminaria o quarto quando a noite chegasse, acima do lindo berço branco, além de um mosquiteiro, havia também um móbile de estrelas douradas.

    Ao lado do berço, havia uma poltrona branca de couro que girava e balançava, visivelmente confortável que serviria para amamentar Hugo de uma maneira mais tranqüila e relaxada para nós dois.

Tinha ainda uma cômoda clássica para a troca de fraldas com várias gavetas aonde iriam os sapatinhos e outros itens essenciais, o guarda-roupa fofo... Sem contar todos os mínimos detalhes com um toque da decoração principal, o céu à noite.

    Até mesmo as almofadas em cima da poltrona de amamentação eram em forma de lua e estrela.

 Vários brinquedos enfeitavam o quarto, principalmente as pelúcias. O simples detalhe de uma foto minha grávida em um criado-mudo no canto do cômodo me fazia querer chorar.

- E ai amor, gostou? –Perguntou Ron após um tempo, sorrindo daquele jeito doce que me encantava, enquanto balançava suavemente Hugo em seus braços.

- Eu amei! –Falei com um fio de voz, contendo um soluço. – Está tudo tão... Incrível! –Passei minhas mãos pelo berço e toquei com cuidado no móbile, que começou a girar e a tocar uma suave música de ninar.

- Se quiser mudar algo, pode mudar, eu...

- Se você tocar um dedo na decoração, você sabe que eu te capo.

- Epa, Mione violenta retornou? –Rimos.

- Não, só estou brincando. Mas é sério, está perfeito. –Dei um selinho em seus lábios. – E parece que Hugo gostou também... –Percebi que ele olhava curioso para o móbile.

- É... Percebeu que ele nem chorou ainda? –Como se o pequeno tivesse entendido, franziu a testa e seu lábio inferior se projetou para frente, em um adorável bico acompanhado a um choro esganiçado. – Opa, chorou. –Ri, pegando-o do ruivo.

- Calminha, bebê... Está tudo bem. –Sussurrei, acariciando suas costinhas. – Acho que já é hora de amamentar. Me ajuda? –Pedi manhosa para Ron, que assentiu sorrindo.

- Claro. Mas não se assuste se eu grudar nos seus peitos também, estou com abstinência de sexo. –Me contive para não rir alto.

- Não fala isso, dá a sensação de que o Hugo está entendendo tudo. –Sentei na poltrona, contando com a ajuda de Rony para expor um dos meus seios.

- Óbvio que ele está. Olhe a carinha de ciúmes dele como se quisesse dizer “os peitos dela são só meus agora, bobão”. –Olhei para meu pequeno e ele estava realmente com a testa franzida ainda, gargalhei divertida com a cena.

- Isso ai, mostra para o papai quem é o dono dos peitos da mamãe agora. –Ele grudou ansioso seus lábios no meu mamilo, chupando-o com vontade e desfranzindo a testa. – Comilão da mamãe... –E lá estávamos eu e Ron babando em nosso filho de novo, nos sentindo mais realizados do que nunca. Que dia...


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Notas finais do capítulo

primeirameeente, queria dizer para a Bee Weasley que falou que ia ser bem legal a Hermione dar piti na hora do nascimento e xingar o Ron, que dias atrás de você dizer isso, eu e a nicole já tínhamos combinado que iria ser assim. não sei se andou consultando uma bola de cristal nas aulas de Adivinhação, mas é, gostou Beazota? SHUAHSAUHSAU
e também pergunto para as outras, claro, GOSTARAM BEBÊS? *-* aguardo vocês deixando meu dia mais colorido com suas opiniões e bem... estou com 9 recomendações, alguém quer ser a pessoa querida que vai dar minha recomendação de número 10? ficaria muito feliz ♥ AHUAHUAH
sem mais indiretas discretas, me despeço por aqui HAHAHAH beeeijos e até sexta que vem! :*