The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 44
The Honeymoon


Notas iniciais do capítulo

oooolá minhas leitoras lindas, como vão? ;3 eu estou tranquila, ando tirando ótimas notas em matemática e estou realmente orgulhosa de mim mesma o/
mas eeenfim, fiquei muito contente por terem gostado tanto do último capítulo e a nicole agradeceu por todos os elogios dados pelas suas ideias *-*
cheguei nos 275 reviews, preciso dizer o quão feliz estou? preciso? então... PULEI DE ALEGRIA PELA CASA *---* só vocês mesmo para me fazerem saltitar de felicidade. obrigada mesmo por todos o carinho e apoio que me dão, minhas florzinhas do campo.
então, ai está mais um capítulo. vamos para a sonhada lua de mel? ;D espero que gostem, pois adorei escrever esse capítulo.
no próximo provavelmente a cegonha irá chegar para entregar o bacurizinho para os nossos pombinhos ♥
hoje não vou fazer uma bíblia nas notais inicias HAHAHAHAH uma boa leitura à todas, aguardo ansiosamente seus comentários e até sexta que vem :*



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Hermione POV

Era como ter acordado em um sonho, não de um sonho. Abri meus olhos inocentemente para me deparar que eu estava sim dentro de um jato particular a caminho da minha lua de mel e o homem mais lindo que havia se tornado meu esposo me despertava da forma mais doce o possível.

Sim, aquilo havia de fato acontecido. Eu havia me casado.

- Já chegamos? –Perguntei dando uma boa espreguiçada e aproveitando para olhar a aliança reluzente em meu dedo anelar esquerdo, não pude deixar de abrir um sorriso para aquele anel.

Percebi que a luz do sol adentrava pela janelinha aberta do avião, eu não poderia ter dormido tanto, poderia? Afinal, onde diabos estávamos?

- Já. Quero que veja uma coisa. –Ron apontou para a janela aberta e eu me inclinei para enxergar melhor.

PUTA QUE PARIU, é a Torre Eiffel mesmo? Digo... CARAMBA, OMG, estamos em Paris? Eu tinha certeza, era ela lá estampada no céu azul anil com algumas nuvens fofas feito algodão. Por favor, algum voluntário para me beliscar?

- A T-Torre E-Eiffel? –Falei com um fio de voz, quicando na poltrona confortável em que peguei no sono, e aproveitando para morder o cobertor super macio com que Rony me cobriu para não gritar de felicidade.

- Bem vinda à cidade do amor, princesa. –Disse ele com aquela voz sexy e rouca de quem acabou de acordar. Se é um sonho, não quero acordar, então... Voluntário que ia me beliscar, tome distância, não é mais necessário.

- Estamos sobrevoando a Torre Eiffel e tendo uma vista aérea privilegiada, se quiserem dar uma olhada, sintam-se a vontade. –Anunciou uma voz masculina robotizada que saiu de umas caixinhas de som. Ron apertou um botão na sua poltrona e logo respondeu:

- Certo, obrigado. –Soltou o botão.

- Por nada, Sr. Weasley. A senhorita Weasley já acordou? –OK, estou ficando um pouco chateada com essa conversinha de distância na qual não participo, mas não posso negar que abri um baita sorriso com o “senhorita Weasley”.

- Já sim. Ela vai olhar agora para fora. –Soltou o botãozinho mais uma vez e me puxou levemente pela cintura. – Olha ali amor, que lindo. –Quase colei minha fuça na janela, mas logo me distanciei de susto.

- Deus... Isto é... Lindo, mas assustador. –Dei uma risada nervosa e ele riu junto comigo. Estávamos literalmente voando por cima da Torre Eiffel e digamos que ela é um pouquinho alta então estávamos realmente no alto... Não que eu tivesse medo de altura, bem pelo contrário, porém... Ninguém ficaria realmente relaxado ao imaginar involuntariamente o avião caindo e matando todas as pessoas lá embaixo que visitavam o monumento.

(Vista que eles tiveram: http://www.leet.it/home/lale/joomla/images/stories/MyImages/screenshot.png)

- Cadê a Hermione que voou de helicóptero comigo sobre o Rio de Janeiro e foi muito corajosa? –Perguntou o ruivo entre risadas, e logo completou. - ...Mas que quase esmagou a minha mão? –Semicerrei meus olhos para ele, rindo em seguida.

- Quietinho, Weasley. Aquilo foi só um imprevisto momentâneo. –Ele riu mais ainda, me fazendo deitar em seus braços. Apoiei minha cabeça em seu peito satisfeita e Ron beijou carinhosamente o topo da minha cabeça enquanto suas mãos espalmavam minha barriga coberta ainda pelo vestido branco de tecido leve da noite anterior.

- Sabe... Queria rever aquele piloto que nos levou de helicóptero pela cidade. Se lembra do que ele perguntou? –Questionou ele, acariciando suavemente meu ventre.

- Se éramos namorados...? –O que era para ser uma afirmação, saiu mais como uma indagação, mas tudo que Rony fez foi assentir.

- Sim. Imagina se aparecermos lá e ele ver que agora você está casada com o ruivo que quase quebrou os ossos da mão e ainda por cima grávida do mesmo? –Ri baixo, fechando os olhos e inspirando o cheiro dele.

- Seria muito engraçado, e épico. –Uma de suas mãos foi parar em meus cabelos, acariciando-os.

- Seria... Seria ótimo. –Antes que pudéssemos passar mais tempo conversando, a voz do piloto soou robotizada novamente avisando que em breve pousaríamos, tirei esse tempinho de sobra para colocar um vestido longo florido, o que me deixava bem confortável.

- Coloquem seus cintos, por favor. Daqui a cinco minutos pousaremos. –Disse ele cinco minutos após eu ficar pronta. Fizemos o que ele pediu e logo senti a desagradável sensação de perder altitude, mas ficava pior com os enjôos da gravidez.

Quando finalmente o jato tocou o chão asfaltado do aeroporto, saímos do avião e finalmente pude conhecer o piloto, que não devia ter mais de vinte e cinco anos, bem novinho mesmo, e sorria amigavelmente para nós.

- Obrigado pela ótima viagem, Josh. Te vemos daqui a uma semana. –Ron deu um tapinha simpático no ombro dele, que sorriu retribuindo o cumprimento.

- Fico contente que apreciaram a viagem. Até daqui a uma semana então, Sr. e Srta. Weasley. –Sorri para meu novo sobrenome e retribui o beijo no rosto que o jovem piloto me deu.

- Com fome? –Perguntou o ruivo ao meu lado, abraçando minha cintura e me guiando até um belo carro preto bem lustrado que nos aguardava com um motorista particular. OK, tudo é particular aqui então, vou ficar mal acostumada.

- Faminta seria o termo mais correto. –Respondi rindo e então entrei no banco de trás do carro junto com ele.

- Até o melhor restaurante que você conhece, e o mais próximo também. –Ordenou Ron com aquela voz grossa e imponente, senti até meu útero vibrar com aquilo.

- Certo, Sr. Weasley. Bom ver a senhorita, Srta. Weasley. –Eu nunca me cansaria de ser chamada daquele jeito.

- Obrigada... –Falei um pouco encabulada. Todo aquele tratamento estava me mimando demais.

Aproximadamente vinte minutos depois chegamos ao local escolhido pelo motorista e posso dizer que fiquei chocada. Era um lugar lindo demais, chique demais e eu estava ficando realmente mal acostumada.

- Muito obrigado, Jordan. Quer vir com a gente?

- Não, eu que agradeço o convite, Sr. Weasley. Mas vou dar uma volta para falar com meu filho, pegar as malas dos senhores e já retorno.

- Tudo bem. Vamos? –Concordei com a cabeça, saindo do carro com a ajuda de Ron.

- Jordan é pai do Josh? –Indaguei assim que adentramos no belíssimo restaurante.

- Sim. Amigos do meu pai, aceitaram sem pestanejar essa chance de nos levar por Paris e por... –Ele se tocou que iria me contar o segundo destino da nossa lua de mel, por isso se calou. – Pelos dois lugares em que vamos passar. –E sorrindo da minha cara de indignação por não ter descoberto a próxima cidade, ele foi falar com o cara que nos encaminharia para uma mesa.

O local não estava cheio por ser quase três horas da tarde segundo um relógio com pêndulo todo cheio de detalhes em um canto. Só que as mínimas pessoas que lá estavam eram todas da mais alta sociedade, e eu estava ficando um pouco intimidada.

- Por que logo aqui? Estou com fome e vou comer feito uma porca comendo lavagem. –Falei em voz baixa, sentando em uma mesa de dois lugares. Ron riu discretamente, sentando-se na minha frente.

- Relaxa. –E acariciou minha mão, sorrindo. – Eu estou pagando o maior vexame por só saber falar “merci” e ainda faço um bico ridículo pra ver se sai melhor a única palavra que sei em francês. –Me controlei para não gargalhar alto.

- Por que logo Paris? –Perguntei curiosa, observando um garçom vestido com roupas caras se aproximar para anotar nosso pedido.

- Porque vi seu caderninho de sonhos abertos uma vez na aula, foi na terceira série. Um dos seus maiores sonhos era visitar Paris, porque segundo sua avó Charlotte que morou aqui grande parte de sua vida, era uma cidade magnífica. –Chocada com a boa memória dele, fiquei boquiaberta. Nem eu me lembrava direito que tinha escrito no meu caderno, e ele se lembrava até do que escrevi ao lado de uma imagem da Torre Eiffel que desenhei e joguei glitter dourado em cima.

- Ah, só você mesmo... –Sorri docemente e me inclinei para beijá-lo rapidinho.

Por nossa sorte, o garçom falava inglês e pode nos explicar o que eram aqueles pratos estranhos. Me contentei com um “quiche lorraine” que era uma torta salgada recheada com bacon e queijo, e “aligot” que era basicamente um purê de batata com muito queijo. Sim, meu filho ama queijo.

Comemos tranquilamente conversando sobre assuntos aleatórios enquanto apreciávamos a bela vista da cidade que tínhamos da mesa em que estávamos.

De sobremesa peguei um petit gateau com sorvete, Ron se deliciava com um também e uma taça de vinho, mas eu estava mais contente com um copo de suco natural mesmo.

Demoramos quase uma hora até sairmos satisfeitos do restaurante após pagar a conta, Jordan estava nos aguardando no lado de fora.

Seguimos para o hotel em que iríamos passar os sete dias e chegando lá nem fiquei tão chocada com a incrível estrutura do local, tudo tinha seu toque antigo que dava em nós aquela sensação de querer descobrir toda a história escondida naquelas paredes.

Um grande e reluzente cavaleiro montado em seu cavalo folheado a ouro ficava na frente do hotel que se chamava “Hotel Regina”.

Entramos, verificamos a reserva e não demorou muito para os bellboys subirem com nossas malas. Chegando ao quarto foi que fiquei chocada. Aquilo sim era uma suíte presidencial.

O quarto todo era decorado nas cores mais nobres como dourado, creme e branco. Em cima de uma mesinha aos pés da cama com uma colcha linda havia um vaso com belas rosas e algumas pétalas estavam distribuídas pela mesa.

E além de tudo, para a privacidade do casal havia uma cortina em frente a cama feita de um tecido que deveria ter custado muito caro. Deus, eu queria quebrar aquela cama com o Ron.

(Quarto: https://lh5.googleusercontent.com/-ADc1JUfbGFM/T4xeAus8UUI/AAAAAAALy7U/H9__hNM1nkY/s448/HOTEL+REGINA)

- Merci, merci. –Disse o ruivo depois que o garoto francês repousou nossas malas o meio do quarto. Fiz aquele barulho de quem prende o riso, aquele som gutural, pois ninguém conseguiria ficar sério após ver o biquinho que Rony fez para falar.

- A votre service, messieurs. –Respondeu o garoto, se retirando do quarto com uma reverência. O olhar de confusão que meu agora marido me lançou, me fez rir escandalosamente.

- Realmente, isso é mais engraçado do que comer feito uma porca em um restaurante de luxo. –Me recuperei da crise de risos sentindo o olhar mau-humorado dele em mim. – A propósito, Sr. Biquinho, ele disse algo como ‘ao seu dispor, senhores’. –Esclareci, sentando no colchão macio da cama e quicando algumas vezes.

- Você fala francês? –Ele perguntou boquiaberto. – Por favor, me diga que você não fala francês, se não toda a vergonha que passei não valeu à pena. –Gargalhei novamente, me deitando por cima da colcha. Logo as mãos de Rony voaram para minha barriga coberta pelo tecido florido do vestido.

- Não, não sei bobinho... –Fiz carinho no rosto dele vendo-o sorrir e depositar um beijo em cima do meu ventre. Papai mais bobo não tinha. – Só que na época que escrevi aquele sonho em meu caderno tive um surto de necessidade de aprender a falar francês, aprendi somente coisas simples e nem sei pronunciar corretamente ainda por cima, peguei em um dicionário que achei perdido nas coisas da minha vó. –Contei, rindo ao sentir cócegas com os beijos que Ron depositava na minha barriga.

- Bom saber... –Ele se inclinou até chegar ao nível dos meus lábios, para então me beijar lentamente. – O que quer fazer depois? –Perguntou ele com a voz rouca, meu pescoço sendo alvo de seus beijos molhados, meu corpo todo se arrepiando em resposta.

- Tomar um banho. –Por mais que estivesse prestes a entrar em combustão com os toques minimamente pervertidos dele, meu corpo possuía outras necessidades também.

- Certo... –Disse ele um pouco desanimado, não pude deixar de soltar uma risada.

- Amor... –Me ergui com a ajuda dos meus cotovelos, para poder sussurrar no ouvido dele. - Teremos duas semanas inteiras para fazer o que você deseja. Aliás, o que nós desejamos... –Mordi a ponta de sua orelha de leve e o ruivo estremeceu, os pelos em sua nuca se eriçando todos de uma vez.

- Você está corretíssima, duas lindas semanas... –Distribuiu beijos pelo meu maxilar e queixo. – Que tal um banho e depois um piquenique no parque próximo à Torre Eiffel? –Sorri com a sugestão.

- Ideia perfeita. Banho triplo para economizar energia? –Passei a mão suavemente sobre minha barriga, indicando nosso filho quando ele arqueou as sobrancelhas.

- Óbvio. –Sorrindo satisfeito fomos para o lindo banheiro que nos aguardava, com banheira de hidromassagem e tudo.

Fomos na ducha para ser mais rápido e adorei ter minhas costas ensaboadas por ele, era como entrar no paraíso e terra me regressar. Como sempre, ele dava prioridade ao meu ventre enchendo-o de espuma e desenhando coisas como carinhas felizes e corações. Mordível de tão fofo.

Depois de sairmos do banho longo com dinheiro a muito sabonete líquido com cheiro de morango, coloquei um vestidinho solto branco, um cinto salmão logo abaixo do busto, gola de pérolas, um cardigã cinza por cima e sapatilhas.    

Sequei meus cabelos deixando-os com suas ondas naturais, esborrifei meu perfume de baunilha que Ron tanto gostava e me encontrei com ele no quarto já pronto com seu suéter fino cinza por cima de uma camisa social branca, calça jeans e sapatênis. Abri um sorriso ao perceber que a cor de seu suéter e do meu cardigã eram iguais.

- Sempre tão linda... Como consegue? –Se encaminhou até a mim bagunçando mais seus cabelos ruivos com a ajuda das mãos.

- Tenho que perguntar o mesmo para o senhor, Sr. Weasley. –Envolvi seu pescoço com meus braços, sorrindo.

- São seus olhos, Srta. Weasley. –Aquilo saindo da boca dele parecia ainda mais lindo para mim. - Preparei a cesta junto com Jordan que fala francês fluentemente e pode pedir o serviço de quarto.  –Disse ele apontando para uma cestinha fofa em cima da cama. – Tem crepe, cupcake, sanduíches, sucos, frutas... Tudo uma delícia que exigi inteiramente fresco da cozinha. –Bufei para a cara esnobe que Ron fez, ele apenas riu, acariciando minhas costas com as mãos.

- Sempre exigente, não é?

- Me casei com Hermione Jean Granger que agora é uma Weasley, é óbvio que tenho que ser exigente, baby. –Beijou meus lábios com ternura e eu me derreti em seus braços, retribuindo.

- Está tudo pronto, Sr. Weasley e... –Nos viramos rapidamente e nos deparamos com a cabeça de Jordan enfiada no espaço aberto da porta. – Ah, desculpe interromper! –Apressou-se ele a dizer, ficando mais vermelho do que um tomate.

- Sem problemas, Jord. –Falei descontraída, rindo dele.

- Obrigado, senhorita. –Falou ele mais aliviado, rindo junto.

- Bom, vamos? –Perguntou Ron sorridente com minha relação amigável com o motorista.

- Quando quiserem. –Respondeu o senhor já de idade, abrindo espaço para passarmos.

Seguimos para a Torre Eiffel e eu estava quase quicando no banco de trás feito uma criança ansiosa. Chegando lá, quase chorei de emoção, era lindo demais para ser verdade.

O sol já dava indícios de que iria se pôr e algumas famílias faziam piqueniques no gramado em frente ao monumento, porém percebi que estava até um pouco vazio, o que era ótimo, pois tinha um lugar perfeito e grande próximo à Torre.

Ron estendeu uma toalha xadrez no chão e colocou a cestinha no meio, nos sentamos e Jordan se despediu, dizendo que retornava em uma hora.

- Aqui é tão lindo... –Olhei em volta, maravilhada.

- Linda como você fica quando admira tudo isso. –Ele sorriu, acariciando minha bochecha.

- Como eu te amo, Ron. –Fiquei de joelhos para poder beijá-lo com carinho.

- Eu também te amo, minha pequena. –Retribuiu o beijo, passando seus dedos suavemente pelo meu rosto. Não existia outro lugar que eu quisesse estar, simplesmente não existia.

Aproveitamos o resto do piquenique papeando bobagens, rindo, brincando de jogar comida um na boca do outro e tive uma crise séria de risos quando uma uva caiu sem querer no chantilly e ao jogar para Rony pegar, melou toda a sua cara fazendo-o ficar feito um garotinho emburrado achando que eu havia feito de propósito.

- Roniquinho... –Chamei com a voz melosa contendo mais risadas, ele encarava as árvores do lado oposto a mim de cara amarrada. – Juro que foi sem querer... –Ele me olhou, ainda com um bico extenso.

- Sei que foi... –Abriu um sorriso. Mais aliviada por ter abandonado o comportamento infantil, sorri me aproximando dele para beijar sua bochecha, mas antes que eu pudesse realizar esse feito minha bochecha foi atingida por um monte de chantilly.

- Ronald! –Praticamente berrei enfurecida, indo para cima dele. O ruivo me segurou longe dele com facilidade e aproveitou para lamber minha bochecha, enquanto ria sem parar. – Isso não tem graça! –Peguei um pano e limpei meu rosto melecado.

- Claro que tem. Estou aprendendo com uma certa senhorita vingativa por ai... –Revirei os olhos e ele riu mais ainda. – Eu te amo, chata. –Mordeu de leve minha bochecha agora. Olhe-o tentando conter um sorriso apaixonado, por que eu não conseguia ficar brava com ele por um minuto sequer?

- Eu também te amo, porre. –Mordi sua bochecha de volta, sorrindo. Quando o ruivo aproximou seu rosto do meu para me beijar, em meu ventre pude sentir algo semelhante a pequenas borboletas batendo as asas. Céus... Isto era o que eu sentia quando dei o primeiro beijo nele e... Espera ai... – Ron! –Me afastei pondo as mãos automaticamente em minha barriga, de olhos arregalados.

- Que foi? –Questionou ele todo preocupado, colocando sua mão em minha barriga também.

- Ele... Ele... –Tentei afastar um bico de choro que se formou em meus lábios, mas foi impossível. – Nosso filho... –Estava sendo uma tarefa árdua me explicar, mais ainda porque poderia ser somente um engano, mas não... Aquilo era sim meu filho se mexendo na minha barriga, eu tinha certeza. – Ele se mexeu. –Falei de uma vez, os olhos marejados.

- S-sério? –Arfou ele abrindo um enorme sorriso enquanto espalmava minha barriga para ver se conseguia sentir alguma coisa. – Quando?

- Agora mesmo, quando você foi me beijar... Foram apenas tremores suaves, mas, não sei... O doutor Tyler disse que a partir do quinto mês os movimentos do nosso filho ficariam mais perceptíveis porque ele estaria maior! –Falei meio rindo, meio chorando.

- Nosso garotão... –Murmurou Ron, mirando minha barriga como se admirasse a coisa mais linda do mundo. – Nosso filho! Aê garotão do papai, agora sim estou vendo que você vai dar um ótimo lutador de kung fu, ou um baterista... Não sei ainda. –Nós dois rimos, ambos chorando. – Vamos tirar uma foto para recordarmos do momento do primeiro chute do nosso filho, em Paris durante um por do sol de frente para a Torre Eiffel, em nossa lua de mel. –Sorrindo, ele se levantou para pedir em seu francês engraçado misturado com inglês, para que um turista tirasse uma foto.

Nos posicionamos de costas para a Torre Eiffel, Ron com as duas mãos em minha barriga atrás de mim, minhas mãos sobre as dele, um sorriso enorme em nosso rosto e no fundo o incrível monumento circundado agora por um céu poente.

(Torre: http://ipt.olhares.com/data/big/456/4562395.jpg)

- Merci. –Disse ele após a foto ter sido tirada por uma adorável senhora que falava um pouco de inglês. – Ah, amor... Estou tão feliz! –Me girou no ar. Rindo, me abracei a ele.

- Eu também, meu amor, eu também.

Ficamos em nosso piquenique até que a noite caísse e somente as luzes de alguns postes mais próximo nos iluminassem. Mas estava tão bom sentir a brisa acariciar meus cabelos, ver Ron conversar com minha barriga entusiasmadamente esperando que o bebê ali dentro se mexesse...

- Acho que o preguiçosinho dormiu... –Falei sorrindo para o ruivo que retribuiu, beijando de leve o topo da minha barriga.

- Será que vai ser um bicho preguiça como o pai? –Gargalhamos alto, ficando deitados na toalha e observando o céu que começava a se pintar com estrelas.

- Sinto que será uma cópia do pai.

- Azar o dele... –Dei um tapa em seu braço e ele riu, massageando o local atingido. – Só estou sendo sincera, menina violenta. Vou chamar a polícia, agressão de marido não vale. –Dei uma gargalhada, me apoiando em seu peitoral.

- Bobinho... Seria triste chegar em casa e ver que você ainda está trabalhando, mas quando eu olhar para o lado ver um ruivinho lindo correndo desengonçado até a mamãe de braçinhos abertos, vai ser perfeito. –Suspirei ao imaginar a cena.

- É... –Ele sorriu junto comigo. – Se no próximo filho que tivermos vier uma versão sua nanica, nosso garotão vai ser treinado por mim para protegê-la dos marmanjos. –Ri do ciúme dele ter retornado.

- Certo... –Concordei apenas, pois estava tão contente que nem iria teimar.

- Vamos indo? Está ficando frio e o sereno não vai te fazer bem. –Assenti, me levantando com a ajuda dele.

Voltamos para o hotel contando animados o avanço da minha gravidez, Jordan ficou todo contente por nós.

Chegando de volta ao hotel, jantei só porque Ron me obrigou dizendo que o doutor Tyler me avisou para comer em menor quantidade em menor espaço de tempo. “Por favor, não comece a me sufocar logo agora” foi o que pensei enquanto comia minha salada.

Ao subir novamente para o quarto foi que a lembrança de que uma lua de mel envolvia... Fazer amor. E esse pensamento me fez gelar. O que eu iria vestir? Não podia simplesmente arrancar minha roupa e montar em Rony. Deus... Como eu não planejei isto antes...

Nervosa, fui mexer em minha mala. O ruivo ainda tomava banho e por isso não escutou meus xingamentos freqüentes.

Até que uma embalagem verde água em cima das roupas cuidadosamente dobradas chamou minha atenção. E quando mais eu olhava com cara de indagação para a sacola da Tiffany’s, mas ela parecia chamativa. Remexi nela confusa, porém curiosa, e percebi que havia um bilhete junto com o presente.

“Faça bom proveito, cunhadinha, se é que me entende... Comprei um igual para mim, mas vermelho, Harry me ama de vermelho. E por Deus do céu, não deixa o Ron ver esse bilhete. Te amo.
  

Ass: Gina, sua cunhada mais legal.

P.S: O salto gigante é só pra fazer charminho, descalce-o assim que ver o pervertido do meu irmão, não quero que meu sobrinho sofra as conseqüências se a pata da minha cunhada tropeçar nos próprios pés.”

Comecei a rir para aquele pedaço de papel em minha mão, então mais curiosa do que antes, tirei o que havia dentro da sacola e meu queixo tocou no chão.

Era um lindo bustiê cravejado de cristais swarovski, um colar de safira, uma saia branca de tule que bateria na metade da minha coxa, com plumas brancas na barra, um mimo. Continha também uma cinta-liga, pois Gina não perderia nunca esse lado lascivo. Uma meia 7/8 branca e junto com tudo isso, um scarpin prata meia pata.

Me assustei quando Ron saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura enquanto sacudia os cabelos molhados. Seria uma visão tentadora se eu não tivesse quase caído de quatro no chão para esconder a sacola.

- Hey, calminha ai. O que houve? –Perguntou ele rindo e se aproximando de mim para me ajudar a levantar.

- Nada, ahn... Vou tomar um, ahn, banho. –Dando um sorrisinho tenso, corri para o banheiro com a sacola escondidas em minhas costas.

- Então tá... –Escutei-o murmurar atordoado.

Logo, me joguei embaixo do chuveiro. Após um longo e rejuvenescedor banho, passei um creme hidratante de morango que achei e comecei a vestir a lingerie, percebendo o quão bonitinha minha barriga ficava nela.

Me olhei no espelho já vestida e suspirei, ficando escarlate. Quando eu pararia de ficar vermelha ao me ver em roupas tão... Sensuais?

Sequei meus cabelos com um secador que encontrei em um dos armários, reforcei meus cachos, achei minha nécessaire em uma das gavetas e a abri, despejando as maquiagens em cima da pia.

- Amor? –Deus, eu deveria estar a horas no banheiro, por isso que Ron havia vindo checar se eu estava viva ainda, sorte que a porta estava trancada.

- Oi? –Me aproximei da porta sem abri-la.

- Está ai ainda? –Perguntou ele com uma certa impaciência. Apressadinho.

- Só mais um pouquinho, baby. Achei uns creminhos muito legais aqui e estou experimentando... Então, será que você não pode descer rapidamente pra buscar morango com chantilly? Estou com vontade. –Menti descaradamente, só para poder ver sua reação quando chegasse no quarto e me visse daquele jeito.

- Claro que posso. Já volto. –Seus passos se afastaram e escutei a porta sendo fechada.

Me maquiei passando batom vermelho e delineador de gatinho, o que me deixou bem diferente, mas bonita. Peguei a sacola para guardá-la e percebi algo mais lá dentro. Tirei para ver e percebi que eram asinhas de anjo. Ah... A ruiva sempre pensa em tudo.

Sorrindo para o espelho, vesti as asinhas, dando uma volta em cima do meu scarpin.

O quarto já estava todo decorado graças às moças do serviço de quarto, lençóis vermelhos contrastavam com as cores leves do cômodo e pétalas de rosas estavam distribuídas pelo colchão.

Me apressei para achar champagne no frigobar dentro de um balde com gelo, peguei duas taças e enchi uma, correndo para sentar na beirada da cama.

- Já terminou o banho, peixinha? –Rony entrou no quarto descontraído, segurando uma bandeja com morangos e na outra mão um frasco de chantilly. Quando percebeu minha presença, arregalou os olhos e deu um pulo, quase derrubando as coisas que segurava. Isso me fez rir, mas uma risada sexy que eu sabia que ele amaria. – M-Mione? –Me levanto, caminhando até a ele sorrindo torto. – Ah, você é minha, só minha... –Disse ele, sorrindo torto de volta.

- Eu sou sua, Ron, e serei sua pela próxima eternidade, sempre serei seu anjo lhe fazendo flutuar, sonhar, amar sem ao menos subir aos céus. –Falei em uma voz suave, interpretando meu papel de anjo.

Desci dos saltos e a partir de ai, bom... Preciso dar detalhes? Só sei que por um bom tempo essa anjinha aqui vai poder voar somente, porque o uso das pernas ficou debilitado.

...

Os próximos dias de lua de mel foram mais do que proveitosos. Tirávamos as horas claras e com tempo bom para conhecer a cidade, e ela parecia estar colaborando, pois não me recordo de ver nem um indício sequer de chuva.

Fomos na Champs Elysées, a avenida mais famosa do mundo onde se encontrava o Arco do Triunfo, na catedral Notre  Dame, vimos um concerto de balé no Ópera Garnier, nos deslumbramos com os vitrais da capela gótica Sainte-Chapelle, passeamos de carruagem e passar uma hora de barco com Ron no rio Sena foi mais do que realizador.

Foram poucos dias, mas fizemos muita coisa, e aquilo tudo foi um sonho para mim. Ah, tomamos sorvete no Berthillon também, considerado o melhor sorvete do mundo. Eu comprovo.

Compramos souvenirs pra todo mundo, tiramos muitas fotos para recordação...

Mas é claro que toda noite antes de cairmos exaustos na cama, fazíamos ela ranger um pouquinho, sabe... Para no dia seguinte acordar com um ruivo lindo e nu sorrindo preguiçoso para mim, recomeçando nossa deliciosa rotina. É, eu morri e estava no céu.

A semana passou rápido porque estávamos justamente aproveitando ao máximo, não queria deixar Paris e fiz um bico enorme quando a semana acabou.

- Vamos... Juro que você vai adorar nosso próximo destino. –Rony prometia enquanto ria, tentando me colocar em seu colo para me tirar do quarto, só que eu estava agarrada nas cobertas aumentando cada vez mais meu bico. – Voltaremos no Natal, que tal? –Olhei-o esperançosa.

- Mesmo? –Semicerrei meus olhos e ele riu mais ainda.

- Mesmo. Vamos? –Assenti sorrindo e entrelaçando minha mão com a dele.

Jordan nos levou até seu filho que nos aguardava sorridente no aeroporto. Os dois nos acompanhariam também para o próximo local, porém nenhum parecia disposto a me dar dicas de onde iríamos.

- Está um dia ótimo para voar, Sr. Weasley. Acredito que vai poder aproveitar bastante o vôo, Srta. Weasley, a vista de Paris fica muito bonita com um dia de sol desses. –Sorri para Josh, subindo no jato.

- Se um certo ruivo não fechar todas as janelinhas para me fazer surpresa. –Lancei um olhar sugestivo a Ron, que riu apenas.

- Quando estivermos próximos do destino me avise, Josh. A curiosinha não vai ver nada antes da hora. –Bufei, vendo-o entrar logo atrás de mim.

Passamos boa parte da viagem assistindo filmes por uma tv de tela plana situada no quarto do jato particular. A cama do quarto era imensa e muito confortável, legal seria fazê-la de pula-pula, no bom sentido sempre, é claro.

Ron tirou proveito do fato de haver um cadeado na janela do quarto, que era a maior e possuía a melhor visibilidade do céu. Babaca.

Demorei para deixar de ficar emburrada com ele, mas logo me vi o seguindo pelo avião que nem um cachorrinho porque o ruivo queria me comprar com sorvete que guardou da França e posso dizer que conseguiu me comprar.

Não demorou muito para ficarmos namorando na cama durante algum tempo e então, peguei no sono em seus braços.

Como meu filho estava me deixando muito sonolenta, só acordei ao ouvir a voz robotizada de Josh novamente.

- Aproximadamente dez minutos para chegar ao destino, Sr. Weasley. Quinze para pousar. –Me remexi preguiçosa no delicioso colchão e bocejei, olhando para Rony que havia apertado o botão em cima da escrivaninha ao lado da cama.

- Certo. Obrigado. –Percebeu que eu havia acordado e sorriu para minha face sonolenta. – Bom dia, baby. Ou seria mais correto dizer... Boa noite? –Abriu uma frestinha da janela agora em cadeado, eu quase surtei para tentar enxergar o que havia do lado de fora, e só consegui ver uma parte do céu azul marinho salpicado de estrelas.

- Ah, não me mate mais de curiosidade, cheguei até a sonhar com nós chegando em diferentes lugares, até no Afeganistão nos vi. –Ele riu alto, buscando algo dentro da gaveta da escrivaninha.

- Não se preocupe, não estamos na Afeganistão. –Olhei curiosa para suas mãos para ver o que ele havia pegado, e vi uma venda em suas mãos. – Quero fazer surpresa, amor. –Fez bico, me fazendo suspirar irritada.

- Coloca logo. –Me virei encolerizada e Ron pôs a venda em meus olhos, pude escutar o resto da janela sendo aberta, para logo depois sentir um beijo molhado em minha nuca descoberta por um coque frouxo feito em meus cabelos. – Sem me abusar. –Encolhi meu corpo arrepiado e ele riu rouco em meu ouvido.

- Estamos chegando... –Momento de silêncio tortuoso, até que suas mãos foram para a venda novamente. Ela foi sendo tirada lentamente e quando pude abrir meus olhos, meu coração deu um salto. Aquilo com certeza tinha entrado na minha lista de visões mais lindas tidas em toda vida.

(Visão: http://www.wallpaper.pic-park.com/wallpapers/550/1280/960/rio_de_generio_1280_960.jpg) 

- Passando agora pelo Cristo Redentor... –Anunciou Josh diminuindo a velocidade para podermos observar melhor.

- E ai, gostou Mione? –Ron deu um sorriso doce. – Bem vinda mais uma vez ao Rio.

- AMOR! –Gritei de repente me abraçando a ele, fazendo-o levar um baita susto para depois me abraçar de volta rindo. – O lugar onde tudo começou! Onde nos apaixonamos! Onde nos beijamos pela primeira vez!

- Dia sete de fevereiro... –Abri um grande sorriso ao saber que ele se lembrava até da data.

- Ah, pára de ser perfeito! –O beijei contente e o ruivo retribuiu com entusiasmo.

- Estou longe de ser perfeito... –Sorriu torto. – Mas achei que o lugar tinha muito significado para nós.

- E acertou! –Meu sorriso se alargou e meus olhos deviam ter luz própria agora, Ron parecia ter adorado minha reação.

- JOSH, ela amou! –Gritou ele apertando o bendito botãozinho novamente. O jovem piloto deu uma gargalhada.

- Sabia que iria, não sei porque duvidou de mim, Sr. Weasley. Coloquem os cintos, por favor, pousaremos daqui a cinco minutos. –Fui até as poltronas de volta com o ruivo e colocamos os cintos.

- Duvidou dele? –Arqueei uma sobrancelha e ele riu, bagunçando seus cabelos.

- É... Bem... Você pareceu amar tanto Paris, não achei que seria tão difícil tirá-la de lá... –Fez uma expressão de remorso.

- Homens... Sempre entendendo errado nossos gestos. Eu amei Paris, só que não teria sentido passar a lua de mel em um local que nunca havíamos ido, agora estamos em um local que já vivemos boa parte do início da nossa vida juntos. –Dei um sorriso singelo, que ele retribuiu.

- Escreva um livro com tudo sobre as mulheres junto com suas amigas, vai ser bem necessária. –Gargalhei, sentindo-o pegar minha mão e entrelaçar nossos dedos quando o jato começou a diminuir de altitude.

Quando fomos com Jordan até o hotel, quase surtei ao ver o letreiro escrito “Rio Othon Palace”. Era até o mesmo hotel que ficamos!

Ficamos na Suíte Executiva Luxo, a mesma que Molly tinha ficado com Arthur naquela vez para a segunda lua de mel dele. Tinha a hidromassagem com que sonhei, a cama gigante, a mesma tv que utilizamos para jogar Xbox até cansar, a mesma varanda envidraçada que serviu de local para nosso quase beijo...

Era tudo tão perfeito que eu queria ficar ali para sempre. Só dormi porque Ron pegou um leite quente com canela e me fez tomar tudo, sabendo que aquilo era meu ponto fraco, pois o garoto malvado havia lido no meu “diário de sonhos” em que colocava tudo sobre mim também.

Porém, no outro dia de manhã eu já estava em pé cedinho, após uma noite de sono incrível em uma cama que apesar de King Size, não impediu que eu e Rony dormíssemos agarradinhos.

O sol ainda surgia tímido por detrás do imenso oceano, despejando uma luz fraca que adentrava pelos vidros da varanda.

Tomei café da manhã, para depois ir para o banho e passar um tempo namorando com minha barriga. Nosso filho não havia se movido mais desde aquela primeira vez em Paris, eu sentia falta da sensação de bolhinhas estourando suavemente em meu ventre, mas meu bebê estava bem preguiçoso ultimamente.

Depois do banho vesti um shorts de cintura alta florido, bustiê branco, um Vans rosa Pink, prendi meus cabelos em uma trança lateral, pus um chapéu panamá e pronto. Devia ser só impressão minha, mas a gravidez parecia ter me deixado mais radiante. Devia ser porque todas as vezes que mirava aquele montinho de quase seis meses de gravidez sorria como nunca antes.

Após esborrifar meu perfume, me encontrei com Ron no quarto e saímos de mãos dadas.

Estava um dia bem quente se levado em conta de que era inverno no Brasil, e nada me deixava mais feliz do que andar calmamente sentindo a areia fina e branca em meus pés, tendo minha mão acariciada pelo meu marido, a brisa do mar balançando meus cabelos e o escutando barulho das ondas.

Fomos a um píer e nos sentamos, colocando os pés na água. Rony me tinha em seu colo e seus braços me envolvendo protetoramente, me aquecendo e me deixando livre da brisa fria que nos atingia.

Tomamos sorvete, tentei ensinar português para o ruivo e quase fiz xixi nas calças de tanto rir, experimentamos entrar na água e logo fugi porque estava gelada, mas Ron escorregou na areia e uma onda o puxou, fazendo ele cair de bunda na água. Nunca ri tanto na minha vida.

Quando a hora do almoço chegou resolvemos ir em um restaurante na faixa de areia que servia Buffet de frutos do mar e seus acompanhamentos, um lugar bem decorado e agradável de se estar.

Bem na hora que conseguimos uma mesa com uma vista perfeita do mar me deu uma vontade avassaladora de ir no banheiro, bem que o doutor Tyler me avisou que no decorrer da gestação a necessidade de ir no banheiro aumentaria.

- Se o garçom chegar, tente avisar para ele que já volto.

- Mas... Em português? –Perguntou Ron com um olhar amedrontado.

- Não, tente em russo, é mais legal. –Gargalhei alto, caminhando em direção do banheiro.

Rony POV

- Engraçadinha... –Murmurei baixinho, vendo Hermione se afastar. Não queria ter que falar português, ela deixou bem explícito o quão ruim eu era quando teve uma crise histérica de risos na praia.

Mas eu não poderia estar mais feliz, simplesmente não poderia. Nossa lua de mel estava perfeita, em Paris foi mais do que incrível, agora no Rio as lembranças do início do desenvolvimento da minha paixão por ela tomava conta de mim, e era uma sensação maravilhosa.

Além dos locais escolhidos terem sido ótimos, eu estava com a mulher que mais amava no mundo – junto com minha mãe, é claro, pois sem ela eu não teria nascido e não teria conhecido a mulher que mais amava no mundo –, e essa mulher era minha esposa agora. Eu definitivamente não poderia estar mais feliz.

Decidido a não chamar atenção dos garçons que passavam apressados pelo restaurante que ia se enchendo, fiquei observando o oceano da janela, mas uma voz chamou minha atenção de volta.

Olhei para o lado e uma garçonete loira de olhos claros falava comigo naquela língua que eu obviamente não entendia nada.

- Ahn, desculpe... –Meu português saiu mais como um espanhol com japonês, ou algo assim. – Não falo português. –Esta última frase saiu toda em inglês, maldita mania.

- Ah, sem problemas. –Deus, ela sabia falar inglês. – Mas... Espera ai... Acho que te conheço. –Ela me analisou e por um momento achei que a conhecia também. – Rony, não é? No ano passado, nas férias...

- Ah...! –Concordei, me recordando. – Bianca, não é? –Ela assentiu sorridente. Era a loirinha que eu havia pegado nas férias... Mundo pequeno.

- E então, como vai? –Indagou ela interessada.

- Melhor impossível, e você?

- Bem também. –Bianca pareceu não notar a bolsa da minha esposa em cima da mesa e por isso parecia querer dar em cima de mim, mas logo ela notaria minha aliança, eu esperava. – Bom... Já que estou no trabalho, não posso falar contigo como queria. –A loira piscou para mim, me fazendo olhar para os lados a procura de Hermione. – Mas vou deixar meu contato. –Ela puxou um bloquinho e rapidamente anotou seu número, tão rápida que nem deu tempo de eu falar nada.

- Não, é que eu... –Comecei, vendo-a colocar o papel com o número dentro do menu. – Eu estou cas... –Mas antes que pudesse dizer a última palavra, uma menina semelhante a uma gatinha brava batia com toda a força a palma das mãos na mesa, me fazendo pular de susto.

Era só Hermione que estava de volta, mas não parecia ela. Sua expressão me dava muito medo e apesar de ser menor do que eu, parecia ter crescido alguns metros com o olhar assassino que lançava em mim e a garçonete. Quem morreria primeiro? A única coisa que queria era um tempo para me explicar.

- Posso saber o que está acontecendo aqui? Saio por cinco minutos e vejo uma garçonete dando em cima do meu marido! –Explodiu ela em inglês, o que me deixou mais ou menos contente, porque pelo menos eu entenderia se ela resolvesse me matar.

- Desculpe, eu não sabia! –Bianca tentou se explicar, sem sucesso, pois logo minha garota voltou a berrar.

- Ele tem uma aliança, caso você não tenha visto! E olhe, meu marido agora anda com uma bolsa feminina por ai. –Disse Hermione exasperada.

- Amor, calma, ela não sabia... –Tentei intervir, mas isso só piorou a situação. Logo, ela saiu quase furando o chão com os pés e se sumiu pela praia. – Deus... –Suspirei profundamente, seguindo-a correndo. – HERMIONE! –Gritei e nada dela parar.

Depois de um tempo perseguindo-a, finalmente parou cansada no fim do píer.

- Baby...

- Vai lá com a garçonete abusada, Ron. Eu vi tudo, fiquei na porta do banheiro vendo vocês, o sorrisinho que trocaram... Parecia até que se conheciam a tempos. –Experimentei tocar seu rosto, porém minha mão foi afastada com um tapa.

- Era a Bianca, amor, aquela menina que... –Percebi na metade da fala que contar aquilo só pioraria tudo. Jesus, está difícil hoje hein, Ronald.

- Ótimo. Fico feliz em saber que era a loirinha que você agarrou atrás da barraquinha de cocos. –Me sentei ao lado dela, tentando ser paciente.

- Mione... Vamos voltar lá, não vamos deixar de almoçar por causa de uma garçonete oferecida que achava que eu fosse ficar com ela novamente sendo que só a usei para me divertir nas férias. É você com quem me importo, somente você. Você é minha pequena, minha princesa, minha esposa. Não ela. –Beijei seu ombro, e isso pareceu deixá-la mais calma.

- Você está certo. Vamos. –Se levantou sem dizer mais uma palavra, apenas com um brilho sanguinário brilhando nos olhos. O que a criatura estava planejando fazer?

 Nos sentamos novamente como se nada tivesse acontecido, mas era óbvio que todos haviam percebido a confusão.  

Um outro garçom veio e nós pedimos a entrada, camarão a milanesa com limão. Quando chegou, vi que Hermione derramou no chão um pouco do molho que acompanhava os camarões.

- Opa... –Murmurou ela, me olhando inocentemente e mordendo um pedaço do camarão.

- Depois eles limpam, relaxa. –Sorri de canto, comendo mais um camarão.

- Ah, tomara que não limpem cedo. –Olhei-a confuso. – Você vai ver. –Pigarreou após engolir o que tinha em sua boca. – Gerente, por favor! –Um homem baixinho e gordinho se aproximou rapidamente.

- Sim? –Perguntou educado para Hermione, eu observava tudo desconfiado.

- Aquela garçonete... –Apontou para a loira que estava de costas atendendo outra mesa. – Estava dando em cima do meu marido. –E levantou o papelzinho que estava seu nome e seu telefone. Observei tudo chocado, porém excitado. Hermione determinada e com uma expressão tão séria me deixava louco.

- Bianca! –Chamou o homem furioso, e ela logo se aproximou constrangida ao ver até qual mesa que era para ir.

E a partir daí começou um diálogo confuso em português no qual o gerente parecia revoltado com a atitude da garota, ela parecia desesperada e tentava se explicar, uma hora pareceu que iria chorar e então foi mandada pelo cara para pegar os pratos na mesa do lado. Bianca obedeceu e quando foi passar por nós em passos rápidos levando os pratos sujos de molho para caranguejo, escorregou no molho derrubado por Hermione e sujou todo seu uniforme com o molho que havia nos pratos.

Pude ver um sorrisinho cínico se formando nos lábios da diabinha na minha frente e Deus, como aquilo estranhamente me excitava.

- Vamos Ron, vamos comer no hotel, finalizei por aqui. E desculpe se causei algum transtorno, senhor. Prometo que voltamos para o jantar. –Fui praticamente arrastado do restaurante com ela, e ainda estava um pouco chocado.

- O que acabou de ocorrer? –Questionei com a voz fina, e Hermione deu uma grande gargalhada.

- Ela foi despedida, só isso. –Respondeu ela dando de ombros, atravessando a rua despreocupada. E esse foi só o começo da nossa lua de mel no Rio.

No final do dia fomos ver o por do sol na piscina do hotel, justamente o cenário do nosso primeiro beijo. A única diferença é que estava um pouco frio, mas a água aquecida estava uma delícia.

- Saudades daquela época... –Hermione sorriu preguiçosa, olhando o céu que ia se pintando de laranja e rosa. A beleza dela sendo realçada mais ainda em contato com a luz do sol poente, era o mesmo nariz arrebitado que eu amava, as mesmas sardas claras, a boca avermelhada, os cabelos molhados sobre os ombros... E a mesma vontade súbita de beijá-la caiu sobre mim.

- Podemos repetir. –Sorri, abraçando sua cintura com meus braços. E o mesmo olhar surpreso estava lá, só que desta vez ela não demorou para retribuir meus carinhos.

- É o que eu poderia desejar. –Suas mãos passeavam pelas minhas costas e pela minha nuca, toques doces e inocentes que eu nunca me cansaria.

Quebrei a pequena distância que nos separava beijando-a suavemente, com calma, como no passado. Nossos lábios se encaixaram sentindo a textura macia um do outro, o coração acelerado dela batia no compasso do meu, eu nunca pensei que poderia amar alguém daquele jeito.

Porém, antes que nosso beijo se transformasse em algo mais intenso, ela se separou de mim dando uma arfada assustada.

- O que houve? –Perguntei preocupado.

- Ele... Ele se moveu de novo. –Abriu um enorme sorriso enquanto seus olhos se marejavam.

- Mesmo? Ah, eu queria tanto poder sentir... –Repousei minhas mãos em sua barriga, encantado.

- Acho que ele gosta de fortes emoções, Ron. Gosta de quando a mamãe está pensando no quanto ama o papai. –E eu já estava quase chorando com ela.

- Hey filhão... A mamãe e o papai já sentem um amor tão grande por você quanto sentimos um pelo outro. –Falei com a voz embargada, beijando várias vezes a barriga dela. Hermione sorria entre lágrimas e acariciava meus cabelos.

...

O resto da nossa lua de mel foi muito mais do que perfeita. Rimos muito, nos amamos muito, nos divertimos muito, andamos de helicóptero novamente e coincidentemente o piloto era o mesmo da última vez, e ele ficou muito contente em saber que casamos e teríamos um filho, falou até que já sabia do nosso amor reprimido.

É óbvio que balançamos muito o colchão do nosso quarto, curtimos ao máximo e foram as melhores duas semanas das nossas vidas.

Agora voltaríamos para Los Angeles, para nossa vida real. Continuaríamos a faculdade, o trabalho... Mas antes de tudo, eu faria um churrasco em nossa casa para comemorar todas as conquistas tidas até agora, e toda minha família e amigos deveriam participar.

Agora era uma nova vida, a vida que ansiávamos a tanto tempo, o primeiro capítulo do nosso livro sem fim.


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Notas finais do capítulo

geeente, o que foi essa Mione super sexy de anjinha? presente da Gina, né... ah, e ideia de quem? DE QUEM? de uma certa pervertidinha por ai chamada nicole, sabe... SHSUAHSUAH minha bff tem as melhores ideias no quesito hot, sério.
me diverti muuuito mesmo escrevendo esse capítulo, foi tão lindo escrever o primeiro movimento do bebezinho, a lua de mel... *-* até a crise de ciúmes épica da Mione, menina má HAHAHAHAHAH
reviews e recomendações super bem vindos sempre ♥ beijiiinhos e até semana que vem ;*



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