The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 40
Like a house of cards, one blow from caving in


Notas iniciais do capítulo

oláááá melhores leitoras do mundo ;3 estão bem? eu estou tranquila, estou entendendo muito bem a Fórmula de Bhaskara e acho que na próxima prova de matemática vem um 10, será? hm, sei não. HAHAHAHAH mas é, preciso melhorar e muito.
enfim, mudando de assunto, nesse capítulo vão descobrir a "doença" que a Mione tem. Então, curiosos de plantão, sejam felizes.
Espero que ninguém me mate, se não nunca mais terão um capítulo né, então pensem bem antes de passarem a faca no meu pescoço! HAHAHAHAH ah, ando muito ocupada e quando der respondo os lindos reviews que vocês tem me mandando, ok? uma boa leitura à todas, reviews e recomendações super bem-vindos e até semana que vem! ;*



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Rony POV


Depois que meus irmãos, minha mãe e Hermione saíram, aproveitei para circular pela casa, já que a dona Molly me proibiu de sair por ai para não piorar minha intoxicação.

Comecei a sentir uma leve aversão à polenta com queijo depois que comi demais durante um almoço, acho que essa maldita comida é que me fez quase vomitar meu estômago para fora. Há dois dias eu não me alimentava bem ou dormia bem, estava péssimo.

Passando pelo quarto de Gina que estava com a porta aberta por causa do vento que adentrava na janela – pois em nenhuma outra hipótese ela deixaria aberta se estivesse em casa, mas estava passeando com Harry – vi meu reflexo refletido no espelho grande dela.

Meu rosto estava um verde delicado que se destacava na minha palidez acentuada, as olheiras debaixo dos meus olhos também eram bem visíveis. E mesmo assim Hermione insistia em dizer que eu continuava lindo.

Com esse pensamento, ri e continuei minha jornada pela casa vazia. Em cima da mesa da sala de jantar, meu coquetel de remédios prescrito pelo pai do Cedrico repousava na madeira bem lustrada, dentre eles coisas para melhorarem meu enjôo, minhas dores de cabeça e me reidratar. Um monte de baboseiras com gosto ruim.

Não fui para a cozinha, pois sabia que qualquer cheiro me faria querer vomitar, e eu sinceramente não estava apto para jogar fora o que comi com muito esforço de manhã.

Mudando de direção, cheguei à sala e me joguei no confortável sofá, inspirando profundamente o ar de primavera vindo de todas as janelas abertas. Liguei a tv e mudei para algum canal interessante, me contentando em ver maratonas de seriados de humor.

As horas foram se passando e eu continuava na mesma, esticado no sofá bocejando de vez em quando sem estar realmente com sono, mas sim com tédio.

Até que me lembrei de quando recebi um inteligentíssimo conselho de Gina de que mulheres demoram para fazer compras, mas se o impaciente Gui estava junto, poderia apressá-las... Pensando bem, não. Desde que meu irmão se engatou com Fleur, a francesa faz dele o que bem entender e ele não faz uma objeção sequer.

Só achei estranho quando já se passou das seis horas e o sol lá no horizonte ameaçava se por. Acho que Fleur deveria estar importando alguma roupinha da China para a pequena Victoire e estava esperando chegar a encomenda no shopping mesmo. Não duvido nada.

Mudei de posição várias vezes no sofá, soltando resmungos desconfortáveis a cada mexida, minha cabeça parecia que ia explodir se eu fizesse o mínimo esforço de pensar nesse momento.

Eu já estava optando por deitar de cabeça para baixo quando o telefone tocou na mesinha ao meu lado esquerdo. O que era para ser só um toque baixinho avisando que alguém ligava, parecia um berro estridente em meus ouvidos. Antes que meu crânio se partisse em dois, peguei o telefone imaginando que seria minha mãe avisando que voltava para casa.


– Alô? –Falei, massageando minhas têmporas e reprimindo um gemido de desconforto quando me sentei rapidamente, pus o telefone no meu ouvido e o mundo todo girou a minha volta, me dando muito enjôo.

Rony? Aqui é o Gui. –Meu irmão? Mas ele estava no carro com a esposa e a filha, porque estava me ligando?

– Oi, o que foi? –Levantei, indo na cozinha e sentindo minha cabeça latejar a cada passo que eu dava.

Estamos indo ai te buscar, precisamos ir no Hospital Bom Samaritano. –Parei de chofre, para depois caminhar lentamente até a pia.

– Ora, por quê? –Perguntei, tentando manter o tom tranqüilo.

Não sabemos ainda o que aconteceu direito, só soubemos por uma enfermeira que o carro que levava a mãe, Fred, Jorge e a Mione se acidentou. Parece que um caminhão bateu nele e o fez cair de um penhasco, não sei... –Pude escutar Fleur sussurrar “não vá deixá-lo nervoso”, mas nessa hora eu já havia derrubado o copo que iria usar para pegar água, o vidro se espatifou no chão com um baque que eu não escutei.

– A-acidente? –O som legítimo da minha voz parecia ter sumido, eu agora olhava fixamente para um ponto distante no céu alaranjado, meu coração pulando no peito.

Acalme-se, Ron. Já estamos chegando ai. –E sem dizer mais nada, ele desligou me deixando estupefato com a boca caindo ao chão.

– Acidente... –Repeti, começando a tremer, minha dor de cabeça esquecida pela preocupação. Como Gui poderia me dizer para ficar calmo sendo que nem ele sabe direito o que aconteceu? E se algum dos quatro ficou realmente mal? E se Gui estivesse me escondendo algum detalhe dessa notícia? Não sei se foi coisa da minha cabeça, mas pensei ter ouvido Fleur fungar, e ela não chorava com facilidade ou fungava, era elegante até para isso.

Atormentado, fui correndo até meu quarto ignorando as dores pelo meu corpo e a náusea irritante. Peguei uma jaqueta de moletom em cima da cadeira para evitar o frio da noite e sai no sereno.

Peguei meu celular que repousava em meu bolso e disquei para a empregada que de vez em quando vinha limpar a casa quando minha mãe não estava disposta.


– Santana, imploro para que venha rápido. Houve um acidente... Bom, não sei muito bem, mas a casa vai ficar sozinha e eu preciso ir para o hospital. –Falei ligeiro, com as mãos trêmulas segurando o aparelho.

Tudo bem querido, chego ai em cinco minutos. Me ligue mais tarde para notícias, por favor. –Disse a mulher latina antes que eu desligasse.

Lá longe na estrada eu podia ver a silhueta do carro de Gui recortada pelas luzes dos postes, uma euforia tomou conta de mim. Quando ele finalmente estacionou, abri logo a porta traseira do carro.


– Então, vai me contar agora o que aconteceu? –Sentei, impaciente, batendo a porta em seguida.

– Nós não sabemos direito, Rony. Que coisa. –Retrucou Gui.

– Ah, mesmo? E o que explica sua esposa chorando?

– Bem porr isso, por nom saberr de nada. –Respondeu Fleur fungando com as mãos tampando o rosto.

– Me arrependi de ter vindo te buscar. –Meu irmão disse, bufando e dirigindo rápido pelas ruas.

– Me deixa em casa, então! Me deixa esperando por notícias da minha família! –Bradei, minhas mãos tremendo.

– Molly é minha mãe também, Fred e Jorge são meus irmãos também e a Mione é minha cunhada, caso não saiba. –Dei uma longa inspirada para conter os xingamentos que subiram na minha garganta e permaneci encarando sem realmente ver os rastros das ruas por quais passávamos.


Eu tinha jeitos estranhos de expressar meu nervosismo, na maioria das vezes explodia feito um vulcão em erupção, e Gui sendo um Weasley tinha o mesmo gênio que eu, e o que eu menos queria agora era ter que dar uns tapas no meu irmão em uma hora tão crítica.

Não sei que demoramos cinco minutos para chegar ao hospital em que minha família foi enviada ou cinco horas, mas para mim parecia a segunda opção.

Quando finalmente estacionamos, pulei do carro me sentindo mais nauseado e mal do que nunca, mas ignorei esses sintomas e fui até a recepção sendo seguido por Fleur e Gui que tiveram que apressar muito seus passos para me acompanharem.


– Viemos a mando do doutor Nicolas. –Disse Gui para a recepcionista que lixava a unha e mascava chiclete como se não estivesse no expediente. Isso só ajudou mais para que o vulcão finalmente entrasse em erupção dentro de mim.

– Hum... –Ela se inclinou para seu computador, digitando lentamente.

– Dá pra apressar, mulher? –Bufei.

– Rony... –Fleur me repreendeu e a recepcionista percebendo que seria a coisa mais fácil do mundo arrancar o pescoço de alguém pra mim, começou a acelerar o processo.

– Certo, achei aqui a ficha mandada pelo doutor Nicolas. Três Weasley e uma Granger, correto? –Assentimos, meu corpo estremecendo violentamente como se estivesse nu debaixo de uma nevasca. – Ele está ocupado no momento, aguardem na sala de espera que ele vai conversar com vocês.

– Conversar? Pra que? Será que não podemos receber uma noticia que seja do estado deles?

– Não tenho permissão, senhor. –Disse a recepcionista tristemente para mim. Fechei minhas mãos em punho e sai dali antes que explodisse. Afundei em uma das poltronas e meti meu rosto entre as mãos, puxando meus cabelos nervosamente.

– Vai ficar tudo bem, Ron. –Minha cunhada disse, acariciando meu ombro. Mas eu sabia que ela estava tão nervosa quanto eu e ainda por cima chorava.

– É mano, relaxa. –Gui sentou-se ao meu lado, suspirando.

Novamente, perdi a noção do tempo. Não sabia se passamos dez minutos ou dez horas aguardando pela aparição do médico, mas quando ele finalmente veio, levantei da poltrona como se ela estivesse em chamas.


– E então? –Perguntou meu irmão, sua voz trêmula.

– Me acompanhem até meu escritório, por favor. –Fizemos o que o doutor havia pedido, mas a sua expressão anormalmente séria estava me assustando. Chegando na sala super limpa, ele pediu para que nos sentássemos com sua expressão agora indecifrável.

– Então... –Começou ele, repousando as mãos entrelaçadas em cima da mesa dele, nos olhando fixamente. Fleur soluçou mais uma vez e Gui a abraçou. – O carro em que os quatro estavam foi atingido por um caminhão e o mesmo foi jogado de um penhasco capotando. O motorista do caminhão foi imprudente por ter entrado na rodovia sem perceber a passagem dos carros, e por isso foi levado à delegacia, mas colaborou ligando para a emergência. Molly quebrou o braço esquerdo apenas, já está melhor, um pouco psicologicamente afetada, mas ela ficará muito boa em breve. –O doutor deu um sorriso reconfortante, o primeiro nos minutos iniciais.

Meu irmão e sua esposa suspiraram em alívio, eu ainda me agarrava na poltrona em que estava sentado soltando todo meu nervosismo.


– Acabei de sair da sala de cirurgia, Jorge quebrou uma perna e tive que religar o fêmur dele, acorda daqui a pouco e sei que vai ficar bom, é um garoto forte. –Ele suspirou ainda sorrindo. – Hermione Granger bateu a cabeça, chegou a quebrar o vidro do carro, ainda está desacordada, mas aproveitamos para fazer uma bateria de exames, e ela está ótima, apenas com algumas escoriações leves. Eles irão ficar muito bem em breve, ela e o bebê. –Encarei o confuso, e não era o único.

– Bebê? –Repeti atordoado, a palavra parecia ter saído de outra pessoa, e não de mim.

– Sim. –Doutor Nicolas sorriu mais. – Ora, vocês não sabiam? Você seria o pai, não é? –Pai? Essa palavra não fazia sentido para mim, era como se estivesse sendo dita em outra língua, simplesmente não fazia sentido.

– Seria. –Gui me olhou sorrindo, vendo que eu não conseguiria falar nada.

– Parrabéns, Ron. –Disse Fleur, secando uma lágrima que escorreu em seu rosto sorridente.

– Obrigado. Quero dizer, m-mas... Como? –Indaguei, ainda muito atormentado para assimilar a situação, não parecia que aquela notícia me envolvia, na minha cabeça estava tudo bagunçado.

– Não sabe se sua namorada esqueceu de tomar a pílula ou... Não se preveniram? Ela já está grávida de quase dois meses. –Vasculhei minha mente em busca de memórias, e nada ainda se encaixava.

– Não, sempre nos prevenimos e por isso ela nunca tomou pílula, mas... –De repente a memória do nosso reencontro após toda a confusão com a vadia loira, e Hermione havia aberto a camisinha com os dentes, poderia ter furado ela...

– Pela sua expressão de compreensão, descobriu como aconteceu? –Todos me olhavam divertidos.

– Sim, mas... Eu vou ser... Pai? –E mais uma vez a palavra parecia sair da boca de outra pessoa.

– Se você tiver certeza que sua namorada não pulou a cerca, não. –O médico riu, acompanhado por Gui e Fleur. De repente uma felicidade infinita encheu meu peito, era como se eu nunca fosse ser infeliz novamente. Eu ia ser PAI! Eu iria ter um filho com Hermione! Caramba! – Parabéns para o papai de viagem. –Desejou ele sorrindo.

– O-obrigado, eu acho. –Dei uma risada meio abobada, estava tonto pela informação repentina e tão grande, era como se o mundo todo estivesse girando e só eu estivesse ali parado. O que Hermione iria dizer? Minha futura esposa com meu primogênito desenvolvendo em seu ventre... Acho que o sorriso largo no meu rosto não me abandonaria tão cedo, do mesmo jeito que a ficha demorava para cair.

– Parabéns, mano. –Gui deu tapinhas no meu ombro sorrindo, eu agradeci com um aceno de cabeça.

– Mas... E o Frred? Ele está bem também, nom? –Perguntou Fleur hesitante e nós olhamos diretamente para o doutor, a atmosfera de notícia super chocante e maravilhosa se dispersou com o olhar inexpressivo do doutor.

– Fred... Ele foi atingido em cheio pelo caminhão, todos estavam de cinto, inclusive ele, os airbags também abriram quando o choque entre os dois veículos ocorreu, mas enquanto eles capotavam foi que aconteceu todos os ferimentos dos ocupantes pela violência do acidente. Fred chegou pouco consciente aqui, falou algumas palavras, tentamos de tudo para reanimá-lo, e quando digo “de tudo”, é que recorremos a tudo mesmo. Ele era tão forte quanto o irmão, isso posso dizer sem pestanejar, mas... –Eu ouvia tudo aquilo pedindo a Deus ou a qualquer outra divindade que cuidasse do povo da Terra que ele não dissesse as palavras malditas, que simplesmente dissesse que ele está tão bem quanto os outros... – Ele não conseguiu. Lutou bravamente, mas não conseguiu. Lamentamos muito o ocorrido.

Não.

Não podia ser.

Simplesmente não podia ser.

Era como se a felicidade repentina que tinha enchido meu peito, tivesse esvaziado como um balão furado ou como se nunca tivesse existido.

Eu não queria acreditar naquelas palavras.

Não queria.

E parece que ninguém queria, como eu. Gui parecia perdido, encarava o nada, Fleur não fazia esforço para chorar, agora as lágrimas dela desciam como cascata em seu rosto. Ninguém respirava, ninguém se movia.


– Querem água, alguma coisa? –Perguntou o doutor com a voz tão distante para mim que nem parecia estar ali. Eu não conseguia me mover, não conseguia dizer uma palavra, mandar meu pulmão voltar a respirar...

– Rony? Rony, você está bem? –Questionou meu irmão com a voz embargada, o queixo tremendo, os olhos encharcados. Não, eu não estava bem. Não estava nada bem. Era como se minha alma estivesse abandonando meu corpo, principalmente porque pontinhos escuros cegaram minha visão e minha mente se desligou como um interruptor.

– Ele parece estar acordando, dêem espaço. –Falou uma voz muito longe de mim. Eu havia morrido? Estaria no céu? Não, eu tinha um filho para criar, não podia morrer. – Ronald, você está me escutando? –A voz estava ficando mais próxima. Alguém iria me trazer de volta a Terra? Abri os olhos com muito esforço, com medo do que iria ver.

Quando minha visão entrou em foco, vi um homem de jaleco me observando.


– Ronald, se você está me escutando, pisque. –Obedeci, afinal a luz intensa estava me desconfortando.

– Por favor, doutor... –Falei com a voz fraca e rouca. – Diga que era mentira, diga que Fred não morreu... –Murmurei, sentindo um desespero tomar conta dos meus sentidos. Como meus pais reagiriam? Como meus irmãos reagiriam? E o pior, como Jorge reagiria? Tendo que se olhar no espelho todos os dias e vendo o reflexo do seu irmão gêmeo morto?

– Eu queria poder dizer isso, Ronald. –Disse ele com uma expressão de compaixão.

– Rony, se acalma cara, se não você vai piorar. –Pediu um Gui com a cara tão vermelha e inchada que parecia ter chorado todas as suas lágrimas, Fleur não estava diferente.

– Eu não posso ficar aqui deitado em uma cama de hospital enquanto Jorge acorda perguntando por Fred e quando descobrir, vai ser capaz de se enforcar com o fio do soro! –Gritei desesperado.

– Ele já sabe. –Doutor Nicolas disse. – Acordou na ambulância e ficou perguntando por Fred, e antes dele ser preparado para a cirurgia, já foi informado sobre a trágica notícia. Mas não se preocupe, ele vai superar.

– NÃO VAI! –Bradei, ficando sentado. Todos me olhando assustados. – Uma parte da alma dele morreu! Será que o senhor não entende?

– Ronald, se você não se acalmar, sinto muito, mas terei que dopá-lo e você não poderá ser liberado mais cedo, o que vai ser muito ruim, pois sua namorada parece que já vai acordar. Se você continuar nervoso, vai piorar sua situação de desintoxicação. –Senti meu rosto ficando molhado por lágrimas quentes. Pensei em retrucar mais uma vez, só que a terrível sensação de buraco negro em meu peito me impediu.

– Vem Fleur, vamos visitar a mamãe. –Disse Gui, pegando na mão da esposa que chorava silenciosamente.

– Cerrto. Fique bem, Rony. –Ela fez um breve carinho em meus cabelos e saiu com o marido. Agora eu me sentia horrivelmente sozinho. Não me importava com as três enfermeiras que vieram ajudar caso eu saísse feito um lobisomem raivoso pelo hospital, não achava que o doutor seria uma boa companhia. Só queria pegar na mão de Hermione e chorar até que me faltassem lágrimas, para depois poder finalmente sorrir por causa do filho que iríamos ter.

– Vou trazer um psicólogo. Ele vai te ajudar a ficar calma. –Abri a boca para reclamar, mas ele já tinha saído do quarto.

– Precisa de algo, Sr. Weasley? –Perguntou a última enfermeira no quarto. Acenei negativamente fechando uma carranca e ela saiu rapidamente.

Quando o psicólogo chegou, tudo que fiz foi ficar encarando a fachada do prédio que tampava a visão do céu na minha janela, eu não falei uma palavra sequer, não escutei as baboseiras que ele disse, pois sabia que ele não estava sentindo o que eu sentia, e o homem baixinho, calvo e de óculos pareceu entender o recado, pois se retirou depois de alguns minutos tentando me convencer de que tudo iria ficar bem e percebendo que nem piscar eu piscava.


– Vemos uma melhora, então? –Doutor Nicolas entrou dez minutos depois, a dor que eu sentia era excruciante, tanto que eu não conseguia chorar e nem formular frase alguma. – Realmente melhorou. Isso me deixar contente, Sr. Weasley. Agora você poderá ver a senhorita Granger, já que ela apresentou mais sintomas de quem vai acordar. Isso vai te deixar melhor, não vai?

– Naturalmente.

– Então vamos. –Depois de mais alguns segundos de soro, fui liberado. Troquei minha camisola ridícula e desnecessária, botei minhas roupas novamente e fui levado até o quarto de Hermione. Vê-la deitada na cama do hospital dormindo serenamente, provavelmente em sonhos melhores do que a vida real, me deu mais vontade de chorar ainda.

Entrei e me puxei uma cadeira mais próxima para sentar próximo a ela, seus cabelos ondulados caíam lindamente dos lados da sua cabeça, sua respiração estava baixa e calma. Como ela reagiria as duas notícias com a força igual a de um tapa bem dado? Só que a notícia da gravidez faria o tapa arder por alguns segundos, já a outra notícia... Faria o tapa arder para sempre.

Não demorou muito para que ela se remexesse no colchão, abrindo os olhos preguiçosamente em seguida.


– Amor? –Chamei baixinho, pegando na mão dela que não continha o soro. – Amor, como se sente? –Ela resmungou algo e me olhou com aqueles lindos olhos que conseguiam enxergar minha alma.

– Oi... Estou com dor de cabeça. –Respondeu ela com a voz levemente falhada, fazendo uma careta de dor em seguida. – O que aconteceu? Por que... Por que parece tão mal, Ron? –Minha capacidade de falar parecia ter sumido, tudo que eu conseguia agora era abrir a boca sem fazer som algum, para depois fazer um expressão de choro que não consegui sentir. Me peguei segurando a mão dela com força e com o rosto afundado na coberta da cama dela, soluçando de tanto chorar. – Amor... O que houve? Estão todos bem, não estão? –Ela perguntou com a voz urgente, acariciando meu cabelo.

Pensei se deveria contar naquela hora, certamente seria um choque para ela contar na hora ou contar amanhã. Mas se eu que estava tão frágil feito um castelo de cartas quando me contaram, só desmaiei, com ela não aconteceria nada pior.


– Todos estão bem, Mamãe quebrou um braço, Jorge quebrou uma perna, mas... O F-fred... –Gaguejei controlando meus soluços.

– O que tem ele?

– E-ele não conseguiu, Mi... –Agora estava impossível controlar meus soluços. A dor me sufocava, principalmente por ver a cara descrente de Hermione.

– Ron, você só pode estar brincando... –Disse ela com um fio de voz.

– Eu queria muito estar. –Os olhos cor de mel dela foram se inundando em lágrimas.


Hermione POV

Eu não queria acreditar nas palavras que Rony havia me dito, eu não queria olhar naqueles olhos azuis cheios de dor e cobertos de olheiras mais escuras e grandes como se fosse possível e afirmar para mim mesma que Fred havia....

Não, Fred estaria no quarto ao lado rindo e fazendo piadas sobre o formato da bolsinha de soro, e quando se encontrasse com Jorge, riria do jeito dele de andar por causa do gesso na perna...

Eu acho que preferiria estar dormindo a acordar e receber essa notícia... Agora eu só podia chorar, compartilhar o sofrimento com Rony, imaginar com muita dor como o resto da família reagiria... Uma família tão ligada e unida.


– NÃO! Não pode ser, Rony! –Gritei, me abraçando com ele e soluçando alto. – J-Jorge... Jorge vai ficar tão mal, coitado... –Falei entre soluços, me agarrando cada vez mais ao ruivo, como se isso fosse reacender a chama da felicidade dentro de mim. Nem imaginar meu casamento trazia um pingo de alegria dentro de mim, pelo menos não agora.

– Amor, se acalma... –Pediu ele com a voz embargada.

– Como vou me acalmar, Ron? O Fred... O Fred morreu! –Berrei mais uma vez, não me importando se estava chorando alto demais. Como seria silenciosa se a dor de perder um dos meus melhores amigos e cunhado era pior do que tudo?

– Você precisa se acalmar. –Disse Rony dando ênfase na palavra “precisa”, como se eu fosse morrer se não me acalmasse.

– Ah, é mesmo? Me dê um bom motivo para eu me acalmar! Porque caso não saiba uma das pessoas que mais me importavam, que fazia parte da minha nova família morreu e...

– Pelo bem do nosso filho! –Bradou ele, me olhando com uma expressão firme, mas ainda muito sofrida. Não compreendendo nada, fiquei em silêncio lançando um olhar de indagação.

– Filho? Que filho, Ronald? –Perguntei impaciente e confusa, achando que ele estaria louco por causa da notícia súbita da perda do irmão.

– Você está grávida, Mione. Grávida de quase dois meses do nosso filho. –Arregalei meus olhos, sem realmente acreditar naquelas informações.

– Impossível... –Murmurei baixinho, quase que involuntariamente levando minha mão ao ventre tampado por uma camisola.

– Ligue os pontos, amor. Você começou a reclamar de cansaço, vivia tendo surtos de emoções inesperadas, achava que era TPM, mas sua menstruação demorou um pouco para descer, não? Depois, começou a achar que estava inchada e de tão confusa que estava por todos esses sintomas, não percebeu que o pequeno volume estava mais acentuado na barriga. –Abri a boca para perguntar como havia conseguido engravidar, apesar de que ainda achava todas as informações loucura pura e sem sentido. Mas antes que pudesse questionar, ele parecia ter lido minha mente.

– E no dia em que nos reencontramos, em fevereiro, você estava tão nervosa que teve que abrir o pacote de proteção com os dentes. Você furou a camisinha sem querer. E agora vou ser pai, e você vai ser mãe. –Ele finalizou, dando um leve sorriso que fez seus olhos azuis apagados por causa da tristeza, brilharem de repente.

– Mas... Mas... –Fazia sentido, e era isso que me assustava mais.


Eu iria ser...

Mãe?

Eu... Hermione Jean Granger... Mãe?

A mão que repousava em meu ventre imediatamente começou a acariciar o volume quase não perceptível. Eu me peguei sorrindo bobamente à minha própria barriga.


– Eu não sei o que sentir, Rony... É como ser acordada de um terrível pesadelo e se ver sonhando... –Falei com um fio de voz. Ron sorriu e colocou sua mão em cima da minha, a acariciando.

– Sei como se sente. É como viver um sonho e um pesadelo ao mesmo tempo, a sensação é terrível. Você quer ser acordado desse pesadelo para não ter vivenciado isso, mas ao mesmo tempo quer continuar vivenciando o sonho. –Assenti, ainda acariciando minha barriga como se o feto que se desenvolvesse ali dentro pudesse sentir. Aliás, feto não, o meu filho. Meu filho com o meu futuro marido.


E novamente um bico começou a ser formado em meus lábios. Eu estava muito chocada ainda com a primeira notícia, mas agora não queria me desesperar para não prejudicar o meu bebê.


– Eu quero tomar um calmante ou algo assim, sei lá, sei que não vou suportar por muito tempo ficar bem. –Falei baixinho, reprimindo um soluço.

– Vou chamar a enfermeira. –Ron beijou o topo da minha cabeça e quando ele saiu do quarto, pude ouvir ele soluçando mais uma vez. Devia ser tão doloroso para ele e eu estava agora estupidamente fraca na cama sem fazer nada. Mundo injusto.

Quando o ruivo voltou acompanhado de uma mulher de meia idade, me senti um pouco melhor, menos sozinha, mais completa. Mas ainda o choque se apossava de mim.


– Está com algum tipo de dor, senhorita? –Perguntou a mulher gentilmente, trazendo uma seringa para perto de mim.

– Só com um pouco de dor de cabeça. –Respondi, piscando algumas vezes para evitar que as lágrimas caíssem.

– Certo. Creio que quando acordar vai se sentir melhor, esse calmante tem poderes analgésicos também. –Então ela depositou o conteúdo da seringa na minha bolsinha de soro. – Vai demorar um pouco mais para fazer efeito já que está agora dissolvido no soro, porém será também mais fraco, o que não prejudicará o bebê. –A mulher não parecia estar falando comigo nem direcionando aquele sorriso carinhoso para mim, percebi que a ficha ainda não tinha caído.

Eu ainda não tinha noção que iria ver minha barriga crescer até ficar do tamanho de uma melancia, que teria que enfrentar um parto em que minha mãe sempre me dizia que é um pé dentro da cova e outro fora... Não tinha noção da responsabilidade que teria de enfrentar, eu iria criar uma vida, que se tornaria minha segunda vida quando viesse ao mundo.


– Fico feliz por isso. –Falei por fim, dando um sorriso fraco em troca, quando Rony se sentou próximo de mim de novo. – Quando vou receber alta? –Não contive a pergunta, pois já estava me sentindo sufocada dentro daquele quarto de hospital.

– Não temos uma previsão, mas provavelmente hoje mesmo. Só precisa de mais algumas poucas horas de observação, tá bem? Então, trate de descansar. Bom, qualquer coisa me chamem. –A enfermeira simpática saiu do quarto deixando eu e Ron sozinhos novamente.

– Promete que vai estar aqui quando eu acordar? –Fiquei mirando os olhos azuis que eu tanto amava.

– Sempre. –Ele deu um sorriso cansado, depositando um beijo casto em minha testa. – Agora, esvazie sua mente, baby. Você precisa descansar. –Fechei meus olhos, sem poder conter uma lágrima de escorrer pelo canto dos mesmos.

Por mais que eu passasse a noite toda tentando esvaziar minha mente, não conseguiria. Era a tarefa mais impossível de se realizar em uma hora como essas.

Antes de finalmente ser levada para um sono sem sonhos, tive muito tempo para ver vislumbres velozes e incansáveis em minha cabeça doída de situações ruins...

Mas ser ninada por uma pessoa que sofria tanto quanto eu ajudou a desligar minha mente durante alguns minutos.

...

Não me recordo de que horas acordei, por mais que tivesse sido minha primeira pergunta que fiz quando abri os olhos. Ron estava comigo, mas teve de se separar de mim porque fui levada para uma bateria de exames chatos que eu não faria se não fosse pelo meu bebê. É, a ficha caia de pouquinhos em pouquinhos agora.


– Meus pais já sabem? –Perguntei para o doutor quando entramos em uma sala para verificar a pancada na minha cabeça.

– Do acidente? Já. Ficaram felizes porque você está bem, mas muito abalados pela perda do Fred.

– E da gravidez? –Sussurrei.

– Ainda não. Acho que esse papo vai ser você que vai ter que contar. –Ele sorriu observando minha expressão de pânico. – Sua cabeça dói?

– Aliviou bastante. –Fui sincera, sentindo uma ótima melhora na minha dor de cabeça.

– Perfeito. Então, está tudo bem. –Finalizou o doutor Nicolas, verificando na sua prancheta. – Antes de ser liberada, quer marcar um obstetra para daqui a duas semanas, quando possivelmente completar dois meses de gestação? Alguém vai ter que cuidar do desenvolvimento dessa nova vida.

– Claro que quero. –Automaticamente uma das minhas mãos voou para minha barriga.

– Certo... Vou arranjar o melhor obstetra por ser sua primeira gestação. Tem preferência quanto a homem ou a mulher? –Pensei por algum momento e logo veio na minha mente um ruivo ciumento por outro homem estar verificando minha parte íntima e afins.

– Homem. –Falei brevemente e ele riu.

– Já imaginava. Agora, sinta-se livre de ir para seu quarto, trocar de roupa e descer com seus familiares. –Suspirei profundamente, não sabia se queria voltar a enfrentar o mundo. O medo bobo havia retornado.

– Espera ai... –Recordei-me de uma dúvida que estava me atazanando até agora. – Estar cansada demais é normal? –O doutor parou de mexer nas folhas que carregava e se virou para me olhar.

– Como pai de três filhos, posso te assegurar que é. Minha mulher perguntou para o obstetra e lembro até hoje da resposta dele: A gravidez sobrecarrega todo o seu corpo, daí o cansaço. Ao longo de toda a gestação, mas principalmente no primeiro trimestre, seu corpo trabalha duro. Você está fabricando a importantíssima placenta, o sistema que sustentará o seu filho. Esse processo só será concluído no final do primeiro trimestre. Seus níveis hormonais e seu metabolismo estão mudando rápido, e ao mesmo tempo as taxas de açúcar no sangue e a pressão tendem a cair. Tudo isso contribui para a sensação de cansaço. –Olhei-o com curiosidade.

– Mesmo? Nossa. É muita coisa. Pobre corpo, daqui a pouco enferruja. –Ele riu e abriu a porta para que eu saísse da sala.
Depois da minha dúvida respondida, meu receio de antes voltou. Mas foi só adentrar no quarto e me deparar com Ron sentado na cama me aguarda que o medo se esvaiu, dando lugar para uma sensação de tristeza mesclada com alegria, o que era tão estranho que me fez debulhar em lágrimas novamente.

– Ron... –Choraminguei, indo abraçá-lo.

– Shh, vai ficar tudo bem... –Disse ele acariciando meus cabelos e me abraçando de volta. – Prometo que vai. Não fique nervosa. –Assenti, me afastando dele relutante e deixando-o secar minhas lágrimas com delicadeza. – Aqui estão as roupas que sua mãe te trouxe. Precisa de ajuda para se trocar?

– Não precisa, volto rapidinho. –Fui até o banheiro onde me troquei o mais rápido o possível. Logo, eu estava descendo de rosto lavado, mas ainda com uma aparência péssima e desgastada.

Quando cheguei na recepção, me deparei com todos os Weasley me esperando junto com meus pais, meu peito explodiu em dor. Todos pareciam devastados, o que eu já esperava.

Mamãe e papai me abraçaram com força, fiz a maior força para não desabar, mas ter o resto dos Weasley me abraçando também, junto com Arthur e Gina que haviam chegado, foi impossível.


– Fique bem, Molly, pelo Jorge. Ele precisa muito do suporte de vocês. –Disse minha mãe secando as lágrimas no casaco que vestia enquanto abraçava Molly, eu consolava Gina em um abraço forte, Rony fazia o mesmo com Jorge, que até agora não tinha dito uma palavra sequer e encarava o chão sem chorar, sem se mover. Era pior do que estar soluçando.

– Tentarei com todas as minhas força, Rachel. Prometo que tentarei. –Jurou Molly, secando as lágrimas com um lenço.

Depois de uma longa e triste despedida dos Weasley e a promessa de que veria Rony no dia seguinte, voltamos para casa em uma atmosfera de muita tensão. Ninguém falava nada, mas eu sabia o que se passava na cabeça dos meus pais.


Era tanto choque quanto eu estava sentindo. Só que eles ainda não sabiam que iam ser avós, até agora somente Ron e eu sabíamos, e não fazíamos ideia de como iríamos contar.

Chegando em casa, fui depressa para o banho, onde deixei a água do chuveiro carregar minhas lágrimas embora. Depois quando fui me secar, parei na frente do espelho, admirando minha barriga. Meu rosto inchado de quem chorou muito formando um leve sorriso.


– Titio Fred está olhando por nós, bebê. –Murmurei, acariciando meu ventre, para depois ir me vestir.

Só jantei porque minha mãe insistiu muito, junto com o nervosismo que tomava conta de mim vinham alguns enjôos chatos, e se eu reclamasse para meus pais, eles iriam desconfiar.

Sophia, que já tinha recebido a notícia do jeito que crianças devem responder, estava bem triste e comeu pouco. Eu apenas enfiei algumas garfadas de comida para depois voltar para meu quarto.


– Filha, amanhã será o velório do Fred. –Avisou minha mãe quando eu já estava deitada, nem me virei para olhá-la.

– Não quero ir. –Resmunguei contra minha coberta.

– Filha, nós temos que apoiar a família e...

– Mãe, quero ter somente lembranças do Fred vivo na minha mente. É pedir muito? –Escutei um suspiro atrás de mim.

– Você está certa. Boa noite, filha. –Senti-a beijar minha cabeça e sair do quarto.

Vaguei por muito tempo na insônia para finalmente deixar o sono me embalar.

...

No outro dia, fui cedo para a casa dos Weasley, Rony havia vindo me buscar e não iria ao velório também, pensava exatamente como eu, queria ter somente lembranças do Fred vivo na mente dele.


– Como se sente? –Perguntou o ruivo em um tom preocupado, depois de termos chegado em casa após uma viagem silenciosa.

– Estranha. Ainda estou achando tudo muito fora da realidade... –Confessei, suspirando em seguida.

– Mas está bem, não está? –Ele acariciou de leve minha barriga e deu um sorriso doce que iluminou sua face cansada e triste.

– Estou. –Sorri de volta, beijando-o de leve. – Só quero passar um dia em seus braços, sem pensar em momentos tristes, sabe? –Abracei Rony com força, que retribuiu.

– Sei exatamente. –O ruivo depositou um beijo carinhoso no topo da minha cabeça. – Que tal assistirmos um filme?

– É uma boa ideia, arruma o filme que eu arrumo a comida. –Andei até a cozinha e comecei a olhar nos armários, achei um pacote de pipoca e comecei a estourá-la. Fuçando na geladeira, encontrei um vidro de maionese e outro de ketchup, quando de repente um desejo avassalador tomou conta de todos os meus sentidos, era como se eu não comesse aquilo iria morrer de vontade.

Quando voltei para a sala com a pipoca e os copos de refrigerante em mãos, Rony tinha acabado de arrumar um colchão no chão, almofadas, uma coberta e os trailers já passavam na tv.


– O que você jogou na pipoca? –Perguntou ele com um olhar assustado.

– O que? Ah, isso? –Levantei um grão de pipoca coberto de maionese e ketchup. – Foi um desejo! Estranhíssimo, aliás... Espero não ter mais desses. Enfim, quer ter um filho com cara de pipoca com maionese e ketchup? –Ron riu.

– Agora sei porque Gui ficou tão louco por causa da Fleur. –Ri pelo nariz, sentando ao lado dele. Deitei minha cabeça no peito dele e coloquei o pote de pipoca no meu colo.

– Como estão os outros? –Indaguei, comendo a pipoca com muita vontade.

– Todos como ontem, muito abalados, mas Jorge se supera. Sei que vão conseguir passar por isso bem, afinal, Fred não iria querer que ficássemos todos tristes e abandonássemos nossas vidas por causa dele.

– Isso é verdade.

– Ele até uma vez me disse que no velório dele queria uma festa em Ibiza... –Dei uma risada fraca.

– Vou sentir tanto a falta dele, Ron. –Fiz bico, me aninhando no peito dele. Rony me abraçou com mais força.

– Eu também, meu amor... Eu também. –Olhei para cima e ele mantinha o olhar fixo na tv, provavelmente controlando as lágrimas.

– Mas vamos ficar bem, não é? Fred ficaria tão feliz se soubesse que ia ser tio mais uma vez, tão feliz em ver nosso casamento... Por isso, não devemos desapontá-lo. –Falei com a voz confiante desta vez.

– Realmente. –Ele suspirou, acariciando meu braço. – Vai ser difícil, mas vamos conseguir isso juntos, não é mesmo?

– Sempre. –Beijei-o calmamente aproveitando a sensação de paz e coragem que isso me dava.

Só sei que não assistimos o filme, passamos o tempo reerguendo nossas estruturas novamente, nos consolando mutuamente, dividindo as dores. Era exatamente um amor assim que minha mãe disse que eu tinha que achar, um amor em que eu permanecesse forte por ter alguém para me sustentar, assim como eu estaria sempre lá para dar o meu apoio também.


Depois Ron foi tomar banho porque sem querer virei o pote de pipoca nele. Aproveitei esse tempo para me sentar no banco balanço do quintal. Abracei meus joelhos aproveitando a brisa da primavera e observando a água da enorme piscina que refletia o brilho do sol.

Logo, Rony chegou e sentou-se ao meu lado, me abraçando pela cintura e depositando sua outra mão distraidamente em minha barriga.


– Quando vamos contar para os outros? –Perguntei em um sussurro.

– Quando a poeira baixar, baby. –Ele respondeu enquanto acariciava meus cabelos. Mais alguns minutos de silêncio depois, Ron tira uma foto do bolso da calça. Era ele com uns cinco anos dirigindo um carrinho de cortar grama com uma cara de pânico, Fred e Jorge, sempre idênticos, esguios e ruivos, com seus sete anos, correndo atrás dele parecendo se divertirem muito em ver o irmão aterrorizado.

– Nesse dia eu me assustei tanto com o barulho do carrinho que comecei a chorar em cima dele, os gêmeos só riam... –Explicou Ron, dando uma risada fraca. – Mamãe ficou doida, bateu tanto neles por me deixarem dirigir o carrinho... Gui que tirou essa foto, tinha quinze anos na época, papai chamou ele de irresponsável por ir pegar a câmera ao invés de salvar seu querido irmão. –Ri junto com ele.

– É isso que deverá ficar, Ron. As boas lembranças. –Rony me olhou nos olhos sorrindo.

– Concordo. Afinal, ele sempre vai estar olhando por nós. –Ele deu ênfase no “nós” e fez carinho na minha barriga, me fazendo sorrir mais. Eu sabia que tudo ia melhorar, eu simplesmente sabia.


“Pessoas morrem todos os dias. Amigos, familiares. [...] Eles não vão nos deixar, porque eles estão aqui, em nossos corações.” – Neville Longbottom, Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 2.


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Notas finais do capítulo

abaixem as facas, pedras, metralhadoras, bazucas e etc, por favor. vamos ser amigáveis, BANDEIRA BRANCA! HAHAHAHAHA espero que ninguém me odeie depois disso que fiz, pensei em várias formas de evitar esse caminho, mas não consegui pensar em algo melhor para que a Mione descobrisse que estava grávida. desculpa mesmo, mas foi uma necessidade para levar a fic no caminho certo, ok?
afinal, não tem o porque de alguém me matar, pois ninguém é imortal na minha fic, né? HSAUHSAUHU mas é, quase chorei escrevendo, admito.
para deixar vocês com menos raiva de mim, no próximo capítulo veremos a Mione contando para os outros membros da família e para seus amigos sobre a gravidez. Como será que eles vão reagir? também vai ter a primeira consulta no obstetra, Ron chorando feito um bebê ao ouvir os batimentos cardíacos do seu filhinho, preparativos para o casamento... mais contentes agora?
e ai, gostaram da "doença" da Mione? várias meninas acertaram, isso posso dizer. espertinhas, prestaram bastante atenção nas minhas dicas silenciosas! :D acham que vai ser um menino, uma menina?
aguardo a opinião de vocês, por mais que seja para me xingar. HSAUSHAHU beijinhos e até sexta que vem!



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