The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 39
Nothing is perfect in this life for long


Notas iniciais do capítulo

boa taaarde meninas, como vão? :3 eu vou bem, tirando o fato de ter tirado um 6 em matemática D: minha mãe ficou fula da vida, afinal foi minha primeira nota baixa no boletim, e na oitava série ainda, mas prometi que iria conseguir melhorar e o computador não foi tirado de mim como castigo o/
enfim, parando de falar das minhas desgraças, quero falar que sobre aquele aviso de que esse capítulo seria tenso, não se preocupem e parem de roer as unhas porque faz mal, a parte tensa é só no final. *just warning*
espero que gostem desse capítulo *-* beijinhos e até sexta que vem :*
PS: para meninas que estranharam minha demora na postagem, foi por causa que meu servidor estava ferrando com o nyah e eu não consegui acessá-lo, e a lerda aqui demorou para perceber que teria de acessar em outro servidor.



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Hermione POV


– F-futura c-casa? Como assim? –Gaguejei, meus olhos se arregalando mais ainda e meu cérebro se remoendo para tentar assimilar a situação. Rony apenas deu um sorriso divertido por causa da minha reação.

– Vem cá, eu quero te mostrar... –Ele desceu do carro e eu o acompanhei, muitíssimo atordoada. Paramos em frente a esplêndida casa em construção e o ruivo abraçou minha cintura, me puxando para mais perto. – Está ficando bom... –Murmurou ele em voz baixa, analisando a moradia com curiosidade.

– Ron... Se quiser fazer o favor de me explicar, eu agradeceria. –Pedi impaciente.

– É a nossa futura casa, amor. –Ron sorriu como se essa frase esclarecesse tudo, mas meus pensamentos continuavam em desordem e não conseguiam compreender nada.

– D-desde quando? –Indaguei um pouco sem fôlego, olhando-o desesperada por uma explicação detalhada, pois meus neurônios não estavam me ajudando.

– Não há muito tempo, resolvi fazer uma surpresa para você. Uma surpresa para você, e um avanço na nossa vida. Então... Resolvi construir uma casa, a nossa casa. –Minha boca se escancarou, eu queria falar, mas não conseguia, parecia ter perdido a voz.

– ...Como assim resolveu construir uma casa? –Arfei.

– Eu quero casar com você, Mione. Eu quero criar uma família com você. E começaremos com uma casa própria. –Ele abriu um grande sorriso enquanto eu arfava mais uma vez, em busca de oxigênio. Vendo que eu não conseguiria comentar mais nada, Ron voltou a falar. – Bom, primeiro tive que procurar uma rua, é claro, queria algum lugar mais pacífico para que não houvesse problema das crianças correrem pela rua, queria que meus primogênitos tivessem uma infância igual a minha, em que eu podia andar de bicicleta pelo bairro com meus vizinhos até que o sol começasse a se por e mamãe gritasse da porta de casa me chamando para dentro. E achei essa rua perfeita... –O ruivo olhou em volta, deu um suspiro satisfeito e se voltou para mim.

– Desde quando? Desde quando você teve essa ideia? –Recuperei a minha voz, finalmente assimilando o momento e as palavras, ainda achando tudo muito fora da realidade.

– Desde que voltamos depois daquele probleminha com a diaba loura. Depois daquele dia, tive certeza do que queria para meu futuro, e meus planos só envolviam você, então perguntei para minha mãe se ela conhecia uma rua aqui de Los Angeles boa para se morar. Ela sugeriu essa e disse que se não tivesse escolhido a rua que moro agora, escolheria essa. –Continuei em silêncio, esperando-o prosseguir. – Só que eu não sabia se você iria passar na Harvard, é claro que acreditava muito no seu potencial, mas teve todos aqueles momentos e... –Ele suspirou, como se a lembrança o atormentasse até hoje. – E então decidi apenas conversar com a família e começar escolhendo um terreno, para depois colocar o imóvel na planta. E foi ai que descobri minha paixão por arquitetura. –Ron sorriu. – É isso que quero fazer, Hermione, crescer com você. E pensando nisso foi que escolhi esse terreno nessa rua, é perto da minha casa, conseqüentemente da sua casa também. A biblioteca fica a três quadras, perto dela fica a faculdade...

– Ah meu deus, Ron! Isso é perfeito! –Pela primeira vez eu havia abandonado minha boca escancarada em choque e meus olhos descrentes, agora eu pulava agarrada ao ruivo. – Perfeito, simplesmente perfeito! Eu não consigo nem acreditar! –E eu também tinha lágrimas nos olhos. Pensei que meu coração não fosse agüentar... Primeiro o noivado, agora isso... E a boba aqui temendo o futuro que agora jogava na minha cara que iria ser perfeito.

– Eu sei, não é? –Rony sorriu mais ainda, me abraçando e me beijando rápido, pois dois irmãozinhos que se divertiam com o irrigador de grama do quintal da casa deles, perceberam a animação do outro lado da rua e olhavam curiosos para nós dois, cochichando e rindo baixinho.

– Então... Eu vou poder ajudar a pagar a casa, não é? –Perguntei em um tom acusador, Ron riu.

– Sabia que seu ladinho teimosa iria falar mais alto nesse momento. Eu vou pagar pela construção dela... –Soltei um muxoxo e ele continuou como se eu nem tivesse interrompido sua fala. – ...E como não queria construir a casa toda sozinho, por mais que tivesse descoberto que tenho aptidão para ser arquiteto, vou confiar no seu bom gosto para decorar a casa.

– Eu pagarei pela decoração então? –Dei um sorriso satisfeito.

– Sim, pois sei que se eu for pagar tudo, você vai se recusar até o último minuto de vir morar aqui.

– Soube certo. –Rimos. – Ah Ron... Eu não sei nem o que comentar... Você... Você é tão perfeito... –Brinquei com algumas mechas do cabelo dele enquanto sorria.

– Se eu sou perfeito, o que você é? –Ele sorriu, me dando um selinho.

– Uma simples mortal convivendo com o filho de Zeus. –Devolvi o selinho.

– Boba. Amor, tenho outra notícia...

– Pelo amor de Deus, vai com calma se não eu morro do coração. –Alertei e ele riu.

– Certo. É que voltei a trabalhar nas empresas Brown... –Pela cara que Rony fez, esperava que eu explodisse com argumentações de que ele não deveria voltar a colocar os pés lá, mas fiquei em silêncio. – E... Bom, tudo bem pra você?

– Tudo ótimo. –Dei um sorriso sincero. – Só precisei me lembrar que a vadia está a quilômetros de distância na penitenciária feminina que fiquei tranqüila. –Gargalhamos. – Tudo que eu quero é seu sucesso, amor. E esse emprego vai te fazer chegar lá.

– Obrigado por me entender, linda. –Ron me abraçou.


Demos uma olhada rápida na casa enquanto eu me acostumava que um dia viria morar aqui e ela seria minha, a casa em que eu veria meus filhos crescerem e tendo meus netos... Era impossível se acostumar, minha cabeça girava e meu estômago se embrulhava só de se lembrar da rapidez que tudo aconteceu, Ron tinha que aprender que surpresas não foram feitas para mim. No caminho de volta para casa, minha alegria repentina murchou feito um balão furado, era como ser acordada violentamente de um sonho muito bom para ser verdade.


Já chegando no portão da minha casa, vi minha mãe me esperando na porta de entrada com um sorriso largo no rosto. Rony estacionou e me lançou um olhar divertido.

– Nem comente nada ou dê indícios do nosso noivado, tenho que contar para eles em um momento mais agradável. –Retruquei mal-humorada por causa do nervosismo que bateu em mim. Avalanche de emoções diferentes se tornaram comuns na minha vida como o cansaço excessivo.

– Claro, amor.


Desci do carro e Rachel veio de braços abertos para mim.


– Bebê! Que saudades, minha querida! –Ela me abraçou forte. Retribui olhando por cima do ombro dela meu pai indo apertar a mão de Rony com uma pose pomposa e séria demais. Para evitar bater nele, me virei para minha mãe.

– Também senti sua falta, mãe. Oi So! –Sophia abraçou minha cintura dando um grande sorriso. Enrolei meus dedos dos cabelos finos dela sorrindo e meu pai se aproximou, beijando o topo da minha cabeça.

– Princesa, oi. Se divertiu? –Assenti, abraçando-o e vendo minha irmã no colo de Rony recebendo cócegas.

– Amor, já vou indo, mais um minuto de atraso e mamãe corta meu pescoço. Posso ter dezoito anos, mas vou continuar sendo o bebê da Molly. –Rimos. Rony pôs Sophia no chão depois de dar um super beijo estalado na bochecha dela.

– Ah, é mesmo, foi seu aniversário dia primeiro! Parabéns, querido! Tudo de bom sempre. –Mamãe abraçou o ruivo, que retribuiu sorrindo.

– Obrigado, Rachel.

– É, parabéns Rony, é uma ótima conquista. Sucesso. –Meu pai com sua falsa pose de cara sério deu um tapinha no ombro do Ron.

– Obrigada, Sr. Granger. Vou indo então... Ahn...

– Papai, mamãe e Sophia, me aguardem lá dentro. –Dei um sorriso significativo e minha mãe sorriu, pegando Sophia no colo e puxando meu pai pelo braço.

– O que? Não posso ficar observando o movimento da rua? –Ele fingiu uma olhadela pela estrada nada movimentada e suspirou, provavelmente infeliz com a falta de carros.

– Ah, francamente Rob. –Bufou minha mãe. – Quando Ron era pequeno, você o tratava como o filho homem que não teve, agora que namora com nossa filha está insuportável desse jeito. –Escutei-a murmurar enquanto ela o arrastava para dentro de casa.

– Insuportável? O que foi que eu fiz? –As vozes deles foram se distanciando e eu me virei para Ron, revirando os olhos nas órbitas. Ele apenas riu, abraçando minha cintura.

– Pense bem, seria pior se ele aparecesse com uma espingarda quando eu chegasse, não é?

– Não dê ideias, ele pode estar escutando. –Sussurrei e Rony riu alto. - É verdade, seria trágico... Bom, te vejo amanhã? –Fiz uma expressão pensativa.

– Estarei no trabalho e aceito visitas na hora do almoço... Tenho a chave da porta dos funcionários e Neville é o menino menos dedo duro da face da terra. –O ruivo riu mais uma vez.

– Estou gostando cada vez mais desse cara. Tudo bem então, tchau. –Ele olhou por cima da minha cabeça discretamente para ver se meu pai não estava com a cara colada na janela e mostrando uma pistola para ele, para depois me beijar docemente.

– Obrigada. Por tudo. –Falei, depois que nos separamos sem fôlego.

– Eu que deveria agradecer sua existência. –Sorri, dando um último selinho nele. - Amo você. –Acenei quando Ron voltou para o carro.

– Eu também te amo. –Soprou beijos antes de desaparecer pela curva mais próxima. Suspirei e adentrei em casa novamente sentindo a sensação de estômago fundo retornar.


Passei o resto da tarde que ainda sobrava assistindo um filme da Barbie com Sophia e pela primeira vez não fiquei pensando no quão sem sentido, idiota e surreal era o filme, fiquei apenas devaneando sobre assuntos aleatórios, durante um momento até sobre qual a diferença entre focas e leões marinhos eu comecei a pensar, sorte que um programa no Animal Planet me informou que leões marinhos possuem pequenas orelhas e focas não.


Depois de jantar, parti direto para cama, como de costume agora que meu metabolismo resolveu me trair fazendo minhas pálpebras pesarem toneladas pelo menos três horas antes da minha hora costumeira para dormir.

Não demorei muito para cair no sono, pois Bichento pareceu desistir de perseguir o rabinho peludo do Perebas e se deitou ao meu lado me ninando com seu ronronado....

Na segunda-feira me levantei bem mais disposta do que o costume, dormir cedo teve suas vantagens. Aproveitei para tomar um banho lento e gostoso, vesti roupas comuns, fiz uma trança embutida em meus cabelos e desci para o café da manhã. Dona Carmelita já me aguardava com a mesa repleta de coisas deliciosas.

Meus pais e Sophia já haviam saído, pois não precisariam mais me levar para o café, meu carro havia voltado da oficina feito novo antes do retorno ao trabalho, ainda bem. Sentei-me a mesa e peguei uma torrada, passando geléia de amora distraidamente, quando de repente percebi o olhar da doméstica presa em minha mão direita, seus olhos brilhando de um jeito que eu nunca vi.


– Que foi...? –Confusa, mirei para minha mão e percebi o anel de noivado com sua pedra de diamante cintilando à luz fraca do sol de primavera que adentrava pela janela. – Ah... –Tentei esconder inutilmente por debaixo da mesa, mas antes que meu plano desse certo, dona Carmelita já havia agarrado minha mão.

– É lindo! Foi o ruivinho que te deu? –Ela exclamou com seu sotaque espanhol olhando o anel mais de perto, maravilhado.

– Foi... –Senti um calorão subir pelo meu pescoço com o olhar malicioso que recebi. Ela já devia deduzir o que significava o anel, e isso me deixou em pânico.

– Você está noiva! –Disse ela pulando animada.

– Fala baixo! –Sussurrei urgentemente, tampando o rosto vermelho. – Sim, estou noiva, mas não conta pra ninguém, tá legal? Preciso de um momento melhor para contar.

– Que tal hoje a noite? Um jantar especial? Eu preparo...

– Dona Carmelita... –Resmunguei com a voz chorosa. – Será que posso pelo menos ir para o trabalho sem estar expelindo nervosismo antecipado? –Carmelita gargalhou.

– Não há motivo para nervosismo, sua mãe vai adorar a notícia! –Ela bateu palminhas e eu suspirei.

– É, talvez... Mas meu pai...

– Eu bato nele se ele for contra. Você e o ruivinho bonitão são como tortilla e carne picada, dão tacos perfeitos. –Ri, mordendo um pedaço da minha torrada.

– Certo. Hoje à noite convido o ruivinho bonitão e contamos. –Dona Carmelita vibrou, dando um enorme sorriso e eu apenas suspirei, a torrada não querendo descer na minha garganta. Agora eu sei como Rony se sente quando está nervoso, é terrível. Fui para o trabalho dirigindo, cheguei quinze minutos adiantada por causa do trânsito incrivelmente rápido e fluindo bem para uma segunda-feira normal.

Chegando lá, dei de cara com Neville que me cumprimentou sorridente. Ficamos conversando, ele me parabenizou pelo noivado até Minerva aparecer e nos mandar ao trabalho. Foi a mesma coisa de sempre, organizar prateleiras, advertir crianças bagunceiras e escandalosas, e tirar um cochilo na hora do almoço. Organizei meu canto do soninho na sessão infantil e me aninhei nas almofadas.


– Hey dorminhoca. Que coisa feia, dormindo no trabalho. –Soou uma voz distante, abri meus olhos resmungando palavrões baixinhos. – E além de tudo fica mal-humorada. –Quando minha visão entrou em foco, percebi a cara de Rony próximo a minha, ele continha um sorriso divertido.

– Oi! –Sorri parando de resmungar xingamentos e me sentando, esfregando os olhos e me espreguiçando.

– Hermione Granger dormindo no trabalho? Nem parece a Hermione do ensino fundamental que jogou uma aranha de plástico em mim para eu me acordar e me fez fazer xixi nas calças por causa do susto. –Ri alto, aceitando a ajuda dele para me levantar.

– Shh, nem fale nada. Você não sabe como eu ando cansada. –Bocejei, me apoiando na bancada da recepção depois de beijá-lo calmamente.

– Confere, Neville? Hermione anda muito cansada? –Perguntou Rony para o Neville que comia despreocupadamente seu almoço, ele riu e confirmou com a cabeça. – Isso se chama preguicite aguda.

– Cala boca, cenoura. –Baguncei os cabelos dele rindo. – Muito trabalho?

– Não, tranqüilo... O chefe ficou muito contente em me ver, pediu desculpas pelo transtorno com a filha bastarda dele e me deu alguns papéis para organizar, me liberando em seguida para um almoço de uma hora. E você?

– Tranqüilo também. Amor... Hoje à noite... Que tal um jantar para contar sobre o noivado? –Perguntei nervosa.

– É uma ótima ideia. Passo lá hoje a noite então. –Ele parecia muitíssimo mais tranqüilo do que eu, o que era estranho. Bom, não são os pais deles que vão saber do noivado tão chocantemente. – Vou indo porque já passou meia hora do meu almoço e Richard quer conversar comigo, eu já devo estar atrasado. Peguei trânsito de quinze minutos e quando chego aqui minha noiva está dormindo na sessão infantil. –Gargalhei.

– Já disse para você não falar nada. Vai lá, boa sorte para seu chefe não te matar pelo atraso, desculpe pelo imprevisto, é que ando realmente cansada.

– Sem problemas, não é melhor você ir em um médico?

– Não, tá doido? Prefiro manter distância de homens de jaleco branco recentemente. Deve ser a menopausa chegando. –Ele riu e pude ver Neville rindo também. – Eu estou bem, não se preocupe, baby. Te vejo hoje de noite. –Dei um selinho nele.

– Vou confiar em você. Tchau parceiro! –Longbottom ergueu a mão em um ato de despedida. – Tchau amor, até mais tarde. –Com um último selinho, ele se retirou.

Fiquei em silêncio durante alguns segundos observando Neville encher a boca com purê de batata com uma aparência deliciosa.


– Tem mais umas três bandejas disso ai para mim? Sou capaz de comer um boi inteiro, estou faminta. –Comentei, indo em direção da cozinha.

– Tire a pele do boi antes de comer, por favor.


Quando a sineta tocou anunciando o fim do expediente, senti como se o tempo tivesse passado muito rápido. Daqui a pelo menos quatro horas, estaria contando para meus pais que estaria noiva, e esse pensamento me deixava toda tensa.

Voltei para casa e me deparei com uma dona Carmelita excessivamente animada.


– Então o bonitão vai vir mesmo? –Perguntou ela no momento em que entrei em casa.

– Vai. –Ri da sua animação e subi para tomar um banho revigorante, teria uma noite longa pela frente e necessitava de energia.

Coloquei um vestido florido, típico no meu closet, uma sandália de tira fina com strass, prendi meu cabelo em um coque e desci, meus pais haviam acabado de chegar com Sophia que estava nos ombros do meu pai.


– Uau, vai aonde? –Questionou minha mãe com um sorriso doce no rosto, enquanto tirava seu jaleco e o depositava em cima do sofá.

– Lugar nenhum... –Sentei ao seu lado e minha irmã veio correndo, se jogando em meu colo. – Rony vem jantar essa noite. –Comentei, desviando o olhar do meu pai, pois sabia que se mirasse aquele par de olhos claros minhas armaduras iriam cair e eu seria obrigada a contar tudo que estava escondendo até agora.

– Hum, mesmo? –Meu pai pigarreou, provavelmente querendo que eu olhasse para ele.

– O que seu pai quis dizer... –Minha mãe elevou levemente a voz. – É que é ótimo ter mais uma companhia para o jantar! –Ela abriu um grande sorriso.


Fiquei na sala encarando a tv sem realmente vê-la, logo meus pais desceram de banho tomado, minha mãe toda arrumada porque iria ver meu namorado e agora noivo, meu pai estranhamente bem arrumado também, quase com uma pose de segurança.

Antes que eu fosse tomada por uma avalanche de perguntas que eu sei que eles estavam querendo fazer, escutei a buzina baixinha do carro do Ron do lado de fora. Suspirei de alívio.


Me encaminhei até a porta e a abri, dando de cara com o lindo ruivo. Ele me cumprimentou sorrindo com um selinho e se dirigiu aos meus pais, provavelmente tentando agradá-los e passar uma imagem melhor dele, para prepará-los para o que viria a seguir.


– O jantar está quase pronto. –Avisou dona Carmelita, piscando em seguida. Recebi olhares desconfiados dos meus pais, mas ignorei, puxando Rony pela mão e indo em um canto em que ninguém nos ouvisse.

– E então? Contamos antes, durante ou depois do jantar? –Perguntou ele aos sussurros.

– Se contarmos antes, meu pai é muito mal-humorado de estômago vazio, se contarmos durante os dois se engasgarão com a comida e sufocarão até a morte, se for depois minha mãe vomita tudo o que comeu... –Suspirei e Ron riu, como se o que eu tivesse acabado de falar fosse mentira.

– Então acho melhor ver vômito de mãe.

– Acredite, você preferiria o mau-humor do meu pai. –Ri com ele.

– Então tá, antes. –A imagem do jantar indo por água abaixo por causa da notícia que viria me fez ficar enjoada e sem fome, mas mesmo assim me sentei a mesa checando se os cheiros de comida que exalavam no cômodo me deixavam com fome, porém isso só piorava a minha situação.

– Bom apetite. –Desejou Carmelita, sorrindo e se retirando.

– Uau, se era para ser um jantar tão importante assim me vestiria melhor. –Brincou minha mãe rindo.

– Você está estonteante, Rachel. Não se preocupe. –Rony sorriu para ela, que retribuiu. Meu pai nos lançou um olhar muito desconfiado.

– Então... –Pigarreei, me levantando. – Antes do jantar, queríamos fazer um comunicado. –Antes que tivesse tempo para pensar, minha boca já ia falando tudo.

– Ah, oba. –Mamãe bateu palminhas, já meu pai semicerrou meus olhos quando Ron se levantou também.

– Ahn... É... –Começou ele com as orelhas ficando coradas debaixo dos cabelos ruivos, o avermelhado subindo pelo pescoço conforme ele gaguejava para explicar. – Eu sei que, bom... Seguindo as tradições, eu deveria comunicá-los e... Pedir a permissão dos senhores... –O ruivo suspirou longamente, olhando para o teto durante alguns segundos. – Mas eu amo a Hermione e o que fiz, foi por ter certeza do que queria. Eu... Eu pedi a filha de vocês em noivado...

– E eu aceitei. –Terminei antes que Rony desmaiasse. Meus pais me olharam com expressões diferentes, mas não identificadas. Sophia sorria abertamente.

– Posso ser a daminha? –Perguntou ela.

Silêncio.

Ninguém queria retornar a falar, mas de repente mamãe abriu um sorriso assustador de tão grande, meu pai continuou estado de choque.

– Que ótimo! –O berro dela encheu meus ouvidos. – É perfeito! Ah meu Deus, parabéns! –Me abraçou com os olhos marejados. – Meu bebê está crescendo, é algo inegável, e fico muito feliz que você foi o homem escolhido por ela, Rony! –Ela foi abraçá-lo e eu voltei meu olhar para meu pai.

– Pai? –Chamei hesitante.

– C-casamento? –Disse ele com a voz aguda. – Você não está grávida, está? –Arregalei meus olhos.

– Não, claro que não, pai! O noivado foi totalmente inesperado e... É isso o que eu quero. –Sorri timidamente. – Ron é o cara certo para mim, o senhor vê isso, não vê? –Por um momento, pela expressão no rosto dele, jurei que ele sairia da mesa do jeito mais arrogante e não olharia mais na minha cara pelo resto da minha vida, mas tudo que ele fez foi sorrir com os olhos cheios de lágrima.

– Não sou mais o único homem da sua vida... Vai ser difícil me acostumar com isso, mas... –Suspirou. – Haja o que houver, vou estar lá contigo. Vou te carregar pela igreja com um sorriso orgulhoso no rosto, pode ter certeza. –Ele me abraçou e eu respirei aliviada.

– Obrigada, pai. –Abracei-o com força, sentindo meu nervosismo se esvair.


O resto do jantar foi melhor do que eu pensei que seria, mamãe não parava de sorrir e meu pai estava quieto, ainda se moldando à notícia.


– Já vou indo, mamãe fica doida quando não volto para casa cedo. Parece que só porque completei dezoito, ela acha que posso ir preso só por andar pela rua tarde. –Rimos. ...


No outro dia durante o trabalho eu continuava sorridente com o desenrolar da noite passada. O que eu não esperava era a visita de Luna em meu expediente.


– Oi bebê! –Ela apareceu balançando seus cabelos ondulados muito loiros e compridos banhados pela luz do sol da manhã que adentrava na biblioteca, exibindo um belo sorriso e seus olhos claros brilhantes, diferente de quando ela tinha recém terminado com McLaggen.

– Luninha! –A abracei, sorrindo. – Que bom te ver!

– Igualmente! Senti saudades... Tudo bem? Como foi a viagem?

– Melhor impossível e... –Mostrei meu anel. – Estou noiva. –Luna deu um gritinho e me abraçou novamente.

– Isso é perfeito! Parabéns! Vou ser a madrinha, não vou? –Ela me lançou um olhar semicerrado e eu gargalhei.

– Vai. Você e pelo menos mais cinco mulheres. –Neville passou distraído pela prateleira em que eu e Luna conversávamos atrás e sorriu quando viu a loirinha.

– Cachinhos dourados!

– Navio! –Fiquei olhando para os dois completamente confusa. Desde quando eles eram amigos e inventavam apelidos engraçadinhos um para o outro?

– Já falo com você, preciso impedir algumas crianças de ficarem mexendo em livros adultos... –Longbottom deu um suspiro impaciente. – Já volto. –Deu um beijo na bochecha dela e saiu apressado.

– Ok... Vou fingir que entendi. –Ri.

– Ah, na semana que você ficou fora mantive contato com ele, ele é realmente um garoto bom, um doce. Me arrependo por não ter sido amiga dele nos tempos de escola, poderia ter me livrado de sofrer pelo McLanche. –Luna suspirou e eu ri alto.

– É sério, ele me entende como ninguém, realmente me ajudou a superar tudo. –Ela sorriu. – Mas enfim, quando que vamos sair?

– Que tal final de semana? Essa semana eu e Rony estamos muito ocupados mesmo. –Sentei em uma das poltronas rústicas dispostas pelo corredor da biblioteca. Minhas costas latejavam de dor. – E cansados... –Adicionei.

– Certo, esse final de semana então. –A loirinha sorriu mais. – Vou procurar Neville e dar tchau para ele, até mais Mi! –Retribui o abraço dela.

– Até! –Acenei vendo-a desaparecer no corredor mais próximo.


Meu carinho pelo Longbottom só aumentou mais ainda, esse garoto não perdia tempo. ...


No outro final de semana optamos por irmos ao shopping, Luninha carregando o deslocado Neville junto. Era um sábado realmente agradável, o tempo estava colaborando, mas mesmo assim não resisti em dormir até a hora do almoço para jogar o cansaço para longe.

Depois de almoçar, minhas meninas vieram me buscar, o carro de Rony logo atrás carregando os meninos, sufoquei um riso quando vi a cara de perdido do Neville enquanto Cedrico ligava o rádio e aumentava o volume, deixando bombar David Guetta pela rua.


– Hey Diggory, faça-me o favor, estamos em uma rua civilizada. –Comentei, saindo de casa e fechando a porta depois de um breve tchau para dona Carmelita, meus pais haviam saído com Sophia para a casa da minha avó em San Francisco.

– Granger! –Ele pulou do carro conversível aberto e correu para perto de mim junto com os outros.

– Amiga, como você tá gata! –Gritou Cho vindo me abraçar depois que me soltei de Cedrico. Ela me olhou de cima até embaixo, eu vestia um shorts claro com uma bata floral e um Vans branco, meus cabelos preso em uma trança espinha de peixe lateral, estava bem simples. Já ela estava no seu estilo “diva oriental” de sempre. – Rony deu um trato bom em você durante essa viagem, não é? –A japonesa piscou e eu ri, sentindo minhas bochechas formigarem.

– E o Diggory em você, gatinha. –Cutuquei a cintura dela, que se curvou para longe de mim rindo.

– Claro que sim, sempre né amor? –Cho arregalou os olhos para Cedrico e resmungou um “fica quieto” com o rosto levemente vermelho. Essa daí não se envergonhava facilmente.

– Vamos indo? –Perguntou Ron depois que abracei Harry, Gina, Neville e Luna.

– Vamos. –Beijei-o rapidamente antes de ser puxada para o carro das meninas. Entrei no New Beatle bonitinho e sentei no banco da frente, ao lado de Cho.

– Que tal uma corrida? –Gritou ela eufórica para os meninos.

– Já! –Antes mesmo que eu protestasse que era uma má ideia, Cho saiu cantando pneu. Preciso dizer que quando chegamos finalmente no estacionamento do shopping, eu estava com as unhas presas no banco de couro de tanto susto que passei no caminho?

– Nunca. Mais. Faça. Isso. –Falei, dando um longo suspiro e saindo do carro atormentada. As outras gargalhavam.

– Quanto exagero, Mi. Foram só alguns sinais vermelhos ultrapassados... –Os meninos que perderam a corrida e mesmo assim dirigiram talvez mais loucamente do que a gente, estavam saindo do carro indo nos acompanhar.

– Parceiro, fica tranqüilo, já acabou, agora pode ficar com a Loony. –Disse Cedrico, dando tapinhas de leve no ombro de um Neville atormentado. Ele riu, se acostumando com o tratamento diferente e se aproximou de nós.


Entrelacei meus dedos com o do meu ruivo e adentramos no shopping junto com os outros, o lugar estava movimentado por ser no centro da cidade e por ser final de semana, mas pelo menos não parecia um formigueiro.


– O que vamos fazer agora? –Perguntou Luna caminhando ao lado do Longbottom trançando distraidamente seus cabelos loiros.

– Que tal um cinema? –Sugeriu Gina, abraçada com Harry.

– Gostei. –Cho sorriu maliciosa para Cedrico, que retribuiu.

– Já sei, vamos ver um filme infantil, assim a oriental lasciva não vai ser expulsa da sala. –Rimos e fomos comprar os ingressos, tinha uma sessão de “Valente” para o início da tarde. Depois de comprarmos pipoca, entramos na sala.

Eu e Rony fomos na última fila bem em cima, os outros foram seguindo uma fila a frente, já que várias família ocupavam as outras poltronas ao nosso redor. O trailer ainda estava passando e eu já atacava o balde grande de pipoca com manteiga.


– A dona aranha subiu pela parede... –Já estava na metade do filme, a pipoca havia acabado para minha tristeza e Ron não parava de reclamar que o filme era chato e que queria ir no banheiro ali perto me pegar de jeito. Esse menino é que não tem jeito. E para minha infelicidade, agora ele tentava me bulinar subindo os dedos pela minha coxa e ainda cantando uma cantiga infantil para não chamar a atenção das crianças em nossa volta, mas ele deve ter percebido o segundo sentido na música.

– Veio a chuva forte e a derrubou... –Decidi participar da brincadeira, cantando a parte que se encaixava perfeitamente no ato de empurrar a mão dele da minha perna.

– Ela é teimosa e desobediente... Sobe, sobe, sobe e nunca esta contente. –Abafei um riso com a mão, as pessoas mais próximas se viraram e fizeram um “shh”.

– Se desobedecer mais uma vez vai ganhar castigo...

– Vai bater no meu bumbum?

– Francamente. –Suspirei e Rony riu baixo. – Cho, avisa os outros, vamos sair antes que eu seja estuprada por um ruivo impaciente. –Sussurrei, ela riu e foi avisar os outros como eu tinha pedido.


Sai da sala reclamando com meu agora noivo que queria ter visto o final do filme, ele disse que o que estava dando errado daria certo e todos seriam felizes para sempre.

Achamos uma atração no meio do shopping que consistia em um “castelo do terror”. Pagamos para ir e entramos todos juntos, já que o máximo de pessoas era oito. Eu poderia dizer que tinha chorado de medo, mas não, chorei de rir.

A menina do Exorcista que naturalmente me faria fazer xixi nas calças porque desde que me dou por gente ela me aterroriza mais do que tudo no mundo, me pareceu muito engraçada quando Cho deu um soco nela por causa do susto que levou.

Antes que fossemos expulsos da atração, corremos pelo corredor sombrio coberto de monstros como o Jason com sua barulhenta serra elétrica e o Freddy Krueger batendo suas garras ameaçadoramente, e finalmente chegamos na saída, eu me curvava de tanto rir.


O que me fez rir mais ainda foi da cara de pânico da Luna, a única que não ria e estava agarrada ao Neville como se isso dependesse da sua vida, já ele parecia estar curtindo afastar o medo dela, pois retribuía o abraço sufocante, mas mesmo assim ria.


– Juro... Que vi... Pelo menos três seguranças... Nos perseguindo pelo corredor. –Disse Gina, secando as lágrimas e se recuperando do acesso de risos.

– Quem mandou aquela encapetada vir pra cima de mim? –Comentou Cho indiferente, limpando a mão coberta de maquiagem da atriz em que ela bateu.


Depois de estarem todos conseguindo respirar, fomos para a praça de alimentação, para minha alegria já que estava faminta.


– Amor... Tudo isso? Mas você comeu um negócio grande de pipoca quase sozinha... –Comentou Ron enquanto eu pagava por um lanche de trinta centímetros do Subway e um copo de refrigerante grande para mim, voltando em seguida para mesa.

– Eu estou com fome, tá legal? –Sentei bufando e indo pegar mais um punhado da porção de batatas fritas que meus amigos dividiam.

– Uau, que apetite. Você não come assim lá no trabalho. –Comentou Neville, lancei um olhar diabólico a ele depois de morder um pedaço do meu sanduíche e ele se encolheu, rindo.

– Essa ai é um poço sem fundo... –Disse Gina rindo.

– Ainda acho que devemos ir no médico, baby. –Rony disse. Na hora que iria protestar contra, uma imagem me fez parar de puxar o ar para argumentar. McLaggen havia chegado na nossa mesa.

– Olá gente, ahn... Vim aqui me despedir de vocês, vou hoje para Londres e queria também... Me explicar e...

– Como ousa aparecer por aqui? –Uma Luna com uma expressão de ódio mortal no rosto se levantou e todos a olharam, espantados demais para se juntarem ao clubinho “Odeio McLaggen”. – Termina comigo por telefone sem as devidas explicações e agora aparece em uma reunião de amigos para se “despedir? Já vai tarde.

– Luna, era bem isso que eu queria fazer, me explicar!

– Não está um pouco atrasado para isso, não? –Neville tentou acalmá-la, mas estava visivelmente com raiva do McLaggen também.

– Se você não quer ouvir minhas explicações, outra pessoa quer. Alguém? –Ele olhou para nós e ninguém se manifestou. – Hermione? –Olhei para ele confusa, seus olhos verdes jogando na minha cara que ele um dia fora meu melhor amigo.

– Tudo bem... –Suspirei. – Já volto. –Me retirei sem olhar para os outros e fiquei com McLaggen em um local que ninguém nos ouvisse.

– Escuta aqui... Você é minha melhor amiga, sei que vai entender se eu contar a verdade.- Desembucha. –Cruzei meus braços impaciente.

– Bom... Eu... Eu queria muito estudar na Oxford porque além de ser uma ótima faculdade, é na minha terra natal, seria um sonho ir para lá. Entrando por curiosidade, conheci uma menina no site da Oxford que tinha os mesmos sonhos que eu como morar em uma cidade tranqüila na Inglaterra, ter uma família e ser bem sucedido. Depois de muita conversa virtual, percebi que ela era a minha outra metade, Hermione. –Abri a boca para xingá-lo, mas ele me interrompeu antes. – E Luna... Eu gostava dela, claro, mas ela tinha sonhos malucos de viajar pelo mundo em um motorhome, ela não se encaixava comigo, vivia boiando fora do chão, era lunática. Então recebi a carta para ir para a Oxford, foi ai que liguei para Luna e terminei tudo porque tinha que ir correndo para o outro lado do oceano garantir minha vaga, e lá conheci pessoalmente a menina dos meus sonhos, nós ficamos só que não me senti um traidor, afinal já tinha terminado com Luna...

– Seu asqueroso. Por que não foi franco com Luna? Por que não explicou que ela merecia alguém melhor do que você? Mas não, preferiu pisotear no coração da coitada...

– Hermione, você não entende...

– Entendo perfeitamente. Agora, vá para a Inglaterra com sua querida moçinha e seja feliz sem ter peso na consciência, pois Luna está muito melhor sem você. –Sai de trás da vitrine em que estávamos conversando e dei de cara com uma loira pasma.

– O que... –Ela sussurrou, me encarando de olhos arregalados.

– Luna? Luna, deixa eu explicar, eu... –McLaggen tentou persegui-la, as ela saiu em disparada até a nossa mesa.

– Eu não preciso de explicação, seu idiota! Como Hermione disse, estou muito melhor sem você. Quer um exemplo disso? –Luna se virou de repente para Neville que estava de pé vendo a confusão pronto para agir se algo desse errado, e foi surpreendido por um beijo da loirinha. Todos arfaram de surpresa.

– Ah, então é assim? O débil mental do Logbottom é seu novo paquerinha? Felicidades ao casal de retardados. –Ele saiu pisando duro, os meninos tiveram que segurar eu e minhas amigas para que não fossemos atrás dele para arrancar cada fiozinho daquele cabelo enrolado dele. Luna só encarava a silhueta de McLaggen se afastando com uma expressão de desgosto e ainda abraçada ao Neville que parecia atordoado com a situação que presenciou.

– Retardado é você, seu desgraçado! –Berrava Cho.

– Meninas, os seguranças estão todos olhando para nós. É bom se acalmarem. –Disse Harry aos sussurros, segurando uma Gina raivosa.

– Ele tem razão... –Suspirou Luna. – E aquele idiota não merece nossa atenção. Que tal um milkshake? –Compramos milkshakes no Bob’s e nos sentamos em algumas poltronas dispostas no centro do shopping. Eu estava no colo de Rony em uma poltrona única dividindo meu milkshake de morango com ele.

Não falamos muitos, todos estavam absortos com seus pensamentos próprios. Eu agora mordia uma parte de uma batata do McDonald’s e dava a outra parte para o ruivo morder, ele sorriu e me deu um selinho depois de comer sua parte.

Como ainda nos restava algum tempo, fomos para o playground e nos divertimos com alguns jogos de dança, corrida e quando deu cinco e meia da tarde, eu discutia com uma máquina de bichinhos de pelúcia.


– Maldição... –Xinguei, enfiando mais uma ficha na porcaria da máquina e mexendo na mão mecânica, deixando cair por um triz o cachorro de pelúcia que tinha agarrado. – MALDIÇÃO! Rony... –Choraminguei para ele, que disputava uma corrida de carro no brinquedo mais próximo com Cedrico, Cho incentivava o namorado. Harry tentava pegar um bichinho na máquina ao lado para a ruiva e Neville conversava absorto com Luna em um canto.

– Que foi, princesa? –Gritou ele, virando o volante de brinquedo com violência e xingando o jogo porque não conseguia ultrapassar do Diggory.

– Pega uma pelúcia para mim? –Fiz bico quando ele voltou seus olhos azuis para mim.

– Parabéns Diggory, você ganhou, eu não resisto a um biquinho desses. –Cedrico ergueu os braços e gritou “Winner”, para depois rir e ser atacado pela boca da japonesa. Rony foi até a mim sorrindo e pegou da minha mão a última ficha. – Qual que você quer, baby? –Perguntou ele docemente.

– Posso escolher? –Perguntei com os olhos brilhando e ele assentiu ainda sorrindo. – O coelho. –Apontei para um coelhinho todo branco felpudo que carregava uma cenoura nas patinhas. Ron mal precisou mexer na mão mecânica para que ela agarrasse a pelúcia de primeira. Dei um gritinho contente quando ele me entregou o coelho. – Obrigada, amor! –Beijei-o, abraçada a pelúcia. Olhei para meu coelhinho novo entusiasmada e fitei a cenoura dele. Divertida, olhei para Rony de volta. – Combina com seus cabelos, cenoura.

– Haha, engraçadinha. –Ele fez uma falsa pose de magoado e caiu na gargalhada, me abraçando.


Passamos mais quinze minutos andando pelo shopping, foi quando contei sobre meu noivado. Todos me apoiaram, o que já era de se esperar, mas o que eu não esperei foi ver as meninas discutindo sobre quem ia ser minha madrinha. O único jeito de acalmá-las foi dizendo que teria espaço para todas, ai podemos voltar para casa. Tinha sido um dia perfeito, e eu não poderia querer mais nada além das pessoas que eu tanto amo ao meu redor....

Os dias que recorreram foram tão satisfatórios que eu não tinha palavras para descrever minha alegria. Primeiro, porque eu e Rony conseguimos entrar na faculdade próxima a nossa futura casa, escolhi cursar a faculdade de pediatria, pois foi na biblioteca que aprendi o quanto crianças são fascinantes, e é claro que a pequena Victoire me ajudou a decidir isso também.

Já Ron, decidiu cursar Arquitetura, sua nova paixão. Era visível, ele estava ficando cada vez mais maduro a medida que os dias foram, não que deixasse de me atazanar quando tinha tempo, o que nunca deixaria de fazer, mas eu sabia que estávamos crescendo juntos e cada vez mais nosso brilhante futuro estava mais palpável.

Meu trabalho ia de vento em popa, Minerva se aposentou do seu serviço de recepcionista e eu fui promovida para seu cargo, o que era realmente ótimo. Ron também ganhou méritos por ser o funcionário mais competente das empresas Brown.

Meu pai gostava cada vez mais da ideia de me casar com o ruivo, já que o maior medo dele era que eu me casasse com um vagabundo que teria de sustentar.

Já estávamos indo para o mês de abril e eu estava quase recorrendo a ir no médico, meu cansaço havia se agravado e agora não conseguia ficar em pé para recepcionar as pessoas em meu balcão nem por uma hora que fosse, além das minhas pálpebras me traírem se fechando em horas inapropriadas.

Percebi que estava ficando mais inchada também, devia ser a menstruação se aproximando ou porque estava comendo feito uma baleia. Já estávamos no final do mês, o que era estranho meus “dias” não terem chegado ainda, pois a tempos andava desconfiada de TPM. Era uma sexta-feira, mais três dias e o mês de abril chegaria.

Eu estava na casa de Rony no banheiro do quarto dele após o almoço. Depois de lavar meu rosto para espantar o sono que me consumia, me olhei no espelho.

Vestia um shorts de algodão e uma regata soltinha, me virei de lado e ergui minha blusa. Estava realmente inchada.


– Droga... Preciso de uma academia. –Resmunguei chateada e o ruivo entrou no banheiro. Ele estava com uma cara péssima, com olheiras grossas e com o rosto pálido. O motivo disso era que durante um almoço se entupiu de alguma comida que o deixou mal e há dois dias ele não parava de vomitar, ter dores de cabeça e de barriga.

– Precisa nada, está perfeita. –Ele sorriu, depositando um beijo no meu pescoço.

– Claro que preciso, estou gorda... –Soltei um muxoxo.

– Não teima, baby. –Pelo reflexo no espelho, pude ver Molly adentrando no quarto.

– Crianças... Querem ir comigo e com os gêmeos acompanhar Fleur nas compras de roupinhas para a Victoire? Os meninos vão ficar passeando pelo shopping. –Disse ela se aproximando de nós.

– Eu vou ficar, não estou muito bem... –Respondeu Rony fazendo uma careta que indicava enjôo.

– Eu fico com você, amor.

– Não precisa, vou dormir até vocês voltarem. –Ele beijou minha testa. – Se divirtam!

– Tudo bem... Até depois, descanse! Amo você. –Acenei e sai do quarto quando ele disse que me amava também.


Entrei no carro com os clones excitados que não paravam de repetir que estavam com muita vontade de irem no playground, pois fazia anos que não iam. Fred foi dirigindo, Jorge ao seu lado conversando animadamente com o irmão e eu do lado de Molly no banco de trás.


Chegando no shopping lá estava Fleur carregando sua loirinha de quase seis meses que balbuciava para o pai babão.


– Essa menine não parra de crrescer, vestidinhos que cabiam nela ontem não cabem mais hoje. –Suspirou ela, beijando minha bochecha.

– É assim mesmo, Fleur. Nem chegamos a ver nossos pequenos crescerem. –Depois de cumprimentar Gui, entramos no shopping e os gêmeos se separaram de nós, indo pelo outro lado, enquanto nós íamos na sessão infantil, visitando várias lojinhas para bebês.


Era incrível a variedade de roupas fofas, sapatinhos que sumiam na palma da minha mão, pelúcias coloridas e antialérgicas, andadores cheios de coisas para entreter os pequenos...


Peguei um lindo tiptop azul marinho de veludo e o estendi sobre meus braços, tão minúsculo. Na minha mente sonhadora eu conseguia enxergar um menininho de cabelos ruivos e olhos azuis ali dentro, mexendo seus braços gordinhos e sorrindo para mim. Suspirei com meu pensamento e voltei a ir atrás de Fleur, que verificava o tecido de um vestido preto com bolinhas brancas que vinha com uma faixa de cabelo combinando.


Depois de muito andar pelas lojas carregando sacolas tão pequenas quanto o conteúdo dentro, Gui não resistiu e teve de levar um enorme panda de pelúcia por quem Vic se apaixonou e tentava de qualquer jeito abraçar.


Voltamos para casa tranquilamente no final da tarde, lá pelas cinco e meia. Os gêmeos comentando da tarde divertidíssima que tiveram e Jorge contava como roubaram o sorvete de uma criança.


– Foi realmente engraçado, ele tinha colocado o potinho de sorvete no braço da poltrona em que estava e nem percebeu quando eu peguei. Ele se virou para pegar o sorvete de novo e olhou assustado para o lugar vazio, Fred não agüentou e caiu na gargalhada, não foi, Fred? –Jorge olhou entusiasmado para o irmão, que dirigia rindo, mas concentrado. Molly soltou um muxoxo de desaprovação e cruzou os braços, eu apenas ria com eles.

– Foi sim... Mas mãe, nem se preocupe. –Fred se virou ligeiramente para olhar para a mãe. - A mãe dele era rica e pode comprar outros milhões de sorvete se ele quiser e... –Mas ele não pode completar a frase, antes que dissesse qualquer outra coisa, Molly gritou.

– FRED, CUIDADO! –Olhei para o lado da janela dela e pude ver o vislumbre de um caminhão em alta velocidade cruzando a rua sem ter visto nosso carro, achando que a estrada estava livre. Tudo aconteceu em frações de segundos, só me lembro de Fred não conseguir desviar a tempo e o caminhão bater de frente com um estrondo assustador e ensurdecedor no lado esquerdo, o lado dele e de Molly.


Logo após isso, bastou um milésimo para que minha cabeça fosse jogada contra o vidro do carro em uma pancada forte e tudo escurecesse, os sons aterrorizantes de gritos desaparecessem dos meus ouvidos e eu caísse inconsciente.


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Notas finais do capítulo

*musiquinha de suspense de fundo* e ai florzinhas cheirosas do lindo jardim, gostaram? NÃO ME MATEM, NÃO IMPLOREM POR SPOILERS *desvia das pedras* HSAUSAHSAUH e no capítulo que vem não me mandem para a forca e para a guilhotina, ok? vocês precisam de mim pra ver a fic até o final. HAHAHAHA no próximo capítulo, a mística doença da Mione será revelada O:
eeenfim, aguardo ansiosamente seus lindos comentários que fazem meu dia mais feliz e colorido :3 beijos e até semana que vem :*



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