The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 33
I need time...


Notas iniciais do capítulo

heeeey bisnaguinhas do meu coração :3 tudo bom? eu vou bem, tirando uma prova que fiz hoje, de matemática. fiquei super nervosa, tomara que eu tire uma nota boa, afinal minha primeira nota em matemática foi 3,0 então... boa sorte para mim! Sorte que minha mãe nem descobriu, se não vocês não teriam mais autora dessa fic HAHAHAHAHAH só que agora tenho um 3,5 em português pra mostrar pra ela, SIM, TIRO NOTA BAIXA NA LÍNGUA QUE FALO. e em inglês tiro sempre 10, pode isso?
mas enfim, não vim aqui falar das minhas notas. aaaah, acho que esqueci de avisar que comprei minha coleção de Harry Potter! meus sete livros amados ♥ já estou no Prisioneiro de Azkaban, terminando já :D hoje termino e parto para Cálice de Fogo, que já li uma vez no computador, mas não me canso de ler novamente. ATÉ MINHA MÃE ENTROU PARA O LADO AZUL DA FORÇA E COMEÇOU A LER, e está adorando. Afinal, quem não gosta de Harry Potter? Só os trouxas mesmo.
enfim, queria muito agradecer a todos os reviews que vocês, leitoras lindas que eu tanto amo, estão mandando. vocês não fazem ideia do quanto me deixa feliz saber que além de gostarem da história, ganhei amigas aqui ♥
sem mais delongas, quero desejar uma boa leitura a todas, não vou dar spoilers iniciais dessa vez, quero que todas se choquem mesmo. HAHAHAHAH beijinhos, aguardo seus lindos comentários e até sexta que vem :*



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Hermione POV

Voltamos correndo para os outros e foi minha mãe ver meu corpo encharcado, que sua boca escancarou em uma expressão de choque.

– Antes que comece a me dar broncas, foi culpa dele. –Apontei para Rony fazendo cara de quem nunca aprontou na vida. A cara que minha irmã fazia para me dedurar quando eu fazia alguma coisa.

– Ah, é um bobo, não é? –E o rosto da minha mãe se abriu em um grande sorriso, tão grande que pude ver até seus dentes sisos. Estou dizendo, são esses olhos azuis brilhantes que enfeitiçam ela. Maldito ruivo.

– Foi só uma brincadeira, a piscina estava quente. –Rony deu aquele sorriso galanteador enquanto eu olhava para os dois com uma cara de quem diz “Sério, vocês dois? Sério?”. Meu pai fazia a mesma cara que eu.

– Não precisa se explicar, querido. Vamos continuar a festa então? –Por que isso não acontecia comigo também? Por que não funcionava com meus olhos? O que os olhos do meu namorado tem de especiais? Ó céus.

– Meus olhos são encantadores também... –Nem percebi que havia pensado alto, só quando Rony começou a rir foi que percebi.

– Claro que são, mas mães não são enfeitiçadas pelos olhos dos filhos, elas têm algum colete à prova de olhares inocentes. –Ri, achando a explicação convincente.

– É, deve ser... Mas nem se eu olhar assim para ela? –Pisquei meus cílios inocentemente e Rony mordeu os lábios.

– Com ela não funciona, mas comigo... –Fui envolvida por um abraço de urso e cai na gargalhada.

– Agora sei o que usar contra você no tribunal, Ron. –Falei e ele riu, mordendo meu pescoço de leve. Caminhamos pela praia até chegarmos mais próximos do local onde o show de uma banda não muito famosa ocorria.

Pulamos e dançamos um monte, o que ajudou a me esquentar, pois antes na piscina quente estava uma delícia, mas agora com esse vento frio do litoral estava ficando difícil agüentar. Sorte que tinha o bendito calor humano por perto, e meu namorado gostoso também.

Nunca me diverti tanto em um ano novo como me diverti nesse. Os réveillons que passei em Londres, minha terra natal, o máximo que eu fazia era sair de casa toda encasacada, ficar nos ombros do meu pai para poder ver melhor os fogos porque na época eu era muito pequena e não tinha chances de enxergar sem estar nos ombros dele.

Sim, era ótimo ver o show de luzes e fogos de artifício no London Eye, ter uma ótima vista privilegiada do Palácio de Westminster todo iluminado para o ano novo, mas nada se compara com a presença de amigos loucos, família mais louca ainda e tudo isso reunido.

Depois que fiquei com a voz rouca de tanto gritar as músicas que o grupo tocava, trazendo animação até para minha irmã que chegou a esquecer o medo de um caranguejo que viu caminhando pela faixa de areia, uma hora cansei e meus olhos começaram a pesar.

Eu estava praticamente escorada em Rony escutando o barulho das ondas quebrando nas rochas, me balançando de um lado para o outro no ritmo de uma música qualquer que soava irritantemente alta em meus ouvidos e acabei cochilando durante alguns segundos.

– Amor? –Chamou o ruivo me cutucando e eu acordei prontamente, pulando de susto.

– Ahn...? Que foi?

– É bom irmos deitar, está ficando tarde. –Ele olhou no relógio digital em seu pulso. Já se passavam das três da manhã.

– Não... –Resmunguei, bocejando. – Não vamos conseguir dormir com essa festança toda que vai durar até de manhã.

– Menina, você cochilou encostada em mim sendo que estamos a no máximo três metros das caixas de som. Você consegue dormir até se o Apocalipse chegar nessa noite. –Mesmo morrendo de preguiça, consegui rir e bater no braço do meu namorado.

– É, é verdade. Boa noite gente! –Acenei para os outros que tomavam refrigerantes e dançavam ainda com energia sobrando.

– Já vai, Mi? –Perguntou Cho fazendo bico.

– É cedo... –Reclamou Gina manhosa.

– Fica aqui com a gente... –Luna fez cara de cachorrinho pidão.

– Meninas, amanhã vocês tem o dia todo para passar com ela. Vem, amor. Boa noite pra todos! –Rony acenou, pegando na minha mão e me puxando dali, pude escutar os outros respondendo o “boa noite” e Cho resmungando raivosa algo como “esse Rony precisa de uma louça pra lavar”, não contive uma risada. Essa japonesa...

Chegando em casa novamente, que era uma alegria ser tão perto da festa, adentramos e fomos para o quarto. Peguei um moletom qualquer que achei em cima da cama, que achei que serviria de pijama e me mandei para o banheiro.

Me joguei debaixo do chuveiro de olhos fechados e mergulhei em um cochilo, para depois me lembrar que de tão cansada que eu estava, seria possível eu me afogar durante o banho, sério.

Sai do banho, vesti minhas roupas íntimas e o moletom que havia pegado. Percebi que havia algo de diferente, não continha meu perfume de baunilha e sim um cheiro que me deixou tonta de tão bom, e havia ficado muito grande para meu corpo. Me olhei no espelho e me peguei vestida com um moletom do Rony, ri de mim mesma.

Era um moletom azul marinho da GAP que chegava um pouco acima da metade da minha coxa, já as mangas cobriam minhas mãos. Inspirei profundamente a peça que aquecia meu corpo e sorri, Ron que me desculpasse, mas aquele moletom agora era de minha propriedade.

Cheguei ao quarto novamente e o ruivo estava já deitado na cama com sua típica calça de moletom e com a parte superior do corpo descoberta, para a felicidade dos meus olhos. Quando se virou e viu o que eu vestia, soltou uma gostosa gargalhada.

– Então foi você, senhorita Granger? –Ri, soltando meus cabelos que havia prendido pra tomar banho.

– Foi, Weasley. Por quê? Algum problema? –Deitei ao seu lado, me arrumando em uma posição confortável.

– Está com alguma roupa debaixo desse moletom? –Perguntou ele e eu arqueei minhas sobrancelhas, visivelmente confusa.

– Tirando as roupas íntimas...

– Então nenhum problema, Granger. –Sua mão levemente fria de quem acabou de sair do chuveiro e pegou um vento frio, pousou em minha coxa e eu estremeci, rindo em seguida.

– Seu depravado. –Me escondi debaixo das cobertas e ele riu, me puxando para mais perto. Me aninhei em seu peito quente e trancei nossas pernas, percebendo que um moletom e meu namorado era tudo que eu precisava para passar uma noite quentinha.

Pude perceber sua respiração ficando cada vez mais lenta, como se ele estivesse caindo no sono. Já eu, havia ficado bem acordada depois do banho, e o barulho da festa lá fora parecia muito mais alta agora. Percebi passos adentrando na casa, os outros haviam chegado também, só que a música alta não cessaria pelo menos até as primeiras horas da manhã.

– Perdi o sono... –Reclamei, soltando um muxoxo e não recebendo resposta nenhuma do Ron. Ele havia cochilado, será? Resolvi checar da forma mais depravada que existia, e olha que eu havia chamado ele de depravado. O que eu era, então?

Me desvencilhei dos seus braços, rolando por cima do seu belo corpo e sentando no seu colo. Meu lema foi sempre esse: Se eu não durmo, ninguém dorme.

– Amor... –Sussurrei com um tom de voz manhoso. – Não estou mais com sono... –Me esfreguei nele feito um gato e Rony se mexeu embaixo de mim, pelo jeito estava sim em um cochilo apenas.

– Hum... –Resmungou ele, sorrindo sonolento. – Posso estar com essa preguiça no corpo, mas alguém já despertou aqui. –Ri baixo para que as pessoas que passavam no corredor não escutassem.

– Vou tentar dormir para deixar você descansar. –Dei um beijo no pescoço dele e voltei a me deitar na cama.

– Nada disso, Granger. –Rony veio para cima de mim, parecendo incrivelmente mais acordado. – Me despertou, agora vai agüentar as conseqüências. –Ele começou a mordiscar o lóbulo da minha orelha, descendo beijos pelo meu maxilar e meu pescoço, me agarrei em seus cabelos mordendo meus lábios.

– Só não faça os outros nos ouvirem, por favor... –Rimos baixinho e nos entregamos naquela madrugada linda de primeiro de janeiro, onde as estrelas cintilavam lá fora, acompanhadas por uma lua brilhante em um céu azul escuro aveludado e uma brisa fria acariciava nossos corpos flamejantes.

Rony POV

Despertei quando as gaivotas começaram a fazer algazarra na praia. Abri meus olhos preguiçosamente e me espreguicei, repousando um dos meus braços nas costas nuas de Hermione que dormia serenamente deitada sobre meu peito com a mão descansando no meu abdômen. Minha outra mão, deixei acariciando os cabelos macios e ondulados dela.

Vi meu moletom – que segundo ela, agora havia se tornado de sua propriedade – jogado no chão e me lembrei da noite anterior. E que noite.

Na minha visão, estava tudo finalmente tomando seu lugar certo, e isso enchia meu coração de felicidade. Ver o rosto feliz da minha família, dos meus amigos e da minha namorada era o que confirmava que a partir de agora seria vida nova, uma vida sem erros, sem dificuldades que não poderemos ultrapassar, só com alegrias e a garantia de um futuro no mínimo, perfeito.

Tudo que passei para estar onde estou agora, vejo que valeu a pena. Todos os segundos de batalhas que pareciam tão difíceis de vencer, todos os momentos de tristeza, estavam sendo recompensados com momentos feito esse em que eu estava agora, com minha namorada perfeitamente bem em meus braços, do jeito que sempre deverá ser.

Daqui a um mês completaremos um ano de namoro, e pensar em tudo que tivemos que passar para chegarmos até aqui, faria um monte de gente desistir no começo das dificuldades, mas nós persistimos, pois o amor era maior. Tudo que cresci, tudo que amadureci para poder ter essa menina maravilhosa que tenho ao meu lado... Posso dizer que tudo que já passei, cada detalhe árduo, valeu a pena cada centésimo de segundo.

Depois de algum tempo apenas velando o sono de Hermione, assistindo sua respiração calma, seus leves sorrisos que dava quando provavelmente sonhava com algo bom e sentindo suas mãos me puxando mais para si, como se quisesse que eu nunca fosse embora, decidi me levantar.

Me desvencilhei com cuidado dos braços de Hermione, que se remexeu um pouco na cama para depois voltar a dormir quando puxou o travesseiro que eu deitava contra seu corpo, sentindo meu cheiro e voltando para seu mundo dos sonhos.

Coloquei uma camiseta qualquer e sai na varanda da casa, inspirando o ar delicioso que vinha do mar, escutando o som das ondas e o canto dos pássaros que pousavam em uma árvore frutífera mais próxima.

Sai do quarto quase que sorrateiramente para não acordar Hermione e pude escutar um breve resmungo dela quando fechei a porta. Desci as escadas bagunçando meu cabelo mais do que ele já estava bagunçado e cheguei na cozinha, onde as mulheres mais velhas já estavam acordadas fazendo o café.

– Bom dia, meninas. –Entrei sorrindo amigavelmente.

– Bom dia, Rony. –Falou Sarah, a avó materna de Hermione sorrindo para mim. Ela era a cópia de Rachel com alguns anos de mais experiência, os mesmos cabelos castanhos liso em um corte chanel bem jovial e os mesmos olhos cor de mel que sempre me encantavam. Mulher encantadora ela, que me surpreendeu me vencendo em um jogo de dança.

– Bom dia, querido. –Dessa vez foi Charlotte quem me cumprimentou, a avó paterna da Mione. Cabelos castanho claro como o filho e a neta, curto e com as pontas viradas para dentro, olhos claros que o filho herdou. Outra mulher adorável que eu simplesmente amei.

– Bom dia, filho. –Mamãe disse sorrindo.

– Bom dia. Acordou cedo, o que houve? –Rachel perguntou dando um sorriso simpático.

– Ah, está um dia tão bonito, não perderia essa oportunidade. –Sentei em um dos bancos próximo a bancada, olhando o céu azul limpo do lado de fora. Parecia até um dia de verão, se não viesse um vento frio da janela diria que lá fora estaria bem quente.

– Verdade. –Concordou vó Sarah colocando o café na mesa.

– Dormiu bem? –Perguntou Charlotte.

– Dormi, dormi sim... –Algumas lembranças da madrugada anterior passaram na minha cabeça, Hermione tirando sangue da boca com os dentes para não acordar todo mundo com seus gemidos... Cena lastimável que me fez dar uma breve risada.

– Por que não me chamou? –Nem havia percebido a chegada de Mione, só quando ela me abraçou por trás depositando as mãos em volta do meu pescoço falando com a voz rouca de quem acabou de acordar, foi que percebi.

– Porque você iria me bater. –Falei simplesmente e ela riu, mordendo de leve minha nuca. As outras mulheres riram junto.

– Ai que calúnia. –Reclamou ela fingindo estar injustiçada e eu ri, me girando no banco ficando de frente para ela e abraçando sua cintura, Hermione ainda vestia meu moletom.

– Crianças, vão alertar os outros que o café está pronto. –Pediu vó Sarah.

– Deixa que eu vou, amor. –Falei, beijando a testa da minha namorada e me levantando, indo em direção das escadas. Senti meu celular vibrar no bolso da minha calça de moletom e tirei para olhar o que era, havia recebido uma mensagem.

Bom dia, Ronald. Queria informar que soube do seu interesse no emprego em minha empresa. Quero saber se podemos marcar uma data para nos encontrarmos e fecharmos a vaga. Entre em contato o mais breve o possível, obrigado.

De: Richard, empresas Brown.

Me senti até meio tonto enquanto lia as linhas da mensagem não muito grande, mas que fez anjos cantarem em coro ao meu redor. Richard era nada mais nada menos do que o chefe das Empresas Brown, uma empresa muito famosa de publicidade com várias filiais dentro da América. E ele também era meu antigo sogro, o que me dá repulsa até hoje em dia, mas se era questões de emprego, não discutiria.

Sim, Richard era pai da Lilá. Só que nada além de um salário ótimo, condições perfeitas de trabalho e todos os benefícios disponíveis, me fariam trabalhar no mesmo local que o pai da menina que eu mais odiava no mundo. Se bem que ele também não era uma das pessoas mais agradáveis que já encontrei, mais ainda agora que pisoteei o coração da sua mimada filha única.


Mas pelo jeito tinha dado tudo certo. Eu havia mandado minha ficha por e-mail, para ver se eu conseguia pelo menos contato com ele, e consegui A VAGA! Era bom demais para ser verdade.

Mas calma, eu não poderia sair por ai gritando que consegui esse emprego, pois além de Hermione e todos meus amigos e amigas surtarem pelo fato do meu futuro chefe ser o pai da menina que todos odeiam, eu poderia estragar tudo tirando conclusões precipitadas.

Bati na porta do quarto de cada amigo meu que dormiam com as respectivas namoradas, tirando minha irmã, que se dormisse com Harry eu teria que capá-lo antes com a ajuda com meu pai. Meu pai e os gêmeos já estavam acordados então, desci e aguardei pelos outros sentado a mesa coberta de pratos deliciosos.

Demos início ao café da manhã e eu me mantive estranhamente quieto até para mim, só que ninguém deu bola, estavam dando mais atenção para as panquecas gostosas que as mulheres incríveis haviam feito, todos pareciam cansados demais da festa do dia anterior para falar alguma coisa.


– Vou trocar de roupa e jogar vôlei na praia, alguém quer se juntar? –Perguntou Cho, se levantando da mesa.

– Eu quero! –Disse Luna sorrindo e minha irmã apenas levantou o braço para dizer que jogaria também. Meus amigos fizeram o mesmo.

– Ótimo, se mexam então. –Todos riram com o tom de comando da japonesa.

– Não quer jogar com eles, amor? –Questionei Hermione, tirando uma mecha dos seus cabelos caído em seu rosto.

– Depois talvez, quer dar uma volta comigo na praia? –Assenti sorrindo. – Ótimo, vamos nos trocar. O café foi uma delícia, vovós e mães. –Ela sorriu para as meninas responsáveis pelo café da manhã.

– Concordo plenamente. –Concordei, me levantando e escutando seus agradecimentos enquanto já subia as escadas com minha namorada do meu lado.

Coloquei uma calça jeans e um moletom cinza, calcei meu tênis e fiquei observando Hermione se trocar. Até o jeito que ela ajeitava sua calça skinny clara para se moldar ao seu corpo era lindo. Suspirei involuntariamente vendo-a descobrindo sua nuca prendendo seus cabelos em um coque frouxo.


– Vamos? –Sorriu ela percebendo meu sorriso abobalhado.

– Aham. –Levantei da cama saindo do meu transe, saímos pela varanda do quarto mesmo que dava acesso para a praia. Ela segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos e caminhando comigo pela faixa de areia. De um local mais longe dali, conseguíamos enxergar os casais jogando vôlei animadamente.

Caminhamos em silêncio por algum tempo, na minha mente a mensagem de Richard tomava conta dos meus pensamentos.


– Amor, você acredita nessas superstições de ano novo? Tipo, pular as sete ondas, comer lentilha...? –Perguntou Hermione, quebrando o silêncio.

– Sabe que não? Acho pura besteira, pois nada pode mudar o destino quando ele está certo de algo. Nossa, filosofei. –Ela deu uma risada deliciosa que encheu meus ouvidos. – E você? –Olhei para ela interessado.

– Não, eu acredito no amor. Sabe, quem não tem amor não é nada. O amor é sofredor, é benigno, não é invejoso, não se porta com indecência, não busca seus interesses, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. O homem mais rico do mundo que tem tudo menos amor, não tem nada. –Arregalei meus olhos visivelmente surpreso com as palavras lindas que ela disse. – Passei um dia todo lendo um trabalho de Ensino Religioso para Sophia e acabei aprendendo isso. –Ela sorriu corada.

– Uau, é realmente lindo.

– É... Foi ai que me toquei o porquê que Lilá não ia para frente. Ela não tinha amor.

– Lembrando dela? –Arqueei uma sobrancelha e ela riu.

– Ah, foi repentino...

– Amor... –Lembrei da mensagem. – Tenho uma coisa para te contar. –Ela me olhou intrigada.

– O que é?

– Recebi uma mensagem dizendo que consegui um ótimo emprego... –Falei calmamente e Hermione abriu um grande sorriso.

– Sério, Ron? Isto é ótimo! –E me abraçou ainda sorrindo, retribui por mais que estivesse um pouco incomodado, e ela percebeu isso. – O que foi? Não gostou do emprego?

– Não é isso... É que se der tudo certo, vou trabalhar na empresa Brown e... –Pude ver os olhos dela se arregalando.

– Como assim “empresa Brown”? A empresa que o pai da Lilá é dono? –Eu sabia que ela ia surtar, conheço Hermione na palma da minha mão.

– Calma Mione, eu...

– Não tem calma! Quero dizer... É, é um lugar bom, o salário dos funcionários é alto e as chances de você ir para frente são inúmeras, mas... –Ela abaixou a cabeça. – Você se lembra do que Lilá prometeu? Disse “se está pensando que vou te deixar em paz, está muito enganada, Hermione”. Ela não vai perder a chance de se vingar depois que souber que você está trabalhando na empresa do papai dela.

– Amor... O pai dela leva a empresa muito a sério, muitas vezes mais a sério do que a própria família. E sabe, ele não é que nem o pai do Malfoy que faz tudo para o filho e apóia quando ele faz algo de errado, o Brown é muito rígido com sua mimadinha. –Escutei Hermione suspirar do meu lado.

– Se você acha que está fazendo o certo... –Me virei para ela.

– Sei que estou fazendo certo, pois se você for para Harvard, posso me mudar para Boston com você e continuar trabalhando na empresa, em uma das filiais que tem lá. –Sorri para ela, que retribuiu.

– Tudo bem, é errado me deixar levar por esse medo bobo. Aquela vadia é somente nosso passado, e o que importa agora é o nosso presente e futuro. –Nos abraçamos e eu beijei o topo da sua cabeça. – Vou te apoiar sempre, seja o que for.

– Ah, eu te amo minha pequena. –Beijei-a apaixonadamente, para depois voltarmos a caminhar pela faixa de areia.

– CUIDADO A CABEÇA, MIONE! –Gritou Cho antes da bola de vôlei passar raspando pelas nossas cabeças, caímos na gargalhada.

– Vamos jogar? –Perguntou minha namorada com um brilho nos olhos.

– Vamos! –Corremos animados até para perto dele e iniciamos uma partida animada de vôlei.


Hermione POV

Por mais que eu achasse extremamente estranho Rony ter conseguido um emprego assim, sem fazer nenhuma entrevista ou algo parecido, e mais ainda na empresa do pai da Lilá, me calei. Nesse mato tinha cachorro, e eu iria descobrir o que era.

Não sou muito de ter sexto sentido, até uma ex professora minha do ensino fundamental que era doidinha de pedra e dizia saber ler o futuro de todo mundo seja por búzios, tarô, bola de cristal ou palmas das mãos, me disse uma vez que eu não tinha aura e tinha pouquíssima receptividade às ressonâncias do futuro, que é que seja que isso significa, mas isso estava me cheirando a atividades externas da vadia loira.

Deixei minhas desconfianças de lado e fiquei até a hora do almoço jogando vôlei com meus amigos na beira do mar, sentindo a brisa do litoral acariciar meu corpo e o barulho das ondas me deixando calma, além das gargalhadas de todos e Cho dando seus mini ataques de fúria.

Depois, nos mandamos para o almoço que estava repleto de gostosuras, como sempre, e me esqueci de vez do bendito emprego do Rony. Só que quando ele resolveu contar para todo mundo, foi que me lembrei novamente das minhas preocupações. Nem preciso dizer que minhas amigas simplesmente surtaram, falaram que tinha dedo da vaca oxigenada, e os meninos negaram e insistiram que meu namorado deveria pegar a vaga sem pensar duas vezes. Deixamos a decisão principal para os adultos.


– Bom... –Começou minha avó Sarah, dando um longo suspiro. – É uma ótima oportunidade para o jovem Rony, isso sem dúvidas.

– Também acho. –Concordou minha mãe. - Então, acho que não devem se preocupar com essa menina mal amada, e sim com o futuro promissor que chegou ao Rony.

– Concordo. –Disse Molly séria, para depois se desmanchar em sorrisos. – Meu filhinho está crescendo, está virando homem. –E apertou as bochechas do filho, que ficou escarlate. A sala de jantar se encheu de gargalhadas.

– Mamãe... –Resmungou ele constrangido por entre risadas. Resolvi mesmo esquecer por isso de uma vez por todas, afinal, era uma grande chance e meu namorado deveria aproveitar.

No final da tarde, já era hora de ir embora, infelizmente. Me despedi dos meus avós com muita dor no coração, pois não sabia quando os veria novamente, da última vez que eles disseram que passariam na minha casa, ficaram um ano fora.

Tinha sido um período curto, mas maravilhoso. E agora só de pensar em voltar para o mundo real de Los Angeles me dava arrepios, eu não queria deixar a praia maravilhosa de Malibu para meter minha cara nos livros desde já para conseguir passar na Harvard.


– Tchau meus bebês. –Eu me despedia das minhas amigas ainda na casa dos meus avós, já estávamos todos reunidos na garagem tirando os carros.

– Tchau Mi. –As três me abraçaram forte.

– Quando vamos nos ver novamente? –Perguntou Cho, fazendo biquinho.

– É, já estamos com saudades. –Falou Luna com a voz triste.

– Eu tenho vantagens, sou sua cunhada e sua melhor amiga. –Rimos.

– Meu deus, chega de drama, tenho certeza que amanhã já estarão enfurnadas na casa uma da outra. –Resmungou Fred recebendo um belo de um “Cala boca, Fred” dito por quatro meninas.

– É só me ligar que combinamos. –Respondi a japonesa sorrindo. – Amo vocês, minhas lindas. –Acenei adentrando no carro do meu namorado.

– Amamos você também! –Disseram a loira e a japa juntas soprando beijos. Gina entrou no carro comigo, sentando ao lado do namorado.

Foi uma viagem tranqüila de uma hora banhada por paisagens litorâneas de tirar o fôlego até estarmos de volta em Los Angeles. Me despedi de Gina e Fred e Jorge imitaram nosso pequeno drama, exagerando bastante, é óbvio.


– Tchau amiga, meu amor por você é infinito. –Falou Fred em uma voz fina, piscando os cílios para Jorge.

– Adeus meu bebê, meu tudinho, te amo um tantão assim. –Jorge abriu bem os braços enquanto o irmão se curvava de tanto rir. – Já estou até com saudades, meu anjinho da guarda. –Gina acertou os dois com uma chuva de tapas.

– Irritantes! –Berrou a ruiva para depois Molly a repreender por bater nos irmãos, que rachavam de tanto rir.


...

Os primeiros dias de janeiro se passaram calmos, tirando o fato de que meu pai exigiu que eu começasse a fazer aulas de direção, sendo que Hermione Granger simplesmente surta quando toca em um volante. É sério, tenho pavor de carros. Para mim que eles vão se levantar fazendo aqueles barulhos metálicos, se transformar em um Decepticon, e por fim, comerão minha cabeça.

Fiz as primeiras aulas tranquilamente, pois eram aulas teóricas. Bom, não tão tranquilamente assim, porque no dia em que meu professor resolveu mostrar slides de pessoas acidentadas, sai da sala correndo e chorando feito um bebê. Gina, que fazia aula comigo, caiu na gargalhada vendo minha reação, ao contrário dos outros que me olharam como se eu fosse louca.

Já estávamos passando da metade de janeiro, fazia algum tempo que eu estava fazendo minhas aulas e já iria fazer um teste e ir para as aulas práticas. Rony resolveu me ajudar, emprestando seu carro “velho”.


– Primeiro dia de aula prática, animada aluninha? –Questionou o ruivo, os olhos brilhando de animação. Ele já sabia do meu pânico por carros e por isso não via a hora de tirar muito com a minha cara. Maldito seja ele.

– Muito. –Respondi sem empolgação alguma, adentrando na BMW dele. Sentei no banco do motorista e coloquei o cinto, aguardando ele entrar.

– Sabe como liga, não é?

– Claro que sei. É só dizer “ligue-te, sésamo” que ele liga. –Debochei, tentando espantar o tremor das minhas mãos. Rony deu uma gargalhada sonora.

– Óbvio. Coloquei as chaves e... –Antes que ele terminasse, já havia ligado o carro. – Já pilotou um carro antes?

– Já sim. O professor deu um joguinho para nós alunos jogarmos, tinha um volante de brinquedo, freio, acelerador... Tudo.

– Foi bem?

– Atropelei uma velhinha no jogo. – O ruivo arregalou os olhos. – E voei por cima de um prédio. –Arregalou mais ainda. – Brincadeira. –Ri e ele inspirou de alívio. – Mas atropelei sim uma velhinha. –Começamos minha aula rindo, o que não deu muito certo, pois quase fui para cima da calçada.

Fui indo com calma, com um ruivo muito apreensivo do meu lado mordendo os lábios. Por mais que a rua estivesse praticamente vazia, ele estava quase surtando do meu lado gritando que eu iria atropelar um pombo.


– Você está me deixando nervosa... –Falei em um tom ameaçador, quase esmagando o volante quando pela sexta vez, Rony me alertava gritando que eu estava subindo no meio fio.

– Mas amor... CUIDADO COM O POMBO! –Bufei alto, parando no meio da estrada e desligando o carro.

– Chega. –Cruzei os braços no meu peito. – Papai que não insista mais, não vou nunca mais por a mão em um carro.

– Teimosa...

– Vou te mostrar a teimosia quando colocar você contra aquele muro e acelerar na sua direção. –Rosnei e Rony se encolheu no banco, rindo.

– Desculpa, juro que vou com mais calma agora. –Ele ronronou se esfregando em mim. – Amor... Vamos... Se você ganhar um carro, vamos poder inaugurá-lo daquele jeitinho que você gosta... –Sorriu malicioso.

– Safado, pervertido. –Era pra ser um xingamento, mas não consegui conter uma risada. – Tudo bem, não vou desistir, mas não é por causa disso. Só por causa disso. –Liguei o carro novamente e recomeçamos a aula, ainda rindo.


...


6 de fevereiro, segunda-feira.

Já estávamos no começo de outro mês, e tudo estava tão bom e agitado que eu nem percebia os dias passarem. Primeiramente porque me ataquei a estudar, não se via uma hora em que Hermione não estivesse com a cara nos livros, afinal minha prova abençoada para entrar para Harvard seria daqui a uma semana.

Depois, porque minhas aulas de direção haviam terminado e minha carteira de habilitação estava em mãos, graças ao meu namorado que disse que se eu não tirasse a carteira, iria me atormentar pelo resto da minha vida dizendo que se eu era realmente a Hermione sabe-tudo, deveria saber dirigir um carro também. Pronto, agora eu poderia jogar na cara dele dirigindo a Mercedes-Benz que meu pai havia me dado de presente.


(Carro: http://www.carrosnitrados.net/blog/wp-content/uploads/2008/09/lorinser_mercedes_benz_640x408.jpg)

E também é claro, por causa do meu abençoado emprego que chegou na hora mais correta o possível. Uma cliente da minha mãe na clínica odontológica, Minerva McGonagall, dona de uma das maiores bibliotecas de toda Los Angeles me ofereceu um emprego para arrumar os livros nas prateleiras. Nem preciso dizer que surtei, né? Bibliotecas são o meu lugar, minha essência, meu templo, e trabalhar lá além de me entreter, me deu amplo acesso aos melhores livros de estudo, para me ajudar na prova dificílima que seria.

Rony também havia conseguido seu emprego dos sonhos, por mais que eu ainda não aprovasse muito a ideia de ele trabalhar no mesmo local que o pai da menina que deve estar fazendo um boneco de voodoo com minha cara nele. Mas... Se isso fosse impulsionar meu namorado em um futuro promissor, estava mais do que contente por ele.

Eu estava sentada em uma cadeira giratória cantarolando uma música da Taylor Swift qualquer, me balançando no ritmo da minha canção mental e com um livro pesado e grosso no colo, folheando suas páginas empoeiradas e lendo suas pequenas palavras que contavam coisas sobre o Egito antigo, coisas que os espertinhos resumem e transformam em programas de televisão, para facilitar o acesso as informações. Aquele livro parecia ter sido abandonado em um canto qualquer a séculos, era fascinante.

Era um livro que Rony encararia, arregalaria os olhos e falaria: “só você mesmo para gostar de um livro com mais páginas que um dicionário e uma bíblia juntos, e além de tudo sem nenhuma figura.” Ri com esse pensamento.

Eu estava em meu horário de folga, durante o almoço. Neville, que coincidentemente foi trabalhar lá, se tornou meu amigo e me trazia uma bandeja com o almoço do dia.


– Aqui está. –Neville chegou e colocou a bandeja em cima do balcão, com seu tom de voz calmo de sempre. - Tire um pouco a cara do livro, Hermione, ele não vai fugir de você. –Brincou ele e eu ri, fechando a capa do livro e colocando-o ao lado da minha comida.

– Tudo bem... –Peguei o garfo e a faca e comecei a comer uma lasanha de presunto e queijo com salada. Houve silêncio o tempo todo, só o barulho das mastigações eram ouvidas dentro da biblioteca enorme. Nós até tínhamos a opção de passar uma hora em um restaurante próximo, mas porque eu perderia a chance de passar uma hora dentro de uma biblioteca sozinha, só pra mim?

Depois que terminei de comer, sai andando por entre as prateleiras altas que faziam o local parecer um labirinto, tanto que nos primeiros dias por várias vezes me perdi na balbúrdia de gente que vinha visitar a biblioteca.

Quando meu turno recomeçou, fui à sessão infantil arrumar os livros que crianças haviam tirado do lugar e bagunçado as prateleiras. Era incrível como que pra tirar um livro, elas quase derrubavam a prateleira.

O movimento foi recomeçando enquanto eu me entretia lendo os títulos das histórias infantis, quando de repente minha chefe apareceu no meio da multidão.


– Hermione, ligaram pedindo por você. –Minerva desviou de algumas crianças que corriam pelo corredor e se aproximou de mim com sua expressão sempre severa no rosto, o cabelo preso em um coque firme e seus olhos me observando por cima dos óculos.

– Por mim? Quem é? –Arqueei uma sobrancelha, somente meus pais haviam ligado para cá quando acabou a bateria do meu celular e eles não conseguiam ligar para mim.

– É, para a senhorita, da empresa Brown. Venha, Longbottom arruma as prateleiras enquanto isso. –Fui até a recepção acompanhando Minerva e lá, peguei o telefone em cima do balcão. Coloquei-o no ouvido muito intrigada ainda.

– Alô? –Aguardei ouvir a voz de Rony, mas não foi ele quem respondeu.

Boa tarde, é a Hermione? –Perguntou uma voz feminina do outro lado.

– Sim.

Oi, aqui é a Padma, Padma Patil, secretária da empresa Brown. –Tinha que ser amiguinha da Lilá para trabalhar de secretária. – Queria que a senhorita viesse aqui, Ronald está muito mal e queria te ver.

– Como assim “muito mal”? –Perguntei com a voz gritando preocupação. – Mandem ele para o hospital, que já estou indo!

Ele só está com um mal estar passageiro, e queria sua presença aqui. –Suspirei.

– Pode passar para ele?

N-não... E-ele está... Está com um médico que veio vê-lo. –Por que ela gaguejava? Isso está ficando muito estranho.

– Tudo bem, já estou indo.

Ahn... Hermione!

– O que foi?

Hum... Nada. Estarei te aguardando aqui na empresa. –Desliguei muito desconfiada e pedi permissão de Minerva para sair, que deixou porque tem consciência de que vou repor as horas perdidas de trabalho.

Fui no estacionamento e entrei no meu carro, deixando a bolsa no banco do passageiro. Sai em direção da empresa que já sabia onde era, pois Rony havia me mostrado, e chegando lá, vi a gêmea Patil me esperando no portão de segurança da empresa.


– M-me acompanhe. –Falou ela depois que estacionei e liguei o alarme. Percebi que a morena tremia e parecia pálida, isso não estava me cheirando bem e eu começava a ficar mais nervosa. Segui-a em silêncio por dentro da empresa cheia de pessoas com cara de poucos amigos que me olhavam de cima em baixo, como se fosse muito horrível ver uma menina de calça skinny e t-shirt no meio de tantas pessoas de roupas sociais.

Até que chegamos no local que ela ficava para recepcionar as pessoas que chegavam naquele setor.


– Entre naquela sala, vire as direitas e pronto. –Ela apontou para a sala. Desconfiada, segui até a porta e a abri, avistando um corredor com duas portas. A porta as direitas estava com uma frestinha aberta, estranhei, mas mesmo assim empurrei a porta.

– Ron? –Chamei, espiando a sala e entrando. Até que meus olhos encontraram algo que fizeram as chaves do meu carro que antes estavam na minha mão, caírem com um baque que nem cheguei a ouvir. Meu estômago deu várias voltas fortes, me fazendo levar automaticamente minha mão a boca. Isso anunciava que o que eu sentia no momento era nojo, repugno, além de dor, muita dor.


Rony estava deitado na mesa do seu escritório só com sua roupa íntima, parecia sonolento. Só que o que me deixou congelada no lugar, com os olhos queimando, foi Lilá deitada ao seu lado, aninhada em seu peito como eu fazia, também de roupas íntimas. Quando percebeu minha chegada, a vadia se mexeu e me olhou fingindo um susto.


– Ah meu deus, Won-Won, acorda, alguém nos dedurou para a idiota. –O ruivo se remexeu e abriu os olhos como alguém que acaba de acordar de um coma, quando me viu, praticamente pulou da mesa e encarou Lilá com uma expressão de choque.


Eu não conseguia me mexer. Meu coração parecia ter sido pisoteado sem dó, lágrimas inundavam meus olhos, eu ainda estava congelada no lugar, sem conseguir esboçar reação alguma. Era demais para mim, meu coração simplesmente não suportaria mais isso.


– O que? O que está acontecendo? –Ele olhava ao redor confuso, e quando percebeu o que estava acontecendo já era tarde demais, juntei minhas chaves no chão e sai correndo da sala, sentindo o choro subir na minha garganta e as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. – HERMIONE! VOLTA AQUI, NÃO É O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO! –Continuei correndo, pude escutar Padma me chamar, mas ignorei. Ignorei os olhares assustados de todos, ignorei o chamado de Rony, quando cheguei no meu carro tranquei a porta e acelerei para bem longe dali.

O choro que havia subido na minha garganta, simplesmente saiu enquanto eu dirigia sem rumo pela estrada vazia. Lilá havia prometido, e voltou. Voltou para acabar com minha vida, com a coisa que eu mais prezava na vida. E eu não agüentava mais, as minhas forças haviam esgotado, meu coração não iria mais agüentar tanta dor.

A imagem que havia visto repercutia na minha cabeça sem parar, justamente para me torturar. Eu nem via mais onde estava indo, pessoas normais não dirigiriam soluçando de tanto chorar e no estado de nervos que eu estava, mas eu nem me importava mais.


Cheguei em casa e entrei violentamente, batendo a porta. Pude ver o olhar assustado de Carmelita me seguir escada acima. Chegando em meu quarto, juntei uma mochila e enfiei algumas roupas, peguei uma caneta em cima da minha escrivaninha e escrevi com a mão trêmula um bilhete de despedida.


Fui para a casa da vovó, não sei quando volto e espero realmente que não me sigam. Preciso de um tempo, um tempo para respirar, e não quero ninguém na minha cola.

Sinceras desculpas, Hermione Granger.


Desci as escadas tentando secar o máximo das lágrimas que caíam em um verdadeiro tsunami e deixei o bilhete em cima da bancada da cozinha, onde dona Carmelita estava.


– Entregue para meus pais, dona Carmelita. –Falei tentando conter os soluços. – Vou ficar bem, juro que vou. –Ignorei sua voz que me chamava pedindo por uma explicação e sai de casa, entrando no meu carro e jogando minha mochila no banco de trás.

Acelerei e sai pela cidade, em direção da casa da minha avó, em San Francisco, longe o bastante daqui. Meu coração precisava de uma folga, ele não agüentava mais ser esmagado pelas mãos da loira vadia que havia conseguido mais uma vez estragar minha vida, como o prometido.

Contive meus soluços para poder dirigir melhor, sai da pista algumas vezes recebendo buzinas de motoristas irritados, mas eu nem ligava se meu carro simplesmente batesse de frente com outro. Pelo menos minha mente ficaria livre por alguns minutos de pensamentos sobre o que havia acabado de acontecer e eu pararia de me torturar mais e mais.

Não sei por quanto tempo dirigi chorando, só sei que desliguei meu celular para que ninguém me perturbasse e fiquei seguindo as placas que apontavam para San Francisco, até que a ponte Golden Gate ficou visível, o sol começava a se por.

Como sabia o caminho até a casa da minha avó de cor, cheguei lá sem aviso prévio e estacionei na frente, sendo recebida pelas fêmeas de poodle da minha tia Lucy, irmã gêmea do meu pai. Abri o portão e desviei das cadelas, batendo urgentemente na porta. Quando minha avó abriu, abracei-a com força.


– Vó... Por favor... M-me deixa f-ficar aqui... –Solucei em seu ombro, tremendo da cabeça aos pés de tão nervosa.

– Meu Deus minha filha, eu deixo, mas me conta o que houve! –Sentei no sofá da sala dela e ganhei uma xícara de chá, tomei-o em pequenos goles acalmando meus grandes soluços e terminei de tomar o chá com as lágrimas descendo silenciosamente pelo meu rosto. Eu poderia chorar oceanos, mas jamais a dor fortíssima que sufocava meu peito iria embora.

Depois de estar mais calma, contei o que houve e minha vó me deixou ficar, só que eu teria que avisar meus pais.


– Mas vó... Já deixei um bilhete para eles...

– Querida, sua mãe vai ficar muito preocupada e vai vir aqui te procurar, sabe disso. –O que eu menos queria agora seria minha mãe me enchendo o saco então, deixei que ela ligasse para meus pais.

Eles surtaram com a possibilidade de que eu houvesse viajado durante quatro horas pelo menos até San Francisco e disseram que iriam me buscar, mas minha avó os proibiu, ela sabia o quanto eu sofria e não deixaria que os outros jogassem ácido na ferida profunda que agora havia em mim.

Eu teria que me recuperar, e isso não iria acontecer se eu voltasse a ver aqueles olhos azuis que antes me faziam suspirar, e agora só faziam a dor aumentar. Eu ainda o amava, com todo meu coração, e era por causa disso que a dor era tão intensa. Eu iria esperar, recuperar as forças que haviam sumido, e depois...

Aprendi que o dia de amanhã pertence a Deus, e percebi isso hoje da pior forma o possível, quando encontrei a menina que eu duvidava seriamente que retornaria para arruinar minha vida.


Rony POV


– Rony, tenho mais alguns papéis para você arrumar. –Meu chefe, Richard Brown, adentrou na sala carregando uma papelada. Ele era de dar arrepios, um homem com olhar avaliativo e muito severo, expressão de quem está sempre de mau humor, andava sempre de roupas sociais e pintava o cabelo de preto para esconder os fios grisalhos, arrumando um topete elegante. - Olhe o número em cima e arrume por ordem numérica. –E colocou os papéis em minha mesa.

– Certo. –Era só isso que eu fazia, arrumar papéis. Uma tarefa fácil, que me entretia e o salário no final do mês me faria dar pulos. Richard se retirou e fechou a porta, quando ia começar a organizar as papeladas, alguém bateu a porta.

– Sr. Weasley? –Chamou a voz de Padma Patil, a secretária do lugar. Ela parecia mais simpática quando estava longe vadia loira.

– Entre. –A morena entrou, segurando uma xícara.

– T-trouxe um café para o s-senhor. –Gaguejou ela, deixando a xícara em cima da minha mesa.

– Café? Mas eu não pedi café... –Percebi que ela ficou escarlate e me apressei em corrigir. – Digo, obrigado pela gentileza, Padma. –Dei um sorriso simpático e ela se retirou com um aceno de cabeça. Peguei a xícara e beberiquei o café, estava uma delícia, doce do jeito que gosto.

Voltei a mexer nos papéis até que comecei a me sentir esquisito, como se um calorão estivesse me atingido de repente. Devia ser por causa da bebida quente. Tomei mais uns goles e voltei ao meu trabalho, até que minha visão ficou turva, com alguns borrões. Pisquei durante algumas vezes e só foi piorando, tentei chamar por alguém para dizer que eu estava passando mal, mas não saiu voz alguma da minha garganta, minha língua estava ficando dormente... E por fim, tudo ficou preto.


...

Despertei completamente desnorteado, uma repentina recordação me fez lembrar do café que eu havia bebido. Alguém tinha colocado algo naquela bebida.

Pisquei algumas vezes, me situando com a luz do local, estava tudo mundo confuso, eu parecia estar na minha sala e minhas costas doíam como se tivesse apanhado uma surra. Levantei meu corpo, sentindo tonturas até que percebi o que havia em minha volta. Lilá estava só de calçinha e sutiã do meu lado, e Hermione estava parada na porta, parecia em choque.


– O que? O que está acontecendo? –Perguntei agora mais confuso do que antes, percebendo que estava só de cueca. Quando finalmente percebi que era armação da puta ao meu lado, para acabar com meu namoro e acabar com minha vida de uma vez, Hermione já corria para fora da sala. Depois eu cuidava da vaca demoníaca, agora eu só tinha que tentar dar explicações para minha namorada. Eu não podia perdê-la, simplesmente não podia. - HERMIONE! VOLTA AQUI, NÃO É O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO! –Gritei juntando minhas calças e botando-a enquando corria desajeitado atrás dela.

– Rony, Hermione, eu ia avisar vocês, m-mas não consegui! –Gritou Padma, que obviamente tinha sido comparsa no plano.

– Agora não adianta mais sua estúpida, vai se juntar com sua abelha rainha e vão tudo para o inferno. –Bradei rispidamente, saindo correndo da empresa e só tendo tempo para ver Hermione sair dali cantando pneu. Senti um desespero bater em meu peito, EU NÃO PODIA PERDÊ-LA!

Peguei meu carro ignorando os chamados do meu patrão e sai descontrolado pelas ruas, tentando enxergar uma Mercedes-Benz no meio de tantos automóveis, mas ela havia sumido de vista.

Meu coração se apertou e o desespero bateu. Não, Lilá Brown não iria conseguir destruir minha vida. Eu ia atrás de Hermione e ia tê-la de volta, nem que essa fosse a última coisa que eu faria na minha vida.


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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM! sério, não me odeiem meninas ): HSHAUHSAUSHAU e a bruxa retorna! ai, ai, ai... e agora? no último capítulo, a Nina Weasley (minha querida nina :3) deixou um review dizendo que estava preocupada sobre a Mione entrar na faculdade, e disse que estava achando que algo iria dar errado. Posso dizer que você tem sexto sentido, nina. SUSHAUSHAHUSA
sim, manu fez mais uma tragédia, mas juro que meu coração é mole, ok? não se preocupem nem se desesperem. mas no próximo capítulos, outro personagem que estava um pouquinho sumido vai retornar... quem será? alguém tem um palpite? e será que esse personagem vai vir fazer o bem ou o mal?
enfim, gostaram do capítulo, meninas? sei que não tem como gostar de mais uma maldição que Lilá fez, mas não me odeiem, eu avisei que ela voltaria. u_u HAHAHAHAHAH prometo que logo logo os dois vão voltar SIM, mas calma... ainda algumas coisas vão rolar...
aguardo com carinho seus reviews e recomendações :) beeeeijos e até o próximo capítulo, melhores leitoras do mundo ;*
PS: Para quem não entendeu, a Mione sabe que foi armação da Lilá, é claro, mas ela só foi embora porque não suporta mais essa vaca atormentando a vida dela. o coraçãozinho dela está machucado por causa da bruxa, entende? não foi porque ela acha que o Rony traiu ela.



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