The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 24
The great news and the disagreement


Notas iniciais do capítulo

ooooi meninas cutes da manu :3 como vão? eu vou muito bem, semana de provas acabou, fui em uma festa e me diverti bastante, sai na chuva e não peguei gripe, ENFIM, meu organismo de defesa está trabalhando muito bem para não prejudicar minhas postagens, ótimo isso não? HAHAHA
bom, não vou comentar nada desse capítulo, leiam apenas :D Boa leitura e deem uma olhadinha nas notas finais, obrigada. :3 beijinhos e até o próximo!



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Hermione POV


Sai do quarto e desci as escadas correndo em direção da cozinha, onde as meninas já se aprontavam para o jantar.


– O que vai ter hoje, gatinhas? –Perguntei saltitando até o cômodo onde as vozes femininas estavam acumuladas.

– Pizza de quatro queijos. –Foi só Ella dizer isso que minha boca inundou-se em saliva. Gina parecia dividir esse momento comigo, pois parecia estar sonhando com a pizza pronta.

– Certo. Por onde começamos? –Sentei na bancada e sorri.

– Pela massa! Só que as mais velhas fazem a massa porque se as adolescentes fizerem, não tenho certeza de que vai dar certo.

– Nem eu tenho certeza disso, vó Nina. Não confio minhas mãozinhas e meu jeito totalmente desajeitado em fazer uma coisa dessas. –Tudo bem que eu sabia fazer muitos pratos que ficavam uma delícia, mas além de demorar em fazer e sujar até a sala de ingredientes de tão desajeitada que eu sou, não confio em mim mesma em fazer massa de pizza.

– Você, Gina e Fleur se viram com o recheio. Ralem o queijo parmesão e o provolone, o gongonzola vocês esfarelem. Já o margherita e o mussarela deixem inteiro. –Assentimos e começamos o trabalho. O bom era que ficávamos sentadas conversando bobagens e fazendo uma tarefa bem fácil.

Esperamos a massa descansar enquanto assistíamos a um desfile de moda que passava na tv e comentando o quão feias eram as roupas e as meninas que as vestiam. O que faz uma menina chegar ao ponto de ser anoréxica para ser modelo? Deus, era assustador, elas pareciam umas bonecas feitas para isso, não meninas normais com sentimentos.

Depois da massa ficar pronta para receber o recheio, fomos liberadas para subir e nos arrumarmos para jantar. Molly já me lembrou de ligar para minha mãe que já devia estar surtando, já passavam das oito horas da noite.


Subi correndo e me joguei na cama do meu quarto, juntando meu celular que repousava no criado-mudo com sete ligações perdidas. VISH. Disquei os dígitos do número de casa e já aguardei um xingão do primeiro que atendesse.


Que bom que retornou! Pensei que tivesse sido seqüestrada ou algo assim... –Foi minha mãe que atendeu, quase estourando meus tímpanos.

– Ótimo falar com você também, mamãe! –Falei animada e escutei seus resmungamentos no outro lado do telefone.

Como vai, querida? –Seu tom maternal voltou, acalmando meus ouvidos doídos.

– Muito bem, e você?

Também. Como foi hoje ai?

– Perfeito. Fizemos um piquenique!

Mesmo? Que legal! Fico feliz que esteja se divertindo. Estamos com tantas saudades... –Um aperto no meu peito me atingiu sem avisar. Eu estava morrendo de saudades da minha família, e isso era um fato. Você pode amar a família com quem está passando as férias, mas não é a mesma coisa de viver rodeada das mesmas vozes que escuta a maior parte do dia, ouvir as mesmas discussões comuns em famílias, as mesmas reclamações, as mesmas risadas... Eles faziam falta.

– Também estou mãe, sinto bastante a falta de vocês. Mas amanhã no final da tarde volto para casa! –Essa fazenda também iria me deixar morrendo de saudades, mas nada melhor do que voltar para o lar.

É, ainda bem! Os Weasleys já te roubaram a tempo demais para meu gosto. –Rimos. – Papai está louco para falar com você, ele tem uma super novidade!

– Sério? Ai meu deus, então passa pra ele logo! –Quiquei na cama super curiosa.

Ok. Depois terminamos nossa conversa, beijinhos! –Ouvi os ruídos típicos de quando um telefone é passado para outra pessoa.

Oi linda! –Que saudades da voz do meu pai.

– Oi pai! Tudo bom? –Sorri abertamente como se ele pudesse me enxergar.

Tudo certo, tirando a falta da minha pequena animando a casa com suas discussões inteligentes com a irmã caçula. –Nós dois rimos. – E com você?

– Também, tirando a falta da minha irmã enchendo meu saco vinte e quatro horas por dia. Qual é a novidade, pai? –Perguntei quase gritando.

Sempre tão curiosa. É o seguinte... Está sentada? –Bufei. O que poderia ser tão importante que eu teria que estar sentada?

– Estou pai, na cama ainda.

Ótimo. Queria te contar que enviei seu histórico escolar para uma faculdade... –Arregalei meus olhos.

– Que faculdade? –Meu coração palpitou.

Começa com H e termina com D.

– MEU DEUS, HARVARD? –Gritei e ele riu.

Sim, Harvard filha. Agora faça o favor de parar de gritar que tenho que te contar mais. –Calei minha boca, mas minhas pernas mexiam-se nervosamente. – Eles se surpreenderam com suas notas e todos os comentários dos professores por quem já passou, acharam até que Harvard é pouco para uma menina tão notável quanto você. Eles também me falaram que você vai ter que ir lá participar de uma aula demonstrativa para ver se é isso que você espera no seu futuro, algumas semanas depois você faz uma prova e...

– ...E? –O incentivei a continuar antes que eu voltasse a berrar feito uma retardada que fugiu do hospício.

E dependendo do resultado, você consegue uma bolsa. Só que já explicaram que a prova não vai ser nem um pouquinho fácil, você vai ter que mostrar porque quer tanto ir para lá.

– Eu mostrarei, com certeza mostrarei. Obrigada pai por fazer isso por mim, o senhor não faz ideia do impulso que deu no meu futuro!

Sei que vai conseguir, pequena. E não me agradeça, fiz só o que qualquer pai que quer o melhor para a filha faria. –Como eu queria estar próximo a ele para esmagá-lo de tanta felicidade. Eu sei, não entrei na Harvard, mas o passo que meu pai deu por mim realmente ajudou, só que agora só depende de mim para conseguir.

– Nunca vou conseguir agradecer o senhor do jeito que merece.

Entre naquela faculdade e arrase com tudo que será um ótimo jeito de recompensar meu trabalho.

– Eu irei, papai.

Sei que vai. Agora, fale com sua mãe que está louca aqui ao meu lado. –Gargalhei.

– Tudo bem. Tchau pai, te amo e muito obrigada mesmo!

Também te amo. Beijinhos! –Pelos ruídos que deu do outro lado minha mãe parecia ter quebrado o telefone.

Parabéns docinho, parabéns!

– Mãe... Ainda não entrei na Harvard, ainda... –Ela riu.

Parabéns por todos esses anos de fidelidade aos estudos. Viu? Gerou uma ótima coisa!

– Ótima? Mais que ótima mamãe, perfeita!

É, esse seu pai... –Rimos. - Por mais que eu quisesse passar horas com você no telefone matando as saudades, tenho que desligar porque Sophia está me enchendo o saco até agora. AH! Ela te mandou beijos e disse que está sentindo muita falta da mana. –Sorri.

– Outros beijões para minha gatinha.

SO, MI MANDOU OUTROS BEIJOS! –Gritou minha mãe. – Ela fez uma carinha adorável demonstrando o amor que ela sente por você. –Ri.

– Por que ela não é assim quando estou em casa?

Pois é, né. Difícil saber. Enfim filha, beijos e eu te amo muito. Vê se amanhã liga quando estiver saindo daí!

– Ok, mamãe. Te amo muito também, até amanhã!

Até, beijinhos.

– Beijos. –Desliguei e deitei na cama exausta de tanto comemorar, o sorriso não desgrudava da minha cara.

– Ouvi gritos e vim correndo ver se o Jason não estava te estripando. –Dei de língua para Rony que estrava no quarto rindo. – O que houve, amor? –Ele sentou ao meu lado na cama.

– Papai enviou meu histórico escolar para Harvard, eles adoraram e me chamaram para fazer uma aula demonstrativa e depois uma prova. Se eu ir bem na prova, ganharei uma bolsa! –Fiquei quicando no colchão soltando breves gritinhos de comemoração.

– Isto é ótimo, amor! Parabéns! –O ruivo sorriu e me beijou.

– Ótimo? É perfeito. Bem que você disse que eu merecia tudo de melhor! Agora essas coisas estão chegando a mim Ron, é mais que perfeito! –O abracei, tentando liberar toda a animação contida em mim. Ele riu e retribuiu o sorriso.

– Se você conseguir, que eu sei que vai, o que queria fazer?

– Acho que alguma coisa na parte da medicina. Pediatria, talvez... Não sei. Mas Harvard Medical School seria uma ótima escolha!

– Ela fica em Boston, não é? –Ron questionou e eu assenti. – Da Califórnia até Boston cruza os Estados Unidos. Dois dias de viagem de carro, uau.

– É, eu sei que é longe. Mas se caso eu conseguir, nós podemos ir morar lá, ou você vem me visitar, não sei...

– Bom, você sonha alto e consegue. Mas já eu... Eu planejo estudar aqui mesmo em uma faculdade boa, nem tão boa quanto Harvard é claro, mas já é um começo...

– É como eu disse, você pode me visitar! Pode ir de avião e passar o fim de semana comigo! –Sorri e ele fez uma expressão que me preocupou. Rony estava contente por eu ter conseguido pelo menos isso e botava fé em mim de que iria conseguir ir até o fim, mas ele não ficou nada contente por ficarmos longe.

– É amor... Mas namoro a distância...

– Você está realmente preocupado com isso? Com o nosso relacionamento? Rony, é meu futuro que está em jogo! Se eu conseguir passar na prova, só vou para a melhor universidade do mundo, talvez. Só isso! Não foi você que me disse “até que a morte nos separe”? Não é uma faculdade que irá nos separar, a barreira só será física, mas nosso amor contiuará o mesmo, não é?

– Sim amor, mas não vamos ficar nos vigiando vinte e quatro horas por dia e com isso vai vir a dúvida e...

– Você não confia em mim? Eu confio em você e sei que não vai me largar pela primeira bonitona que aparecer na sua frente por causa de carência. –Ele suspirou, querendo voltar a falar e eu o cortei. - Olha, sinceramente? Não quero mais discutir sobre isso, eu vou acabar realmente chateada com você. Vamos fazer o seguinte, não vai ser amanhã que irei fazer a prova e semana que vem irei me mudar para Boston. Temos um ano pela frente ainda, não tire conclusões precipitadas Ronald. –Levantei juntando algumas roupas simples dentro da minha mala e me tranquei no banheiro.

Meus olhos queimavam querendo formar lágrimas, mas eu não deixava. Pensei que meu namorado iria ser o principal a me apoiar nisso, só que pelo o que eu ouvi ele era o que mais desgostou da ideia, e por puro egoísmo. Ronald é apenas um adolescente que não conhece ainda as prioridades da vida e não sabe tomar decisões sozinho, e ele só faz burrada tentando.

Eu deveria saber que uma hora nossa relação iria sofrer turbulências, nosso barquinho do amor jamais navegaria sempre nas águas calmas de uma praia no Caribe, uma hora ou outra uma tempestade iria nos atingir, mas nos seguraríamos e nosso amor se manteria intacto, como sempre deveria ser. Só que meu coração não havia se dado conta disso e quando me dei conta estava soluçando debaixo do chuveiro. Mas era estupidez chorar agora, quero ver quando a hora de ir para a faculdade chegar. Só espero que Ronald cresça até lá.

Deixei o vapor do chuveiro encher o banheiro e só depois de soltar toda a angústia momentânea do meu coração foi que sai do banho, vesti minhas roupas e peguei um secador pequeno dentro do armário do banheiro para secar meus cabelos. Decidi ignorar a discussão que tive para não aparentar ter chorado por pelo menos quinze minutos no chuveiro, por isso respirei fundo algumas vezes antes de sair do banheiro.

Chegando ao quarto, Ronald não estava mais lá. Eu é que não vou correr atrás dele. Sai do quarto e desci as escadas calmamente, pude ouvir vozes vindo da sala e da cozinha, só eu mesmo tinha demorado para me arrumar. Pelo delicioso cheiro, a pizza estava assando no forno ainda. Fui até a cozinha e o cheiro se intensificou, as mulheres conversavam descontraidamente.


– Mione, que cara é essa? Parece que acabou de acordar. –Riu Ella e tentei forçar um riso.

– Devo ter dormido sem querer no banho.

– Que perigo de se afogar... –Brincou Nina e todas riram.

– A pizza já está pronta, não está? –Perguntou Molly e Ella checou o forno antes que Fleur checasse, o calor iria prejudicar o bebê. Tanto drama por causa de uma gravidez.

– Está sim! Me ajudem a por na mesa? É muito grande! –Ajudamos-a e carregamos a pizza gigante até a mesa. Ela já estava toda arrumada com refrigerantes, potes e mais potes de molhos para incrementar a pizza.

– Antes que os bois cheguem para se alimentar... –Nina pegou o cortador de pizza e fatiou a massa, fazendo com que catupiry escorresse da borda e o queijo derretido do recheio também. Uma pizza dessas realmente iria me animar.

O jantar foi anunciado e resolvi me sentar ao lado de Gina, que estava vazio. Eu sei, é infantilidade não sentar ao lado de Ronald só por causa da nossa briga, mas eu não suportava, não agora.


– O que houve com vocês dois? Estão agindo tão estranhos. –A ruiva me perguntou em sussurros.

– Nada, Gina. Nada que eu e ele não consigamos resolver sozinhos. –Finalizei levantando e agradecendo o alimento com todos. Ronald de vez em quando me dava uns olhares que diziam “por que está agindo assim comigo?”. Eu agia indiferente, me sentei novamente, peguei um pedaço de pizza, passei catchup e maionese, enchi meu copo com refrigerante e comi normalmente, conversando com todos.

Ella e Nina pareceram perceber a situação, mas não comentaram nada. Elas devem saber que o que tivesse ocorrido iríamos resolver uma hora ou outra e não havia motivo para dar opinião.

Depois da janta, as mulheres se mandaram para a sala e fui com elas, onde passava Titanic na tv. Parecia um filme tão bobo para mim agora, mas para as meninas foi ao contrários, elas não paravam de suspirar. Passado alguns minutos de tédio em que eu quase dormia com minha cabeça deitada no ombro de Gina, os meninos chegaram após limparem a cozinha. Gui sentou-se ao lado da esposa, que estava ao meu lado e Rony foi para o outro canto do sofá, ficando bem longe de mim. Então ele não iria correr atrás também? Ótimo saber disso, perfeito.


– Ahn... Vou ao banheiro. Licença. –Me levantei recebendo olhares confusos das meninas, subi as escadas rápido para evitar perguntas e corri para o quarto, onde me tranquei e joguei meu corpo na cama, agarrando um travesseiro, pondo em minha boca para abafar o grito mais alto que já dei.

Soquei um monte o pobre colchão que não tinha nada a ver com a situação e mordi o travesseiro, para depois desandar no choro.


– Ronald Weasley seu egoísta que teve que estragar minha felicidade! –Falei como se estivesse cara a cara com ele e socando seu corpo enorme. Parei meu acesso de raiva misturado com lágrimas quando escutei alguém batendo na porta do quarto.

– Estou me trocando, daqui a pouco eu desço. –Menti, afundando minha cara molhada no travesseiro.

– Aham, sei. Sou eu, Harry! Abre a porta, Mione.

– Não quero companhia, me deixa sozinha. –Resmunguei e escutei sua bufada no outro lado da porta.

– Sou um dos seus melhores amigos e exijo entrar aqui, Hermione Jean Granger. Faça-me o favor. –Bufei completamente contrariada e levantei da cama, destrancando a porta e secando as lágrimas do meu rosto amassado.

– O que é?

– Que cara linda, Mi. –Harry debochou, adentrando no meu quarto.

– Não começa, Potter. –Sentei na cama, balançando os pés enquanto tentava domar meu cabelo pós-surto.

– Desculpa, mas foi impossível segurar. Enfim... Quero saber o que houve com os dois pestinhas. –Rolei os olhos.

– Era para Gina ter me seguido, e não você.

– Ela até iria te seguir, mas eu a impedi. Gina é uma menina e irmã do Ron ainda, ela iria botar toda a culpa nele e iria te prometer que vai matá-lo com as próprias mãos porque ele é um completo idiota. Tradução: A ruivinha infernal só botaria mais lenha na fogueira. Já eu, quero resolver isso, voltar a paz de sempre... Escutar as duas versões sem culpar um, nem o outro. –Refleti por alguns segundos.

– É, foi mais inteligente você ter me seguido.

– Sei disso. Agora, me conte tudo. –Contei a história toda nos mínimos detalhes e várias vezes tive que repreender Harry por estar me parabenizando demasiadamente na hora errada. Era bom tê-lo me apoiando, mas agora ele deveria me aconselhar, só isso.

– Ah, o Ronald que pensa que tudo gira em torno dele de sempre... Você deveria saber como ele age, Mi. Somos amigos dele desde que aprendemos a falar e a andar, quantas vezes você já teve que correr para o banheiro na hora da aula para chorar porque o estúpido Ronald Weasley falou algo sem pensar e te ofendeu?

– Muitas... –Relembrei da época em que meu cabelo era indomável e meus dentes da frente eram um pouco maiores do que os outros. Rony sempre me ofendia com seus apelidinhos, e eu sempre mantinha meu lado durona, só que depois fingia estar tendo um enjôo e ia em algum lugar para me esconder e chorar.

– Então!

– Só que eu pensei que ele tivesse mudado, Harry! Passei três anos sem vê-lo, quando o vi pela primeira vez pensei “olha, Ronald Weasley cresceu”, só que a bobinha aqui imaginou que ele tivesse crescido um pouco na mentalidade também! Mas vejo agora que ele continua o mesmo imaturo de sempre.

– É. Só que agora vocês dois são namorados, você entende o quanto isso é importante? –Assenti. - É uma relação séria, Mi. E vocês não podem agir como se voltassem aos dez anos e bastar uma briguinha para aguardar quem vai tomar as iniciativas de pedir desculpas. Já passou da época de se esconder no banheiro e chorar!

– Não foi só uma “briguinha”, Harry! E se no futuro eu conseguir entrar para a Harvard? Rony vai me fazer escolher entre ele ou a faculdade?

– Ele não é desmiolado o bastante ao ponto de fazer isso, Mi. Como Gina foi a única menina que fez com que eu andasse por ai atrás dela feito um cachorrinho apaixonado, você fez isso com Rony. Ele jamais faria você escolher entre essas duas prioridades.

– E se Gina estivesse no meu papel e você no de Rony, o que faria?

– Iria com ela e lá entraria para uma faculdade menos concorrida, porque Harvard não é para mim. Isso é o que eu faria, mas Rony prefere ficar junto de todos que ele ama e entrar em uma faculdade menos concorrida, feito eu. Já você uma hora vai estar pronta para voar e ser independente, o cabeça oca do seu namorado não pensa tão alto.

– E o que eu faço agora? –A imagem de terminar com ele passou na minha cabeça feito um flash e lágrimas começaram a se formar nos meus olhos. Como eu podia pensar uma coisa dessas? Nossas diferenças não iriam interferir!

– Vocês dois se encaixam feito peças de um quebra-cabeça. Tão diferentes que quando uma metade se junta com a outra, se completam. Um tem o que no outro falta. Ele te ensinou a não levar a vida tão a sério vinte e quatro horas por dia, pois isso pode te fazer mal. Já você ensinou a ele a levar a sério coisas importantes que antes ele levava na brincadeira. Um sustenta o outro Mi, e vocês dois separados são como futebol americano sem bola. Então respire fundo, vamos lá para baixo... –Fiz cara de desgosto e ele me interrompeu.

– Vamos na varanda relaxar um pouco toda essa tensão e vamos olhar as estrelas, deixando o tempo passar. Não pense no que ainda vai acontecer, apenas espere, o destino prega peças na gente e às vezes quando criamos expectativas, nos decepcionamos. Então relaxe e deixe que o tempo resolva as coisas na sua hora, tudo bem? –Harry secou minhas lágrimas com os dedos e eu assenti.

– E se ele vir me pedir desculpas?

– Ele não pede desculpas em vão, só quando acha realmente necessário. Então se ele tirar a armadura, tire a sua também e não deixe seu orgulho vencer. Foi só uma discussão passageira, certo?

– Certo. –Funguei algumas vezes.

– Ótimo. Agora respire bem fundo e tire da mente os pensamentos que iriam tirar seu sono essa noite. –Fiz o que ele pediu e Harry sorriu. – Perfeito. Vá lavar o rosto que vou estar te esperando aqui. –Levantei e fui até o banheiro, onde lavei meu rosto inchado e vermelho, aproveitei para pentear meus cabelos embaraçados também. Voltei ao quarto e Harry estava de pé.

– Vamos lá para baixo agora, quer segurar minha mão? –Sinalizei positivamente com a cabeça e segurei sua mão que me dava uma sensação de proteção fraternal. Não era a toa que o moreno era meu melhor amigo desde que éramos bebês, ele me entendia como ninguém.
Saímos do quarto dando de cara com Gina subindo as escadas.

– Amiga, está bem? –A ruiva me abraçou carinhosamente e eu retribui, sorrindo de leve.

– Estou bem melhor. Seu namorado é um ótimo conselheiro. –Gina sorriu e acariciou o rosto de Harry.

– Sei disso. Se eu fosse te consolar iria mais é jogar gasolina no fogo para que você sentisse vontade de matar o idiota do meu irmão. –Nós três rimos.

– Eu já sabia disso, amor. Bem por isso vim no seu lugar. Se bem que Rony merecia uns petelecos para aprender a nunca mais fazer a Mione chorar.

– Não é? Finalmente alguém me entende. –Gargalhamos novamente.

– Quer ir com nós na varanda? Vamos lá olhar as estrelas! –Falei sorrindo com mais vontade agora.

– Ai, quero sim! Vamos. –Gina segurou minha mão e me puxou enquanto descia as escadas correndo. O pobre Harry teve que suportar nosso pique. Chegamos na varanda e nos jogamos em um pedaço do chão coberto por um tapete e almofadas, deitamos em uma posição em que pudéssemos ver bem o céu estrelado.

– Quem quer contar estrelas? –Perguntou Harry, eu e Gina lançamos a ele um olhar de “vai realmente fazer esse esforço? Porque nós não vamos”. – Duas meninas sem graça alguma. –O moreno emburrou e eu rachei de rir quando a ruiva mordeu ele.

– Repete agora, amorzinho. –Harry acariciou o ombro mordido.

– Vai ter vingança, amorzão. –Ella e Nina apareceram na porta curiosas talvez por causa das nossas risadas altas.

– O que está havendo ai? –Perguntou Ella enquanto ria.

– Estamos nos divertindo, vovó. E principalmente animando a Mione. –Falou Gina sorrindo.

– Pois é. O que houve com você e Rony, querida? –Perguntou Nina sentando-se em uma das cadeiras de balanço da varanda.

– Longa história, vó Nina. Que eu espero esquecer.

– Ah, tudo bem. Mas se precisar de ajuda, estamos aqui! –Sorri.

– Certo.

– Rony ia se levantar para te seguir na hora que você disse que iria para o banheiro, mas Gina o interrompeu e depois Harry a interrompeu. Depois disso, o ruivinho ficou encolhido no canto do sofá sério o tempo todo, sem falar com ninguém. Pelo visto o problema foi sério!

– Um pouco, talvez... Mas já passou, não é vó Ella?

– É sim. Espero que se resolvam! –Sorriu Ella. – Agora vou dormir porque estou bem cansada, hoje foi um dia cheio e amanhã é páscoa, temos um dia mais cheio ainda pela frente! Ah, lembrando: Acordem depois das oito, pois antes disso não haverão atividades...

– O coelhinho da páscoa vai esconder os ovos nesse horário? –Perguntou Gina enquanto ria.

– Sim, Gininha. Agora... Tenham uma boa noite, durmam bem e até amanhã. –Nos despedimos dela com um boa noite e logo após isso foi a vez de Nina se despedir.

Molly, Arthur, Gui e Fleur chegaram alguns minutos depois e por último, tio Bilius que estava bem alegrinho após alguns goles de vinho e os gêmeos que geralmente assistiam tv no quarto até tarde.


– Mione, quer ir se deitar também? –Perguntou Gina levantando-se do tapete.

– Não, agora não... Vou ficar por aqui mais um pouco!

– Tudo bem então. Quer ir se deitar, amor?

– Quero. Estou com muito sono. –Harry se levantou e eu também.

– Então... Boa noite para vocês dois. Obrigada por tudo! –Sorri, abraçando o casal que me retribuiu calorosamente.

– Boa noite Mi. Qualquer coisa me chama que eu explodo a cabeça do meu irmão! –Rimos.

– Ok.

– Boa noite, durma bem e lembre-se de tudo que eu te falei! –Harry falou sorrindo.

– Lembrarei. Durmam bem! –Acenei para os dois que caminhavam em direção da entrada de mãos dadas. Depois que eles sumiram de vista, suspirei e voltei a me deitar no tapete, onde me enfiei debaixo de várias almofadas.


Fechei meus olhos aproveitando o silêncio que dominava o local. Não era bem um silêncio total, o sussurro do vento adentrando pelas árvores era ouvido, o piado das corujas, o relincho dos cavalos, o grasnar dos patos... Os barulhos eram bem mais calmos e relaxantes do que os da cidade grande, é óbvio. Ninguém merece toda a poluição sonora de Los Angeles.

Consegui ouvir passos se aproximando silenciosamente e abri meus olhos assustada, mas voltei a fechá-los quando vi que era Rony.


– Hermione? –Espiei e ele se ajoelhou ao meu lado. Me levantei bufando e fui para o outro lado da varanda, o ruivo me seguiu. – Eu queria te pedir desculpas!

– Alguém já te avisou o quanto é perigoso se aproximar de meninas raivosas? –Rosnei.

– Já, mas eu não tenho medo de você. –Rony se aproximou de mim e eu vi que não tinha mais saída, por isso pulei da varanda e fui andando em direção da entrada da casa.

– Deveria ter. –Fiquei na beirada da piscina enquanto observava as pequenas ondas que se formavam na água por causa da brisa.

– Mione, eu fui idiota e falei coisas que não devia...

– Só agora percebeu isso? –Lembrei de Harry me falando para abaixar minha armadura se ele abaixasse a dele e deixar meu orgulho de lado. Respirei fundo, tentando conter minhas respostar amargas.

– Só agora percebi que jamais deveria fazer isso com você. Toda vez que você chora por causa das coisas estúpidas que eu faço ou falo, me sinto um monstro e tenho vontade de me bater por causa disso. Você não é uma menina que merece chorar por um idiota. –Escutei sua voz se aproximando e me mantive imóvel. – A única coisa que te peço é uma segunda chance para desfazer as besteiras que disse.

– Aproveite bem essa chance. –Ele suspirou.

– Ahn... Queria te dizer que vou te apoiar independentemente das suas escolhas, vou estar sempre torcendo para que tudo que você anseia dê certo, pois como já disse, você merece tudo de melhor. Tudo bem que eu não sou o melhor namorado do mundo porque faço burradas o tempo todo, mas sempre estarei aqui por ti. E eu confio em você com minha vida, desculpa por não esclarecer isso antes. Sei que sou um idiota, estúpido, babaca, otário, egoísta e não consigo ser perfeito, mas é você é a perfeição que ilumina minha vida e me completa. Sem você Hermione, sou um inútil, e jamais me cansarei de repetir isso, pois é a verdade. Você me perdoa? –Me virei para ele com os olhos inundados.

– Posso descontar minha raiva primeiro?

– Pode, só não me bata muito forte. –Contive uma risada quando ele fechou os olhos e protegeu seu órgão genital com as mãos. Puxei Rony pela camisa e o joguei dentro da piscina, ele abriu os olhos assustado quando sentiu a água fria na pele. Como a piscina era rasa, a água só o cobria por ele estar deitado. – Eu estava esperando tudo, menos isso. –Comecei a gargalhar histericamente e ele sorriu. – Saudades de ouvir sua risada.

Entrei na piscina com ele e sentei em cima dele, juntando seu rosto com minhas mãos e sorrindo.


– Não passamos nem um dia brigado.

– Mas para mim, um minuto sem você grudada em mim dando suas risadas histéricas quando eu conto uma piada tosca me faz muita falta. –Dei um sorriso maior ainda e o beijei, escutando aplausos e assovios de comemoração. Parei de beijá-lo por estar realmente confusa e quando me dei conta, todos que foram dormir ficaram nos espiando na sacada e viram tudo.

– Até que enfim as duas criançinhas se acertaram, podemos ir jogar X BOX agora? –Perguntou Fred gritando e Molly lançou-o um olhar reprovador.

– Depois os dois que são criançinhas, pelo menos eles não passam a noite toda nesses joguinhos! –Os gêmeos debocharam da mãe que só não voou no pescoço deles por estar em uma sacada diferente.
– Estamos felizes por vocês, Mi! –Gritou Harry sorrindo.

– Todos nós estamos, não é? –Berrou Ella e todos assentiram. – Só que agora vamos deixar os dois a sós, seus metidinhos. Voltem para o quarto! –Todos riram, adentrando novamente nos quartos.

– Durmam bem, pombinhos! –Gritou Gina antes de sumir da sacada, voltei meu olhar para Rony que ria.

– Vamos ficar com gripe, essa água está muito gelada. –Falei e ele riu.

– Verdade. Vamos tomar um banho?

– Vamos. –Levantei, saindo de cima dele e o ajudei a levantar. Corremos para dentro e cuidamos para não molharmos muito a casa, juntei um pijama no quarto e fui para o banheiro, Ron apareceu logo depois segurando sua calça de moletom.

– Quem vai primeiro? –Ele perguntou.

– Nós dois! –Sorri, me despindo e adentrando no box, Rony fez o mesmo. Tomamos um banho sem malicia alguma, apenas rimos falando bobagens, nos acariciamos e nos beijamos apaixonadamente e ajudamos a ensaboar um ao outro.

Depois do banho tomado, nos enfiamos debaixo das cobertar e eu me agarrei nele sentindo seu cheiro e o calor do seu corpo. Era bom estar assim de novo, meu coração já estava aquecido novamente com todas suas palavras fofas que ele me dizia e os carinhos que me fazia.

Cochilei em seus braços e despertei quando ele teve que tirar um de seus braços que repousava em minhas costas para poder pegar o controle e desligar a tv.


– Boa noite, amor. Durma com os anjinhos. –Rony disse sorrindo enquanto passava seus dedos em minha pele.

– Boa noite, já tenho um ao meu lado todas as noites. –Sorri, depositando um beijo em seu queixo.

– Fofa. Eu te amo, não se esqueça disso nunca. –Ele beijou carinhosamente minha testa.

– Eu também. Além do “para sempre”. –O ruivo deu um lindo sorriso e me beijou calmamente, retribui enquanto acariciava seus cabelos.

– Além, muito além. –Antes de cair em sono profundo, pedi a Deus para que todas as nossas juras de amor se concretizassem. Não tenho certeza de que Ele estava ouvindo minhas preces, mas se não estivesse, nós iríamos tornam realidade.


...


– Acorda preguiçosa, já é hora de levantar... –Senti alguém me cutucando e resmunguei, me virando para o outro lado. – Hey minha dorminhoca linda, não vai querer acordar e ver seu lindo namorado? –Uma voz masculina levemente rouca soou no meu ouvido fazendo uma corrente elétrica percorrer pelo meu corpo. Espiei com um olho que continha a visão embaçada e consegui enxergar Rony.

– Convencido. –Falei antes de me esconder debaixo das cobertas.

– Realista. –Bufei mantendo meus olhos fechados e dentro da minha cabaninha improvisada. – Vovó Ella e vovó Nina fizeram um café espetacular, recheado de coisas com chocolate. E elas não vão ficar feliz se você se atrasar justo no café da manhã de páscoa. –Droga, a páscoa.

– Já vou. –Me espreguicei saindo de baixo das cobertas. Levantei alongando meu corpo preguiçoso e pegando um vestido fofo sobre minha mala. – Feliz Páscoa amor! –Falei me virando para Rony e sorrindo, corri até ele e o abracei.

– Feliz páscoa! Teu chocolate fica para depois, ok?

– Idiota. Eu não precisava de chocolate! –Cruzei os braços e cerrei meus olhos.

– Você comprou o meu?

– Óbvio.

– Então estamos quites, não queria ganhar chocolate de você também. –Mostrei minha língua para ele e antes que segurar meu braço e me encher de cócegas como ele sempre fazia para me castigar, desviei de seus braços e corri para o banheiro, me trancando lá.

Fiz minha higiene matinal e prendi meus cabelos em um rabo de cavalo desarrumadinho, mais casual. Coloquei meu vestido de renda com a saia plissada, calcei uma sapatilha simples, borrifei meu perfume e pronto, estava arrumada para o café da manhã de páscoa.


(Vestido: http://cdn4.lbstatic.nu/files/looks/medium/2012/04/26/2147086_45435.jpg?1335457399)

Sai do meu quarto e desci as escadas correndo, vendo todos os membros da família já posicionados próximos a mesa de jantar coberta por comidas que a primeira vista estavam deliciosos, creio que o gosto estava maior ainda. A variedade de pratos com chocolate era enorme, era hoje que eu ficava com obesidade mórbida.

Foi só eu adentrar com minha carinha de criança inocente que todos saíram de seus lugares para me cumprimentarem. Fui recebida com tantos abraços e “Feliz Páscoa” que nem sabia mais diferenciar quem era a pessoa que estava me cumprimentando no momento, só correspondia o abraço caloroso e retribuía o desejo de uma páscoa feliz.

As únicas pessoas que eu reconheci foram os gêmeos que quase me mataram sufocada, Tessie que me abraçou com um certo nojo e é claro, Muriel que mal olhou na minha cara, soltando um “Feliz Páscoa” por entre dentes. Como se eu ligasse muito para isso.

Nos sentamos e começamos a comer, tinha coisas que eu nem sabia o que era, só sei que meu paladar gostou, e muito. Só parei de atacar as coisas sobre a mesa quando meu estômago implorou por misericórdia, até Rony se assustou com meu apetite voraz, parecia que eu nem havia jantado uma pizza enorme de queijo na noite anterior.


– Mione, guarda um espaço para os ovos de chocolate. –Pediu Harry, recebendo um belo tapa no braço.

– Não se meta! –Falei enfiando o último pedaço de torta de chocolate na boca e me jogando na cadeira com a barriga estufada. – Deus, isso estava magnífico. –Todos riram com minha cara de êxtase.

– Existe algo melhor do que comer, gente? –Perguntou tio Bilius pegando mais um whoopie pie de brigadeiro, e novamente todos riram.

O café de manhã se passou calmo com Muriel e Tessie reclamando que só tinha chocolate na mesa e que a glicose delas iriam aumentar. Por mim poderiam morrer atacadas de diabetes. Os casais trocavam docinhos um na boca do outro, Rony que começou a fazer isso comigo passando um macaron para mim e os outros começaram a copiar. Até Ella e Timus fizeram isso, arrancando suspiros das meninas e resmungos de nojo dos meninos, são uns insensíveis.


– Amor, quer ir ver os coelhinhos? –Ron perguntou após arrumar toda a cozinha com os outros homens.

– Ai, quero sim. –Saltitei feito uma criança feliz.

– Vó Ella, vamos lá nos coelhos, já voltamos! –Ella assentiu e o ruivo segurou minha mão, me puxando para fora de casa. Enquanto ele andava, eu saltitava. Gente, como minha mente diminui de idade quando involve animais fofos.

– Mione, pára né. –Ri, me soltando dele e correndo até o pequeno celeiro vermelho onde os coelhos se situavam. Ele não era totalmente fechado e oferecia um banho de sol para os coelhos, parecia um quintal dentro de um celeiro. – Eles são rápidos, entre com cuidado. –Abri o portão e entrei rapidamente, cuidando para que um coelhinho manchado não fugisse.

– Isso é uma explosão de fofura! –Exclamei, sendo rodeada por bichinhos felpudos. – Têm quantos aqui?

– Seis adultos, seis filhotes desmamados, oito filhotes recém-nascidos. Os meninos são separados das meninas, para não causar uma superpopulação.

– É, eles tem um hábito de reprodução super freqüente.

– Podemos aderir a esse hábito. –Rony disse, me abraçando por trás.

– Não começa. –Ri, me soltando de seus braços. Escutei seu suspiro e ri mais ainda. – Foco, menino pervertido, foco. –Fui perto de uma cerquinha e me choquei com o que vi. Uma coelha branca com uma mancha preta ao redor de um dos seus olhos azuis, amamentava oito filhotinhos minúsculos e extremamente adoráveis.

– Esse é o berçário. Temos mais filhotes desmamados crescidos nas outras alas. Quer um para você?

– Mamãe me mata se eu aparecer com um coelho lá. –Rimos.

– Dê para Sophia, presente meu para ela de Páscoa.

– Ah, então tá. –Sorri com a ideia de ter um bebê coelho em casa. – Só que tenho que impedir nosso filho de matá-lo. –Rony gargalhou.

– Verdade. Qual você vai querer? –Andei pelo local verificando cada cercado, vi um filhote desmamado de orelhinhas caídas e foi como amor a primeira vista.

– Aquele! –Apontei para o filhote que ficou em pé para me observar melhor.


(Coelho: http://coelhoanao.com.sapo.pt/fev2008/migalhas.jpg)

Rony pegou o pequeno coelho na mão e foi verificar se era macho ou fêmea.


– É um machinho. O novo Perebas da família. –Apenas ri e segurei o coelho em meu colo. Ele era tão macio, sedoso e fofo que dava vontade de apertá-lo até que ele morresse sufocado e seus olhinhos verde oliva saltassem foram das órbitas.

– Vamos guardá-lo até a hora de irmos. –Coloquei-o de volta na cerquinha, onde vários outros coelhinhos curiosos vieram cheirar minha mão. – Antes que eu morra de fofura, acho bom voltarmos. –Rony riu.

– É, acho bom também. Você está prestes a esmagar cada coelho daqui. –Assenti e ele riu mais ainda, segurando minha mão.

Voltamos discutindo sobre banalidades e falando coisas sem sentido, era assim que passávamos o tempo, garantia boas risadas. Chegando em casa novamente, Ron contou que eu levaria um coelho para casa e Timus me ofereceu mais coelhos, pois sabia que eu cuidaria bem. Falei que se eu levasse para casa mais do que um, iria ser degolada pelos meus pais.

Até a hora do almoço ser preparado, aguardamos assistindo tv onde várias receitas para a páscoa passavam na tela. Por mais que fosse tudo bonito e aparentemente delicioso, ter me enchido até o limite com o café da manhã não foi uma ideia inteligente, estava me perguntando se agüentaria o almoço.

As onze horas chegaram e fomos organizar o almoço, onde três empregadas super simpáticas ajudaram. Senti falta da Dona Carmelita, por mais que ela não fosse tão simpática quanto essas adoráveis mulheres: Donna, Sue e Meredith.

Por várias vezes as mais novas deixaram espaço para as mais velhas cozinharem, pois segundo elas não éramos experientes o bastante. Mas eu sei cozinhar um arroz sozinha, caso elas não saibam! Fiquei quietinha aguardando ser chamada para alguma tarefa, por fim só fiquei encarregada de ir até os pomares, pegar as melhores frutas e fazer suco, tudo isso com a ajuda de Gina. Porém, foi divertido do mesmo jeito, mais ainda quando cortei um limão no meio e desafiei Gina a lamber uma das metades sem fazer careta. Foi difícil, mas ela conseguiu e me desafiou. Tive que dar umas cinco lambidas para conseguir sem fazer cara feia.

Depois de tudo pronto, os meninos arrumaram a mesa com toalha e talheres especiais para a data.


– Meninas, venham aqui! –Chamou Ella segurando um batom vermelho e lápis de olho preto nas mãos. Nos reunimos prontamente perto dela, que sorriu. – Vamos fazer bigodes e narizinho de coelho! –Exclamou ela, o que fez com que trocássemos olhares que diziam explicitamente “sério que vamos fazer isso?”. – Vamos, façam fila! Até vocês três, senhoritas Donna, Sue e Meredith. –As três riram e se juntaram na fila.

Chegando na minha vez o batom vermelho foi passado na ponta do meu nariz e bigodes pretos desenhados em minha bochecha.


– Eu mereço. –Comentei antes de sair da cozinha com o rosto pintado, arrancando risadas das meninas. Cheguei na sala onde os meninos estavam reunidos, e quando viram minha cara se racharam de tanto rir. – Que foi, seus chatos? –Perguntei emburrando. As outras chegaram com o rosto pintado também e as risadas aumentaram.

– Essa foi a coisa mais fofa que eu já vi minha vida! –Falou tio Bilius por entre risadas.

– Vocês pensam que vão se safar? Meninos, façam fila. –Eles se entreolharam confusos e obedeceram. Logo todos estavam com uma expressão de raiva, mas com a cara pintada também.

– Não sei o que fizemos para merecer. –Comentou Fred, emburrando em um canto. Eu não conseguia parar de rir, todos estavam tão fofos.

Fomos para a sala de jantar e até conseguirmos nos concentrar e ignorar a cara de coelhinho de todos, demorou. Agradecemos por estarmos todos reunidos na Páscoa, com saúde, um sorriso no rosto e comida na mesa. Pedi para que meus pais tivessem um bom almoço de Páscoa também.

Depois dos agradecimentos e pedidos, nos sentamos e iniciamos os banquetes. Ninguém se assustou com o pouquíssimo de comida que coloquei no prato, já deveriam imaginar após meu ataque de gula no café da manhã.

Conversamos alegremente até esquecendo da existência de duas velhas chatas. Eu fui a primeira e parar de comer e só permanecer na mesa para conversar. Após o encerramento do almoço, os meninos começaram com as arrumações.


– Depois tem caça aos ovos, não se esqueçam meninas. –Alertou Ella sorrindo.

– Não vamos participar. –Disse Tessie, falando por Muriel também.

– Ora, por que não? É uma atividade em família!

– Temos diabetes Ella, caso você não saiba! Muitas vezes parece que vocês armam complôs contra nós, parecem que querem nos matar oferecendo açúcar toda hora. –Muriel falou, Ella abriu e fechou a boca várias vezes, realmente exasperada.

– Sei que não gostam de nós, mas tentar nos matar a cada minuto é exagero.

– JÁ CHEGA! –Brandou Nina. – Sei que você Tessie, e Muriel já são adultas e eu não posso falar da vida de vocês, pois já são responsáveis pelos seus atos. Mas como mãe não vou suportar essa falta de respeito! –As velhas encararam Nina surpresas pela bronca da mãe. Molly comemorava silenciosamente.

– Isso mesmo, mamãe. –E o silêncio inconfortável se instalou na sala.

– Amor, quer dar uma volta? –Perguntou Ron, chegando ao cômodo e percebendo o momento estranho.

– Quero sim! –Levantei e me mandei de lá com ele, para evitar mais confusão.

– O que houve lá? –Questionou o ruivo.

– Discussões por causa das suas tias queridas.

– Deveria imaginar. –Rimos e chegamos próximos a um balanço pendurado em uma árvore de cerejeita. Me sentei no balanço e fiquei me empurrando levemente. – Quer que eu te empurre? –Sorri e assenti como minha irmã faria. Ele foi me empurrando cada vez mais alto até que eu senti enjôo.

– Eba, vou vomitar! –Exclamei e Rony parou o balanço, enquanto ria.

– Por que não pediu pra que eu parasse antes?

– Porque eu amo vomitar. –Falei irônica. – Mentira. Odeio vomitar. Choro antes de vomitar, durante e depois de vomitar. –O ruivo riu mais ainda.

– Vem, vamos voltar menina que ama vomitar. –Subi nas costas dele e voltamos para casa gargalhando. Descobrimos que só após as duas e meia é que iríamos caçar os ovos, e ainda eram uma e meia. Subi com meu namorado até no nosso quarto e ficamos assistindo tv abraçados até que duas e meia chegasse. Era ótimo passar o tempo assim com ele.

Quando a hora da caça aos ovos chegou, troquei de roupa colocando um shorts jeans, uma t-shirt e um all star. Desci as escadas correndo feito uma criança querendo ver como estaria a árvore na manhã do natal.


– Lembrando: Tem um ovo para cada um, então Fred e Jorge nem pensem em pegar mais ovos, pois descobriremos que foram vocês. –Os gêmeos bufaram e nós rimos. – Não, não tem ovos dentro do lago, não sou tão má a esse ponto. Eles estão fáceis de achar, só que como a fazenda é grande, o coelhinho da páscoa encondeu por tudo. Ah, Tessie e Muriel não irão participar então, darei os ovos delas depois. Boa sorte! –A manada de adolescentes saiu na frente como búfalos fugindo de leões, tive que desviar para não ser pisoteada.

Eu e Rony saímos por último, montando estratégias. Andamos por vários lados escutando gritos de quem achou seu ovo, dei a ideia de procurar nos coelhos, mas o ruivo achou muito óbvio e que Ella não facilitaria tanto assim. Até que começou a chover repentinamente, mesmo com o céu claro e um belo sol. Fomos procurar abrigo, pois estávamos longe da casa e estávamos todos molhados, entramos no espaço dos coelhos mesmo.

Fui olhando em volta quase tendo um ataque de fofura novamente com todos aqueles animais felpudos, até que junto do “berçário”, dois ovos estavam posicionados ao lado dela da fêmea que amamentava.


– Hey senhor “é óbvio que vó Ella jamais esconderia os ovos no espaço dos coelhos”. –Rony se virou para mim e riu. – Tem dois aqui.

– Sério? –Ele veio correndo e escancarou a boca. – Se eu soubesse disso...

– É né, senhor sabe-tudo. –Ri da sua cara emburrada.

– Não começa, senhorita sabe-tudo. –Rony riu e me abraçou, me molhando mais ainda.

– Ai Ron, estamos molhados! –Reclamei tentando em soltar dele.

– E podemos nos molhar mais ainda. –Ele me soltou e se aproximou da saída. – Pega-pega na chuva? –O ruivo sorriu maroto.

– Pega-pega na chuva. –Sorri mais marota ainda, pulando a cerca e correndo dele no meio da chuva.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente sobre o último capítulo eu só queria comentar que 99% das pessoas que comentaram, adoraram o capítulo e elogiaram bastante a nova forma que eu escrevi, uma forma mais picante, sai do mundo cor-de-rosa por um momentinho. Só que teve gente (não vou dar nomes aos bois porque é incorreto) que não curtiu muito, achou "apelativo". Bom, minha fic é +16, todos sabem o que estão lendo, e jamais uma fic vai agradar a todos os leitores existentes na face da Terra. Uns gostam de comédia, outros de dark fic, outros talvez de death fic... Tem estilo para tudo e é isso que se resume o nyah, um estilo de fic para o desejo de cada pessoa.
Então... Eu nunca vou conseguir agradar todas vocês, se ainda estão aqui é porque realmente gostam da minha história. Se eu aguento crítica negativa? Claro que aguento. Desde o primeiro capítulo que postei aqui aguardei alguma crítica, pois sendo minha primeira fic é difícil adivinhar o que os outros gostam.
Lembrando: Jamais vou "apelar" para as partes picantes, minha fic não é hentai e nem começou com sexo, no desenvolver da história é que esse assunto entrou. Então, me desculpe, mas sinceramente eu não apelei.
ENFIM, deixando isso de lado e voltando a atenção a quem realmente gostou e faz meu coraçãozinho bater mais rápido com seus comentários foférrimos, queria saber se gostaram do capítulo, né? HAHAHAH
Já vou avisando, a relação de conto de fadas dos dois está prestes a receber algumas turbulências, briguinhas sem nexo a brigas feias... Não sei se vai ser futuramente ou agora, mas aguardem!
Beeeeijos e até o próximo capítulo :*



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