The Best Thing Thats Ever Been Mine escrita por manupotter


Capítulo 12
We didn't do anything, I swear!


Notas iniciais do capítulo

Está ficando um pouco difícil para eu adiantar os capítulos porque parece que todos os professores da minha escola resolveram passar tarefas, trabalhos e semana que vem creio que já vão vir provas e o ano que vem vou para o ensino médio e por isso não posso relaxar na escola esse ano!
E por causa disso vai ser um pouco difícil para eu conseguir postar capítulos com mais frequencia, mas se tiverem paciência e me deixarem feliz mandando reviews, juro que vou me empenhar bastante para escrever para vocês HAHAHAHAHAH
Beijinhos, leiam as notas finais e até o próximo capítulo :*



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Rony POV


– H-hermione... V-você não pode... –Fechei meus olhos com tanta força que não sei se conseguiria abri-los novamente.

– Você consegue.

– Não, não consigo. Por favor, vista pelo menos suas roupas intimas. –Suspirei e fui tateando o banheiro até achar a pia. Abri os olhos me assegurando que estava de costas para ela.

– Eu não quero molhá-las. –É, realmente, não dava para discutir com ela.

– Ok... Vou pelo menos tentar. –Suspirei novamente, criei coragem e olhei apenas para seu rosto. – Entra no chuveiro. –Ordenei tentando segurar um gemido preso na minha garganta. Ela foi mancando até estar dentro do box e eu pude escutar o barulho da água batendo nas suas costas. Mas que droga, ela iria brincar assim com o meu auto controle?

Entrei no box e peguei uma esponja no chão, sem nunca olhar para o corpo de Hermione. Enchi a esponja de sabonete líquido com cheiro de baunilha, o que me atiçou mais ainda quando eu me recordei do cheiro delicioso de baunilha da minha namorada. Molhei a esponja embaixo da água do chuveiro e deixei que a espuma se formasse.


– Espalha nos locais em que você... ahn... –Pigarreei. – Consegue alcançar. –Entreguei a esponja para ela, enquanto encarava o azulejo do banheiro. Ela pegou e pela minha visão periférica pude a enxergar esfregando os braços.

– Está fria a água... –Consegui ver seu bico demonstrando que iria chorar.

– Eu sei, mas você precisa tomar banho no frio. –Pude sentir sua mão me puxando para mais perto pela camiseta, escorreguei na água tentando recuar e acabei debaixo do chuveiro com ela. – Não Mi! –Então ela me abraçou, o cheiro da espuma que cobria o seu corpo chegou ao meu nariz esvaindo meu juízo.

– Corpo com corpo esquenta mais. –Fiquei totalmente sem reação quando suas pequenas mãos molhadas passearam pelo meu abdômen, fiquei olhando em seus olhos enquanto ela tirava minha camiseta.

– Não... –Afastei suas mãos e ela me beijou, calei imediatamente retribuindo os movimentos dos seus lábios, maldito corpo que não responde a vontade do meu cérebro. Senti seu corpo quente em contraste com a água fria tocando a minha pele que estava queimando de desejo, mas eu não podia, simplesmente não podia.

Parei o beijo e fiz ela sentar no banco novamente.


– Por que você não me quer? –Hermione perguntou de cabeça baixa.

– Você está bêbada e ainda por cima cheirou alguma coisa que te deixou mais fora de si.

– Eu sei o que eu estou fazendo.

– Aham, tá. E eu sou o Batman, prazer. Vamos terminar logo esse banho porque já está muito tarde. –Escutei-a suspirar enquanto eu saia do box carregando minha camiseta encharcada. Deixei ela em cima da pia e adentrei novamente no box, peguei a esponja e comecei a passar no pé de Hermione com cuidado.

Me imaginei como apenas um amigo ajudando a amiga machucada, não como um namorado tentando manter o seu controle em pé enquanto sua namorada bêbada quer que seu controle se vá de uma vez.

Decidi agilizar as coisas e passei a esponja superficialmente subindo pela panturrilha dela e chegando ao seu joelho, dei a volta e esfreguei suas costas de leve. Quando voltei para poder tirar o sabão do seu corpo, vi que seu lábio estava roxo, por isso resolvi aumentar a temperatura da água, o que eu menos queria agora era Hermione tendo hipotermia.

Ajudei-a sair do box e ela me aguardou sentada no vaso sanitário. Passei uma toalha pelos pontos mais molhados do meu corpo, e me concentrei em secar Mione sem perder o juízo.

Peguei a toalha branca e entreguei a ela, que cuidou de secar o que eu não podia nem visualizar. Depois de já estar com metade do corpo seco, peguei a toalha e comecei pelas suas pernas, acariciando-as lentamente enquanto a parte felpuda da toalha cuidava de secar de uma forma suave seu tornozelo machucado. Era incrível a minha capacidade de focar meu olhar em uma parte de seu corpo apenas, a vontade era de olhar tudo de cima até em baixo, mas eu realmente não podia.

Enquanto eu meio que a abraçava para secar suas costas, ela caiu sobre o meu peito adormecida, eu já conseguia até escutar sua respiração baixa. Suspirei e peguei-a no colo com cuidado, caminhei até o quarto de hóspedes em que a cama já permanecia arrumada com um travesseiro macio e lençol com um delicioso cheiro de lavanda. Deitei ela cuidadosamente e peguei sua bota ortopédica que estava jogada no chão do quarto.

Quando abri os velcros da bota, Hermione percebeu o som e resmungou de olhos fechados se mexendo um pouco na cama. Peguei seu pé e coloquei sobre minha perna, arrumando a bota bem devagar para não acordá-la. Arrumei sua perna em cima da cama novamente e a cobri com uma coberta fininha, até porque a noite não estava tão fria.

Antes de sair de lá e ir para meu quarto dei uma ultima olhada para Hermione que matinha uma expressão serena enquanto seu peito subia e descia calmamente durante sua respiração leve.

Fui dormir atento a qualquer som de alguém vomitando o próprio estomago no chão do quarto ou alguém caindo da cama. Mas também fui dormir pensando em quantas loucuras Mione ainda me faria fazer.


Hermione POV

Dei um longo bocejo e estiquei bem meu corpo enquanto acordava lentamente e percebi duas coisas: “Estou com mais frio do que deveria estar, porque minha cama é quentinha.” e “Por que meu pé dói?”.

Abri meus olhos com bastante dificuldade, porque estava lutando com a claridade que vinha da janela. Quando finalmente minhas pálpebras estavam abertas e minha visão não estava embaçada percebi que eu estava NUA! Puxei a coberta para mim e olhei em volta, o quarto em que eu estava era irreconhecível.


MALDIÇÃO, a última coisa que eu me lembro foi de estar na festa do meu namorado dançando com as minhas amigas e bebendo champagne, depois disso meu cérebro se recusou em acompanhar meus atos.

Assustada, corri meus olhos pelo chão do quarto e percebi minhas roupas jogadas ali e as roupas do RONY! Não eram as que ela estava vestindo ontem na festa que eu me lembre, mas vai saber se ele não trocou? AI QUE DROGA!

Tentei me sentar na cama, mas uma tontura súbita e logo após minha cabeça latejando me impediram de fazer esse feito. Tirei a coberta de cima da minha perna e eu estava com uma bota ortopédica, POR QUE DIABOS EU ESTOU COM UMA BOTA ORTOPÉDICA?

Quando eu estava prestes a ter uma crise de choro a porta se abre, puxei a coberta instintivamente tampando tudo que só minha mãe podia ver.


– Que bom que acordou, estava indo aqui te chamar para o café da manhã. –Rony disse sorridente. E se quando ele viesse eu estivesse sem a coberta para cobrir meu corpo? Ó CÉUS, e se eu tivesse feito algo com ele na noite passada? Esses pensamentos estavam me causando náusea.

– Estou na sua casa? –Minha cabeça dando voltas enquanto tentava me recordar de alguma parte desse quarto.

– Sim, no quarto de hóspedes. –Suspirei profundamente, pelo menos não estava na casa de um desconhecido.

– Ok, agora sai do quarto que eu estou sem roupa, e nem sei o motivo, mas depois quero que você me explique detalhadamente tudo sobre a noite passada. –Ele levantou as sobrancelhas e fechou a porta do quarto, me deixando finalmente sozinha. – Agora, roupas venham aqui. –Falei comigo mesma enquanto levantava da cama ainda agarrada com a coberta.

Peguei minhas roupas íntimas, a saia e a regata. Examinei o quarto e percebi que havia uma porta, abri-a para investigar e era um banheiro, ótimo, bem o que eu precisava.

Vesti minhas roupas sentada no vaso porque estava difícil com meu tornozelo doendo e ainda por cima com uma maldita bota ortopédica que eu não fazia ideia de como consegui.

Depois de devidamente vestida, resolvi me olhar no espelho. Ok, horrível era apelido para o que eu vi no reflexo. Meus cabelos estavam completamente revirados, minha cara estava inchada de tanto dormir e minha maquiagem parecia não ter sido removida. Eu parecia uma drogada, mas uma drogada com cheirinho de baunilha. Pelo menos eu havia tomado banho.

Achei uma escova e penteei meus cabelos com o intuito de deixá-lo mais apresentável, mas os múltiplos nós não ajudavam. Depois da minha juba parecer mais jeitosa, lavei meu rosto várias vezes para ver se a cara de Lindsay Lohan após fumar maconha saía.

Suspirei na frente do espelho e fechei meus olhos, tentando recordar de mínimas coisas da noite passada, e nada do meu córtex colaborar. Eu só queria que eu não tivesse feito nada de errado, mas pelo jeito que acordei não fiz nada certo.

Quando sai do quarto mancando um pouco, desacostumada com a bota ortopédica, encontrei com Rony no corredor.


– Quer ajuda?

– Seria bom. –Me apoiei nos ombros dele e descemos as escadas juntos. Gina estava com uma bolsa de gelo na cabeça enquanto fazia o café da manhã. - Bom dia, Gi.

– Mal dia, Mi... Nunca mais vou beber novamente se a dor de cabeça sempre for assim. –Senti dó por ela e agradeci pela minha cabeça estar só latejando um pouco.

– Minha mãe sabe que estou aqui? –Perguntei enquanto me sentava na bancada.

– Sim, liguei para ela ontem. –Rony respondeu, sentando do meu lado.

– Ok, agora me conta tudo o que houve.

– É uma longa história...

T-u-d-o. –Soletrei enquanto aguardava ele começar a falar.

– Nós íamos embora, você não queria e fugiu de mim, escorregou na pista de boliche e virou o pé. Fomos ao hospital de carona com Gui, se você quiser ele confirma que realmente nos levou, e então você ganhou essa bota. Satisfeita? –Examinei detalhadamente todas as informações e achei a história coerente, já que eu estava bêbada.

– E por que eu acordei sem roupa? –Rony abafou a risada com as costas da mão, me dando vontade de arrancar seus cabelos ruivos.

– Ahn... Você deve ter tirado elas enquanto dormia.

– Não acreditei.

– O que você pensa que ocorreu então? –Ele deu um olhar malicioso, fuzilei-o com os olhos e bufei.

– Não penso nada, por isso que quero apenas a verdade.

– Te faria feliz se eu dissesse que a gente não fez nada?

– Não.

– Por que?

– Não acho que seja a verdade.

– Então você quer ouvir de mim que nós fizemos algo que não devíamos fazer? –Senti minhas bochechas formigarem de tão quentes e rosnei para ele.

– Não, obviamente não quero, Ronald.

– Você fica fofa bravinha.

– Não muda de assunto. –Rebati. – Anda, fale a verdade.

– Nós não fizemos nada, Mi. Eu juro.

– Não jure em falso, Deus está vendo. –Cerrei meus olhos e ele riu. Beleza, não agüento mais essa brincadeirinha. – RONALD WEASLEY, EXIJO A VERDADE, AGORA! –Gritei.

– Mas mamãe... Essa é a verdade. –Mamãe? Ele adora cutucar onça com vara curta. Peguei uma maçã dentro da fruteira sobre a bancada e taquei nele com força, quando escutei seu grito de dor me senti mais feliz. – Você sabe que eu não faria nada com você bêbada, nem se estivesse sóbria eu faria sem seu consentimento. –Ron acariciou seu ombro machucado pela maçã. Eu estava sendo realmente idiota em não acreditar que nós não havíamos feito nada, mas e o fato de eu acordar sem roupa? Ainda estava duvidosa com isso.

Depois da omelete de Gina ser servido, abocanhei-a com vontade, e estava uma delícia mesmo após ter sido preparada por uma adolescente de porre.


– Minha mãe surtou quando você disse sobre o meu pé? –Perguntei ao ruivo do meu lado que comia em silêncio, talvez ainda um pouco bravo com a minha desconfiança.

– Um pouco. Ela pediu para falar com você e eu disse que você estava dormindo, e acho que é bom você ligar para ela agora. –Soltei um “Hum” por entre dentes. Se Ron ia ficar frio comigo, iria ficar fria com ele, simples assim.

Quando terminei de comer lavei meu prato e meu copo que até antes estava cheio de suco de laranja. Rony fez o mesmo e se mandou para o quintal.


– Posso usar o telefone, Gi?

– Pode sim, Mione. –Gina sorriu e me entregou o telefone que estava em cima da bancada. Disquei o número do escritório de dentista dos meus pais e a secretária atendeu.

– Oi Maria, queria falar com a minha mãe. Aqui é a Hermione.

Oi Mione, como vai?

– Bem e a senhorita? –Ela riu discretamente, de certo havia pessoas no consultório em plenas onze da manhã.

Também, obrigada por perguntar. Vou passar para a sua mãe, beijo Mi. –Eu a conhecia desde que eu era pequena, nós somos realmente próximas e nos damos muito bem.

Filha? –Minha mãe pegou o telefone e a voz dela era receosa, era como se fosse necessário escutar minha voz para que se acalmasse.

– Oi mãe. –Pude escutar seu suspiro aliviado.

Como você está? Como você conseguiu escorregar na beira da piscina? E como você não ligou para nós? –Sua voz foi ficando cada vez mais irritada. Ok, ela estava a beira de surtar.

– Mãe, eu não queria incomodar... E Gui nos levou para o hospital, eu estou perfeitamente bem.

Nunca mais esconda uma coisa séria feito essa da gente. E quando eu e seu pai voltarmos para casa, espero que já esteja lá.

– Estarei lá, mamãe.

Tudo bem. Se cuida, qualquer coisa pode ligar. Amo você.

– Também te amo mãe, avisa o papai que eu estou bem e que eu amo ele.

Avisarei. Beijinhos. –Mandei beijos e desliguei.

– Tudo certo? –Gina perguntou.

– Tudo, eu espero. –Nós duas rimos e eu fui em direção ao quintal, Rony estava sentado na beira da piscina. Caminhei silenciosamente até estar perto dele e me abaixei, beijando seu pescoço. Ele virou seu rosto e seus lábios se crisparam em um sorriso. Sentei ao seu lado e fiquei olhando-o, enquanto ele fitava a água da piscina que ficava fazendo leves ondas.

– Me desculpa por ter duvidado de você antes? Você é meu namorado e eu deveria acreditar em tudo que você dizer porque você jamais mentiria para mim, eu sou uma idiota por ter desconfiado e... –Antes que eu pudesse achar outros adjetivos para denegrirem minha imagem, ele me calou com um beijo simples e suave. Seus lábios macios escovavam os meus enquanto eu me aproximava mais ainda dele, querendo intensificar o contato e ele segurou meu rosto, afastando nossas bocas.

– Claro que te desculpo, bobinha. –Sorri e voltei a beijá-lo, ele foi indo para trás até deitar-se na grama, apoiei minhas mãos sobre seu peitoral dele que estava coberto por uma camiseta azul marinho. Senti uma das suas mãos segurarem meu quadril e ele intensificou o beijo, me deixando sem fôlego.

– Hey, e o meu gatinho? –Perguntei me recordando do filhote de gato que iria ser meu.

– Está aqui embaixo de você bem animado já. –Ele sorriu quando acertei um tapa no seu braço.

– É sério, cadê o gatinho? –Dei espaço para ele se sentar e fiquei olhando para a água da piscina.

– Está no meu quarto, só o ruivinho restou, mas acho que ele não vai sobreviver também porque parece que o leite da gata não tem os nutrientes que ele precisa. –De repente me lembrei de uma receita para dar à filhotes que não são alimentados devidamente com o leite materno.

– Você tem seringa, leite integral, leite em pó e ovos?

– Acho que tenho...

– Então me mostra onde estão. –Levantei e sai na frente, em direção da cozinha.

– O que você está fazendo? –Rony perguntou enquanto olhava o que eu fazia com os ingredientes que fui achando na geladeira.

– Comida para o gatinho. –Peguei a seringa e fiz uma espécie de mamadeira, testei para ver se daria para alimentar o filhote e depois de constatar que daria, sorri comigo mesma. Subi as escadas o mais rápido que eu pude e fui até o quarto do Ron e escutei um miado. – Oi linda. –Sorri para a gata persa branca que caminhava livremente pelo chão.

Fui até a caixinha e encontrei o pequeno gato mais magro e menor do que deveria estar, ele miava desesperadamente pela mãe. Peguei ele na mão e coloquei a seringa em sua boca, ele começou a sugar com vontade e eu fui deixando o leite alimentá-lo.


– Você tem umas idéias ótimas. –Ron disse, olhando para mim enquanto eu “amamentava” o pobre gatinho.

– Tudo para salvar meu ruivinho. –Senti um beijo no meu pescoço e sorri. Depois da fome do filhote cessar, deixei-o na caixinha novamente.

– Também quero ser cuidado assim. –Ron envolveu minha cintura com os braços.

– Quer até ser amamentado? –Ele gargalhou.

– Não, mas adoraria um carinho. –Esfregou seu rosto no meu pescoço, causando arrepios. Sorri e fiz cafuné nos cabelos ruivos dele.

– Me ensina a tocar violão? –Pedi.

– Claro. –Quando seus olhos azuis voltaram ao encontro dos meus ele sorriu, me dando um selinho. Caminhamos juntos até seu quarto e por causa do sol que invadia a janela pude ver o quão grande e bonito era.

Tinha alguns tons de azul e prata, móveis bonitos se espalhavam pelo grande quarto como um guarda-roupa de porta deslizante e uma linda tv de tela plana na parede. Adentrei mais e percebi que havia uma porta que dava acesso ao banheiro, olhei ao lado e vi um criado-mudo com um porta-retrato em cima, me inclinei para ver melhor a foto. Era eu lançando um olhar de desdém para Rony, que gargalhava, pelo fundo percebi que a foto fora tirada no Rio na praia de Copacabana, suspirei involuntariamente me recordando da viagem.

Escutei um acorde sendo tocado no violão e me virei para trás.


– Pronta para aprender? –Rony se jogou na cama feito uma criança, quicando um pouco no colchão de aparência macia, não pude deixar de rir.

– Pronta. –Subi um degrau para alcançar a cama e quando me sentei quiquei também, o colchão realmente era macio.

– Ok. Primeiro passo: Violão, essa é a Hermione. Hermione, esse é o violão. –Dei o mesmo olhar de desdém da foto e ele riu. – Está bem... Agora é sério. –Fiquei feliz por ele levar a sério pelo menos uma coisa nessa vida.

Para ser sincera, não prestei atenção no que ele falava, meus olhos estavam atentos nos no jeito que ele lambia seus lábios quando secavam, seus músculos sendo realçados com uma camiseta não muito larga, a forma que ele segurava minha mão para mostrar como segurar as cordas ou qualquer coisa desse tipo...

Quando voltei o olhar para seus olhos azuis, ele franziu a testa como se tivesse feito uma pergunta.


– O que você disse?

– Você não está prestando atenção, não é?

– Não. –Respondi sinceramente e ele riu.

– Então já que estou aqui ensinando para as paredes todas as informações possíveis sobre o violão, vou te ajudar a tocar uma música da sua escolha. –Seria uma coisa melhor a fazer, porque não tão cedo eu ia desistir de admirar os mínimos atos que ele fizesse.

– Hum... –Fiz uma expressão pensativa. – Neutron Star Collision, conhece?

– Obviamente, minha cara. –Maldito sorriso torto que me derruba.


(Tradução de Neutron Star Collision – MUSE: http://www.vagalume.com.br/muse/neutron-star-collision-love-is-forever-traducao.html)

Rony sentou-se atrás de mim na cama e posicionou meus braços no violão. Segurando meus dedos nas cordas certas, ele teve que me abraçar para poder tocar. Inspirei seu cheiro delicioso e quase voltei a flutuar no meu mundinho secreto em que meus pensamentos só giram em torno do ruivo que agora cantarolava a música no meu ouvido e ajudava minhas mãos a tocarem com ele. Meu corpo estremeceu por conta própria quando seu hálito quente de menta atingiu meu pescoço.


Our love would be forever

And if we die. We die together

And lie, I said never

‘Cause our love would be forever

Quando o refrão terminou, virei minha cabeça para olhá-lo e ele continuava lindamente concentrado em tocar as notas certas e cantar a música. Hora de distraí-lo!

Tirei o violão das mãos dele e o repousei em cima da cama, me virei totalmente para Rony e nossas bocas estavam a centímetros uma da outra, tanto que eu podia até sentir a sua respiração na minha pele. Fechei meus olhos quando sua boca atacou a minha de uma forma gentil, mas sutilmente tentadora. Ele me virou e me deitou na cama, de uma forma que ele ficasse sobre mim sem soltar seu peso. Minhas mãos voaram em direção das suas mechas ruivas e eu as agarrei quando senti uma das suas mãos pressionando meu quadril. Sua língua dançava com a minha em uma sintonia perfeita, fazendo gemidos e arfadas escaparem pela minha boca. O beijo foi ficando cada vez mais intenso e recheado de luxúria.

Quando ele subiu sua mão chegando à minha cintura e levantando minha blusa eu parei o beijo, empurrando seu peito para longe de mim.


– O que foi? –Perguntou ofegante.

– Eu... Não estou pronta para o próximo passo, Ron. –Suspirei e ele saiu de cima de mim.

– Sem problemas, eu te entendo. Fui idiota por apressar as coisas sem a sua permissão. –Seus dedos passearam pelos seus cabelos e uma expressão culpada surgiu em seu rosto.

– Tudo bem, eu também te entendo. –Sorri gentilmente e ele me deu um selinho, dando um sorriso de lado.

– Acho que já está na hora daquela conversa... –Engoli em seco. Eu sabia de que conversa ele estava falando.

– Também acho. –Ele suspirou e não disse mais nada. – Então... –Pigarreei. – Você é virgem? –Vi que sua expressão se tornou pensativa, como se ele decidisse o que falar para mim.

– Hum... Não.

– Perdeu com quem e com quantos anos? –Agora seu se contraiu em uma expressão de arrependimento.

– Lilá, com quinze anos... –Já imaginava.

– Foi só com ela que você...

– Sim. –Me interrompeu antes que eu terminasse a frase. Sinceramente, eu estava ficando um pouco constrangida com isso tudo.

– Muitas vezes? –Não que eu quisesse saber se ele era experiente, nem nada, mas a curiosidade me dominava.

– Algumas...

– Hum... –Ficamos olhando para as nossas mãos sem dizer nada. Mas que droga, por que tínhamos que ficar tão envergonhados? Isso é um assunto tão normal que algum dia iríamos tocar.

– Então, só quero que você me avise quando estiver pronta, ok? Te dou todo o tempo do mundo, até porque esse é um passo gigante e você não pode dá-lo sem estar preparada para isso.

– O menino certo eu já tenho, agora é só esperar o momento. –Sorrimos.

– E quando acontecer, quero que seja perfeito para nós dois. –Ele me beijou calmamente e eu retribui enquanto acariciava seu rosto. Quando nos soltamos e nossos olhos se encontraram, ele deu um grande sorriso. – Eu te amo.

– Eu também. –O abracei e ele beijou meu pescoço, causando arrepios.

– Quer assistir tv?

– Claro. –Sorri e ele desceu da cama.

– Vou buscar pipoca. –Aguardei deitada na cama e minutos depois Rony aparece com um pote de pipoca de chocolate e outra de pipoca de manteiga, além de dois copos com refrigerante, a combinação de cheiro de pipoca + cheiro natural do Ron me fez salivar.

Quando subiu na cama, o colchão ondulou me fazendo quicar, essa cama era realmente legal. Peguei os potes de pipoca e coloquei sobre o lençol, os copos eu deixei no criado-mudo. Rony pegou o controle da linda tv e a ligou, colocando em um canal de filmes aonde passava “Titanic”.


– Sério? Titanic? –Falei rindo.

– Sempre choro vendo esse filme. –Deu um soluço fingido, me fazendo gargalhar alto.

– Acho que agüento ver isso ao lado do meu namorado lamuriando o filme todo.

– Hey, eu estava brincando. Mas que é emocionante, é. –Nós dois rimos juntos.

O filme foi recheado de comentários meus sobre praticamente todas as cenas. Eu comentava coisas que realmente não interessavam Rony como as roupas da Rose, a fofura do Jake e outras inutilidades. Na hora em que Jake está pintando Rose nua, eu tampei os olhos do meu namorado, que começou a rir e tirou minha mão, e a partir daí uma briguinha boba deu início.

Quando finalmente o filme terminou, para o meu deleite, os Weasleys chegaram. Molly adentrou o quarto correndo com uma expressão assustada.


– Oh céus querida, você está bem? –Desci da cama sorrindo e dei um abraço nela.

– Estou sim, Molly. Não se preocupe.

– Mas como você conseguiu cair na beira da piscina? Creio que vou ter que colocar um piso antiderrapante lá, imagina se você batesse a cabeça e nós não estivéssemos aqui para ajudar? Sorte que foi só um pé, mas imagina! –Ela parecia minha mãe surtando, era muito engraçado, só não ri para não deixar a situação chata.

– Eu estava de salto e como não sou acostumada, virei o pé. Não se preocupe com essas coisas. –Dei um sorriso sincero, apesar de estar mentindo, e ela inspirou.

– Tudo bem, fico feliz que está melhor querida. –Demos outro abraço e dessa vez foi Arthur que veio todo preocupado.

– Eu sabia que não ia dar certo esse negócio de deixar a casa sozinha.

– Calminha gente, eu não morri! –Balancei minhas mãos e os dois riram.

– Graças à Deus que não. –Recebi um abraço carinhoso de Arthur e olhei no relógio.

– Ron, acho que é bom a gente ir. São cinco e quarenta e cinco agora. –Ele assentiu e saiu da cama. – Vou indo, obrigada pela preocupação. –Sorri e acenei para Arthur e Molly, que retribuíram. Saindo pelo corredor encontrei os gêmeos.

– Mionezinha, você está viva garota! –Fred veio me sufocando.

– Agora... Estou prestes a... MORRER! –Falei ofegante, ele riu e meu soltou.

– Se lembre que agora só tem seis vidas, gatinha. –Jorge disse me dando um beijo no rosto e me fazendo cócegas.

– É, seis vidas apenas. –Gargalhei. – Já estou indo embora lindos do meu coração. –Mandei um beijo soprado e eles acenaram.

– Hey amor, não quer levar o ruivinho para sua casa, não? Assim você pode amamentá-lo quando precisar.

– É uma ótima ideia. –Sorri e aguardei Rony ir buscar o filhote. Enquanto eu esperava no corredor, Gina aparece com cara de sono. – Dormiu hoje à tarde, Gi?

– Aham, mas parece que não adiantou nada, ainda estou com sono. –Comecei a rir.

– Isso também ocorre comigo. Já estou indo para casa, -Me aproximei dela. - Boa sorte com o seu porre. –Sussurrei e ela riu, me abraçando.

– Obrigada. Qualquer coisa me liga, te amo.

– Eu também. –Sorrimos e Ron apareceu com o gatinho dentro de uma caixa pequena forrada de panos.

– Vamos? –Assenti e acenei para Gina. Desci as escadas com um pouco de dificuldade, maldita bota ortopédica. Fui acompanhando meu namorado até a garagem e entrei no carro dele, botei o cinto e fiquei com o filhote no meu colo.

O caminho todo foi um silêncio total, apenas o gatinho dava pequenos miados, sentindo a falta da mãe. Por isso, enrolei-o nos panos felpudos para dar a sensação de que ele estava com a gata.

Quando o carro foi estacionado, Rony me olhou sem dizer nada.


– Ahn... Desculpa por hoje, naquela hora em que eu tentei acelerar as coisas...

– Pensei que esse assunto já tivesse sido resolvido...

– E foi, mas eu só queria saber se estava tudo bem.

– Claro que sim. –Sorri de lado e dei um selinho nele. – Boa noite. –Sai do carro carregando a caixinha e entrei pelo portão, fui caminhando até a porta e quando me virei para olhar para trás Rony saiu do carro e correu até a mim, me puxando pela cintura e me beijando apaixonadamente.

– Agora sim, boa noite. –Seu lindo sorriso torto me fez titubear. Escutei uma buzina e meus pais estavam entrando na garagem, ó céus, eles viram o beijo?

Rony me soltou e ficou olhando para os pés quando meu pai se aproximou da gente.


– Boa noite, Ronald. –Ele disse sério.

– Boa noite, Sr. Weasley. –Os dois apertaram as mãos e eu fiquei olhando tudo com um olhar desconfiado, eu sabia que meu pai não ia ser o melhor sogro do mundo tão fácil assim.

– Rony, bom te ver! –Minha mãe apareceu saltitando e sorrindo com o seu lindo jaleco branco.

– Ótimo te ver também, Sra. Weasley. –Pelo jeito não era só a mim que o sorriso do Ron afetava.

– Ah, por favor, me chame de Rachel.

– Realmente é melhor te chamar assim, Rachel. É um nome tão bonito quando a senhorita. –Vamos lá Ron, beije os pés da minha mãe também. Ela lançou um olhar brilhante para ele e meu pai pigarreou.

– Bom, já vou indo...

– Não quer almoçar amanhã aqui, Rony?

– Seria ótimo, Rachel. –Eu e meu pai mantínhamos o mesmo olhar para o novo casalzinho que conversavam animadamente.

– Então está bem, não se esqueça.

– Não vou. Até amanhã então! –Ron deu um beijo carinhoso no rosto da minha mãe e mais um aperto de mão no meu pai. Quando se virou para mim ele não sabia o que fazer e nem eu, cadê o manual de instruções sobre o que se deve fazer o que não se deve fazer na frente dos pais? – Tchau amor. –Ele sorriu e me deu um beijo rápido, acariciando meu rosto. Quando me soltou, sorri e acenei.

– Seu namorado é um ótimo menino, filha. Você tem sorte. –Começou os elogios sobre ele. Pensei que iria demorar mais um pouco para isso dar início, mas me enganei.

Quando íamos entrar a porta se abriu e era minha irmã.


– Papai, eu nunca vou beijar um menino. É nojento. –Sua expressão de nojo fez nós três gargalharmos.

– Essa é minha garota! –Meu pai ergueu-a no ar, dando um beijo em sua bochechinha rosa em seguida.

Sophia realmente não fazia ideia do que estava dizendo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada à todos os leitores assíduos que mandam reviews, vocês me deixam bem feliz *-*
Eu realmente me diverti escrevendo esse capítulo, então queria que vocês fantasminhas se manifestem!
Até o próximo capítulo, beijinhos ;*



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