Real or not real? escrita por letter


Capítulo 4
Capítulo 3 - Complicando


Notas iniciais do capítulo

Postei rapidinho, palmas para mim.



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     - Não faz sentido, se ela não nos quer na Capital, porque foi se dar ao trabalho de nos convidar? – Katniss ouviu a voz de Peeta indagar alterada, isso acendeu um alerta interno dentro de si, era muito raro ouvir Peeta se exaltar.

     - É exatamente para isso que eu me dei ao luxo de voltar para aquele inferno... Quer dizer, para a Capital – A conhecida voz de Johanna abriu a sombra de um sorriso nos lábios de Katniss, mas o invisível sorriso se desfez completamente quando ela adentrou o vagão onde eram feito as refeições.

     Havia mais pessoas do que ela esperaria ver em volta da mesa de jantar, e assim que entrou todas a fitaram como se fosse uma criança invadindo uma reunião muito importante.

     - Tordo, bom te ver – cumprimentou Johanna com um aceno de cabeça.

     - Bom te ver também – respondeu ela com sinceridade, tirando os olhos de Johanna e os passando por cada um presente na sala. Peeta. Haymitch. Dalton, que era natural do Distrito 10, mas viveu provisoriamente, junto com Katniss no 13. Beetee do 3. Uma mulher não muito mais velha que Haymitch que Katniss reconhece como parente de algum grau dos viciados em morfináceos do distrito 6. Vê também um homem que deveria ser novo, mas pela taça de vinha em suas mãos, sua aparência é de alguém bem mais velho, Katniss tinha vaga noção que ele era do Distrito 5. – Do que estavam falando?

     - Nada muito importante – mentiu Haymitch descaradamente dando de ombros.

     Katniss mordeu os lábios para não falar o que queria, mas não deveria, na frente de todos os presentes. Olhou diretamente para Peeta que abaixou a cabeça, provavelmente se sentindo constrangido ou culpado.

     - Porque você não vai ver se a Annie precisa de ajuda com o pequeno Finnick? – sugeriu Johanna, fazendo que Katniss despregasse seus olhos de Peeta.

     Haymitch também olhou para a loira, piscou algumas vezes antes de dizer:

     - É, é. É uma boa ideia, ela está em um dos últimos vagões, vai lá queridinha, vai – Haymitch fez um gesto com as mãos enquanto falava para ela ir, indicando de todas as maneiras que era para ela sair. Impossível estar mais claro o fato de que ela não era bem vinda ali.

     Katniss encontrou Annie exatamente no último vagão. Não ousou a fazer o mínimo ruído que fosse, e por um momento, até prendeu a respiração.

     Annie Cresta do Distrito 4 estava mergulhada em um profundo sono na cama de casal que havia no vagão, ao seu lado, se encontrava um bebê, Katniss pensou que ele estava dormindo, assim como a mãe, mas seus espertos olhos azuis denunciavam sua consciência. Katniss se aproximou, ficando tão perto quanto se permitia do pequeno Finnick, não queria assustá-lo e fazer com que ele acordasse Annie.

     - Prazer Finnick – sussurrou ela.

     O garotinho fixou seus olhos em Katniss, o coração da garota se apertou, os olhos deles tinham exatamente a mesma textura e tom dos olhos de seu falecido pai, Finnick, por um segundo Katniss imaginou que estava olhando para os olhos do próprio Finnick, e lembranças dele vieram a sua cabeça, passado por sua cabeça de forma tão vivida, que mal parecia ter ocorrido a muito tempo. Ambos lado a lado, com seus rostos grudados no de Peeta o fazendo assustar ao acordar, na arena. Ambos no Distrito 13, lado a lado assistindo Peeta pela televisão. Finnick a ensinado a, á fazer nó como forma de aliviar o estresse e a presenteando com sua corda, que até hoje ela levava com si a onde quer que fosse. E os últimos momentos de vida de Finnick, onde ambos corriam lado a lado, até que...

     Katniss sentiu seu maxilar ficar tenso ao lembrar de tais coisas, e se controlando saiu do vagão-quarto de Annie o mais rápido que conseguiu sem fazer escândalo.

     Ao fechar a porta de correr, Katniss se encostou na parede do vagão e deixou-se escorregar até o chão.

     Se controle, disse ela a si mesma, respire, ordenou sua mente, e ela se esforçou para conseguir fazer isso.

     Meu nome é Katniss Everdeen. Eu tenho 18 anos de idade. Minha casa é o Distrito 12. Eu estava nos Jogos Vorazes. Eu escapei. Eu voltei para arena. Novamente escapei. Comecei uma revolução. Eu sou o tordo. Mataram Prim. Matei Coin. Peeta foi telesequestrado. Ele está se recuperando. Eu preciso me recuperar.

     Eu preciso me recuperar, repetiu ela a si, eu preciso me recuperar, continuou repetindo até que a vontade de se encolher ali mesmo e começar a chorar se balançando para frente e para trás passar. Eu preciso me recuperar.

     - Katniss? – Katniss levantou a cabeça, e lá estava Peeta, seus olhos também eram azuis, mas olhar para eles não doía tanto quanto olhar aos olhos azuis do pequeno Finnick, e as únicas lembranças que Katniss via quando mergulhava nos azuis de Peeta eram puros momentos de amor, paz e compreensão – Você está...

     - Eu estou bem – respondeu ela o interrompendo e se levantando. Eu vou ficar bem. Eu preciso ficar bem, pensou consigo – Annie está dormindo, achei melhor não acordá-la.

     - Finnick não a deixa dormir de noite – disse Peeta com pesar – Mas não se preocupe, eu prometo que se os nossos não dormirem bem à noite, eu que cuidarei deles.

     - Peeta... – começou Katniss.

     - Não Katniss, não venha discutir. Eu quero cuidar deles a noite e pronto. Você não pode ser egoísta e querer cuidar deles o dia inteiro – Peeta entrelaçou sua mão na dela enquanto se punham a andar pelo estreito corredor do trem entre os vários vagões.

     - Peeta, eu... – mas rápido do que um piscar de olhos, Peeta se virou para Katniss e a silenciou colocando seu indicador nos lábios dela.

     - Os filhos são tão meus, quanto seus, cuido deles a noite e você não tem de inverter os horários como a pobre da Anne.

     - Filhos? – indagou ela afastando o polegar de Peeta de sua boca – Quais filhos?

     - Os que vamos ter – respondeu Peeta como se fosse algo muito obvio.

     - Já conversamos sobre isso – murmurou ela.

     - Sim, e você não os queria por medo de irem aos Jogos, o que já não existe mais.

     - O mundo é muito cruel para se por mais inocentes nele.

     - O mundo só ficará melhor quando pessoas melhores o habitarem. Seríamos bons pais.

     - Sobre o que discutiam na sala de jantar? – perguntou ela sem rodeios, enquanto adentravam seu quarto-vagão.

     - Não mude de assunto assim senhorita Everdeen, ainda quero discutir sobre nossos filhos – rebateu Peeta com um sorriso animado no rosto.

     - É sério – Katniss trancou a porta e se virou para encará-lo – Ambos sabemos que esse papo de filho é apenas para você me enrolar, mas não de novo. Vocês já me deixaram em segundo plano vezes de mais, que valem por uma vida inteira.

     O sorriso de Peeta aos poucos fora se desfazendo, e tomado por um suspiro de pesar.

     - Não estamos escondendo nada de você.

     - Não? Bom, então não terá problemas em me contar.

     Peeta suspirou novamente, e a olhou por um tempo. Ele a conhecia bem de mais para saber o quanto Katniss o pressionaria até ele falar, conhecia bem seu temperamento. Katniss era chama de “a garota em chamas” não só por um motivo, e Peeta sempre achou que esse era o modo perfeito de definir a garota. Em todos os sentidos.

     - Anne, Beetee, Johanna, os dois do 6 e o cara do 5 receberam a mesma carta de Paylor.

     - A mesma carta? – Perguntou ela. Peeta assentiu.

     - De que são mentalmente perturbados.

     Katniss piscou algumas vezes, não fazia sentido.

     - É, não faz sentido – respondeu Peeta com se lesse sua mente.

     - Se ela não quer que vamos para Capital, porque nos convidou? – perguntou Katniss confusa.

     - É exatamente isso que eu disse.

     - E porque se deram ao trabalho de me expulsarem da sala? Que mal faria eu em ouvir isso?

     - Nós todos te conhecemos Katniss, sabemos que você age mais pelo impulso do que pela razão. Haymitch teme o que você possa fazer.

     - E o que diabo eu faria?

     - Katniss – Peeta balançou a cabeça, as mínimas ações de Katniss, sempre tinha uma grande repercussão, tudo que ela fizesse a respeito do assunto, poderia causar diferentes efeitos colaterais em muitas pessoas, Katniss não sabia, mas ela tinha uma presença marcante entre as pessoas, e nem sempre isso era bom. O tempo passava, e mesmo assim ela não sabia o efeito que causava – Não ligue para isso – ele disse por fim, sorrindo.

     - Como não ligar? Tem algo acontecendo na Capital, tem algo acontecendo com Paylor. Ela falar que eu sou biruta é algo, mas falar que cada um dos principais rebeldes de todos os distritos são doidos também, é algo completamente diferente. Ela não faria isso.

     - Achei que não. Mas um ano mudou muita coisa.

     Katniss suspirou, aos poucos sentia que o term estava parando. Isso era bom, ela precisava de ar, precisava absorver tudo e pensar sobre o assunto, alguma coisa naquela história toda não se encaixava.

     - Você precisa comer algo, mal jantou ontem à noite, e logo chegaremos a Capital.

     - Não, preciso de um ar – rebateu ela destrancando a porta do vagão e abrindo.

     - Mas Katniss... – começou Peeta um tanto alarmado.

     Katniss recebera uma surpresa ao abrir a porta, mas nem ela, e nem Peeta saberiam dizer se á surpresa fora bom ou ruim.

     - Quanto tempo Catnip – cumprimentou Gale, parado a porta do vagão de frente.

     -... Paramos no Distrito 2 – completou Peeta o que começara falar. 


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Notas finais do capítulo

Bom leitores, nesse capitulo não aconteceu nada muito emocionante, mas ele é bem necessário para a continuação da fic, por isso, espero que tenham gostado. Deixem suas opiniões, sugestões, criticas e tudo o mais, além de ser algo muito importante para eu saber como continuar a fic, eu fico muito, mas muito feliz mesmo *-* Obrigada ^-^