Real or not real? escrita por letter


Capítulo 26
Capítulo 25 - O despertar


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, O ÚLTIMO CAPITULO, perdões pela demora, e eu não tenho certeza de quando vou postar o epílogo, por isso espero que aproveitem bem esse capítulo, viu?



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... “Não é real” tentou dizer, mas sua voz não saia, e no pleno silêncio e breu de sua consciência inconsciente, Peeta continuou sussurrando, não é real.

     Fora difícil lutar contra sua própria inconsciência. De um lado ela lutava contra Peeta, forçando a se manter escura e fechada do mundo exterior, forçando-se a manter em estado de inércia, em silencio absoluto o impedindo de ouvir seu próprio sussurro interno, a única coisa que lhe dava certeza de estar vivo, ou ao menos, era isso que Peeta achava.

     Porém, de outro lado ele lutava, agarrava-se a toda sua força restante e dirigia essa para dentro de si, para que seu corpo respondesse aos seus comandos, para que seus olhos se abrissem, para que as palavras saltassem de seus lábios, para que seus dedos se dobrassem... Qualquer coisa para ele ter certeza de que estava vivo.

     Não é real, não é real, não é real... Peeta continuava com a cantiga interminável dentro de sua mente, seu mantra pessoal que não o deixava desistir, que não o deixava se entregar para sua inconsciência que o assombrava.

     Peeta perdera noção do tempo. Fazia quanto tempo em que estava nesse estado?  Segundos? Minutos ou horas? Talvez dias, meses ou semanas... Ele não sabia. Já não sabia como ficara daquele modo, já não se lembrava o que o levou a ficar daquele jeito: preso dentro de si próprio.

     Já não sabia, como sabia que ele era ele, que ele estava inconsciente, que ele lutava consigo próprio. Já não tinha certeza de estar vivo ou de estar morto, afinal qual era diferença? Estar vivo daquela forma era estar vivo? E... E porque lutava para estar? Tinha motivos? O que o impedia de se entregar ao escuro e ao silêncio absoluto?

     Não é real, não é real, não é real...

     As forças de Peeta se esgotavam aos poucos, e junto com elas, sua força para continuar a sussurrar consigo mesmo se esgotavam.

     Embora inconsciente, Peeta não descansava, e estava cansado, afim de entregar todas suas forças a algo maior, afim de descansar e ficar em paz. Peeta não tinha certeza, mas sabia que se desistisse agora, não haveria voltas, poderia descansar... E algo dizia para si, que seria descansar para sempre.

     Não desista Peeta, por favor, não desista. Sussurrou uma voz dentro de si, uma voz familiar, bem no momento que Peeta se preparava parar retirar suas forças.

     A voz viera na hora certa, no momento certo, e mesmo não sabendo a origem de sua proveniência Peeta se agarrou a tal voz e dela extraiu mais forças, repondo as suas já abatidas, pronto novamente para lutar com a escuridão e o silencio que queriam o arrastar.

     Não é real.

     Dessa vez Peeta sabia o que não era real. A escuridão. O silencio. A força que o arrastava. A solidão. Nada disso era real, era apenas seus medos se materializando sobre si: O medo de ficar em total solidão, fechado dentro de si, longe da luz, longe de tudo o que ele não lembrava, mas que sabia que existia atrás da paredes que ele lutava para sobrepor.

     Não é real.

     Eram apenas ilusões. E algo ou alguém pedira para Peeta não desistir. Ele não desistiu.

     Peeta forçou suas próprias barreiras, e com custo, muito custo, conseguiu ultrapassá-las. Aos poucos a escuridão se dissipava, e Peeta podia ver uma luz ainda tênue se projetar a sua frente. O silencio já não era latente. Peeta podia ouvir algo. O som de seus batimentos cardíacos ritmados, o som de sua respiração... Ele estava acordando.  

     Suas pálpebras estavam mais pesadas do que Peeta imaginara que elas seriam, e foi preciso piscar várias vezes para que seus olhos se mantivessem abertos. À medida que a consciência voltava, Peeta percebia dores localizadas atingirem seus músculos.

     Acima de Peeta o teto era claro, e por um bom par de tempo Peeta ficou fitando-o, tentando reconstruir em sua cabeça o que havia o trazido para um lugar com teto claro e uma cama extremamente macia.

     - Peeta? – perguntou uma voz, insegura. A voz que o pedira para não desistir.

     Peeta se virou para o lado, havia uma poltrona, e nela se acomodava uma mulher de olhos cinzentos e cabelos negros, sua expressão variava da surpresa a emoção.

     - Peeta – dessa vez não era uma pergunta, ela sorriu e levou ambas as mãos á boca.

     - Katniss – disse ele com dificuldades devido a garganta estar seca, feliz de reconhecê-la, feliz de se lembrar que era por ela que ele não desistiu.

     Peeta tentou se levantar, mas seus músculos estavam rígidos de mais para isso, porém Katniss se levantou num pulo de sua poltrona, e saiu do quarto retangular em que ambos se encontravam. Em menos tempo do que Peeta poderia contar, Katniss voltou ao quarto, mas não estava sozinha, um homem ruivo, jovem e de olhos claros a acompanhava.

     - Isso é realmente incrível – dizia ele fitando Peeta.

     - Dondarion – disse Peeta fazendo o conhecimento do homem, esse por sua vez olhou sorridente para Katniss e novamente para Peeta.

     ­- Sim, sim. Katniss, poderia me deixar a sós com ele? Sei que está ansiosa para conversar com ele, mas... Eu preciso fazer uma pré avaliação e pedir uns exames, preciso saber como ele está por dentro.

     - Claro, claro. Doutor, posso trazer as crianças? – perguntou ela com excitação.

     - Sim Katniss, vá noticiar que Peeta Mellark finalmente acordou.

     Peeta fizera como Dondarion pedira. Abrira bem os olhos enquanto Dondarion lançava um luz que vinha de uma lanterna a eles, abrira a boca, deixara ele tirar algumas ampolas de sangue de suas veias, respondera bem a algumas perguntas: qual era seu nome completo, o nome de seus pais, o lugar onde morava e data que nascera. Porém as perguntas complicaram:

     - Qual o nome de sua esposa Peeta? – perguntou Dondarion com uma prancheta as mãos, olhando Peeta cautelosamente.

     A pergunta era um tanto confusa. Peeta pretendia se casar com Katniss, mas não imaginava que as pessoas já o viam dessa forma.

     - Katniss Everdeen? – respondeu ele incerto.

     - Tudo bem, o nome de solteiro dela – murmurou o Doutor consigo mesmo anotando qualquer coisa em sua prancheta.

     - Qual o nome de seus dois filhos Peeta?

     Peeta piscou algumas vezes confuso, tentando entender a pergunta:

     ­- Eu não... Eu não entendi doutor.

     Dondarion colocou a prancheta de lado e olhou bem para Peeta.

     - O nome de seus dois filhos Peeta. Da garota e do garoto, você se lembra do nome deles?

     Peeta olhou bem para Dondarion, imaginando que brincadeirinha de extremo mal gosto seria essa.

     - Darion... Você sabe que não tenho filhos. Ainda.

     Dondarion ficou alguns segundos sem reação antes de pegar novamente sua prancheta e passar os olhos por suas anotações.

     - Peeta qual a ultima coisa da qual se lembra?

     Peeta forçou a memória, mas não teve grandes dificuldades em reconstruir os últimos acontecimentos.

     - Da explosão da base militar de Snow... Eu estava dentro dela não hora, Gale e Johanna haviam tirado Katniss de lá junto com os soldados de Paylor, e eu voltei... Para tentar tirar Snow e Noel de lá.

     Agora que Peeta parava para se lembrar, outra coisa viera a sua mente:

     - Imaginei que eles já haviam te tirado de lá.

     Darion fitava Peeta, com os olhos azuis confusos.

     - Peeta, do que está falando?

     - Da ultima coisa que me lembro – respondeu ele.

     ­- Peeta... – Dondarion balançou a cabeça – Isso nunca aconteceu.           


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Notas finais do capítulo

Não me xinguem... Muito. E por favor, comentem muito mesmo, é a última chance de me falarem o que querem que aconteça, pois eu estou editando várias coisas do epílogo e se tiver alguma ideia muito boa ainda da tempo de eu acrescentar ou mudar, e bom, espero que tenham gostado, mas por favor, não deixem de comentar. Mellarkisses.