Real or not real? escrita por letter


Capítulo 24
Capítulo 23 - Sã e salva


Notas iniciais do capítulo

Olá tributos, o capitulo é especialmente dedicado a Buttercup, ou vulgo minha irmã ♥ Obrigada por tudo twin, te amo. Espero que gostem do capitulo, e por favor, desculpem pela demora.



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Há algum tempo, quando Katniss e Peeta participaram dos Jogos Vorazes pela primeira vez, Katniss provocara uma explosão em um ponto especifico da arena enquanto tentava destruir os suprimentos dos carreiristas, e por sua vez, essa explosão provocara uma surdez em seus ouvidos. O pessoal da Capital não teve muitas dificuldades em resolver o problema, mas Katniss se lembrava perfeitamente como era quando estava parcialmente surda, e ouvia os sons apenas como um eco grave.

O mesmo ocorria agora, não só com Katniss, mas também com Peeta que fora arremessado próximo a ela. A visão de ambos estava tão embaralhada quanto suas mentes. O que raios havia acontecido ali?

- O que Noel apertou? – Katniss perguntou.

Peeta não respondeu.

Em meio à fumaça que tomava conta do lugar, Katniss se arrastou até ele.

- Peeta? – ela chamava à medida que ia chegando perto do garoto. Peeta Mellark a fitava, mas não respondia, foi só então que Katniss percebeu que ele não a ouvia. Peeta mexia os lábios, dizia algo, mas Katniss também não o ouvia.

Os lábios de Peeta continuavam a se mexer, mas a garota continuava a não ouvir um som sequer, parecia que haviam imergido sua cabeça em água e tudo que Peeta dizia chegava de forma distorcida em seus ouvidos. Peeta então começou a apontar, Katniss se forçou a olhar para onde seu dedo indicava, e com dificuldades viu os monitores de Snow destruídos. Era aquilo que Peeta estava mostrando?

- Não entendo – Katniss tentou dizer, mas sua voz parecia entalar em seus lábios – Peeta! – ela chamou novamente, gritou, mas parecia que nada saía de sua boca. Teria ficado surda? Muda? Não, não poderia. – Peeta!

Peeta continuava a falar, mas a única coisa que chegou aos ouvidos de Katniss foi o audível som de outra explosão, não longe dali. A sala novamente chocalhou, arremessando-os novamente.

A gravidade parecia não existir, e os corpos de Katniss e Peeta se chocaram como brinquedos contra a parede.

A cabeça de Katniss, antes já embaralhada, não se beneficiara com a nova pancada. O que Noel apertara? O que estava acontecendo?

A visão turva da menina escurecia aos poucos, suas pálpebras forçavam uma contra as outras, e um cansaço que já não sentia á tempos começava a inundar seu corpo. Katniss lutava contra o peso que as pálpebras exerciam sobre si, tentando em vão manter os olhos abertos. Talvez se fechasse eles um pouco, quando os abrisse novamente conseguiria progredir.

Novamente, a sala se chocalhou. A cabeça de Katniss girava. Estranho era o fato de a sala não parar de se chacoalhar, Katniss abriu com custo os olhos, para ver se seria novamente arremessado contra algo, e só então percebeu que não era a sala que se chacoalhava, era Peeta que chacoalhava.

Os lábios de Peeta se mexiam de forma rápida e desesperada, e com um mínimo de dificuldades Katniss pode discernir seu nome sendo formado neles. Peeta a chamava e chocalhava.

- Me deixe – balbuciou ela, tentando fechar os olhos de novo – Só por um momento...

Peeta continuava a chamá-la, e Katniss que não o ouvia devido à explosão que danificara seus ouvidos, entretanto, quase podia escutá-lo ao ver seus lábios mexer.

Peeta apontava o indicador para cima, Katniss não conseguia levantar a cabeça para ver o que diabos Peeta queria mostrar, por fim, o garoto levou a mão ao queixo de Katniss e o levantou para cima.

Mesmo com a visão turva, Katniss pode ver o que Peeta queria mostrar: O teto estava cedendo. Tinham de sair dali.

A urgência se sobrepôs aos sentidos de Katniss, e um alerta interno começou a gritar dentro de si, dizendo que tinha de sair dali, em vão, a morena tentou se colocar de pé, mas era impossível fazer suas pernas aguentarem o peso de seu corpo.

Quando sua visão rolou novamente, Katniss imaginou que estaria sendo lançada para o outro lado da sala, mas era apenas Peeta a pegando no colo. Ele também estava machucado, e tinha dificuldades em tirá-la dali.

- Eu consigo... – Katniss murmurou sabendo que não conseguia, sabendo que Peeta não a ouvia.

Katniss fechou novamente os olhos e se aninhou aos braços de Peeta, sabia que não era o momento apropriado nem o lugar certo, mas sentia-se segura e protegida, de um modo que não se sentia ao lado de ninguém, apenas ao lado de Peeta, e se agarrando a essa segurança, Katniss fechou os olhos.









Os braços de Peeta doíam. Já pegara pesos muito maiores que o peso de Katniss em outras ocasiões, mas nessas “outras ocasiões” seus braços não estavam doloridos. Fora arremessado com tanta força duas vezes, todo seu corpo reclamava por descanso, mas Peeta sabia que não podia descansar, não agora. Lutara de mais para manter Katniss segura para deixá-la agora.

A garota adormeceu em seus braços, o que não era um bom sinal. Mas o bom sinal era que sua audição estava voltando ao lugar certo.

Peeta ouvia passos e estrondos vindos de qualquer lugar ali perto, mas não tinha tempo nem condições de averiguar o que seria, afinal, o edifício logo desabaria, o teto começava a ceder. Porém, Peeta não sabia para onde ir, ou onde se esconder, mas precisava prosseguir. Tinha que tirar Katniss daquele lugar.

Virou em qualquer corredor, subiu em várias escadas, passou por várias portas, se escondeu de soldados de Snow que passava por ali. E Katniss ressonava em seus braços.

Peeta não aguentaria muito mais, ele sabia, mas precisava prosseguir, tinha de continuar.

Mais soldados ali perto.

Peeta se escondeu em um canto. Estava em um corredor praticamente intacto se comparado ao lado do prédio, mas como a iluminação não se fazia presente ali, não era difícil se ocultar no meio das sombras.

- Temos de sair, vão detonar o edifício! – berrou uma conhecida voz.

- Não. Não sem a Katniss.

Gale. Gale e Johanna.

Peeta suspirou de alivio. Quase desabou ali mesmo. Eles vieram. Eles iam salvá-los.

- Aqui! – berrou Peeta incapaz de sair do lugar – Estamos aqui!

Silêncio.

Ninguém os respondeu. Teriam ido embora? Não, estavam ali agora. Teria sido ilusão? Não, com certeza estavam ali.

- Estamos aqui! – repetiu ele, caindo sobre seus joelhos.

Peeta nunca sentira tanta felicidade ao ouvia notas correndo em sua direção.

Era Gale, todo trajado de negro, com um comunicador grudado aos ouvidos.

- Ela está bem? – ele foi logo perguntando, pegando Katniss adormecida dos braços de Peeta.

- Sim – respondeu Peeta num sussurro.

- Ótimo, vamos, esse lugar vai para os ares em questão de segundos, já evacuamos o prédio.

Peeta não prestava atenção ao caminho que fazia, apenas seguia Gale, em algum ponto até a saída, soldados aparecerem e ajudaram Peeta, apoiando-o pelo braço, Peeta não negou a ajuda.

- Espera! – exclamou Peeta – Nem todos saíram.

- Do que está falando? Vamos logo! – contrapôs Gale.

- Não... Noel e Snow...

- Peeta, você não pode ajudar mais ninguém!

- Eu posso tentar, não se preocupe comigo – com dificuldades Peeta largou os soldados que o ajudavam, e refez o caminho de volta, descendo cada vez mais, lutando contra a fumaça e fadiga, apenas visando ajudar seus sequestradores.

Por que queria fazer aquilo? O garoto não fazia ideia.






- Pode detonar – foi à primeira coisa que Gale gritou quando colocou os pés para fora.

­- Tem certeza capitão?

- Peeta esta lá dentro – falou um soldado ao lado de Gale, que seguia para os aerodeslizadores pousados ali perto.

- Não o viu no céu? Ele é um traidor, pode detonar.

Não demorou mais do que segundo para uma nova explosão ser audível, porém, maior e mais ensurdecedora. O barulho despertou Katniss, que abriu os olhos assustados.

- Volte a dormir Catnip, você está sã e salva agora – murmurou Gale apertando Katniss contra seus braços.














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Notas finais do capítulo

Então, como eu disse, o fim está próximo, por isso queria muito saber o que realmente estão achando, e aos novos bem vindos espero que estejam gostando ((: Mellarkisses.