Real or not real? escrita por letter


Capítulo 20
Capítulo 19 - Árvore Forca


Notas iniciais do capítulo

Como prometido meus tributos, o capitulo veio rapidinho, façam uma boa leitura ^-^



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Nada. Paylor não iria fazer nada.

Johanna se manteve em silêncio, deixando que as palavras de sua presidenta fizessem algum sentido em sua cabeça. Mas as palavras não se conectavam, não havia qualquer significado conhecido para o que Paylor dizia.

Esperar” era isso que Paylor dizia, o que para Johanna equivalia a “nada”

- Esperar? – Johanna indagou incrédula se levantando brutamente de sua cadeira envolta da mesa redonda, onde além de os já conhecidos vitoriosos sobreviventes e revoltosos de destaque de cada distrito, encontrava-se o conselho pessoal de Paylor – Esperar o que?

- Senhorita Mason – disse um dos conselheiros de Paylor – Você nunca atira em algo de olhos fechados, você pode errar o alvo. Não sabemos com o que estamos lhe dando.

­ - Eu sei – murmurou Enobaria em seu canto – Estamos lidando com a cria de Coriolanus Snow, que tem experiência como Idealizador dos Jogos, que nos viu, durante todos esses anos desde fomos vitoriosos, que nos observou, que sabe do que somos capazes, sabe nossa fraquezas, e o pior, sabe o que quer. É com isso que estamos lhe dando.

- Dessa vez até eu sou obrigado a concordar com elas – disse Haymitch à contra gosto – Não podemos esperar.

- Haymitch, você está fora da operação – disse Paylor calmamente, como se respondesse a um cumprimento – Não vou discutir com vocês. Não quero agir por impulso, não quero perder mais pessoas do que perdi. Vocês não estão em uma arena, onde a regra é matar ou morrer.

- Por Deus! – exclamou Johanna exasperada – Você percebeu o que você está falando? Não, você realmente ouviu o que disse? Paylor, você esteve em uma arena como nós, e você sabe, você saí da arena, mas a arena não saí de você, depois de estar lá, você percebe que tudo é um jogo, e você vem falar que não é mais um jogo? Estamos falando de um Snow, ainda por cima.

- Não levante a voz pra sua presidenta – murmurou um dos conselheiros.

- Pra lua com minha presidente, eu não a escolhi!

- Johanna – chamou Gale, sentado a cadeira ao lado, puxando a manga de sua blusa.

- Não, Gale! Eles estão com Katniss, você não devia aceitar isso assim.

- Johanna, você também está fora da operação – disse a presidenta.

- Que operação? Discutir a melhor maneira de perder tudo pelo qual lutamos? Vou embora com prazer.

Haymitch deu uma piscadela para Johanna, e se retirou do recinto. Ele estava fora desde o começo, Paylor não deixaria que sua afinidade com Katniss e Peeta colocasse tudo a perder.

Não tardou para que Johanna saísse a pesados e longos passos da sala de comando, imaginando a melhor maneira de torturar Paylor. Ouviu passos vindo atrás de si, mas não se deu o trabalho de olhar, ouvia seu nome ser chamado, mas não o ouvia, estava dando mais ouvidos aos planos que nasciam em sua mente, mas quando um braço a virou abruptamente, foi obrigada a prestar atenção.

- O que é? – perguntou ela sem o mínimo de paciência, puxando o seu braço de volta para si com violência, e fuzilando com os olhos um Gale ranzinzo a sua frente.

- Você tem razão, não posso dar as costas a Katniss – disse ele.

- Que bom pra você caçador, quer que eu lhe dê os parabéns?

Gale revirou os olhos.

- Não vê que quero ajudar? – indagou ele.

- Como, gênio? – rebateu ela – Dizer que quer, não é a mesma coisa que ajudar de verdade.

- Faço parte da equipe de segurança da presidenta, ela não confia muito em mim, mas mesmo sem querer, é obrigada a exigir qualquer coisa de mim. Fui encarregado de escolher uma dúzia de meus guardas do Distrito dois, para colocar em um aerodeslizador, onde mais uma dúzia de soldados de cada Distrito foram convocados, e grupos menores serão separadas, todos para irem para os lugares onde já foram arenas, na intenção de descobrir se seu palpite de que é lá onde está a base de Snow é certo – disse Gale, em um fôlego só – Mas ninguém deveria saber disso, Paylor não quer interferências.

Gale arqueou as sobrancelhas para Johanna, como só fazia para ela, indicando que tinha algo por trás de suas palavras, e levou um par de segundos para que Johanna entendesse.

- Nos infiltrar nesses grupos? – cochichou ela baixinho, confirmando se era realmente isso que Gale queria dizer no fim das contas.

O moreno assentiu:

- O primeiro aerodeslizador sai durante a madrugada, consigo nos colocar dentro dele. Isso é claro, se você quiser.

­- Vai deixar Hanna? – ela perguntou, afinal, o garoto custava a se separar da amada.

- Preciso. Isso é por ela também.

- Certo caçador, você acumulou pontos comigo dessa vez – falou Johanna – Quem diria que você seria útil?





O Sr. Mellark aparecera certa noite ao quarto de Peeta, esperou primeiro que a Sra. Mellark adormecesse, e encontrara Peeta enrolado nas cobertas, abraçando o travesseiro, e forçando-se a engolir o choro. Peeta fora enfeitar o seu primeiro bolo, estava começando a ajudar os pais na padaria. Era uma encomenda feita pessoalmente pelo próprio prefeito do Distrito 12, para comemorar o aniversário de sua filha Madge, o prefeito pedira algo simples, mas Peeta se empolgara e fizera mais do que devia, conhecia Madge, estudavam juntos, e achou que a garota gostaria de um bolo que parecesse com sigo, assim, acabou desenhando a própria Madge.

Nunca apanhara de sua mãe da forma como apanhara aquele dia.

Seu pai o abraçara durante a noite, e murmurou a Peeta, para que perdoasse a mãe, disse que às vezes somos obrigados a fazer o que não queremos, apenas para evitar estragos maiores no futuro. Pediu também para que Peeta perdoasse a si por não tê-lo ajudado, e contou que também era necessário que ele apoiasse sua mulher na lição que dera ao filho, mesmo não apoiando, apenas para que Peeta não sofresse mais do que precisava, pois o Sr. Mellark conhecia sua mulher, sabia que se ele defendesse o filho, pior seria para Peeta.

E foi pensando nisso que Peeta caminhava para o quarto de Katniss, imaginando se ela o perdoaria ou concordaria com ele, acreditaria que ele fizera o que fez para evitar maiores estrago e para protegê-la. Não lhe importava que Panem o considerasse um traidor, contando que Katniss soubesse e acreditasse na verdade o resto era simplesmente resto.

Peeta queria ter falado antes com Katniss, antes de aparecer para todo o mundo, mas ela estava dormindo a força de medicamentos que Darion injetava em sua veia, para aliviar não só as dores físicas, mas as psicológicas. De forma que a ansiedade para vê-la o consumia de diversas formas.

Talvez agora Peeta a visse acordada.

A porta do quarto estava entre aberta, e Peeta entrara sem bater.

Dondarion estava sentado na cama onde a pouco Katniss dormia, com um olhar de pesar e as feições cansadas. Peeta sabia que ele se culpava por todo o ocorrido.

- Onde ela está? – perguntou Peeta, mergulhando em devaneios que explicava a cama de Katniss vazia, e as feições de Darion.

O ruivo apenas indicou com a cabeça, uma porta de correr, ao lado de um mínimo banheiro. Uma sacada que Peeta não notara.

Algo dentro de Peeta se revirava. Quantas noites passou em claro sonhando em ver Katniss acordada, sonhando em abraçá-la, em beijá-la?

Mas algo estava errado. E Peeta notou isso antes mesmo de chegar à sacada.

A voz de Katniss preenchia seus ouvidos, e acelerava seu coração, mas a voz dela estava melancólica, cantarolando uma velha e conhecida música:

Você vem, você vem
Para a árvore
Onde eles enforcaram um homem que dizem matou três.
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore-forca”

- Katniss? – chamou Peeta cautelosamente.

Katniss estava de costas para Peeta, fitando a paisagem, uma trança caía por suas costas.

“Você vem, você vem
Para a árvore
Onde o homem morto clamou para que seu amor fugisse.
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore-forca”

- Katniss – chamou ele novamente, se aproximando mais, e colocando de leve uma mão em seu ombro.

“Você vem, você vem
Para a árvore
Onde eu mandei você fugir para nós dois ficarmos livres.
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore-forca”

Katniss se virou para Peeta, a pele de seu rosto estava repuxada, talvez devido à falta de alimentação. Seus olhos estavam abatidos, e seus lábios secos.

- Sou eu, Peeta – disse ele sorrindo, esperando ver o sorriso brotar aos lábios de Katniss.

- Peeta? – perguntou ela abrindo um sorriso bobo aos lábios – Onde ele está? Estou esperando por ele.

Peeta não respondeu. Por um momento se sentira como um avox que tivera a língua cortada.

Katniss não riu, nem disse que era uma piada. Fitava Peeta intensamente, como se esperasse uma resposta. A garota deu de ombros, e voltou a se virar para paisagem, cantando os últimos versos da musica:

“Você vem, você vem
Para a árvore
Usar um colar de corda, e ficar ao meu lado.
Coisas estranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore-forca”

Aquela não era ela, não de verdade. O que eles fizeram com sua Katniss?



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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado do capitulo, e prometo não demorar com o próximo. Não deixem de me dizer o que acharam, viu? Mellarkisses.