Real or not real? escrita por letter


Capítulo 18
Capítulo 17 - Mudando as regras


Notas iniciais do capítulo

Começando a parte 2, vou torcer para que gostem (yn) Não posso deixar de dedicar esse capitulo para a buttercup, mas conhecida como minha tweedledee, pois ela realmente está me ajudando com ideias incríveis, e claro, para a green que fez uma recomendação super fofa. Espero de coração que gostem, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/200437/chapter/18



Quando Snow seqüestrou Peeta, ele se certificou de alterar e destruir da pior forma possivel as melhores memórias que Peeta tinha para com Katniss. Ele fez um bom trabalho, Peeta admitia. Não só um horrível latejar nas têmporas surgia quando Peeta se forçava a lembrar de Katniss antes da rebelião, como as lembranças alteradas lhe viam a mente, fazendo-o mergulhar em um mar sombrio, de angustia e desespero, onde todo o mal que fora obrigado ver, se recaia sobre a culpa de Katniss, e a única coisa que desejava era descontar em Katniss tudo que passara, queria garantir e ter certeza de que ela não obrigaria mais ninguém passar o que ele passou.

Mas com o tempo a maré do mar sombrio que afogava Peeta foi se recuando, permitindo que ele submergisse. E quanto o mar ameaçava a ficar tempestuoso, Peeta já estava forte, e tinha forças para lutar contra as ondas.

Peeta tremia da cabeça aos pés, vendo as imagens de Katniss. “Eu não sei”. Sua voz, seu grito de agonia, perfurava seus tímpanos. Ele tentou gritar com os guardas, pediu, implorou para que parassem, prometeu estar do lado de Snow se era isso que ele queria, prometeu colaborar. Mas os guardas nem piscaram, apenas se mantiveram petrificados perante a porta para garantir que Peeta não deixasse o recinto.

Durante muitos meses, Peeta sonhara em ver essa cena, ver Katniss nessa situação, imaginara que depois de ver isso não precisaria de mais nada. Mas não era ele que desejava isso, era seu eu afogado. Nunca tivera tanta certeza de que se recuperara do telesequestro, afinal, noite sim, noite não, voltava a sonhar com as lembranças modificadas de Katniss, mas só no momento em que a viu sofrendo, e desejou estar no seu lugar para salvá-la foi que teve certeza que estava curado. Teve certeza que nenhum telesequestro seria capaz de mudar o que sentia por ela. De um jeito ou de outro, ele sempre iria amá-la.

Peeta continuava vendo as imagens, tremendo da cabeça aos pés. O curta metragem de Katniss não parava de rodar em sua cabeça. E só quando sentiu uma agulha lhe espetar, foi que percebeu que já não estava na sala, assistindo sua tortura, e sim que ela continuava a repetir e repetir e repetir em sua mente.

- Desculpe – choramingou uma figura mínima, ajoelhada aos pés de Peeta, dobrando as barras de sua calça.

Peeta olhou em volta, e percebeu que estava em qualquer lugar que não era sua cela almofadada no Distrito 13, nem seu luxuoso quarto no berço da civilização. Espelhos, poltronas, chuveiros, banheiras, araras de roupas, produtos químicos para cabelos e pele espelhados pelo recinto.

Um centro de preparação.

- Não, não – contestou uma mulher de olhos púrpura e cachos arco-íris, rebolando de um lado para o outro com um vestido mínimo, mordendo a ponta do dedão – O azul faz ele ficar com um ar muito inocente. Pegue o negro.

Duas outras mulheres se misturaram no meio das araras de roupas, passando rapidamente a mão pelos ternos que lá se encontravam.

Peeta se perguntou como fora parar ali sem perceber. Estava tão imerso revendo a agonia de Katniss, que não notou as coisas acontecerem a sua volta. O tempo parou e Peeta se congelou junto com ele. E agora... E agora estava em qualquer lugar, com mulheres despindo-o e voltando a vesti-lo.

- Lib, temos de nos apressar – sibilou um homem entrando no recinto com gravatas de variadas cores e estilos na mão.

- Ele não coopera – rebateu a mulher de nome Lib – Olhe para os braços deles. Não é fácil ter de levantá-los para tirar medida, se ele não ajuda.

- Apenas se apresse coração – disse o homem deixando as gravatas em uma mesa – O Impera já está prontinho o esperando.

Lib soltou um pesado suspiro.

- Vou falar que fiz meu possivel – falou Lib, todos assentiram em consentimento – Com sorte as pessoas prestam atenção em seu rosto e não vão ligar muito para... isso – disse ela torcendo os lábios ao apontar para o terno – Impera não me deu muito tempo de planejar algo – murmurou.

Duas outras mulheres passaram as mãos em volta dos braços de Peeta, e como se ele soubesse o caminho, seus pés começaram a andar. Seus olhos estavam colocados na Katniss de sua mente, e não perceberam nada por onde passaram. Apenas continuou a andar.

Tentou forçar sua mente a manter foco, mas era difícil.

- Katniss – alguém falou.

Como se um botão houvesse sido acionado, Peeta virou se virou automaticamente para procurar quem a chamou.

Só então percebera que as duas mulheres que o ajudaram já não estavam ao seu lado. Ele estava em um escritório, onde dois rostos conhecidos o fitavam rindo.

- Não lhe disse? É só falar o nome dela – Noel. Vê-lo revirava o estomago de Peeta.

Sem mesurar suas atitudes, as mãos de Peeta se fecharam em punho, e se levantaram em direção ao belo rosto de Noel. O outro ficou que estava na sala, Snow, ficou tão surpreso com a atitude de Peeta, que só o segurou e o puxou depois dos primeiros socos. Peeta quase se virara para descontar sua fúria em Snow que o puxara de Noel, quando Snow sorriu e arqueou uma das sobrancelhas:

- Não me lembro de você ser tão violento assim Peeta – falou ele em tom divertido.

- Você... Você me bateu! – exclamou Noel incrédulo, como se não acreditasse nisso, pressionando uma das mãos sobre o nariz que sangrava – Em mim! Você vai ver seu padeirinho desgraç...

-Noel – advertiu Snow – Não se atreva.

Noel bufava como um cão enfurecido, fuzilando Snow e Peeta com o olhar. Peeta devolvia o olhar com a mesma intensidade, ignorando o latejar das juntas de seus dedos.

Por fim, Noel saiu da sala, abruptamente e de punhos fechados.

- É bom vê-lo novamente – disse Snow saindo do lado de Peeta, dando a volta a mesa e se sentando em uma confortável poltrona de couro – Vejo que Libennea fez um bom trabalho em pouco tempo, foi a única estilista que sobrou, era a estilista de meu irmão, mas enfim espero que a viagem tenha sido confortável – deveria ter sido, já que Peeta não se lembrava dela.

Vendo que Peeta não falaria nada, Snow continuou:

– Fico muito contente de ter seu apoio Peeta. E pretendo que não se importe de eu abusar dele.

- Contando que Katniss fique fora disso – falou ele secamente.

- Com certeza, não queremos que ela estrague tudo, não? A não faça essa cara Peeta, ambos sabemos que ela com certeza estragaria tudo. Mas você não, você sempre sabe o que fazer.

­ - E o que eu tenho de fazer dessa vez? – perguntou Peeta.

- É simples – Snow juntou ambas as mãos sobre a mesa – Eu gosto de viver Peeta. Eu gosto do mundo, muito. Meu irmão também gostava, por isso governava Panem com mãos de ferro. Coriolanus não queria deixar que as pessoas destruíssem o que nossos antepassados destruíram, não foi fácil reconstruir Peeta, mas novamente, destruíram tudo de novo. Você deve ter visto com seus próprios olhos como Panem está. Paylor não consegue controlar as pessoas, a economia está abalada. Panem ruiu.

­- Você acha que pode governar Panem melhor que Paylor? – perguntou Peeta.

- Acho, com certeza. Afinal, cresci ao lado de governadores. Mas não é esse o caso, como eu disse, Panem literalmente ruiu. Precisamos de uma nova nação Peeta, e eu tenho em minhas próprias mãos o comando de tudo o qual as pessoas esqueceram. Você viu o quanto mundo grande, e o potencial que nós podemos conseguir.

- Nós?

- Sim, nós. Preciso de pessoas, de uma população, distribuí-las ela por todos esses lugares. Tenho soldados, mas preciso aumentar meu exercito, pois muitos vão ser os que desejarão me tirar do jogo. Tenho minha família, meus sobrinhos, pessoas que Snow tirou da Capital antes de vocês atacarem-na. Mas uma centena de pessoas não é capaz de criar um novo mundo Peeta. E preciso de tecnologia. Você esteve na arena, viu o quão fácil era para mudar clima e vegetação. Com isso, eu seria capaz de reconstruir todo o mundo. Paylor poderia reconstruir Panem com um simples click, mas ela é orgulhosa de mais para usar algo que quase a matou. Vocês vitoriosos são muito orgulhosos, não?

- E como eu posso te ajudar? – perguntou Peeta à contra gosto.

- É simples. A quem mais a população de Panem daria ouvidos, se não o rosto que as libertou da opressão da Capital? – Snow riu – Não me ouviriam, mas ouviriam você.

- E se não me ouvirem?

­- Ouvirão – garantiu Snow – Se não por bem, ouvirão por mal. Posso contar com você Peeta?

Peeta abaixou a cabeça, fitando os próprios pés. Ajudaria a terminar de destruir a Panem que quase morreu para deixá-la livre?

- Pode pensar com calma Peeta, e depois que pensar, Katniss está no andar de cima te esperando.

Peeta sabia, e Snow sabia, não era preciso de mais palavras para fazer Peeta dar a resposta que ele tanto queria ouvir:

- Conte comigo.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então tributos, por favor, não deixem de dizer o que acharam do capitulo, e muito obrigada pelas sugestões que estou recebendo, elas realmente estão me ajudando. Merllarkisses :*