Real or not real? escrita por letter


Capítulo 16
Capítulo 15 - Distrito 13


Notas iniciais do capítulo

Oi seus lindos :3 Primeiro, muito obrigada as duas fofas da elena e da Lyllian pelas recomendações, e muito obrigado a vocês pelos reviews, um super bem vindo aos leitores novos, e bom, aproveitem o capitulo *-* (e ignorem por favor os erros ortográficos)



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O silencio sobre a cela, foi quebrado apenas pelo roncar ritmado do estomago de Katniss.

A rala sopa que lhe trouxeram mais cedo, jazia fria em um quando da cela, de menos de três metros quadrados. Atacar Snow pelo visto, não foi a melhor ideia que Katniss já teve, quando acordou, não estava em seu quarto de “hospedes”, e sim numa gaiola, de tão pequena que era a cela, que tinha espaço apenas para um surrado colchão, e uma cadeira.

Katniss, já passara fome de diversas formas, e agora estava disposta a passar novamente, apenas pelo orgulho de não se dar ao luxo de dever sua nutrição ao Snow que trancafiara Peeta em um quarto almofadado.

O confinamento deixava Katniss alienada de todas as coisas que aconteciam por fora, nos primeiros dias, sabia contar como o tempo passado devido ao numero de vezes em que um guarda aparecia para levá-la para fazer sua higienização, e as duas vezes que lhe traziam alimento. Mas à medida que o tempo foi passando, e com a ajuda da falta de alimentação, Katniss foi ficando mais fraca, sua cabeça dava giros, e ela já não sabia contar o tempo.

Ansiava por ver Darion, o único rosto naquele ninho que poderia lhe trazer alguma esperança, mas ele não apareceu. Embora Darion estivesse aliado a Snow, Katniss temia por ele, sempre o via muito vulnerável ao lado de Snow, Noel, Lorcan, e todos os outros guardas. Tinha certeza que eles sabiam que Darion compartilhava com ela os planos de Snow até certo ponto, e tinha certeza que isso não seria bom para ele. Não depois de ver Snow o fuzilando com os olhos.

Katniss rolava de um lado para o outro em seu colchão, lutando para afastar o sono, que vinha acompanhado de terríveis pesadelos envolvendo Peeta, mas estava tão fraca... Seus olhos pesavam tanto... Ouviu a porta correr, ouviu sua tigela de sopa ser substituída... Ouviu a voz de seu pai, cantando... Ouvia seus pés de encontro aos gravetos da floresta, fazendo estralo ao quebrá-los... Ouviu Peeta gritando agoniado... Ouviu ele clamar por seu nome...

­“Katniss” “Katniss”

Peeta! – ela respondia de volta, com a voz em meio a desespero, agonia, raiva, tudo.

– Katniss – agora Peeta estava mais perto, chamando-a com ternura – Sou eu.

Katniss abriu os olhos alerta, se colocando em posição imediatamente. Recriminou a si mesma por ter dormido.

­- Eu não queria tê-la assustado – se desculpou Darion.

– Pensasse isso antes! – exclamou ela, lembrando da voz agoniada de Peeta.

– Não tenho muito tempo – explicou Darion – Vou ficar fora por um tempo.

– O que? – perguntou Katniss tentando se desvencilhar da nevoa que tomava conta de sua mente – Onde você esteve? O que esta acontecendo?

– Quando eu voltar, eu te explico tudo. Faça o favor de comer, e fique bem.

Darion que estava ajoelhado próximo ao colchão de Katniss, se levantou rapidamente, com sua fiel maleta sempre a mão direita, indo em direção a porta.

Katniss queria falar alguma coisa, mas as palavras entalaram em sua garganta. O que diria? Um objeto preto reluziu em sua cama, alguma espécie de telefone, já abria a boca para falar para Darion que ele esquecera aquilo, quando a porta terminou de fechar.

Porque Darion fora ali apenas para se despedir, se já não se viam há dias? Se perguntava Katniss, puxando o telefone para si, e constatando que não era um telefone... Era... O que raios era aquilo?







– Estique o braço – pediu Noel abruptamente.

Obedientemente, Dondarion, esticou o braço direito, puxando a manga do colete branco para cima, a picada em sua veia mal foi sentida.

– Snow ainda acha que vou fugir? – perguntou ele de bom humor.

– Não, ele confia em você – respondeu o soldado do distrito 2 sem qualquer humor – Eu é que não confio. Pode levá-lo, rapazes – mais dois soldados apareceram e se postaram ao lado de Dondarion.

– Não a machuque – foi à única coisa que Dondarion pediu, antes de se deixar ser conduzido para o aerodeslizador já ligado na pista de lançamento. Noel não respondeu.

Os soldados de Noel, andaram sincronizadamente atrás de Dondarion, e os esperaram como estatuas subir no aerodeslizador. Assim que o ruivo terminou de colocar o pé para dentro, ele sentiu o aerodeslizador se colocar em movimento.

Se sentou na única poltrona ali presente, abriu sua maleta, e passou as curtas horas de viagem trabalhando em um seu comunicador extra. Ter namorado uma garota do Distrito 3 se mostrou valer a pena naquele momento.

Como se tivesse planejado, Darion terminou de fazer seus ajustes especiais no comunicador, assim que sentiu o aerodeslizador perder altitude.







– Não que sejamos aliados...

– Vocês são aliados Delly - Delly Cartwright se encolheu involuntariamente ao ouvir o tom de censura na voz do velho amigo – Mas não te culpo – acrescentou Peeta ao ver a reação da garota.

– Me sinto mais em casa aqui no 13, do que alguma vez me senti no 13 – explicou ela.

– Casa... – murmurou Peeta, já mal se lembrando o que a palavra significava.

Um dos guardas de branco pigarreou, chamando a atenção dos dois. Delly soltou um pesado suspiro, colocando uma das mexas loiras atrás da orelhas.

– Eu prometo voltar – disse ela com um sorriso meigo no rosto, se levantando.

Peeta observou Delly se levantando, indo em direção a estreita porta, mas parando ao meio do caminho, a porta era tão estreita que uma pessoa mal conseguia passar. Peeta viu uma cabeleira ruiva, acima de Delly, logo, viu o rosto de Dondarion se materializando de frente a garota. Delly ficou paralisada como se houvesse avistado um fantasma.

– Desculpas – pediu Dondarion com um sorriso meigo no rosto, que logo desapareceu ao ver a expressão de Delly – Você esta bem? – perguntou ele ao ver a expressão perturbada dela.

O guarda pigarreou outra vez.

– Eu... Eu... – Delly parecia desconcentrada.

– Tudo bem? – repetiu Darion.

A loira balançou a cabeça, e se desviando de Darion, saiu tropeçando nos próprios pés.

– Ela está bem? – perguntou Dondarion confuso a Peeta.

Peeta abriu nos lábios a sombra do que deveria ser um sorriso.

­- Delly sempre nutriu um amor platônico por Darius – contou Peeta – Saímos da escola, e ela ficava o olhando de longe, admirando-o.

– Ah... Eu... Sinto muito, acho – falou ele, o irmão sempre conseguia chamar a atenção das garotas, não era tanta surpresa – Podemos ir para seu quarto?

– Quarto – repetiu Peeta soltando um risada fria, se levantando do banco estreito, e seguindo para o quarto almofadado onde estava trancafiado a dias, apenas tinha permissão para sair quando Delly aparecia. Ela era um instrumento de Snow, que a usava como forma de convencer Peeta a contribuir em seu plano.

Quando ambos entraram, Dondarion fechou a porta.

– Como tem passado?

Peeta deu de ombros.

­- Mentira se eu dissesse que estou bem.

­- Eu queria poder ajudá-lo Peeta, de verdade, mas não posso.

– Sei que não – respondeu ele, infeliz.

– Como você esta Peeta, em termos...

– Mentais? – completou ele – Mentalmente perturbado – falou ele rindo, como se fosse um espécie de piada – Eu já não sei o que real e o que não é, já não sei quando sonho e quando estou acordado. Outro dia me forçaram assistir um vídeo, mostrando Katniss sendo torturada, eu não sabia se estava sonhando. Não sei se ela esta bem... Ela está? Por favor, Dondarion, me diz que nada disso é real, que eu estou sonhando, não é verdadeiro nada do que eu estou vivendo, nada do que a Delly disse. Não pode ser real.

– Queria eu poder dizer isso Peeta – respondeu Darion sinceramente.

Peeta soltou um pesado suspiro, e se encostou na parede almofada, deixando se levar até ao chão.

Quando tudo finalmente ficaria bem?

– Eu tenho de escrever um relatório a Snow, volto mais tarde, tudo bem?

­ Peeta não respondeu, assentiu com a cabeça.

Quando Dondarion saiu, Peeta ouviu a porta ser trancada pelo lado de fora.

Soltou um pesado suspiro, pensando, em tudo que ouvira de Delly, da união de forças entre o Distrito 13 e Snow, sobre os planos de Snow, sobre o que vira de Katniss, sobre o quanto tudo isso era real... Só então notou que Darion esquecera qualquer coisa sobre o chão almofadado de sua cela.

Um comunicador, percebeu Peeta, logo de cara.

Puxou ele para perto de si. Não era nada muito novo, como costumara ver os comunicadores do pessoal do 13 usando, algo bem antigo.

Possui apenas um botão, ligar e desligar.

Peeta imaginou que se ligasse, talvez iria falar direto a Snow. Imaginou o que ele acharia de ouvi-lo do nada? A ideia parecia doentia, mas na sua situação, era até divertido, afinal, o que mais poderia perder.

Apertou o botão de ligar.

A freqüência estava longe de ser de qualidade, Peeta duvidava que alguém o ouviria.

– Olá? – chamou ele. Apenas chiados. Peeta soltou uma risada fria, o que esperava ouvir? A voz de Snow? A voz de Katniss?

–Peeta? – seu coração bateu descompassado. Não... Não poderia ser, ele estava apenas pensando nisso e... – Peeta é você? – era real, ou não real? – Peeta?

– Katniss? – perguntou ele incerto.

– Não acredito... Dondarion... Ele...

– Katniss! Você esta bem? Onde você está?

– Não tenho certeza, algum lugar perto da nossa primeira arena, e você?

­- Distrito 13 – a voz de Katniss sumiu, apenas a freqüência era audível, Peeta se agarrou ao comunicador, como se estivesse se agarrando a vida – Katniss? Katniss?

­- Distrito 13 – repetiu ela, como se tentasse entender – Você esta bem?

– Estou, estou, e você?

– Também, Peeta, o que esta acontecendo?

– Não tenho certeza Katniss, acho que... – A voz de Peeta travou, no momento em que ele ouviu do outro lado da linha, algo se comparado ao grito, e freqüência. Chamou por Katniss, e chamou-a pelo resto da noite, até o comunicador perder a utilidade, Katniss não respondeu.



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Notas finais do capítulo

Eu espero que vocês tenham gostado do capitulo, de verdade :3 por favor não deixem de comentar o que acharam, dar sugestões ((que estão sempre me ajudando)) e tudo o mais *-* beijinhos :**