Ao abrir os olhos, Hinata se depara com uma cela, onde existia uma latrina no canto e, na parede oposta, um beliche de pedra onde ela está deitada na parte de baixo. Aguçando seus sentidos, percebeu um chakra fraco vindo do beliche superior, que reconheceu como sendo o da sua aluna e tem a impressão de estar sentindo o chakra daquele loirinho que ela tanto ama.

- Besteira, Hinata... Você deve estar à milhas de Konoha e Naruto ainda não teve chance de saber de nada, já que você nem conseguiu enviar a mensagem da sua captura. Que bela mestra eu sou... Saio com meus alunos para treinar e acabo presa. Eles devem estar mortos, pois só sinto a presença da Rina – pensava a jovem pensava em tudo isso, freneticamente.

- Rina...Rina.

- Hinata-sensei, você está viva! – exultou a menina.

- Sim. Fale baixo. Você esteve acordada todo o tempo?

- Sim, sensei. Não estamos longe da vila. Aqui é um forte, mas me perdi enquanto carregavam a gente.

- E o Takeshi e o Lance? – perguntou a Hyuuga, aflita.

- Não sei, mestra. Os ninjas os deixaram pra trás.

- Você está bem, Rina-chan?

- Sim, obrigada. A senhora acha que poderemos fugir?

- Acho que isso não vai ser necessário. O nosso resgate está vindo. Fique calma e tente ocultar o seu chakra, que tudo ficará bem – disse, por fim, Hinata, sentindo a presença do imenso chakra de Naruto se aproximando.

Enquanto isso, longe dali, dois genins se esforçam ao máximo para fazer sua presença desaparecer. Isso não é uma tarefa fácil para ninjas tão novos, mas a vida deles dependia da sua capacidade de se manterem escondidos e, se não ocultassem o chakra, os ninjas da névoa facilmente os achariam.

Lance escolhera uma pequena caverna como esconderijo. Ela ficava perto da estrada, mas uma árvore ancestral cobria a visão e os meninos ouviam durante todo o tempo os ninjas da névoa passando em todas as direções, procurando-os.

- Lance-kun, será que eu estou delirando ou é o chakra de Lee-sensei que eu estou sentindo? - perguntou Takeshi, ainda com muita dor na costela.

- Takeshi-kun, se concentre em esconder seu chakra para que eles não possam nos achar. Se você tiver razão, logo estaremos a caminho de casa e você poderá ser cuidado por um ninja médico.

- Estou preocupado com Rina-chan e Hinata-sensei. Será que morreram?

- Acho que não, Takeshi. Hinata-sensei é muito forte. Se minha mensagem chegou a Konoha, o resgate deve estar a caminho.

Lee estava preocupado, pois que não conhecia o potencial de combate de Nanami-san. Não sabia se seu time estaria pronto para combaterem sozinhos e, principalmente, se aqueles ninjas da névoa estariam em vantagem ou não. O tal do Kasigi Kouba devia ser o líder, já que fora ele que anunciara o ataque. O franzino ninja parecia ser mais forte do que seu corpo aparentava. E os outros dois eram, com certeza, chuunins ou quem sabe genins.

- Nanami-san, o pequeno ninja é sua responsabilidade! Hanabi, Mai e Keitaro, cuidem dos chuunins e Kasigi-san, você é meu e eu te mostrarei como os ninjas da folha tratam invasores e seqüestradores! – disse Lee, decidindo a tática a tomar.

Nanami não titubeou e avançou com tudo para cima do pequeno ninja da névoa, mas logo percebeu que teria pela frente uma parada duríssima. Não conseguira encaixar sequer um golpe de taijutsu no seu adversário. Já estava começando a pensar em outra tática, quando o pequeno ninja começara a fazer inúmeros selos para depois gritar palavras ininteligíveis.

Ele começa a aumentar de altura e força física, chegando a quase 2,50m, tão forte quanto um halterofilista.

- NANI!? - pergunta a pobre Nanami, estupefata.

- Vou lhe dizer meu nome para que você possa saber quem foi que te matou, menininha: Buntaro Ryuga – disse o agora enorme ninja.

Realmente, Ryuga partiu para matar Nanami. Arrancou uma árvore pela raiz e arremessou na direção da meiga jovem. Nanami não teve dificuldade de se esquivar. Agora ela tinha total noção da encrenca que estava enfrentando, pois o ninja da névoa indubitavelmente era fortíssimo e parecia ser também tão rápido quanto era na sua “forma franzina”, o que deixava a kunoichi em maus lençóis. Se o ninja apenas relasse a mão nela, não ia sobrar muita coisa para enterrar.

Ryuga lançou vários socos na sua direção, não tendo muito sucesso, o que não o impediu de cansar sua adversária. Cada vez estava ficando mais difícil para Nanami continuar esquivando daqueles poderosos golpes.

Ela estava cansada da viagem, sua noite fora péssima já que perdera um paciente no hospital durante o dia e estava preocupada com Kiba-kun. Os golpes de Ryuga agora já estavam “tirando fino” do seu corpo e isso a fez recorrer à técnica secreta dos Kaori. Depois de usá-la, Kaori conseguiu uma larga vantagem sobre seu oponente. Praticamente podia prever onde e como ele a atacaria.

Ganhou tanta vantagem que resolveu poupar chakra para curar os meninos e resolver a luta bem ao estilo Uzumaki: Descendo a porrada!

Hanabi, Mai e Keitaro resolveram sair de perto de Kaori-san e Lee-sensei. Aquilo era briga de cachorro grande e podia sobrar pra eles. Precisavam de espaço para lutar com seus próprios adversários. Estavam sendo seguidos pelos chuunins da névoa.

- Mantenham-se juntos! - disse Hanabi, usufruindo o seu status de líder da equipe.

- Olha, Nameda, os insetos da folha resolveram lutar – disse um ninja baixo, que estava com várias agulhas prontas para atacar.

- É verdade, Liuchi. Será que pelo menos eles conseguem nos divertir?

Hanabi não esperou pelo que eles fariam e foi logo acionando o seu Byakugan, colocando-se em posição para usar seu estilo Jyuuken. Keitaro começou a fazer os selos secretos dos Kusanagi, mostrando aos seus amigos que o tempo ia ficar mais frio e a doce Mai escolheu ficar entre os dois companheiros para poder apoiar a ambos e tentar tirar vantagem da sua velocidade e vantagem numérica.

Os ninjas da névoa partiram para cima com tudo, com Nameda tentando tirá-los de sua formação. Enquanto o outro avançava, Liuchi coalhava os céus com suas agulhas, fazendo ainda mais complicado o trabalho de esquivar da espada de Nameda. Logo, os genins da folha tiveram que se separar para buscar mais espaço.

Hanabi enfrentava Nameda e sua espada, Mai avançava na direção de Liuchi, tentando dar tempo a Keitaro de preparar alguma surpresa para o ninja da névoa. Liuchi atacava implacavelmente e o corpo de Mai tinha dezenas de agulhas presas. Ela se sentia cada vez mais pesada e lenta devido ao sangramento e ao veneno inoculado em seu sangue. Keitaro se viu numa posição desfavorável.

Enquanto Mai resistia bravamente, ele se colocou em posição para flanquear o adversário e, após uma sucessão de selos, sua mão direita reluziu uma aura branco-azulada e foi com essa mão que ele atacou o maldito chuunin das farpas envenenadas. O golpe é certeiro, bem na altura do coração e Keitaro sabia o que estava fazendo, pois já havia alguns meses que ele aprendera este golpe de Usagi-chan, “Dim Mak – O toque da morte”, golpe que faz com que uma pequena área do corpo do adversário seja congelada totalmente. Isso obviamente causa a morte, se usado em qualquer ponto vital.

Talvez, a morte daquele ninja da névoa custasse muito caro. O corpo de Mai encontrava-se cheio de veneno e ele não tinha como tratá-la ali. Fez apenas o que podia e, usando o que restou do seu chakra, o menino Kusanagi começou a resfriar o corpo da garota, fazendo com que seus batimentos diminuíssem a ponto dela entrar num estado de catarse. Após isso, Keitaro ficou lá, velando sua amiga.

Naruto e Sasuke estavam vigiando a entrada do forte há alguns minutos, quando viram dois ninjas que se aproximavam correndo: um era um adulto de pele muito branca e cabelos lisos e pretos e o outro tinha a altura de um menino, não maior que seus alunos. Ambos passaram correndo pela guarda e o maior simplesmente matou a todos com um jutsu de invocação, onde cobras atenderam o chamado.