Leis da Noite - Mente sobre Materia escrita por Ryuuzaki


Capítulo 8
O Colecionador - Parte 7




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... Aquela estranha pergunta pairou no vazio por alguns instantes em que ninguém proferiu palavra alguma e o tempo parecia ter parado, calando com sua ausência, todo o som do ambiente. Neste instante, que pareceu não existir, os dois homens ficaram se encarando e o artista ficou incomodado por conseguir enxergar naquela face, de traços do leste europeu, um dos sobrenaturais mortos-vivos e, para piorar seu medo que crescia em disparada, até faria sentido. - E então, Michael, acredita em seres que possam desfrutar a eternidade? Michael Toren balançou um pouco sua cabeça, na esperança que seus pensamentos nefastos e, no mínimo, ridículos para o século vinte e um o abandonassem. Entretanto, quando ia responder a pergunta do conde, não pode evitar que focasse novamente aqueles olhos enigmáticos que, de per si, pareciam sobrenaturais, e traziam novamente a idéia de vampiros. Na verdade o artista agora “ACREDITAVA” que Claudius era um vampiro. Achava ridícula a idéia, mas não conseguia ver outra alternativa. Era como se discutisse com ele mesmo e tivesse uma opinião contrastante. Falava consigo mesmo... O início de uma esquizofrenia talvez... - Não irá responder-me? - Digamos que... Que... Eu não a-acredito que uma vida dure para sempre... – gaguejou pela segunda vez aquele dia – Porém, uma idéia, um feito, uma história... Estes sim podem atravessar os séculos. Claudius pareceu ponderar sobre aquelas palavras, seus olhos estavam direcionados para cima, sinal que raciocinava sobre algum dilema. Aquele ar de dúvida que o conde agora demonstrava, passava uma sensação de alivio que Michael achou ótima, ele riu consigo mesmo, o que passava pela cabeça dele... Pensar que o anfitrião era um vampiro, agora percebia o quão ridículo estava sendo. Já relaxado, ficou a observar seu companheiro, que pensava em uma resposta, ao que parecia até mesmo o imponente Du Coudray poderia ser pego em uma conversa. Não mais que dez segundos se passaram em que O Artista ficou a observar Claudius. Ia desviar o olhar quando percebeu a imagem do outro “tremeluzir”, como que fosse um holograma antigo e defeituoso e então, antes que o convidado pudesse ao menos piscar, o rosto de Claudius estava a dois palmos do seu. Tempo algum foi necessário para Michael notar as presas que agora se sobressaiam sobre os lábios do barão, tampouco ver os olhos, que antes eram de um perturbador castanho escuro, mas que agora eram um vermelho sangue, que mais parecia um poço de loucura e devassidão. Não teve muito tempo para analisar aquele "novo" rosto, sequer pode sentir medo ou terror. Havia sido completamente dominado por algum tipo de hipnotismo, ou feitiçaria. Seu corpo teve tempo apenas para esboçar uma ultima ação. Por reflexo Michael deu um pulo para trás, o que fez com que a pequena e confortável cadeira-puff que sentava girasse para trás. Em qualquer outra ocasião a situação seria um tanto quanto cômica. Mas agora não era . O Pintor estava ainda sentado, porém, verticalmente. Havia acompanhado a queda do móvel. Talvez ele pensasse em levantar-se, mas, antes que sequer sua mente pudesse entender que havia desabado ao chão, Claudius... Não... Não Claudius... O vampiro. Sim... Era um vampiro que estava em pé ao seu lado, com seus olhos ainda acesos, como dois mínimos holofotes, e aquele sorriso de escárnio, que parecia estar muito mais crível agora que ele possuía presas. Foi com esse riso nos lábios que ele perguntou ao atônito Artista, que ainda não havia esboçado reação além de olhar pateticamente para o teto. - E Agora, Toren... Acredita? ...

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Notas finais do capítulo

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Como autor da historia, sinto que falta algo nesta parte, não ousem dizer que não, pois sei que algo esta faltando. Se alguem puder me dar uma luz, ficaria agradecido.

Abraços para Lady myh lee, boneca, Just nah e para mamãe Rafma