Leis da Noite - Mente sobre Materia escrita por Ryuuzaki


Capítulo 7
O Colecionador - Parte 6




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                Claudius parecia não ter terminado o que queria dizer, no entanto, por alguns instantes, com um sorriso de triunfo no rosto, ficou a olhar Michael nos olhos.

 

                ... Porém, você ainda é jovem. Seus quadros demonstram beleza e emoção, mas não há maturidade. Existe o belo desenho, mas não um contexto, ou algo que o faça se situar... Seus quadros acabam se tornando rabiscos flutuando no... Nada. – Ele fez uma pausa, na qual lançou um odioso sorriso de escárnio para o pintor à sua frente.

               Aquele simples movimento facial feria, pois era carregado de palavras, que pareciam dizer: “Você é bom, mas não o suficiente, tem muito o que crescer ainda”

              – Compare-se a um cientista, que se desvirtua do próprio caminho e acaba por construir armas nucleares, que em nada contribuem para a ciência... Apenas geram caos e destruição...

        Fez uma pausa na qual saboreou a tormenta pela qual o artista passava.

         - A arte está nos olhos do observador e não nas mãos do artista.

     Os lábios de Michael se crisparam conforme o nobre pronunciava cada palavra que o insultava, de modo que acabou olhando para os próprios pés e apertando os punhos, tentando se conter. Ódio.

 

          Puro e simples ódio era o que o jovem sentia. Como aquele riquinho ousa falar mal da verdadeira arte?! Um tolo... Sim... Claudius Du Coudray não passa de um tolo. Um tolo influente e rico... Mas ainda assim um tolo. Alguém que no fim das contas, não entende de arte.


      Os pensamentos do jovem arrogante, que era Michael, estavam cheios de pragas e maldições direcionadas para quem ele agora chamava de “riquinho tolo”. Não conseguia mais se segurar, chegara a um ponto em que sua raiva inflamava seu coração com chamas vingativas e o compeliam a responder, rebater tudo aquilo que havia lhe ofendido.


         Ele começara a abrir a boca, para protestar e rebater aquelas “injustiças” contra a sua pessoa, sendo tão ou mais venenoso do que o barão, entretanto, assim que levantou a cabeça, e seus olhos novamente se encontraram com os de seu anfitrião, toda a revolta sumiu, sendo substituída por um medo repentino, algo primitivo, que o fez calar e engolir o orgulho, que desceu apertado em sua garganta.

           Por um curto espaço de tempo Toren viu algo mais naqueles, já enigmáticos, olhos castanhos. Mais tarde iria pensar que havia se enganado, que fora uma estranha impressão causada pelo “stress”, mas sim, havia visto algo, e era uma ordem. Uma ordem para que parasse de falar e ele se calou.

        - Sr. Toren, de qualquer forma, não te convidei à minha residência para divagarmos sobre... Arte.

         - Mas então o q... – o espantado Michael foi abruptamente interrompido.

 

        - Começando do... Começo – sorriu como de costume – Acredita em... Vampiros?


...


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