Leis da Noite - Mente sobre Materia escrita por Ryuuzaki


Capítulo 21
Um Telefonema Pela Manhã - Unico




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Capitulo 4: Um telefonema pela manhã

 

Uma gota de suor escorreu pelo seu rosto, perfazendo todo o trajeto que começava na testa, passando pelo nariz e lábios, até finalmente ir parar no queixo, de onde despencou.  A transpiração acabou por cair sobre o telefone cor de ébano que se encontrava numa mesinha de centro, o mesmo aparelho o qual o homem encarava exaustivamente. Estava tenso, com medo de falhar na missão importante a qual fora incumbido. Por mais que fosse simples, o sucesso de um plano há muito arquitetado dependia dele e isso o apavorava, ainda mais sabendo o que estaria em risco, caso tudo viesse a dar errado.


Mantinha as mãos por cima da mesa, entrelaçadas. Apenas os polegares escapavam do abraço de seus gêmeos. Ao invés de se amarrarem, como os outros dedos, brincavam um com o outro, girando, como num eterno pega-pega, um tentando alcançar o outro.


O homem de terno tentou se acalmar. Desviou os olhos da coisa que tanto o exasperava e bateu na mesinha, tentando forçar o término do movimento repetitivo com a mão, pois aquilo só o estressava mais.


Tudo havia corrido tão bem até aquela hora. Ele conseguira cumprir tudo o que havia sido estabelecido pelo seu patrão, pelo seu mestre. porém, desta vez era diferente, ele estava sozinho. Sem esperança de receber qualquer ajuda caso algo desse errado. Era só uma ligação. Só uma maldita ligação e ele estaria livre de todo aquele drama. Era até a parte mais fácil da coisa toda e isso o apavorava. Já que, ele mesmo, sabia que é na porta de casa que o leite costuma cair e derramar-se no chão.


Deu um risinho ao lembrar-se do ditado. O maldito ditado que dizia que ele poria tudo a perder naquele instante. Seu semblante ficou sério ao perceber isso, ele sabia o risco que uma falha representava à sua família e a ele mesmo. Não podia falhar.


Ajeitou sua gravata e suspirou, buscando boas energias para sua missão. Pôs as mãos no telefone e digitou sofregamente os dez números que eram necessários para completar aquela ligação tão importante. Assim que ouviu o som familiar, sinalizando que o aparelho alvo estava tocando, olhou para um pequeno relógio de parede. O mostrador digital marcava 8:12 AM. Achava que daria tempo, tudo estaria resolvido, se usasse as palavras certas. Fez uma pequena prece para Deus enquanto esperava, tinha fé de que ele o ajudaria.


Respirou fundo ao ouvir a ligação ser atendida. Estava sozinho agora, tinha certeza disso. Mas, sairia daquele jogo perigoso. Sairia vivo.


- Alô...


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