Leis da Noite - Mente sobre Materia escrita por Ryuuzaki


Capítulo 2
O Colecionador - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Musica tema do capitulo :> White room - Demons & Wizards (cover do Cream)

Link video: http://br.youtube.com/watch?v=O7sHmBfYvMc&feature=related

Link Letra: http://vagalume.uol.com.br/blind-guardian/white-room.html



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Capitulo 1 – O Colecionador

 

          Michael Toren tinha como ofício a feitura de quadros artísticos. Não era porém um pintor de renome, mas sim um artista pouquíssimo conhecido. No auge de seus vinte e cinco anos vivia de pintar, e o mais importante, vivia PARA pintar. Por toda a sua vida, desde que se entedera por gente, sua única paixão, quase que beirando a obsessão, foram os quadros que fazia, e apenas os que ele mesmo produzia. A única namorada que tivera por todos esses longos anos o largara logo após completarem dois meses, frustrada por não conseguir competir com a atenção que o rapaz dava ao seu verdadeiro amor.

 

          Mas a verdade é que a habilidade nos seus trabalhos era fenomenal. Seus quadros eram maravilhosos, tinham algo de especial, era mais do que ter uma pintura bem feita, eles passavam emoção, com toda certeza eram obras primas quase comparadas à picasso’s e da vinci’s e, em alguns anos, poderiam superá-las. No momento, tais obras de Toren eram vendidas por míseros cinqüenta dólares. Era, afinal, o destino da maioria dos bons artistas: viver pobre.


          Michael não fazia contato com a família já havia pelo menos dois anos, nem sabia onde moravam no momento e não tinha sequer o telefone, não possuía amigos próximos em quem ele poderia confiar, apenas conhecidos, os quais não se dava o trabalho de conversar e não se interessava em desencanar e arranjar uma namorada, ou seja, não possuía vida social alguma. Tudo para ele girava em volta de pintar, pintar e pintar, embora não fosse introvertido e soubesse como se portar na maioria das conversas.

 

          Toren é arrogante, tem a absoluta convicção de que é o melhor artista da cidade, e de certa forma é, mas sua falta de modéstia e humildade o faz declarar a si mesmo um gênio e gabar-se diante de outros pintores sobre coisas como: nunca ter ido à faculdade de artes plásticas local ou ter completado nenhum curso aparentado. Por isso ele é odiado pela maioria dos colegas de profissão. Somando-se tais fatos à sua tendência de criticar obras alheias, sempre exasperando pequenos erros e fazendo pouco caso de seus autores, este conjunto o levou a ser uma pessoa extremamente prepotente e é egoísta em relação aos seus trabalhos, não compartilhando com ninguém seus conhecimentos. Suas técnicas são suas técnicas.

 

        A vida dele era essa. Pretendia fazer quadros até o último dia de sua existência. Na verdade esperava o dia de sua morte, pois em poucos anos a partir daí, motivado pelo seu falecimento, seus quadros passariam à valer uma fortuna e o nome Michael Toren seria mais do que reconhecido, idolatrado, iria quebrar a cara daqueles, segundo suas palavras, “artistasinhos” ousados que disseram que ele nada teria se não participasse da comunidade artística. Era o que almejava, baseava sua vida no dia de sua morte e, enquanto tal dia não chegava, se esforçava para fazer o que sabia melhor e tentar vender na porta de alguma galeria qualquer que estivesse realizando algum evento aleatório, sendo o FEMA, Santa Felicia Museum of Art, um dos seus locais preferidos, pois ficava no City Park, local bem próximo de sua casa. Deste modo houvera certos meses em que tivera que apertar o cinto e sobreviver à base do macarrão instantâneo, o fato era um quase um orgasmo para aqueles com desejo de vingança

 

          Esse é Michael Toren ,uma pessoa difícil de lidar, principalmente quando o assunto é arte. Um gênio de sua área, mas sem um mínimo de humildade ou escrúpulos. Alguém sem perspectiva de vida, só de morte. Solitário e taciturno, possuidor de um egoísmo capaz de afastar a todos, visando ficar a sós com seu vício, seu ópio, sua droga: pintar

 

          Mas, sua sorte estava para mudar. Certo dia, enquanto tentava pifiamente vender suas obras, recebera um convite: Tomar um chá com Claudius Du Coudray, notório colecionador de obras de arte e alguém com muita influência no meio, alguém com o poder de com algumas palavras, tornar uma pessoa qualquer num famoso.

 

          Uma oportunidade ímpar para Michael... O início de sua desgraça, onde perderia não só a vida como o que lhe era mais precioso...


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Notas finais do capítulo

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I'll wait in this place
Where the sun never shines
Wait in this place
Where the shadows run from themselves