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Santa Felícia fora fundada a quase cento e cinquenta anos. Ela fica aproximadamente cem quilômetros ao norte de Los Angeles, ocupando o espaço entre Santa Clarita e a pequena Filmore. Santa Felícia, ou “A Cidade Boemia”, como é chamada carinhosamente por muitos moradores e turistas, começou como simples casas de veraneio ao redor do Lago Piru, pessoas que queriam escapar da agitação causada pela corrida do ouro de 1850 e a poluição das grandes cidades da região...
O plano funcionou, porém, apenas a curto prazo, pois, na metade do século XX, a cidade atingira um ponto de crescimento que ninguém jamais imaginara, atraindo muitas pessoas por causa da, quase, exclusividade que o setor do entretenimento possuía sobre o local.
Não, Santa Felícia não ficara famosa por possuir madeireiras, refinarias de petróleo ou qualquer tipo de megaindústria, a cidade ficou conhecida e atraiu cada vez mais pelos seus bares, praças, teatros, festas... Incluindo qualquer outra coisa que um “bon vivant” necessitaria para chamar um local de “divertido”.
A cidade conseguiu, até mesmo, ultrapassar a faixa dos 500.000 habitantes logo após a chegada do novo milênio, marca suficiente para colocá-la entre as cinco maiores cidades do estado da Califórnia e com um enorme potencial de crescimento, já que se tornara algo como uma cidade satélite de L.A.
A Boemia da Califórnia já foi considerada a cidade mais pacífica do estado. No entanto, isso foi antes de começar a inchar no apertado espaço entre Filmore, Santa Clarita e as montanhas após o Lago Piru, ao norte da cidade. Com o início do inchaço diversos guetos surgiram pela cidade e com o tempo ela acabou por deixar de ser pacifica como outrora, devido a diferenças sociais e outros agravantes.
Assaltos tornaram-se frequentes e os cidadãos aprenderam a trancar as portas e janelas quando a noite chegava. Tudo conseqüência de um mundo “globalizado.
Santa Felícia... A Boemia... Cidade do entretenimento, possuidora do que há de melhor, bem como o que há de pior, da América. Um lugar de lazer, luxúria e promessas...
... A cidade de Michael Toren
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