Yakusoku escrita por teffy-chan, Shiroyuki


Capítulo 57
Capítulo 57 - The Secret Garden


Notas iniciais do capítulo

http://letras.mus.br/vocaloid/the-secret-garden/traducao.html
The Secret Garden - Vocaloid



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De alguma forma, tanto Tadase quanto Nagihiko conseguiram voltar à tempo para suas casas depois da chuva de meteoros bem à tempo, antes que seus pais notassem a ausência deles. Assim como eles pediram, os Charas ajudaram a encobrir sua fuga, chegando até a cobrir um enorme travesseiro com um cobertor e deixá-lo na cama de Tadase para parecer que o garoto estava dormindo caso seus pais resolvessem ir até o quarto do loiro. Mas Nagihiko estava duplamente preocupado, já que não havia nenhum Shugo Chara ou tio bonzinho (sim, de alguma forma Tsukasa descobriu que eles tinham fugido e ajudou a acobertar os dois) para ajudar a disfarçar sua ausência. Porém, para sua imensa sorte, sua mãe preferiu não incomodá-lo e não foi até o quarto do garoto, de modo que não notou que o filho ficou fora por quase três horas.


Os resultados das provas de recuperação também saíram poucos dias depois e, para alívio geral, Tadase tinha tirado a nota máxima em quase todas, passando tranquilamente em todas as matérias dessa vez. O fato de ele ter obtido nota 100 em cinco matérias diferentes pareceu acalmar um pouco os nervos de sua mãe, de modo que ela liberou o garoto do castigo mais cedo do que planejava, mas é claro, ainda dizendo que, se isso viesse a se repetir, as consequências seriam muito piores do que um simples castigo.


O fato de Tadase ter tirado uma nota ruim primeiro e ter precisado fazer a recuperação também teve um estranho efeito sobre os alunos do colégio. Todos ficaram chocados pelo Rei dos Guardiões ter ido mal nas provas, é claro, no entanto, ao contrário do que se pensava, ninguém havia ficado chateado ou decepcionado com ele. Na verdade, desde que as garotas do quinto ano, colegas de classe de Yaya, começaram a espalhar um boato de que Tadase tinha ido mal nas provas porque estava apaixonado e por isso não tinha conseguido estudar direito (e Nagihiko tinha fortes suspeitas de que foi a própria Yaya quem começou esse boato entre as quintanistas). Isso pareceu de alguma forma fazer sentido e explicar bem a situação para os demais alunos, que agora tentavam adivinhar quem poderia ser a pessoa que tinha conquistado o coração do jovem Rei, fazendo com que, por alguma razão, a popularidade do Rei aumentasse ainda mais.


Uma vez que estava livre da recuperação, Tadase voltou a assistir as aulas normais com os outros alunos de sua classe, feliz em poder sentar ao lado de Nagihiko novamente. Como de costume, a aula de Nikaidou se arrastou, nem os tombos e os pequenos acidentes que o professor sofria, tropeçando no giz que ele mesmo deixava cair, arrancando risadas do resto da classe, servia pra acabar com o tédio mortal que os dois Guardiões sentiam. Depois do que pareceu uma verdadeira eternidade, a aula enfim terminou, e o Rei e o Valete trataram se sair depressa daquele lugar, caminhando juntos em direção ao Royal Garden.


- O que?! Sério?
- Hai - Tadase confirmou - Logo depois que o resultado saiu e eu entreguei meu boletim aos meus pais, minha mãe ficou tão satisfeita por eu ter tirado a nota máxima na maioria das matérias que concordou em me tirar do castigo
- Isso é ótimo! Parabéns, Hotori-kun! - Nagihiko comemorou, sorrindo brilhantemente para ele. Resistiu bravamente à vontade louca de envolver Tadase em seus braços ali mesmo e não soltá-lo nunca mais, sabendo que teria problemas se fizesse uma coisa dessas na escola
- A-Arigatou... - Tadase sorriu sem graça para ele - Mas isso serviu pra me ensinar uma lição.... eu não posso me distrair assim em época de provas, nunca mais cometerei esse erro bobo - ele disse mais sério - Isso teve um impacto muito grande várias pessoas afinal, não só em mim... em muitas pessoas mesmo...
- Hotori-kun...? - Nagi o encarou com um ponto de interrogação na cabeça
- Você... o-ouviu os boatos, não foi? - o loiro perguntou, corando um pouco e torcendo as mãos nervosamente - As alunas do quinto ano começaram a especular de repente que eu tirei nota ruim porque estou a-a-ap-apaixonado... i-isso se espalhou como uma gripe, e agora toda a escola está dizendo isso... e não é que isso seja mentira, mas...
-  ... mas se eles soubessem quem é a pessoa por quem você está apaixonado... seria um escândalo, não é? - Nagihiko completou a frase para ele, chegando à mesma conclusão que o Rei
- É... a-acho que sim... - Tadase murmurou num sopro de voz, se encolhendo, com medo só de pensar no que diriam se soubessem que a pessoa que ele amava era Nagihiko
- Francamente, esses plebeus enxeridos... metendo o nariz assim na vida particular de um Rei.... você não deveria se preocupar tanto com reles camponeses sem importância, Tadase! - Kiseki voou à frente do rosto do dono, numa tentativa de espantar esses maus pensamentos dele
- Dessa vez eu concordo com Sua Alteza! Os outros alunos não têm nada a ver com a vida de vocês, não deviam se preocupar tanto com isso! - Rhythm exclamou, fazendo o Reizinho soltar um resmungo por ele ter errado seu título de nobreza novamente
- É fácil pra vocês falarem, mas... se os outros descobrirem, com certeza a coisa vai ficar feia pro nosso lado - Nagihiko falou sério
- Não se preocupe, Nagihiko! - Temari voou à frente do dono, com seu sorriso doce de sempre - Se os estudantes começarem a pressionar o Tadase-kun pra saber de quem ele gosta, basta o Tadase-kun dizer que está apaixonado pela Ex-Rainha Nadeshiko! - ela sorriu radiante, dando uma piscadela para os dois
- É... isso pode funcionar... - Nagi murmurou, em dúvida se aquela era ou não uma boa idéia
- Bem... n-não seria exatamente uma mentira afinal... não é? - Tadase indagou, também incerto se poderia dizer aquilo às pessoas ou não
- Bom, não vamos nos preocupar com isso agora, Hotori-kun - Nagihiko descovnersou, querendo espantar aqueles pensamentos da cabecinha do Rei - Nós chegamos.


Os dois chegarama o Royal Garden, sendo os primeiros a adentrar o lugar, como de costume. Deixaram suas mochilas em um canto, e Tadase foi até a sala de arquivos buscar os documentos que precisariam revisar naquela tarde, enquanto Nagihiko se ocupou de fazer chá. Poucos minutos depois, a mesa estava arrumada e pronta para iniciarem o trabalho, assim como o chá já tinha sido preparado. E, como de costume, nenhum sinal das três meninas Guardiãs ainda. Nagihiko sentou-se em uma das cadeiras, relaxando e aproveitando a rara calmaria daquele lugar sem a presença de Yaya.


- Isso aqui fica tão silencioso sem a Yaya-chan... - ele comentou, fechando os olhos e aproveitando a tranquilidade do lugar - Quer um chá Hotori-kun? Aproveite que a Rima-chan não está aqui, pra beber tudo como de costume...
- Hai, obrigado - ele se aproximou da mesa onde Nagihiko estava enquanto o Valete lhe servia uma xícara de chá - Nee, você já sabe quando vão ser as finais do seu jogo de basquete?
- Ainda não... o treinador disse que anunciaria essa tarde, então eu vou ter que sair um pouco mais cedo por causa do treino, me desculpe - o maior falou, entregando uma xícara de chá ao loiro
- Ah, está tudo bem, não se preocupe com isso - Tadase respondeu, provando do líquido quente e doce na xícara em suas mãos logo depois - Ahh, você fez chá de limão dessa vez! Ficou uma delícia, Fujisaki-kun! Como tudo que você prepara... - ele acrescentou, sorrindo, e um pouco corado
- Arigatou... - Nagihiko levou a mão até o rosto delicado do menor, enrolando distraidamente o dedo em uma mecha loira do cabelo dele, e o fazendo corar ainda mais.


Queria aproveitar que não tinha mais ninguém ali para lhe roubar um beijo, e talvez algo a mais, no entanto repentinamente lembrou-se das tais câmeras que Yaya tinha espalhado pelo Royal Garden, e achou melhor não fazer isso ali com a possibilidade iminente de estarem sendo vigiados. Afastou a mão do rosto de Tadase, que sentiu suas bochechas estranhamente frias sem o calor das mãos do maior,  e fingiu que tinha que terminar de preparar o lanche, embora o chá já estivesse pronto e os bolinhos estivessem todos preparados, de modo que não havia nada mais a ser feito. Tadase rearrumou os papéis na mesa, embora isso não fosse realmente necessário, e terminou de tomar seu chá, enquanto cantarolava distraidamente uma musiquinha que há dias estava em sua cabeça, embora ele não se lembrasse de onde a conhecia.


- Tsuretette... boku wo turetette... koi ni tsuretette... sugu ni tsuretette... nee, honto no koi, alright...

http://www.youtube.com/watch?v=odJi09SesLA

- Hotori-kun - Nagihiko virou-se para ele, esquecendo-se completamente do lanche que estava preparando, com choque estampado em seu rosto - O que raios você estava cantando...?!
- Ah, isso? - Tadase interrompeu sua cantoria para virar-se para o maior - Desde que terminei as provas que essa música está na minha cabeça... mas eu não lembro de onde a conheço, desculpe...
- Não, não é isso - Nagihiko caminhou até ele, os olhos dourados ainda arregalados em choque. Ele se lembrava muito bem daonde era aquela música, e só o fato de ouvir Tadase cantando ela, mesmo sem saber daonde a conhecia ou o que ela significava, o deixava seriamente abalado, em vários sentidos - E-Essa música é... etto... b-bem, se lembra quando vimos aqueles filmes no Halloween, mas os DVDs estavam trocados, e em lugar de filmes de terror, eram... b-bem, você sabe. E-Essa música que você você estava cantando era... d-de um daqueles animes estranhos... e-era do anime daquele garoto loiro que eu disse que parecia com você, o tal do Pico, mais precisamente
- Ehhh??!! - Tadase ficou ainda mais chocado que Nagihiko com essa informação, se é que isso era possível, e o vermelho de seus olhos pareceu transbordar de seus orbes, manchando toda sua face e tingindo-a de escarlate. Ele começou a tremer, tampando a boca com as mãos, sem saber onde enfiar a cara de tanta vergonha - E-E-Então era daí que... e-eu não me lembrava... ahh isso é tão vergonhoso, eu estou há dias cantarolando essa c-coisa... err... e-eu não... m-me desculpe Fujisaki-kun, eu sinto muito! - por fim ele escondeu o rosto com as mãos, sentindo que podia morrer de vergonha há qualquer momento. Essa musiquinha irritante ficou na cabeça dele por tanto tempo que ele nem sequer prestou atenção na letra. Pensando bem, era bem insinuativa e um tanto indecente mesmo. Como ele não percebeu antes?! Ele passou quase uma semana cantando isso pelos cantos, Nagihiko pensaria que ele era um pervertido assim!
- Está tudo bem, não é culpa sua... a culpa é da Yaya-chan, que trocou os DVDs e nos fez assistir aquele anime esquisito - Nagihiko falou, acrescentando a última parte mais para si mesmo. Ele cobriu a pouca distãncia que o separava de Tadase e o abraçou, acariciando as mechas loiras com uma das mãos, tentando confortá-lo. Tadase logo enterrou o rosto no peito dele, ainda murmurando "ahh que vergonha, vou morrer de vergonha!" - De qualquer forma, não cante mais essa música, a letra dela não é muito confiável, está bem? - o maior acrescentou, e Tadase confirmou com um mínimo aceno de cabeça - E... n-ninguém mais te ouviu cantando isso, não é??
- Acho que não... eu tenho vergonha de cantar na frente dos outros mesmo, então evitava cantar quando tinha gente por perto, e... ah! - Tadase, que tinha afastado o rosto do Valete para responder a pergunta, voltou a enterrá-lo em seu peito de repente, falando com a voz abafada - A Yuiki-san me ouviu cantando isso uma vez... então foi por isso que ela fez aquele escândalo, eu não tinha entendido na época... ahhh que vergonha, vou morrer de tanta vergonha, Fujisaki-kun!! - ele se agarrou à camisa do Valete com força, o rosto tão vermelho que parecia que ia entrar em ebulição a qualquer momento
- De tantas pessoas, justo ela tinha que ouvir... - Nagihiko murmurou para si mesmo, dando um tapa na própria cabeça - M-Mas não fique assim, Hotori-kun, se acalme, vamos... - ele olhou em volta, procurando desesperadamente por uma maneira de acalmar o loiro, talvez algum conselho de Kiseki ou de Temari (Rhythm jamais lhe daria um bom conselho sobre isso, ele provavelmente mandaria Tadase fazer uma serenata para Nagi cantando essa música ou coisa parecida) e notou que os Charas tinham desaparecido "misteriosamente" outra vez. Lembrou-se então de que não poderia fazer o que ele planejava ali por causa das tais câmeras de Yaya, então achou melhor irem para outro lugar primeiro - Vamos, se acalme, Hotori-kun... etto... venha por aqui - ele soltou Tadase do abraço e então segurou a pequena e trêmula mãozinha do loiro, e o arrastou para um canto mais afastado. Deu a volta ao redor da sala de arquivos, contornou a cozinha interligada, até irem parar nos fundos do pequeno cômodo que era a cozinha, onde não havia nada mais além de árvores grandes e folhudas, crescendo todas muito perto umas das outras
- A-Aonde está me levando Fujisaki-kun...? - Tadase indagou, entre atordoado e constrangido, ainda pensando na música indecente que tinha cantado tantas vezes. Claro que ele iria a qualquer lugar com Nagihiko sem pestanejar, mas tinha que admitir que ser levado sorrateiramente para o meio do mato assim era um tanto suspeito
- Para um lugar onde não existam câmeras, nem stalkers nos espionando - o maior respondeu simplesmente, ainda arrastando Tadase pela mão, alheio às preocupações do loiro. Ele parou depois de se embrenhar entre algumas árvores e olhar em volta várias vezes para ter certeza de que não havia nenhuma câmera escondida ali. Soltou então a mão do Rei e se virou de frente para ele, encarando o menor com atenção, como se quisesse gravar cada traço do rosto dele em sua memória. Ergueu a mão e voltou a enrolar uma mecha loira entre seus dedos distraidamente - Ano nee Hotori-kun... mesmo eu tendo dito pra você não cantar mais essa música... e você realmente não devia sair cantando essas coisas por aí... eu devo admitir que você ficou muito atraente cantando isso... se você tivesse cantado essa música pra mim enquanto estava de castigo, acho que eu não teria conseguido resistir, sabia? - ele contou, com a voz baixa e aveludada, aproximando lentamente seu rosto do de Tadase
- S-Sério mesmo?! - Tadase espantou-se, e anotou essa informação mentalmente para o caso de precisar ter que tentar seduzir Nagihiko novamente no futuro - Sabe, Fujisaki-kun... naquela noite em que fomos ver os meteoros... você me disse que, mesmo que nossos pais não concordassem com nosso n-namoro, você não deixaria eles nos separarem, se lembra?  - ele perguntou, e o maior assentiu - Eu pensei muito sobre isso... e cheguei à conclusão de que, mesmo se isso acontecer... mesmo se eles não gostarem disso quando descobrirem que nos amamos, e tentarem nos separar... b-bom, você não vai precisar lutar pelo nosso amor sozinho. Não é justo te deixar fazer tudo sozinho, afinal, não é só você que me a-ama... eu... t-também amo você. E eu vou te ajudar. Ainda não sei como, mas... não vou deixar você fazer tudo sozinho, eu não quero apenas ser protegido como uma donzela indefesa, quero te proteger também! Quero ser capaz de proteger as coisas importantes pra mim, e proteger nosso relacionamento é a minha prioridade atual... então, você não vai ter que lutar pelo nosso amor sozinho, eu vou te ajudar no que for preciso! Eu te amo demais Fujisaki-kun... e não importa o que aconteça, não vou deixar nada nem ninguém nos separar - ele concluiu, com o rosto irremediavelmente corado, mas ainda assim encarando o maior nos olhos. Apoiou as mãos nos ombros de Nagi, colocando-se na ponta dos pés para ficar mais perto dele
- Hotori... kun - Nagihiko estava surpreso, e muito emocionado com as palavras do Rei. Realmente pretendia fazer tudo sozinho, queria proteger Tadase de tudo e de todos, mas essa iniciativa de Tadase realmente o surpreendeu - Está bem. Vamos lutar pelo nosso amor juntos - ele concordou por fim, sorrindo, e arrancando um enrome e brilhante sorriso do loiro - Aliás, isso me lembra... você ainda não teve a sua recompensa por ter aguentado ficar tanto tempo longe de mim durante as provas de recuperação, não é? Que tal ser recompensado agora, hein? - ele sussurrou no ouvido do loiro com a voz rouca, fazendo o menor se arrepiar por completo
- A-Agora?! - por mais que desejasse aquilo, Tadase hesitou. Eles ainda estavam na escola, e dentro do Roygal Garden afinal, as outras Guardiãs poderiam chegar a qualquer momento - N-Não tem problema fazer isso aqui? Quero dizer, nós ainda estamos no Royal Garden... se alguém ver...
- Daijobu, daijobu... - Nagihiko deslizou as mãos dos cabelos para o rosto do loiro, acariciando a bochecha macia, enquanto envolvia sua cintura com a outra - Nós viemos pra longe, ninguém vai nos ver aqui.... esse é o nosso jardim secreto, Hotori Tadase-kun. Ou você não quer?
- E-E-Eu não d-disse isso... - Tadase apressou-se a dizer, ainda que que estivesse morrendo de vergonha. Aquilo lhe embaraçava, certamente, porém, tinha que admitir que estava há dias esperando por essa "recompensa" - E-Eu só... etto... q-quero dizer...
- Eu sei - Nagi interrompeu, antes que o menor tivesse uma crise que vergonha - Você foi um bom menino por ter esperado por tanto tempo, Hotori-kun... e merece uma recompensa, e das grandes.


Nagihiko segurou a ponta do queixo do menor entre os dedos, admirando sua face corada por alguns instantes, até que terminou de vez com a distância entre eles, e provou mais uma vez da maciez aveludada que eram os lábios de Tadase. O Rei fechou os olhos, corando mais furiosamente ainda, com as mãos apertando a roupa do Valete com força, tentando abrí-la desajeitamente. Conseguiu tirar a capa de Guardião dele e afrouxar um pouco a gravata, mas se atrapalhou com os botões da camisa e, vendo que não conseguiria desabotoar o paletó, logo desistiu, e atirou seus braços ao redor do pescoço dele, agarrando-se aos cabelos de Nagi como tanto gostava, enquanto sentia o maior acariciar seu corpo. Tadase sentiu tanta saudade daquele toque, daqueles lábios tocando os seus, daquelas mãos quentes e carinhosas acariciando sua pele, de tocar nos cabelos do Valete, daquela sensação protetora e aprazível de estar nos braços da pessoa amada... tanta saudade que fazia seu coração doer tanto que parecia que estava sendo esmagado devagar e impiedosamente. Nagihiko tocou os lábios do menor com a ponta da língua, pedindo passagem. O Rei abriu um pouco mais a boca, permitindo que o maior aprofundasse o toque e provasse mais uma vez o gosto da pessoa que mais amava. Estava com tanta saudade daquele toque, sentiu tanta falta daquelas sensações maravilhosas e inexplicáveis que apenas Nagihiko era capaz de produzir dele que havia se tornado sufocante viver sem a presença do Valete, e sem os toques dele em seu corpo.


O Valete desceu um pouco mais a outra mão, circundando sua cintura com mais força e acariciando o corpo do menor, por vezes adentrando sua camisa e tocando diretamente aquela pele macia e aprazível, provocando fortes arrepios no loiro. Ele perdeu  totalmente qualquer resquício de algo que pudesse ser nomeado como “razão”, e pressionou o corpo diminuto de Tadase contra a árvore mais próxima. Ouviu-o arquejar, surpreso, e isso soou quase como um convite para que prosseguisse. Não queria admitir, mas Nagihiko realmente sentiu falta da sensação de ter aquela língua macia e aveludada tocando a sua, daquele cheiro doce de morangos que o cabelo do loiro exalava, de ter a pessoa que amava em seus braços, tanto que mais de uma vez ele pensou em jogar aquela história de castigo pro espaço agarrar Tadase onde quer que estivessem, reconsiderando no último instante. Tadase sentiu seu coração dar várias cambalhotas, lutando contra a caixa toráxica, enquanto sentia o Valete explorar cada pedacinho de sua cavidade bucal com movimentos cada vez mais provocantes e sedutores. No entanto, logo a necessidade de oxigênio se fez mais presente do que a necessidade que tinham um do outro, e Nagihiko foi obrigado a se afastar alguns centímetros, encerrando o beijo.


Nagihiko inspirou fundo algumas vezes, tentando recuperar o oxigênio em seus pulmões, enquanto sentia a respiração cálida e descompassada de Tadase batendo ems eu rosto. Assim que puxou algum oxigênio para dentro de seus pulmões, Nagi começou a beijar carinhosamente o pescoço de Tadase, no começo de forma lenta e suave, e acelerando aos poucos, trocando ocasionalmente os beijos por lambidas e pequenas mordidas.Uma das mãos do Valete soltou-o do abraço e começou a percorrer seu corpo velozmente, adentrando as roupas do Rei sem pedir permissão e acariciando seu peito e abdômen, movendo-se de volta para suas costas e alisando-a, para então voltar a envolver sua cintura. Não queria admitir, mas esse "castigo" tinha sido uma verdadeira tortura para ele também, Nagi tinha sofrido tanto ou mais que Tadase com a ausência do loiro. Era como um ano atrás, quando ele estava sempre ao lado de Tadase, sem poder tocá-lo, sem poder beijá-lo, com medo de ser rejeitado e odiado. No entanto, era muito pior agora, quando ele sabia que Tadase também o amava, mas mesmo assim não podiam ficar juntos por causa de um castigo idiota que ele mesmo tinha sugerido. O Valete subiu um pouco com os lábios, até que chegou na orelha do Rei e começou a mordiscá-la, arrancando suspiros e exclamações cada vez mais altos do menor. Depois de brincar por alguns segundos com o lóbulo da orelha do Rei, Nagihiko começou a distribuir beijos por sua face corada, até que tornou a selar seus lábios. Tadase apertou ainda mais o abraço, colando cada vez mais seus corpos, como se quisesse fundí-los num só. O Rei logo sentiu a ponta da língua do maior tocando seus lábios e os entreabriu novamente, deixando escapar um gemido rouco enquanto sentia o Valete aprofundar cada vez mais o beijo, explorando cada canto do interior de sua boca com a língua.


Logo voltaram a sentir falta de ar outra vez, embora se recusassem a se separar, a teimosia e a necessidade que tinham um do outro lutando bravamente contra sobre a necessidade de respirar, quando ouviram de repente uma voz estridente gritando ao longe e os despertando para a realidade:


- Ei, Nagiiii! Tadaseeee!!! Aonde foi que vocês se meteram heeeiin??!
- Vai ver eles ainda não chegaram... - uma voz monótona sugeriu
- Até parece, eles são sempre os primeiros a chegar! E olha isso, tem chá pronto, com certeza foi o Nagihiko quem fez! - uma terceira voz exclamou irritada
- Ah é... tem chá... -  a voz monótona pareceu de repente não dar mais importância ao sumiço dos dois garotos, dando a impressão de que, desde que tivesse chá, ela não teria mais nada com o que se preocupar
- Eu espero que aqueles dois não estejam se agarrando pelos cantos de novo... - a terceira voz irritada e feminina acrescentou.


Aquilo foi um choque, trazendo-os bruscamente de volta para a realidade. Nagihiko se afastou tão depressa de Tadase que o loiro cambaleou um pouco, tonto com a súbita ausência dos toques do valete em seu corpo
- As meninas chegaram. Precisamos voltar, Hotori-kun, depressa, antes que elas venham nos procurar - Nagihiko falou sério, tentando esconder sua irritação por ter sido interrompido
- H-Hai... já vou... - o menor respondeu, ainda ofegante por causa do beijo encerrado antes da hora. Reparou então que a camisa de Nagihiko continuava meio aberta, e acrescentou - Ano, Fujisaki-kun... etto.... a-acho que seria melhor você... sabe... f-fechá-la antes de voltarmos - ele apontou timidamente para a parte exposta do peitoral do maior, que aparecia por baixo dos botões abertos da camisa
- Hein? Ah sim, obrigado... já tinha até me esquecido - Nagihiko fechou apressadamente o uniforme, aparentemente sem se deixar abalar, ajeitando a gravata e recolocando a capa de Guardião em seguida - Você se empolgou mesmo dessa vez, hein Hotori-kun... me despindo desse jeito, quem diria... - ele acrescentou para provocá-lo, sabendo que aquilo faria Tadase corar ainda mais
- É q-q-que eu... e-estava c-com muitas saudades de você... - o loiro balbuciou, corando furiosamente como Nagihiko previu, e evitando encará-lo
- Bem, não se preocupe com isso... você é o único que pode me despir assim - o maior piscou para ele, deixando Tadase ainda mais embaraçado - Vamos, e ajeite essa camisa você também, pra evitar comentários constrangedores! - vendo que Tadase estava paralizado de vergonha, ele ajeitou o uniforme do loiro que ele mesmo tinha bagunçado poucos segundos atrás. Ouviu outro grito de Yaya, dessa vez mais alto, o que poderia indicar que ela estava se aproximando - Vamos, temos que ir depressa antes que ela nos encontre e comece a falar besteira outra vez!


Nagi arrastou o menor pela mão, entrou com ele pelos fundos da cozinha, que levava até a sala de arquivos, e o mandou esperar lá até que se acalmasse o suficiente para não gaguejar, enquanto ele iria na frente e acabasse com as suspeitas e insinuações maldosas que Yaya certamente faria. Quase dez minutos depois Tadase saiu de lá, trazendo uma pilha de documentos nos braços, que certamente era pesada demais para os bracinhos frágeis do loiro, e a colocando com dificuldade sobre a mesa. Ele murmurou uma desculpa qualquer sobre estar procurando alguns documentos antigos na sala de arquivos e ter perdido a noção do tempo, que fez as três amigas se calarem à contragosto. O tempo passou surpreendentemente rápido, e na metade da reunião Nagihiko deixou o Royal Garden, correndo direto para a quadra da escola e indo para seu treino de basquete. Sem a presença do Valete o tempo pareceu se arrastar incomodamente para Tadase, e depois do que lhe pareceu uma vida inteira, a reunião enfim terminou. Amu, Rima e Yaya saíram primeiro, dizendo que iam até a cidade fazer compras, enquanto o Rei aproveitou que estava enfim livre do castigo imposto por sua mãe para ir assistir ao final do treino de basquete do namorado.


Quando chegou lá, no entanto, o treino parecia já ter chegado ao fim, e agora os garotos estavam reunidos ao redor do treinador enquanto ele anunciava a data e o horário do jogo. Poucos minutos depois, o homem anunciou o fim do treinamento e os garotos se dispersaram, conversando e rindo à altos brandos, a maioria indo para os vestiários, enquanto Nagihiko se separava deles e vinha andando na direção de Tadase. Estava evidentemente cansado por causa do treino, a camisa pingando de suór como de costume, e no entanto, não estava com o rosto sorridente, nem parecia animado como costumava ficar depois dos treinos de basquete. Sua expressão estava séria, e ele parecia realmente preocupado.


- Fujisaki-kun? - Tadase chamou quando o maior se aproximou o suficiente para ele ser ouvido - Aconteceu alguma coisa? Você está com uma cara estranha...
- Bem... mais ou menos - o Valete respondeu, ainda com uma expressão aflita no rosto - O treinador anunciou a data do próximo jogo
- Verdade? Finalmente! E quando vai ser? - Tadase perguntou curioso, tentando mostrar alguma empolgação numa tentativa de animar o mais alto
- Vai ser... no dia vinte e quatro de dezembro, na véspera de Natal.


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Notas finais do capítulo

Konnichiwa minna! Teffy-chan ~desu! o/
Eu sei que demorei pra postar dessa vez, gomen nee... mas, em compensação, o capítulo até que ficou bem grande! Espero que tenham gostado da reconciliação deles, e inclusive da música do título, eu adooooro essa música!! *o*
O próximo é com a Shiroyuki-chan! õ/
Deixem reviews onegai e façam de mim uma autora feliz!!! *-*



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