Yakusoku escrita por teffy-chan, Shiroyuki


Capítulo 54
Capítulo 54 - Wish


Notas iniciais do capítulo

Wish - Olivia
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Tranquilamente, Nagihiko e Tadase aproveitavam o pouco tempo que tinham juntos no caminho para casa, conversando algumas trivialidades. Não podiam andar de mãos dadas na rua, como certamente gostariam, mas apenas o fato de estarem próximos um ao outro podia satisfazê-los, por enquanto. Já era noite, embora as atividades dos guardiões estivessem suspensas devido às provas, eles se reuniram na biblioteca para estudar. O estudo em grupo não rendeu tanto quanto esperavam, pois Yaya não parava quieta nem por um segundo, atrapalhando descaradamente, e Nagihiko imaginava se aquele não seria um plano para fazê-los repetir o ano e estudar com ela na escola mais uma vez.

Tadase falava há alguns minutos sobre o filme que assistiu na noite anterior, e Nagihiko sorria calmamente para ele, ouvindo a tudo o que dizia, e respondendo ocasionalmente.

—… e então, eles fugiram para a cabana, e… hm… Fujisaki-kun…? – Tadase chamou, notando que o outro estava distraído, olhando fixamente para ele. Nagihiko pareceu despertar de um sonho, e certamente não ouvia uma única palavra do que ele dizia há tempos.

— Ah, desculpe, Hotori-kun… - ele sorriu sem graça – Eu só estava pensando… Daqui a alguns dias…

— Vão fazer três meses, não é?– completou Tadase, com enorme sorriso nos lábios, aproximando-se um passo. Nagihiko assentiu, com um sorriso.

— Eu planejei algo… você pode sair comigo na próxima semana, assim que as provas terminarem? – ele indagou, colocando para trás uma mecha de cabelo que insistia em cair em seus olhos.

— Claro! – Tadase respondeu antes mesmo de ele terminar de perguntar. Seus olhos brilhavam tanto quanto as luzes da loja de conveniência logo à frente. Nagihiko conteve a tempo a vontade súbita de beijá-lo, e se limitou a afagar rapidamente sua cabeça, bagunçando um pouco os cabelos dourados.

— Já faz algum tempo que nós não temos um momento juntos, não é? – ele comentou, colocando as mãos nos bolsos e voltando a caminhar, com um semblante comedido.

— Bem… com a semana de provas, nós passamos o tempo todo estudando… - Tadase respondeu, corando levemente. Era verdade… desde a briga que eles tiveram, e depois daquela serenata, eles não tiveram nenhum tempo sozinhos realmente. Exceto alguns beijos roubados, debaixo da escada, ou em algum outro lugar escondido na escola, eles não haviam ficado mais juntos. Mesmo quando voltavam para casa, como agora, não havia nada que pudessem fazer em público além de andar lado a lado, e conversar.

— Eu sinto a sua falta… - Nagihiko sussurrou, passando o dedo sobre a superfície da mão livre de Tadase, e sentindo-o arrepiar-se ao seu toque sutil, mas separou-se rapidamente, ao ver que alguém passava por eles na calçada. Nagihiko suspirou, voltando a andar. – Eu vou comprar alguma coisa para tomar… - ele apontou para a máquina automática de vendas que ficava atrás da parede, no espaço de um prédio e o estacionamento da loja de conveniência – Você quer algo?

— O mesmo que você pegar… - Tadase respondeu, seguindo Nagihiko até o lugar. Os dois sentaram nos degraus baixos que davam acesso ao estacionamento de trás, com uma lata de chá verde para cada. – Fujisaki-kun… - ele chamou timidamente, quebrando o silêncio que havia incomodamente se formado – Eu sinto que você está preocupado com algo… Tem certeza que é só isso que está incomodando você?

Nagihiko, que estava calmamente olhando para o céu noturno, sem muitas estrelas, baixou o olhar repentinamente. E então, fitou Tadase, com um sorriso quase melancólico se formando.

— Você sempre sabe o que eu estou pensando, não é? – ele respondeu a pergunta com outra – Parece que eu não posso esconder nada de você mesmo, Hotori-kun… - ele suspirou mais uma vez, como se desistisse, e passou a mão nervosamente nos cabelos escuros – É a minha mãe. Ela quer que eu volte a dançar…

— Mesmo? – Tadase se surpreendeu, mas, vendo o semblante carregado de Nagihiko, ficou em dúvida – Mas… Não é isso o que você quer?

— Eu não sei… - ele baixou a voz – No início, eu até pensei que fosse. Eu tenho a Temari de volta, e eu tenho você… - ele sorriu, e Tadase ruborizou – Não há mais nada que me impeça de continuar a dançar… mas… eu não sei como faria para administrar tudo isso. Há as tarefas de guardião, e o time de basquete… e além do mais – ele pausou, tomando um gole do chá – eu não quero que isso acabe reduzindo o tempo que eu passo com você, que já não é tão grande quanto eu gostaria…

— Fujisaki-kun! – Tadase chocou-se. Por um lado, estava feliz de saber que Nagi o considerava como uma prioridade, mas não queria atrasar a vida do seu namorado daquela forma. Por mais que seu lado egoísta estivesse torcendo pelo contrário, Tadase queria que ele voltasse a dançar, e tivesse a felicidade plena que merecia. Ele se aproximou do garoto, discretamente, até que estivesse sentado tão junto a ele que mais um pouco, estaria em seu colo. Fechou os olhos, segurando a lata verde entre as duas mãos, e escorou o rosto no ombro do mais alto, tranquilamente, sem se preocupar com qualquer um que os visse. – Você deve fazer aquilo que tem vontade. Eu aposto como você está ansioso para voltar a se apresentar e a competir, não está? Tanto a dança… quanto o basquete… os dois fazem parte do que você é, eu não acho certo que você abandone qualquer um dos dois. E… se você fizesse isso por minha causa, eu ficaria muito triste.

— Hotori-kun… - Nagihiko afagou os cabelos dele, fechando os olhos também, apenas para apreciar melhor aquela sensação – Você está certo… mas eu não vou sacrificar o tempo que tenho com você, nem qualquer uma das minhas outras responsabilidades. Eu… vou dar um jeito. Ainda tenho um prazo para responder à minha mãe, e eu só começaria a ensaiar depois das provas mesmo. Eu vou pensar bastante, e antes de tomar qualquer decisão… vou falar com você, está bem?

— Eu fico feliz por ajudar, mas… - Tadase levantou os orbes vermelhos, fitando Nagihiko curiosamente – por que você pensa em falar comigo antes?

— Ora, não é óbvio? – Nagihiko arqueou uma sobrancelha – Você é meu namorado. – ele afirmou com tanta segurança que Tadase ficou sem reação – É claro que eu quero que participe das escolhas importantes na minha vida. Por que você é a minha vida…

Tadase corou furiosamente com aquela declaração repentina, e seus olhos titubearam por todos os lados, sem saber onde se focar. Nagihiko olhou ao redor, e sem pensar duas vezes, desistiu de se conter. Puxou o loiro pelo braço, levantando-o do degrau e encurralando-o contra a parede, atrás da máquina automática.

— F-fuji-s…

— Shh… - Nagihiko sussurrou, prendendo Tadase com seu corpo contra a parede fria – Eu amo você… – ele murmurou no ouvido do loiro, fazendo-o estremecer, e selou seus lábios sem dar a ele a chance de parar para pensar. As latas de chá verde rolaram pela escada, esquecidas, e na rua, as pessoas passavam apressadas, sem enxergar o apaixonado casal que trocava beijos e carícias, ocultos pela noite escura e quase sem estrelas.



~



No dia seguinte, as coisas continuaram atribuladas entre os guardiões. Amu e Rima haviam se encerrado na biblioteca novamente, milagrosamente livres da presença extenuante de Yaya. Tadase pegou seus livros, e resolveu se acomodar nos degraus da arquibancada, de onde podia assistir também ao treino de Nagihiko, na quadra logo abaixo. O time de basquete estava treinando sem parar agora, pois o jogo da final do campeonato se aproximava, e a Seiyo queria manter o seu título invicto até lá.

Algumas garotas da 5ª série, ao verem o Rei naquele lugar, haviam se instalado nos arredores, apenas para olharem-no mais de perto. Ele variava a atenção a cada minuto, dos livros para o jogo, e se perdia ao observar Nagihiko ao longe, correndo, driblando com a bola, e pulando tão alto que era como se fosse levantar voo. Os cabelos dele pareciam flutuar cada vez que ele se movia, captando a atenção do loiro, que já sorria tolamente antes mesmo de perceber. As garotas pareciam pensar que os sorrisos radiantes de Tadase eram para elas, pois não paravam de soltar risadinhas esfuziantes.

O loiro percebeu quando o treinador ordenou que Nagihiko pegasse algum material no depósito, e o valete se encaminhava rapidamente na direção do local, que ficava logo ao lado de onde Tadase estava sentado. Sem hesitar, Tadase deixou de lado os livros e desceu as escadas, correndo pelo mesmo sentido.

— Ano… Fujisaki-kun… - ele chamou timidamente, adentrando o almoxarifado escuro devagar – Você está aí?

— Hai, aqui, Hotori-kun! – ele saiu de trás dos equipamentos de ginástica, trazendo nos braços cones laranja empilhados. – Algum problema…?

— N-não, é que… nós não tivemos nenhuma chance de conversar, com todas as aulas, e os estudos… Eu não quero atrapalhar o seu treino, mas…

— Está tudo bem, Hotori-kun, você não me atrapalha em nada, sabe disso – Nagihiko sorriu calidamente, deixando os cones de lado para acariciar levemente os cabelos loiros do outro – O que você queria falar comigo?

— Etto… eu queria saber… se você quer ir na minha casa… - Tadase disse, erguendo os olhos – Nós ainda temos que estudar… e minha mãe disse que eu podia convidar um amigo para dormir lá em casa… e-então…

— Claro que quero! – Nagihiko se apressou em dizer, segurando a mão de Tadase. A sua vontade era de sempre estar assim, tocando diretamente nele, como se dessa forma pudesse garantir que ele jamais se afastaria novamente, mas não era em todas as ocasiões que podia atender ao seu desejo. – Eu vou ligar para a minha mãe, e assim que acabar o treino, eu vou com você, está bem?

— Certo – Tadase assentiu, e então ergueu o rosto, com os olhos fechados. Esperava por um beijo, Nagihiko não precisou pensar muito para perceber isso. Cerrou também seus olhos, inclinando-se naquela direção.

— Hooooyy!!! Fujisaki! Tá aí???? – a voz do capitão do time de basquete ecoou pelo espaço atulhado, e os dois guardiões se afastaram imediatamente. Nagihiko se agachou, pegando novamente os cones nas mãos, e Tadase recuou alguns passos, constrangido.

— Estou saindo – Nagihiko respondeu para o capitão, que surgia pela porta nesse momento. O garoto pareceu surpreso ao ver Tadase ali também, mas Nagi foi mais rápido ao responder – Eu só estava terminando de combinar algumas coisas com Hotori-kun, já estou a caminho – ele disse, e como ambos eram guardiões, o capitão não via motivos para duvidar das suas palavras, e saiu de volta à quadra na frente.

Assim que ele os deixou sozinhos, Tadase se voltou para Nagihiko.

— Sinto muito… - ele disse, provavelmente sentindo-se culpado por atrapalhar as atividades de Nagihiko, ou quem sabe lamentando pelo beijo que não aconteceu.

— Eu vejo você mais tarde, Hotori-kun – Nagihiko disse, também em tom de pesar, e depois de depositar um rápido selinho nos lábios rosados de Tadase, se afastou. O loiro também se apressou a saída, ansioso em retornar ao seu “estudo” na arquibancada, e ainda mais impaciente para que enfim terminasse a prática de Nagihiko.




Quando o treino finalmente acabou, e Nagihiko saiu do vestiário, de banho tomado e vestindo o uniforme escolar, Tadase foi ao encontro, para que os dois fossem embora juntos. Eles conseguiram se desvencilhar das perguntas insistentes de Yaya na saída, das fãs que surgiam de todos os lados, dos comentários ácidos de Rima, e da cobrança de Amu, dizendo que eles deveriam aproveitar o fim de semana para estudar, ao invés de ficarem brincando por aí, e seguiram o caminho até a casa dos Hotori com tranquilidade.

— Ei, Hotori-kun, o que é esse embrulho que você tem aí? – Nagihiko comentou, depois de algum tempo, reparando que Tadase levava uma sacola diferente.

— Ah! Isso é para o Hotosaki-chan! – Tadase respondeu, alegremente – Eu me senti mal por ter sido tão rude com ele, durante a doença de gato… achei que isso pudesse recompensar! – ele mostrou o conteúdo da sacola, que estava repleta de bichos de pelúcia, brinquedos, ossos e guloseimas de cachorro para dar de presente.

— Tenho certeza que ele vai adorar! - Nagihiko incentivou, ansioso por chegar e brincar com o seu “filhinho”, esquecendo-se por um momento de que estava indo com Tadase para estudar, e não brincar.

Estavam chegando próximo ao lugar, quando viram a mãe de Tadase sair correndo da casa, meio desgrenhada e com um semblante aflito, que Nagihiko nunca tinha visto antes. Ela chegou até os dois, preocupada.

— Tadase! O Hotosaki – ela começou a falar, angustiada – Eu fui pegar ele para dar banho, mas ele saiu correndo… eu não sei para onde ele foi!

— Vamos procurá-lo, Hotori-kun! – Nagihiko nem bem deixou-a terminar de falar, e foi segurando Tadase pelo pulso, tomando velocidade para correr na direção oposta – Aonde você­­­­­­­­­­­­­ costuma levá-lo para passear sempre? – indagou, ainda correndo.

— No parque aqui perto – Tadase respondeu, igualmente nervoso – Onde nós levamos ele aquele dia…

— Ah, sim… - Nagihiko redobrou a velocidade, esquecendo-se por um momento que levava Tadase a reboque. Os dois chegaram ao parque, olhando para todos os lados à procura do cachorro.

— Hotosaki? Hotosaki!! – Tadase gritou, soltando a mão da de Nagi para projetar a sua voz – Hotosaki, venha aqui!!

Eles ficaram chamando e procurando o akita por bastante tempo, até que Nagihiko finalmente o enxergasse. Deitado e relaxado entre os arbustos, Hotosaki aparentemente estava dormindo muito bem. Tadase correu até lá, segurando-o pela guia, e Nagihiko veio logo atrás. Mas, assim que sentiu a aproximação dos dois garotos, ele levantou como se tivesse tomado um choque, e iniciou uma desabalada corrida para longe, sabendo muito bem que levaria sermão por ter fugido de casa. E Tadase, que estava segurando-o pela coleira, foi arrastado pela grama como um saco vazio.

— Kyaaaaaaaaaaa~ Hotosaaaaaaaaki…….. – ele ia gritando por socorro enquanto era levado para longe pelo cão.

— O que eu tinha na cabeça quando dei um cachorro desse tamanho para o Hotori-kun? – Nagihiko sentiu uma gota descendo pelo cenho, e suspirou pesadamente antes de correr para salvar o seu príncipe em apuros.

Encontrou Tadase jogado no chão, com Hotosaki sentado, com a língua de fora, como se estivesse aguardando que Nagihiko se aproximasse. E, assim que o viu correndo naquela direção, desatou a fugir o mais apressadamente que podia, carregando Tadase miseravelmente pelo chão. Nagihiko aumentou a velocidade, perseguindo-os o mais depressa possível, mas Hotosaki foi mais rápido, e em um gesto de desespero pela sua vida, jogou-se no lago do parque, levando Tadase consigo. Nagihiko pulou logo depois, sabendo que o lago era bem mais fundo do que aparentava, e retirou os dois de dentro antes que um guarda aparecesse por ali e os repreendesse.

Nagihiko deitou na grama, ofegante pela corrida, e completamente encharcado, tentando recuperar algum fôlego. Tadase, tão molhado quanto o outro, e ainda com barro e galhos de plantas pela roupa e pelo cabelo, jogou-se de bruços no chão, sem forças para continuar. E Hotosaki, chacoalhando-se para tirar o excesso de água do corpo, parecia apenas satisfeito com a sua proeza.



~



— Oh, meu Deus, o que é isso?! – Mizue, a mãe de Tadase, exclamou ao ver os dois garotos retornarem para casa com Hotosaki, naquele estado. Nagihiko parecia ter chafurdado em algum pântano por aí, enquanto Tadase parecia ser o próprio monstro do pântano. – Vão, os dois direto para o banheiro!! – ela gritou, empurrando-os rapidamente em direção ao cômodo antes que sujassem mais ainda a sua casa, sem dar nenhuma opção a eles. Jogou-os lá dentro e fechou a porta, gritando logo em seguida: - Tirem as roupas e passem para eu lavar!

— O q-que? – Tadase engasgou, mas sua mãe já não estava mais ali para ouvir, pois deveria ter ido limpar o chão que os dois molharam ao passar. – Ah, F-fujisaki-kun, eu sinto muito… - murmurou, embaraçado, sentindo o coração saltar um tanto titubeante. O seu banheiro não era muito grande, apenas um cubículo apertado com armários, separado por uma porta de vidro que dava acesso à banheira, e nada mais. Estar naquele lugar, com Nagihiko, e com as ordens de tirar a roupa, já o deixava extremamente sem reação. Com sua mãe ali do lado, podendo aparecer a qualquer segundo, então, ele desejou desaparecer, apenas para não ter que reagir a isso.

— Acho que não temos escolha… – Nagihiko, não menos perturbado, iniciou tirando o casaco imundo, os tênis arruinados, as meias cheias de barro.

Tadase virou-se de costas, corado até a raiz dos cabelos. Adiou um pouco a atividade, ligando a banheira, e só então começou a fazer o mesmo, cerrando os olhos para tentar conter os estranhos impulsos que seu corpo transmitia, apenas por estar daquela maneira com Nagihiko. Ao retirar a camisa, sua mão roçou no abdômen exposto de Nagihiko, e ele soltou um ruído abafado, escondendo o rosto logo depois.

— D-desculpe – ele pediu, mas ao virar o rosto na direção do maior, seu coração quase saiu pela boca, ao vê-lo parcialmente despido, com apenas as roupas íntimas protegendo-o. Tentou desviar o olhar, mas fatalmente acabava atraído a olhar o tórax nu de Nagihiko, oculto pelas mechas púrpuras dos cabelos que caiam delicadamente sobre a pele.

— É melhor tirar logo isso, antes que sua mãe apareça – Nagihiko sussurrou, rindo da reação exagerada do menor. Era muito ingênuo da parte de Tadase ficar constrangido em vê-lo apenas em roupas de baixo, quando eles já haviam feito coisas muito piores um com o outro. Se aproximou, achando divertido perturbar mais um pouco o loiro, que já estava prestes a ter um desmaio apenas em vê-lo chegar mais perto, e começou a deslizar lentamente a camisa já aberta pelo corpo magro, livrando-o da peça. Deslizou a mão até o quadril, ouvindo um arquejar tímido e contido, e pousou-as sobre o cós da calça, abrindo-a.

— E-eu tiro… - Tadase gemeu inconscientemente, recuando um passo, apenas para ficar encurralado entre a pia e Nagihiko. Terminou de tirar as calças por si só, ainda trêmulo, e nesse exato momento sua mãe voltou a bater na porta do banheiro, abrindo-o apenas o suficiente para estender a mão, esperando pelas peças. Ela disse alguma coisa, mas Tadase estava tão nervoso que não conseguiu distinguir. Nagihiko alcançou para ela as peças de roupa, agradecendo a hospitalidade.

— E as roupas de baixo? – ela bradou de repente – Estão molhadas também, não estão? Eu preciso lavá-las.

— M-m-mas… Okaa-san! – Tadase tentou protestar, mas estava tão inquieto que seu lamento nem mesmo foi considerado.

— “Mas” nada! Passem já essas roupas para cá e entrem no banho antes que peguem um resfriado! – ela gritou, impaciente. Era óbvio que considerava os dois como duas crianças, e não via nenhum problema em dois garotos tomarem banho juntos, apesar da idade. Nagihiko e Tadase se entreolharam, envergonhados, e tornaram a desviar o olhar para as paredes opostas. Nem mesmo o valete conseguia manter-se impassível diante daquele dilema. Mizue gritou novamente, e, amedrontado, Tadase começou a fazer o que ela mandava, tão trêmulo que era um mistério o fato de ele ainda estar de pé.

Nagihiko notou o quanto ele estava se esforçando, e desviou o olhar, começando a fazer o mesmo. Os dois entregaram as peças intimas para a mãe ao mesmo tempo, sem ousar olharem um para o outro.

— E-então… a-acho melhor nós… - Tadase, que estava tão vermelho quanto um morango maduro, apontou para a banheira já cheia, sem conseguir terminar a frase. Ele tentava, sem muito sucesso, esconder suas partes íntimas com as mãos.

— P-pode ir na frente.. – Nagihiko recuou, olhando para o teto com o rosto em brasas, também com as mãos em frente ao corpo. Respirou fundo, tentando pensar em qualquer coisa que o ajudasse a se controlar.

O banheiro estava completamente envolto em névoa e vapor, tornando um pouco mais difícil distinguir as formas, embora isso não diminuísse em nada o constrangimento dos dois garotos. Caminhando tão lentamente que nem parecia que estava se movendo, Tadase se dirigiu até a banheira, desligando a torneira. Deu uma última olhada em Nagihiko, querendo confirmar se ele não estava espiando sua... seu… se ele não estava espiando-o!... porém desviou o olhar imediatamente ao se deparar com o corpo completamente despido do maior, corando furiosamente, e fazendo um enorme esforço para manter os olhos fixos na água da banheira e em nada mais.

Nagihiko o seguiu, tropeçando nos próprios pés por não estar olhando para frente, e foi obrigado a mudar a direção do olhar. Ao virar novamente o rosto, deu de cara com o com o corpo alvo e desnudo de Tadase bem à sua frente, preparando-se para entrar na banheira. Tomando coragem, Tadase entrou de uma só vez, afundando completamente o corpo. Nagihiko mordeu os lábios, respirando fundo mais uma vez, e imitou o movimento dele, entrando na banheira logo depois.

Depois de vários segundos, Tadase se recompôs o suficiente para reabrir os olhos, deparando-se com o tórax desnudado do valete bem diante dos seus olhos escarlates, que não conseguiam olhar para nada mais. Suas pernas roçaram levemente uma na outra. Tadase ofegou e se encolheu diante daquele simples toque, contendo por pouco o ruído que sua garganta produziu inconscientemente. Nagihiko havia encolhido suas pernas compridas ao máximo, para que não voltassem a tocar sem querer no menor.

— Desculpe… - ele disse, baixo, virando os olhos para a parede.

— N-não precisa… se desculpar… - Tadase disse, esforçando-se para encarar Nagihiko nos olhos, e não desviar o olhar de volta para o peitoral incrivelmente viril para um jogador de basquete do fundamental – Me desculpe, também… a banheira é muito pequena, mal cabemos nós dois aqui... Além do mais… - ele se remexeu, incomodado, abraçando as suas pernas, esforçando-se para vencer a vergonha e transformar seus pensamentos em palavras. Já havia contestado o suficiente o quanto a falta de comunicação era prejudicial para seu relacionamento, e estava a decidido a dizer para Nagihiko tudo o que precisasse, não importando o quão constrangedor fosse. Mirando os próprios joelhos, ele continuou – É difícil… estar tão perto assim de você, e não poder… t-tocá-lo… como eu gostaria… - ele sussurrou num sopro de voz, tão baixinho que Nagihiko duvidou dos próprios ouvidos por um segundo.

— H-hoto… - Nagihiko deixou sua voz morrer, chocado demais para conseguir formular qualquer frase. No entanto, o rosto completamente rubro do loiro demonstrava que ele não estava imaginando coisas. Tadase estava mesmo, dizendo coisas daquele tipo… na situação em que se encontravam!

Enquanto Nagihiko se perdia em divagações, Tadase já estava olhando novamente para o corpo dele, esquadrinhando toda a região, desde os músculos evidentes nos braços, passando pelo peito liso, e pelo abdômen, parcialmente ocultado pela espuma da banheira. Estava mais do que óbvio para Tadase agora que Nagihiko se tornaria um homem muito maior do que ele, mas essa questão não chegava nem perto de incomodá-lo. Ele estava mais preocupado em tentar imaginar o que havia por baixo de toda aquela espuma, e ao notar o rumo dos seus pensamentos tomavam, arregalou os olhos, sentindo o rosto queimar drasticamente, escondeu-o na água, desejando mergulhar e esquecer toda essa vergonha, mas quando se lembrou do que estava debaixo da água, e do que ele veria caso mergulhasse e abrisse os olhos, voltou à tona rapidamente, ainda mais perturbado do que antes.

Nagihiko não era tolo, e percebeu os olhares insistentes do menor. Sentiu seu rosto formigar embaraçosamente, como nunca antes. Certamente, ele estava ainda mais corado, se é que isso era possível. Tentou normalizar sua respiração e seus batimentos cardíacos, fechando os olhos para se concentrar. Pensava que deveria ter uma postura mais madura em relação a tudo o que acontecia, embora fosse o mais novo, e por isso, decidiu responder.

— Ano… Hotori-kun… s-se você quer m-mesmo… me ver… é só pedir… – ele se esforçou em pronunciar, mesmo que não conseguisse focar o olhar em Tadase. Era uma sorte que o vapor da água quente escondesse em parte suas feições.

— Ehh?! – Tadase finalmente despertou de seus devaneios, surpreso com as palavras do maior. Piscou várias vezes, atônito, até que as palavras fizessem sentido em sua mente, e então sentiu como se sua cabeça fosse explodir – Ahh, n-não, não precisa! Quero d-dizer, err… n-não é como se eu n-não quisesse, m-mas não estou d-dizendo que… isto é, etto… - ele desviou os olhos, mais embaraçado do que nunca, torcendo as mãos uma na outra nervosamente e sem conseguir sequer concluir a frase.

— T-udo bem, então… eu posso lavar suas costas se você quiser… - ele sugeriu, acanhado demais por ter agido apressadamente, e tentando de alguma forma consertar aquela situação constrangedora.

— Ah, e-está bem… - ainda que estivesse roxo de vergonha, no fundo tinha gostado daquela ideia, e acabou cedendo à sugestão de Nagi – Mas… m-me deixe lavar o seu cabelo também, depois, ok? Como retribuição…

— Combinado… - Nagihiko se sentiu um pouco aliviado ao ver a atmosfera tensa se dissipando. Tadase se virou de costas para ele, num misto de pesar e alívio por não estar mais encarando o valete diretamente, e deixando-o consternado ao ter aquela visão privilegiada de Tadase de repente, apesar de a água atrapalhar em parte.

Tentando por tudo no mundo parar de olhar para lá, Nagihiko se ajeitou na banheira, pegando a esponja e o sabonete. Focou-se nas costas branquinhas e macias de Tadase, começando a esfregá-las com cuidado, cobrindo-o de sabão.

Tadase também tentava conter seus impulsos, tendo pequenos espasmos a cada segundo pelo simples fato de sentir o Nagi tocá-lo. Não era a primeira vez que Nagi o tocava dessa maneira, e nem era a primeira vez que tomavam banho juntos – embora a outra ocasião fosse específica demais – mas ainda assim, as coisas pareciam muito mais complicadas dessa vez. Ele sentiu Nagihiko esfregando suas costas com mais força do que o normal, deixando-as vermelhas, provavelmente tentando conter-se também, e ofegou. Ao deixar escapar um gemido baixo, levou as mãos à boca, tentando disfarçar.

Nagihiko sentiu algo agitar-se em seu corpo ao ouvir Tadase fazer aquele som, e apesar de estar na água, era como seu interior estivesse em chamas. Suas mãos pararam de lavar as costas de Tadase, e o rodearam pela frente até que estivesse com o queixo apoiado no ombro do menor, com seus lábios bem perto do seu ouvido. Não era a coisa mais sensata a se fazer, ele sabia, mas simplesmente não conseguia ter controle sobre as suas ações.

— É melhor não fazer nenhum barulho, se não quiser que sua mãe nos veja… - ele sussurrou, de uma maneira absolutamente sedutora, duvidando que pudesse ser sua própria voz realmente.

— Ahn… F-fujis…saki-kun…. – ainda que Nagi o estivesse mandado parar de fazer eles ruídos, Tadase acabou deixando escapar um ainda mais alto ao sentir seu corpo ser envolvido pelos braços do valete. Ao perceber isso, tampou novamente a boca com as mãos, dessa vez com mais vontade – Desculpe… é que você, me abraçando assim de repente, é… e-eu vou tentar me controlar… - ele disse por fim, sem muita convicção de que iria mesmo conseguir.

Nagihiko sorriu para si mesmo, passando o nariz pelo pescoço do menor e absorvendo seu aroma natural. Ergueu a mão até que ela estivesse cobrindo os lábios de Tadase, e obrigando-o a parar de falar, começou a distribuir beijos por toda a extensão dos seus ombros, e pela nuca.

Tadase ofegou, surpreso com a atitude do maior, e continuou produzindo ruídos com a garganta, que foram devidamente abafados pela mão de Nagihiko. Sentiu sua pele se arrepiar com os toques do valete, e um misterioso calor se espalhar por todo o seu corpo a partir de cada ponto que ele tocava.

— Hotori-kun… é tão macio… - Nagihiko deixou escapar um gemido abafado, roçando os caninos na pele do ombro de Tadase, e cerrando os olhos ao sentir seu sabor com a língua. Esqueceu-se completamente do seu objetivo anterior, que era se controlar, e com a mão livre acariciou o tórax magro, que escorria água, arrancando mais grunhidos do trêmulo Tadase.

— F-fujis..aahn… - Tadase tentava dizer, mas a mão de Nagihiko ainda impedia que ele fizesse qualquer barulho. Começou a se incomodar com o fato de não poder falar livremente como queria, e sem pensar muito no que estava fazendo, abocanhou o dedo indicador de Nagihiko em uma tentativa de fazê-lo perder a concentração e destampar seus lábios.

Com aquela mordida inesperada de Tadase, Nagihiko recobrou a razão, e finalmente percebeu o que estava fazendo. Largou Tadase e afastou-se dele, até ficar tão colado quanto podia à parede oposta da banheira, fazendo a água se mover até escorrer para o chão.

— Me desculpe, Hotori-kun, me desculpe! E-eu me descontrolei, sinto muito, eu não vou fazer de novo! – ele se apressou em dizer – A m-menos que v-você queira, é claro… - ele adicionou, preocupado, lembrando-se de que um dos motivos da briga que tiveram recentemente havia sido o fato de Nagihiko sempre parar o que estava fazendo por se sentir culpado. Ele ainda estava inseguro e não sabia o que mais podia dizer, então apenas ficou quieto esperando Tadase responder.

— Ahn… e-eu… adoraria continuar com isso, mas… etto… minha mãe… - ele olhou de esguelha para Nagihiko, sorrindo sem graça como quem se desculpa. Não precisou terminar a frase para que o maior entendesse, embora ele parecesse um tanto chocado – Bem… acho melhor continuarmos com isso em outra hora, não é? Por enquanto… por que não se vira… para que eu possa lavar seus cabelos agora…

Nagihiko não sabia se ficava constrangido por Tadase admitir tão facilmente que queria continuar, ou se ficava feliz por ele se sentir dessa maneira. Não importando como fosse, Tadase sempre conseguia desarmá-lo por completo. Optou por assentir, ainda envergonhado, enquanto virava-se para que Tadase pudesse brincar um pouquinho com seus cabelos.

Tadase pegou o frasco de shampoo e colocou um pouco nas mãos, espalhando o conteúdo uma na outra. Respirou fundo como se quisesse tomar coragem, ainda que não fosse realmente necessário, era apenas cabelo, afinal. Ele teve que se ajoelhar para alcançar, e começou a espalhar o shampoo nos cabelos de Nagi, uma mecha de cada vez. Logo reparou que tinha pegado pouco shampoo, aquilo nem de longe seria suficiente pra lavar as longas madeixas escuras.

— S-seu cabelo é mesmo comprido, Fujisaki-kun... acho que vou Ter que usar mais shampoo do que eu pensei - ele riu sem graça, tentando tornar aquela situação o menos constrangedora possível com comentários aleatórios.

— Sinto muito... - Nagihiko riu da reação de Tadase, abaixando-se um pouco mais para ajudá-lo a alcançar sua cabeça, embora isso não ajudasse muito.

Tadase se aprumou, ajeitando-se para alcançar melhor, e continuou a movimentar os dedos no couro cabeludo de Nagihiko, lavando todos os lados com capricho. Esfregou a cabeça dele com mais força, fazendo bastante espuma, e então enxaguou toda ela com o chuveirinho, cuidadosamente. Contudo, com toda aquela movimentação, aproximou-se tanto que seu peito começou a roçar nas costas do maior.

— Hmm… Hotori-kun… - Nagihiko começou a murmurar mais para si mesmo, sentido as mãos pequenas de Tadase ainda fazendo movimento circulares em sua cabeça – Se não quer que eu te ataque de repente, não deveria fazer isso… - mais uma vez, ele deixou escapar um arquejar baixo.

— Hein? Isso o que? - Tadase interrompeu a tarefa de enxaguar os cabelos de Nagi e o fitou confuso, olhando ao redor em seguida como se esperasse que alguém lhe dissesse o que ele tinha feito de errado. Notou então seu tórax praticamente apoiado nas costas do maior, e por pouco não soltou um grito, tampando a boca com as mãos e soltando um ruído abafado. Afastou-se imediatamente de Nagihiko, ficando colado do lado oposto da banheira e jogando ainda mais água para fora.

— Não precisa ficar tão assustado, Hotori-kun - Nagihiko tentou tranquilizá-lo - é só que... é difícil manter a coerência com você tão perto... Não que eu esteja reclamando…

— G-gomen nee fujisaki-kun... eu... não queria te... err... te p-provocar nem nada assim... Quero dizer... - ele torceu as mãos nervosamente, parecendo estar sem saber onde enfiar a cara de tanta vergonha - É que... Ah! Estar nessa situação assim com você é... tão embaraçoso... mas ao mesmo tempo também me dá uma certa... a-ansiedade, eu acho... é como se tivesse vários sentimentos misturados no meu peito e eu não sei o que fazer… - ele dizia tudo rapidamente, atropelando as palavras.

— Está tudo bem... - Nagihiko virou-se, acariciando de leve o rosto de Tadase com os dedos já enrugados por ter ficado tanto tempo na água – Apenas… faça o que tiver vontade, não tem por que se segurar. De qualquer forma, não é como se nós não pudéssemos ficar juntos em outro lugar, depois. Mas, não se esqueça da sua mãe logo ali, está bem?

— S-sim, eu sei - Tadase se remexeu incomodado novamente. A lembrança de sua mãe tão perto rapidamente afastou qualquer pensamento insano que poderia estar tendo sobre Nagihiko nesse momento – Bom, acho que o seu cabelo já está completamente limpo, então… não acha melhor nós... sairmos agora? -ele sugeriu incerto, sem nem mesmo saber como fariam pra sair da banheira, nem se haviam roupas disponíveis para eles ali.

— Certo... eu posso fechar os olhos se você se sentir incomodado comigo. – Ele disse rapidamente, sentindo-se nervoso de repente.

— Ahn.. eu... a-acho que não precisa... q-quero dizer… - balbuciou Tadase, incerto, sem saber o que responder. Por um lado ele certamente se sentiria embaraçado se Nagi o olhasse, e muito. Mas por outro, eles eram namorados afinal, e em sua cabecinha não parecia errado o fato de eles se olharem; e ele não queria privar Nagihiko de nenhum direito como seu namorado - Eu... err... f-ficaria meio constrangido... muito constrangido na verdade, mas... s-se você quiser olhar, eu,... não vou te impedir, nem brigar com você - ele sussurrou num sopro de voz - você... é meu n-namorado afinal, e tem esse direito… não haveria nada de errado nisso…

— Hotori-kun! - Nagihiko pareceu surpreso com aquela atitude repentina. Se Tadase sentia-se assim, então não havia motivos para ele ser inseguro agora. Novamente tomado por aquele instinto que o impelia a ser maduro e confiável, ele tomou uma decisão. – Tudo bem. Eu me sinto dessa forma também. Se você quiser… me olhar, não se sinta constrangido. Eu não me incomodo. Na verdade, a única pessoa que eu quero que me veja, é você, Hotori-kun - ele disse, decididamente, e foi o primeiro a se erguer, lentamente, saindo da banheira de uma só vez.


Tadase sentiu seu queixo despencar diante da ação repentina do maior e por pouco não gritou. Embora não pretendesse, não conseguiu desgrudar os olhos do corpo despido de Nagihiko nem por um segundo, observando cada movimento dele com atenção. Logo percebeu o quanto seus corpos eram diferentes proporcionalmente e que, embora ainda estivesse em fase de crescimento, ele certamente sempre seria menor, mas não se incomodou com isso naquele momento. Seus orbes rubros começaram a esquadrinhar cada centímetro do corpo do valete, desde o rosto delicado, e no momento enrubescido, o peito liso e molhado, o abdômen bem definido... quando desceu os olhos um pouco mais, corou furiosamente, e depois de perceber para onde estava olhando, desviou o olhar, terrivelmente embaraçado.

Buscando a toalha e a enrolando ao redor da cintura, Nagihiko olhou de soslaio, percebendo que Tadase respirava fundo e se erguia da banheira, com a água escorrendo por todo o seu corpo franzino. Obviamente, ele era muito menor do que Nagihiko, mas o valete acabou perdendo algum tempo contemplando tudo o que podia daquela visão, que ele só havia visto em sua imaginação até agora.

— N-não fique olhando assim tão fixamente… - Tadase resmungou, escondendo o rosto enrubescido na toalha que havia acabado de puxar – E-eu sei que não sou tão atlético quanto você, então…

Nagihiko se aproximou, assim que Tadase cobriu a cintura com a toalha branca. Penteou os cabelos loiros e molhados para trás, com os dedos, e ergueu o rosto de Tadase delicadamente, para que ele o olhasse.

— Você é lindo… - ele disse, firmemente, e nem por um momento Tadase podia duvidar daquelas palavras – Inteiramente lindo. Por dentro… e por fora. Eu nem consigo imaginar como isso é possível, mas você é, Hotori-kun… - ele sorriu, e então aproximou seu corpo, quente pela água que evaporava aos poucos da sua pele, até abraçar Tadase com cuidado – Você é perfeito…

— P-pare de dizer essas coisas… – Tadase titubeou, tocando os lábios trêmulos no peito de Nagihiko ao falar, e fechando os olhos pela vergonha que sentia. Suas mãos encostaram-se à cintura de Nagihiko, apoiando-se ali – V-você também é lindo, sabe disso…

— Eu não saberia até você me dizer – riu Nagihiko, mais uma vez passando a mão nos cabelos de Tadase, deixando a mostra o seu rosto redondo e corado.

Os dois se encararam, diretamente dessa vez. Os orbes escarlates encontraram os cor-de-mel, e eles se perderam um no outro no mesmo segundo. Um novo laço de confiança havia sido criado entre eles, antes que percebessem, e era como se a relação deles tivesse subido um nível. Eles não imaginavam de que forma isso poderia ter acontecido com um evento tão aparentemente sem importância, mas sentiam que estavam ainda mais perto um do outro. Tão próximos como nunca estiveram.

Não havia mais nada a esconder um do outro. Eles se enxergavam como realmente eram, sem nada a ocultar, nenhuma mentira, nenhuma omissão. Tadase era inteiramente de Nagihiko. Nagihiko pertencia somente à Tadase. E ninguém poderia duvidar disso.







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Notas finais do capítulo

Yoooo~ Minna-saaan!!! Shiroyuki deeesu yoo ~
*aparece vestindo roupa de gala no palco*
Teenho um pronunciamento muuuuito importante a fazer! Oneeegai, prestem atenção!!
A Fic está fazendo UM ANO de existência HOJE!, dia 14 de fevereiro...!!!! *estoura fogos*
Eu estou tão feliz, e orgulhosa de poder estar aqui postando o capítulo de aniversário...
Ahh, eu nunca pensei que chegaria a escrever uma fic com tantos capítulos assim, parece que passou tão rápido!!! Mas eu estou aqui para agora para agradecer, à todos vocês!!! Aqueles que acompanham a fic desde o iniciozinho, as que chegaram depois, e tiveram paciência de ler tuuuudo issoo~ por que eu sei que não é pouca coisa... Agradecer a quem deixa reviews em todos os capítulos, e a quem não deixa review, mas nos acompanha fielmente...
E, principalmente, quero agradecer à Teffy-chan! Por que se dependesse só de mim, essa fic ainda estaria lá pelo capítulo 20, vcs devem saber o quanto eu sou desorganizada -.-' preciso de alguém pra colocar ordem nessa budega, e essa pessoa é a Senpai!!! Eu fico muito feliz de ter me juntado com você pra escrever essa história, e obrigada por aguentar todos os meus ataques de fangirl maluca e as minhas shippações!!
Agora, algumas palavrinhas da nossa querida Teffy *passa o microfone*
Yoo minna! Teffy-chan ~desu!
Nhaaa estou muito emocionada por essa fic durar tanto, não pensei que postaria ela por mais de um ano... é a minha primeira fic no Nyah que eu posto por tanto tempo, então estou realmente muito emocionada *-* Ainda mais por estar postando junto com uma escritora tão incrivíel e talentosa, que eu só conheci por causa do casal de Yakusoku mesmo, então quero agradecer à Shiroyuki por ter aturado minhas maluquices e minhas ideias sem cabimento por todo esse ano, e principalmente à cada uma de vocês, nossas leitoras queridas que estão acompanhando a história desde o começo, e estão aí firme e fortes lendo a historia por tanto tempo, inclusive as leitoras fantasmas que não comentam mas que eu sei que estão ali lendo escondidinhas também! Muito obrigada a todas vocês, espero que possamos continuar contando com o carinho e a atenção de vocês por mais um ano!! *faz reverência*
*Shiroyuki pega o microfone de volta*
Entãaao, queridas leitoras do meu kokoro, era isso!!! Nós queriamos dividir com vocês esse momento especial para nós duas!! A fic é looonga, eu sei, mas nós esperamos poder contar com vocês por mais um ano, ou até mais, aguentando nossas loucuras, nosebleeds, fangirlismos, e afins~
E, como esse é um post especial, merecemos reviews de aniversáaario, não é mesmo??? E além disso, é dia dos namoraaados, Happy valentine's daay, espero que ganhem muitos chocolates o//
bye byee~~ o/