Yakusoku escrita por teffy-chan, Shiroyuki


Capítulo 33
Capítulo 33 - One Piece


Notas iniciais do capítulo

One Piece - SCANDAL
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Nagihiko já tinha despertado há algum tempo, mas não teve coragem de abrir os olhos. Sua mente ainda oscilava entre a inconsciência e a lembrança do sonho mais lindo que ele já havia tido na vida, e o receio de ter que enfrentar a realidade depois de tudo, era sufocante. Ele não queria mais acordar.

No seu sonho, tudo era perfeito. Tadase e ele se confessavam um para o outro, e Nagihiko provou da felicidade que ele nunca pensou que pudesse existir. Depois disso, os dois foram de mãos dadas até onde todos brincavam com os fogos. Chegando lá, decidiram, sem precisar de palavras, que era melhor que ninguém soubesse o que tinha acontecido, então soltaram as mãos e se juntaram a eles, tentando agir o mais naturalmente possível. Brincaram com os fogos até o cair da noite, e Nagihiko sorria tanto que chegou a sentir dores no maxilar. Notou os olhares insistentes e investigativos de Utau e também de Tsukasa na sua direção, mas nem mesmo isso o preocupou.

Enquanto voltavam para o hotel, Tadase e ele se mantiveram ligeiramente afastados, mas não perdiam as oportunidades de se entreolharem, e trocarem pequenos sorrisos. Após o banho e do jantar, quando todos foram para a cama, Nagihiko ainda se sentia nas nuvens e mal sabia se ia conseguir adormecer, ainda mais por que estava com medo de acordar do seu maravilhoso sonho. Depois de todos os garotos se ajeitaram para ir dormir, ele também deitou, e quando a luz foi apagada, ele continuou de olhos bem abertos, apreensivo, temendo que a realidade e a dor retornassem no próximo dia, e que certamente seriam ainda mais desesperadoras depois do que ele tinha sentido. Estava ainda pensando nisso, quando ouviu o leve farfalhar de movimentação ao seu lado, e o ruído ínfimo de passos de pés descalços vindo à sua direção.

— Fujisaki-kun... – ele ouviu um chamado soprado, quase inaudível, bem ao seu lado – Eu posso dormir aqui?

Nagihiko ofegou, no escuro, e por pouco não caiu no chão, tamanho o seu susto. Sentou-se na cama, olhando ao redor e verificando se estavam todos realmente dormindo, e depois abriu o lençol, sentindo Tadase timidamente se acomodar bem no cantinho da cama. Deitou também e, hesitante, colocou o braço embaixo do corpo do menor, percebendo que ele se aconchegava, repousando a cabeça em seu peito e circundando o braço ao redor da sua cintura. Abraçou-o também, com o coração mais do que acelerado, que poderia facilmente ser ouvido por Tadase agora, sentindo o calor afável dele misturando-se ao seu, apoiou a bochecha nos cabelos macios, e aspirando seu cheiro doce, se ambos suspiraram ao mesmo tempo.

— Por que você veio? – soprou delicadamente no ouvido dele, que se contorceu por causa das cócegas.

— Porque eu tive medo de acordar... – Tadase respondeu simplesmente, com a voz fraca de sono e de constrangimento, apertando seu abraço, e Nagihiko acabou por sorrir sem nem perceber. Seu corpo todo pareceu relaxar, com a proximidade que ele ansiava há tanto tempo finalmente ao seu alcance, e poucos segundos depois disso, rendeu-se ao sono.

E agora, depois de uma noite inteira, Nagihiko ainda não tinha tido vontade de despertar. Estava confuso, e não sabia se podia confiar em seus sentidos. Quando enfim sentiu a luz tênue do amanhecer bater em seus olhos, incomodamente, decidiu que era hora de enfrentar a realidade, fosse ela qual fosse, e com uma indescritível felicidade tomando conta do seu ser, a primeira coisa que viu ao abrir os olhos foi a adorável face de Tadase, a centímetros dele, adormecido e tranquilo. Os dedos dele ainda estavam firmemente entrelaçados na camiseta do pijama de Nagihiko, e ele ressonava cadenciadamente. Parecia exatamente com um anjo adormecido, e Nagihiko não pode evitar o sorriso que se espalhou sobre seu rosto assim que tocou a bochecha macia dele, com a ponta do dedo, e confirmou que se tratava da mais pura e verdadeira realidade.

Tadase sentiu o toque suave de Nagihiko, e tremeu, despertando. Esfregou os olhos com força, de uma maneira completamente adorável, e então os abriu, diretamente na direção de Nagihiko. Ofegou, surpreso e emocionado, sem conseguir mover nem mesmo um músculo.

— Bom dia... – Nagihiko sussurrou, embora o dia mal tivesse raiado. Não conseguiu pensar em nada melhor para dizer depois de tudo o que aconteceu, e viu o rosto de Tadase se colorir imediatamente depois de perceber a situação em que se encontravam.

— B-b-b-om d-d-dia... – Tadase respondeu, erguendo-se nervosamente. Encolheu-se, nos lençóis, tanto pelo frio matinal quando pela vergonha que sentia. Ah, ele tinha sido muito precipitado, e muito audacioso, se oferecendo para dormir com Nagihiko daquela forma! Onde estava com a cabeça?! – E-eu... eu a-acho melhor voltar pra... a-antes que acordem... eu d-d-deveria... – ele foi dizendo apressadamente, enquanto se virava para descer da cama.

— Espere... – Nagihiko o segurou pela mão, vacilante – Aquilo que aconteceu ontem, eu...

Tadase parou, sentado na beirada da cama. Com o rosto virado, ele segurou a mão de Nagihiko de volta.

 — Eu te amo... – ele disse apenas, em um sopro baixo, com o rosto em brasas até as orelhas. Queria se certificar de ter se confessando apropriadamente, pois as lembranças da noite anterior ainda eram muito indistintas na sua mente. Nagihiko travou, com a voz embargado após ouvir novamente as palavras que ele tanto custou a acreditar. Impulsionou o corpo para cima, sem conseguir se conter, e com a mão livre acariciou o rosto de Tadase, virando-o na sua direção e depositando um singelo beijo na sua testa.

— Eu também. Amo você. – ele murmurou, sorrindo e inclinando o rosto, encarando Tadase diretamente, com os cabelos descendo por sobre os ombros. O loiro corou furiosamente, levando a mão até o local em que foi tocado com surpresa.

Nagihiko se virou sentindo algo quente e liso tocar em seu braço, por baixo dos lençóis. Assustou-se, sentando para olhar melhor, e Tadase, que o observava em silêncio, na beirada da cama, fez o mesmo. O valete encontrou o objeto que tocara, e trazendo-o para fora dos lençóis, verificou que se tratava de um ovo, lilás, decorado com flores de cerejeira.

— T-temari...? Mas como? Eu nem mesmo a trouxe para cá... – ele sussurrou para si mesmo, surpreso, e sentiu algo se mover dentro do ovo. Ele flutuou, até chegar à altura dos olhos de Nagihiko, e então começou a trincar e rachar, abrindo-se brilhantemente. Nagihiko não conseguia acompanhar os fatos, completamente tonto. Cintilante e alegremente, a pequena figura de kimono surgiu diante dos olhos do valete, sorrindo abertamente.

— Ah, Nagihiko! Eu senti tanto a sua falta! – foi a primeira coisa que ela disse, emocionada, ao abrir os olhinhos lilases para seu dono – Você demorou demais para resolver o conflito do seu coração, eu... eu... pensei que nunca mais poderia ver você de novo! – Temari censurou-o, com lágrimas juntando nas bordas, e voou de encontro ao garoto, agarrando-se ao seu pijama em um abraço. Nagihiko segurou-a entre as mãos, incrédulo – Mas agora, que você enfim encontrou a felicidade que tanto ansiava... – ela olhou de esguelha para Tadase –... eu pude retornar, e não vou mais deixar você!

— Temari... – Nagihiko murmurou – Eu também senti muitas saudades suas, você não imagina o quanto! Me desculpe... me desculpe por fazer você retornar ao seu ovo, eu nunca quis..

— Shhh, isso já passou! Não vamos mais falar desse assunto. – ela disse, calmamente – Agora... eu quero conhecer o meu irmão! Onde ele está?

— Aqui! – ouviram o chamado do pequeno Chara azul, que já havia acordado sem ninguém perceber, certamente por sentir as mudanças no coração do dono, e estava flutuando logo atrás de Nagihiko. – Seja bem vinda de volta, mana! Vamos trabalhar juntos a partir de agora, yey! – ele ergueu a pequena mãozinha no ar, e Temari tocou-a, delicada e animadamente.

— Temari voltou! – Tadase exclamou, contidamente para não acordar ninguém – Isso é tão bom. Seja bem vinda, Temari! O Fujisaki-kun sentia muito a sua falta, todos nós sentimos. E o Kiseki vai adorar vê-la de novo!

— Eu devo isso a você, Hotori-san. Muito obrigada – Temari sorriu na direção do loiro, curvando-se respeitosamente – Se não fosse pelo seu amor por Nagihiko, ele jamais conseguiria sentir-se plenamente feliz novamente, e eu não poderia voltar. – ela contou. Rythm, que até aquele momento manteve-se alheio, pasmou, olhando de Nagihiko para Tadase. Quando viu as mãos deles postas juntas, sorriu de orelha a orelha, sentindo um imenso alívio. Agora estava claro o motivo de Temari ter retornado – Agora está tudo bem de novo, mas se continuasse daquela maneira... o ovo do coração de Nagihiko poderia ter se tornado um X.

— Eu não imaginava que a situação era tão grave! – Tadase surpreendeu-se – E... isso tudo foi por que eu não percebi antes... se eu tivesse...

— Não precisa se preocupar, Hotori-san – Temari interrompeu-o – Agora eu sei que você vai cuidar bem do coração do Nagihiko, então posso ficar tranquila – ela sorriu, e ambos os garotos coraram irremediavelmente. Rythm conteve uma risada. Nesse momento, todos ouviram o farfalhar de alguém se movendo, e sobressaltaram. Era Kukai, que mudava de posição na cama, mas aparentemente, não havia acordado ainda.

— Acho melhor eu voltar... – Tadase balbuciou, olhando para a sua cama, que parecia distante, fria e vazia agora.

— Sim... é melhor que não saibam ainda, vamos esperar para contar a eles... – Nagihiko suspirou, imaginando a reação de Yaya e Utau quando soubessem o que enfim havia acontecido. Ah, elas fariam um escândalo, seria difícil mantê-las quietas, além, é claro, do fato óbvio de que elas não mediriam esforços para se meter na vida dos dois. Sim, era melhor prolongar o segredo o máximo de tempo que fosse possível.

Tadase, por outro lado, sequer imaginava as proporções das reações daquelas duas garotas. Seus motivos para querer esconder o... novo relacionamento... com Nagihiko era bem mais simples. Ele estava com medo da reação dos amigos, e sobretudo, com muita vergonha de si mesmo. Era a primeira vez que se via diante de uma circunstância como essa, nada mais aceitável do que sentir-se inseguro com a opinião dos outros, não por serem ambos garotos, isso nem mesmo havia passado pela cabecinha ingênua de Tadase, mas apenas pela natureza da situação, que ele não sabia como especificar e que já era por si só, constrangedora.

O loiro enfim deixou seu lugar confortável ao lado de Nagihiko, e deitou-se na cama ao lado, tomando o cuidado de não acordar Kiseki, que ressonava calmamente dentro de seu ovo, em cima do criado-mudo. Rythm também retornou ao seu ovo, espiando pela fresta entre as rachaduras.

— É melhor você se manter escondida por enquanto, Temari, a maioria das pessoas não sabem sobre Nadeshiko ainda – Nagihiko alertou, e Temari assentiu, depois de dar um rápido beijo na bochecha do dono, ela se fechou em seu ovo e escondeu-se na mala dele, muito bem acomodada entre as roupas – E você – ele olhou para Rythm – Não comente sobre nada que tenha visto agora com ninguém, ok?

— Se você quer assim – Rythm deu de ombros, despreocupado, e então se fechou também. Nagihiko deitou-se novamente e ficou alguns minutos em silêncio, apenas apreciando aquela maravilhosa felicidade que brilhava e se espalhava por todo o seu ser. A vida podia ser mais perfeita? 

Cerca de dez minutos depois de Tadase e Nagihiko deitarem, Kukai despertou, e foi logo tratando de acordar todo mundo, ansioso por mais um dia na praia. Os dois que já estavam acordados levantaram primeiro, e se trocaram rapidamente, combinando com os outros garotos de se encontrarem para o café da manhã lá em baixo. Saindo para o corredor, eles encontraram algumas das garotas já acordadas, mas como elas ainda precisavam terminar de se arrumar, eles desceram sozinhos para o hall de entrada, esperando o restante do grupo.

Tadase andava ao lado de Nagihiko pelo hotel, um tanto impaciente, sem saber como deveria agir. Ele tinha a certeza de que o valete conhecia seus sentimentos agora, e também sabia como ele se sentia sobre ele. Os dois se amavam. Mas o que isso significava?

Os dois enfim chegaram à entrada, depois de conversarem algumas amenidades e comentar o retorno de Temari, e então decidiram esperar por todos os outros ali mesmo, afinal, não iriam demorar tanto. Nagihiko olhou para Tadase, notando o quanto ele estava apreensivo, e pensou em dizer algo que pudesse dizer para atenuar o clima entre eles, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, sentiu um leve toque nas suas costas.

— Com licença, você pode me ajudar? – uma garota de cabelos negros e amarrados em um coque no alto da cabeça disse, parecendo surpresa ao ver que Nagihiko era um garoto – Eu acabei de chegar aqui e me perdi das minhas amigas, elas estão na ala sul, mas eu não sei para que lado devo ir...

— Ah... bem... – Nagihiko ponderou por alguns segundos – Acho que você deveria seguir por aquele lado – ele apontou pelo saguão – Mas eu não tenho certeza, seria melhor você pedir informações ali na recepção.

— Tem razão, que tola eu sou! Vou fazer isso, muito obrigada! – ela sorriu brilhantemente – Etto... Acho que a gente se vê por aí, nee? Você vai ir até a praia agora? – ela indagou, interessada, corando de leve.

— Depois do café da manhã, eu vou com meus amigos, não é Hotori-kun? – Nagihiko disse apenas, mas Tadase não esboçou reação.

— Ah, que bom! Então eu apresentarei minhas amigas à vocês – ela sorriu para Tadase, e então virou-se na direção oposta – Muito obrigada! – disse novamente e então andou até o balcão de informações, não sem antes lançar um longo olhar de volta para Nagihiko.

— Ela era bem bonita, não é? – Tadase comentou casualmente assim que ela se foi, e Nagihiko ficou surpreso. Nunca, em todos aqueles anos de amizade, ele ouviu Tadase fazer qualquer comentário sobre garotas, ainda mais sobre a aparência delas, e se tratando de uma desconhecida.

— Bem, eu acho que sim... – ele balbuciou, querendo descobrir aonde Tadase queria chegar com aquela conversa.

— Alguém como ela... tão alegre, espontânea... e feminina... ficaria bem ao lado de alguém como você, Fujisaki-kun.

— Do que está falando, Hotori-kun? – Nagihiko arqueou uma sobrancelha, intrigado.

— Que ela seria uma boa namorada para você! – Tadase disse enfim, erguendo os olhos, que agora estavam um pouco úmidos, para o valete. Como um flash de luz, a compreensão invadiu a mente de Nagihiko, e ele finalmente entendeu o motivo dos comentários incoerentes do loiro. E era tão tolo e infundado que Nagihiko teve vontade de rir. Tadase estava com ciúmes! Nem em suas mais complexas fantasias, o valete poderia se imaginar em uma situação como essa..!

— Eu não ligo para isso – Nagihiko disse, fazendo pouco caso – Eu já estou em um compromisso.

Tadase ergueu os olhos, com o rosto lívido. Ele e Nagihiko nunca haviam falado sobre relacionamentos seriamente um com o outro, mesmo sendo melhores amigos, embora Tadase imaginasse, em seu limitado conhecimento do assunto, que o valete pudesse ter tido experiências diferentes durante sua estada na Europa. Será que ele havia deixado para trás algum relacionamento inacabado? Isso poderia ser possível afinal, e como Nagihiko não ousou tocar Tadase daquela forma novamente desde a noite anterior, talvez ele estivesse com receio de fazer algo pelas costas da pessoa que ele deixara lá, sem ter antes dado um fim apropriado no relacionamento.

— E como ela é? – Tadase deixou escapar, timidamente, segurando as mãos uma na outra, nervoso.

— Não tenho palavras para descrevê-la. Essa pessoa é... simplesmente... perfeita demais para ser real. – Nagihiko disse, sorrindo, e o rosto de Tadase tornou-se ainda mais abatido – Você não quer vê-la? Ela está aqui.

— Está aqui? – Tadase repetiu, em choque, e Nagihiko afirmou, seriamente – E-eu... eu quero conhecê-la.

— Tudo bem... mas... tome cuidado – Nagihiko avisou, cautelosamente, e então se inclinou na direção do ouvido de Tadase, sussurrando para ele no tom de quem compartilha um segredo – Ela é linda demais... eu não sei o que eu faria se você também se apaixonasse por ela. E também é muito fofinha... me dá vontade de agarrá-la agora mesmo... – ele disse, e Tadase engoliu em seco, sentindo sua garganta arder, mas ainda assim, resolveu prosseguir – Está certo. Ela está exatamente à sua esquerda. Olhe agora.

Tadase respirou fundo, e então discretamente virou o rosto, fitando o lado que Nagihiko indicou de soslaio. Tudo o que viu foi a parede do hotel, com uma folhagem vistosa em um canto, e um enorme espelho que cobria boa parte da parede, refletindo o seu próprio rosto atônito, que adquiria um leve tom ruborizado gradualmente, e a figura elegante de Nagihiko ao seu lado, sorrindo satisfeito.

— M-mas... como? – ele murmurou, indistinto, olhando confusamente para Nagi – É um espelho...

— Você não entendeu ainda, Hotori-kun? A pessoa refletida bem ali é a única que eu quero, foi por ela que eu me apaixonei. Como você pode pensar que eu possa querer qualquer outra pessoa?

— M-mas.. você disse que tinha... um compromisso... com alguém... – Tadase replicou, sem entender nada. Nagihiko suspirou, pensando em uma maneira de ajeitar essa situação. Olhou para todos os lados, não percebendo nenhum sinal dos amigos, mas eles não deveriam demorar muito.

— Venha comigo – ele disse, e segurou a mão de Tadase rebocando-o decididamente pelo saguão, até chegar ao outro lado. Entrou com ele pela porta de emergência, onde havia as escadas de acesso. O lugar era mal iluminado, e um tanto precário. Definitivamente não era o local mais romântico ou agradável daquele hotel enorme, mas, se pudesse deixar ruivinhas espevitadas e cantoras loiras longe, estava tudo bem.

— F-fujisaki-kun... o que está fazendo? – Tadase indagou num fio de voz, assim que viu Nagihiko fechar a porta.

— Acabei de perceber que eu não disse as coisas claramente, então é natural que você fique confuso... mas eu vou me retratar agora mesmo. – ele disse, e então se ajoelhou perante Tadase, ainda com a mão dele segura entre a sua, e o fitando diretamente. Tadase ofegou, imaginando se ele pretendia fazer as tarefas do valete naquele lugar... mas como, se nem Kiseki estava ali para ativar o Chara Change? – Hotori Tadase... eu amo você mais do que qualquer outra pessoa nesse mundo, e jamais seria capaz de supor que você algum dia pudesse retribuir esses sentimentos que eu tenho guardado há tanto tempo. Ainda duvido um pouco dos meus próprios sentidos, para falar a verdade, e tenho medo de acordar e perceber que tudo foi apenas um sonho, mas já que estou sonhando, então é melhor que esse seja o melhor sonho de todos. Eu já reprimi meus sentimentos mais do que poderia aguentar, e sinto que perdi muito tempo por causa dessa hesitação... mas se as coisas foram dessa maneira, é por que assim deveriam ser, então vamos aproveitar o tempo que temos a partir de agora. Hotori-kun... eu... eu seria o garoto mais feliz do mundo inteiro, se você aceitasse ser meu namorado, de verdade. – ele enfim pronunciou as palavras que nunca imaginou que teria a chance de falar, e então, aguardou, com o coração agitado.

— F-f-f-f-ffujisaki-k-k-kun… - Tadase atingiu milhares de tons de vermelho, antes de conseguir terminar aquela frase, levando a mão livre ao rosto – Le-levante d-daí, por favor... – pediu, vacilante, sem saber em que lado focar os olhos, e Nagihiko atendeu ao pedido, sem, no entanto, soltar a mão do loiro – Fujisaki-kun... v-você... você t-tem certeza...? Q-quero dizer... isso é mesmo possível?

— Só se você aceitar. – Nagihiko respondeu simplesmente, e Tadase arquejou, timidamente.

— Então... e-então... s-sim, Fujisaki-kun! Eu que-quero m-muito... quero ser seu n-n-namorado... – ele murmurou, hesitante e ao mesmo tempo muito feliz, em dizer aquele termo. Forçou-se a encarar Nagihiko, embora estivesse tão envergonhado que poderia esconder-se em um buraco e não sair de lá nunca mais, e viu o semblante emocionado do maior, que sorria com lágrimas nos olhos para ele. – N-não chore, Fujisaki-kun, onegai! – ele se apressou em dizer, e instintivamente, avançou contra Nagihiko, segurando seu rosto com as duas mãos.

— Está tudo bem, Hotori-kun, eu não vou chorar – Nagihiko disse, com a voz embargada, segurando seus canais lacrimais para não provocar nenhuma cena vergonhosa. Segurou Tadase pela cintura com uma das mãos, enquanto a outra acariciava sua face macia – Eu só estou... muito feliz. É só isso.

— Eu também, Fujisaki-kun, estou muito feliz – Tadase exclamou, cerrando os olhos para apreciar melhor o carinho leve dos dedos dele. Repentinamente, sentiu uma pressão suave em seus lábios, e surpreso, viu que Nagihiko havia terminado com a distância que ainda os separava. Não teve muito tempo para pensar, e assim que entreabriu os olhos, os fechou de novo, sentindo uma sensação inexplicável, extasiante e absolutamente cálida espalhar-se por completo em seu coração.

Nagihiko abraçou Tadase com força, trazendo o rosto dele para mais perto, e sentiu as mãos ternas do menor entrelaçando-se em seus cabelos, fazendo cócegas em sua nuca. Aprofundou o contato, pedindo passagem com a língua, e percebeu que o loiro ficava na ponta dos pés, permitindo o toque. Não queriam ter que se separar, mas a falta de ar os forçou a tomar essa atitude alguns segundos depois. Nagi suspirou, sorrindo, e tocou a testa de Tadase com a sua, sentindo a respiração ofegante dele bater contra seu rosto.

— Os outros já devem ter chegado – ele disse com pesar, obrigando-se a se afastar do inebriante Tadase – Melhor irmos, antes que desconfiem de algo.

— Tem razão! – Tadase disse, aflito, e os dois se encaminharam, discretamente, de volta para o hall de entrada, como se nada tivesse acontecido, embora o brilho nos olhos de Tadase demonstrasse exatamente o contrário.

Encontraram Yaya no meio do corredor, fazendo escândalo enquanto procurava pelos dois, e acompanharam ela até o restaurante do hotel onde todos tomavam o café da manhã. A Ás não se absteve de fazer comentários maldosos e de duplo sentido – e excepcionalmente dessa vez, ela estava correta, mas o valete conseguiu se sair bem de todos eles, mesmo que o semblante irremediavelmente delator de Tadase pudesse ser uma evidência óbvia demais.

Depois do desjejum, todos foram animados para a beira da praia. Nikaido concentrou-se novamente na sua árdua tarefa de colocar o guarda-sol na areia, e Rima logo se entocou lá embaixo, com seus enormes óculos de sol. Kairi fez menção de acompanhá-la, com um livro em mãos, mas Amu não deu chance a ele e o arrastou para o mar antes mesmo de ele iniciar seu movimento. Kukai já estava lá dentro, com sua prancha alugada, e juntamente com Ikuto, tentava pegar alguma onda. Yaya estava na sua enorme boia, mais na beira, e de lá tentava incentivar Kukai com seus gritos. Os Shugo Charas estavam espalhados por todos os lados, usando pequeninas roupas de banho, de acordo com seus tamanhos e personalidades, que eles arrumaram sabe-se lá onde, mas Temari, assim como Nagihiko aconselhou, não saiu de dentro do quarto.

Depois de acomodarem seus pertences, Nagihiko logo tratou de ir tirando a camisa, e sentou ao lado de Tadase debaixo do guarda-sol, próximo de Rima. O loiro fez o possível para manter os olhos no mar, observando as ondas que iam e vinham, mas era absolutamente impossível fazer isso com a visão do peitoral indiscutivelmente masculino de Nagihiko bem ao seu lado, e sendo assim, Tadase nem conseguia mais disfarçar seu nervosismo. Rima, que estava concentrada vendo os garotos surfarem, não notou o fato, mas alguém mais atento que ela certamente notaria.

Utau e Tsukasa se aproximaram do pequeno grupo de refugiados, assim que Nikaido foi para o lado de Yukari. Os dois estavam estranhamente mais próximos desde o início dessa viagem, e isso não parecia de modo algum algo despropositado. O sorriso tranquilo de Tsukasa, agora refletido no rosto da sua mais nova aliada, era em absoluto, preocupante, e deixava todos os sentidos de Nagihiko em alerta, mesmo que inconscientemente.

— Os jovens poderiam comprar algumas bebidas... talvez sorvetes também, para todos? – Tsukasa disse, como quem não quer nada.

— Vamos, Nagihiko? Você me ajuda a carregá-las – Utau completou, segurando Nagihiko pelo braço e o levantando á força. Tadase fez menção de acompanha-lo, mas hesitou.

— Mas... tio, nós acabamos de tomar café da manhã... – Tadase argumentou, tolamente.

— No verão é necessário que fiquemos hidratados, Tadase. Apenas vão, vocês dois. – Tsukasa entregou algumas notas de dinheiro para a cantora, e ela saltitou alegremente com Nagihiko a tiracolo pela areia fofa.

— O que você quer, Tsukiyomi-san? – Nagihiko perguntou ceticamente, depois que já estavam afastados o suficiente.

— Como assim, Nagi-kun? Vamos só comprar bebidas para todos – ela disse inocentemente, sorrindo para ele.

— Tsukiyomi-san... Embora eu possa dizer que Amakawa-san seja um ator de alto nível, e você também não tenha se saído mal, é fácil, para mim, identificar certos padrões, e você anda muito próxima do Diretor ultimamente. Isso é no mínimo, suspeito, concorda?

— Não vejo nenhum motivo para desconfiar de mim, Nagi-kun! – Utau bradou, confiante – Eu cresci com o Tadase, você sabe, e quando vivi naquela casa, Tsukasa-san também morava lá. É apenas natural que nós sejamos amigos, não acha? Ainda mais quando temos interesses em comum...

— Isso me preocupa, de alguma forma, mas o que quero dizer é para você ir direto ao ponto. Não acho que buscar bebidas tenha sido a melhor das desculpas para conseguir me deixar sozinho por alguns instantes... mas já que se esforçou tanto, diga-me, o que deseja, Tsukiyomi-san?

— Certo, não da pra enrolar você, nee? Gostaria de saber algum dia onde foi que você adquiriu tanta experiência assim nesses assuntos. Pois então, responda para mim – ela encarou Nagihiko diretamente, com a curiosidade ardendo como brasas nos olhos – Aconteceu alguma coisa entre você e o Tadase, não aconteceu? Você nem parece o mesmo garoto de ontem, que passou o dia inteiro dentro do hotel, de pijama e com o cabelo parecendo um ninho de ratos. Tanto você quanto ele parecem muito alegrinhos desde que voltaram de sabe-se lá onde ontem à noite, e sumiram de repente hoje de manhã também... sem falar que você tirou a camisa tão de repente agora há pouco, que quase fez aquele garoto desmaiar! Parecia até que estava tentando... seduzir ele... Aah!! Naaagi! Você PRECISA me contar o que está acontecendo!

Nagihiko manteve-se impassível. Era exatamente essa situação que ele temia, mas não ia dar o braço a torcer, pelo menos não por enquanto.

— O que você pensa que está acontecendo, Tsumiyomi-san? – Nagihiko rebateu, inocentemente.

— Ora, obviamente, você e o Tadase estão tendo um caso pelas nossas costas! Aposto como andam se encontrando para fazer coisas indecorosas, se escondendo por aí como criminosos, agarrando-se na calada da noite sem que ninguém note! Sem falar que estão dormindo no mesmo quarto... Aaaah, sim, vocês estão fazendo isso e aquillo.... Ooooh  my god~ eu não posso aguentar isso!!! – ela se empolgou mais do que o necessário, e quase quebrou o braço do garoto enquanto encenava suas fantasias.

— Ah, é mesmo? – Nagi ponderou com a mão no queixo, e Utau estranhou ele não ter um ataque cardíaco ou qualquer coisa parecida ao ouvi-la dizer coisas tão loucas. Eles chegaram até o quiosque que vendia bebidas e pediram por um pouco de cada coisa, e enquanto aguardavam, Nagihiko virou-se para a loira, sorrindo sugestivamente – Será que... por acaso, a pessoa que está fazendo todas essas coisas, e isso e aquilo... não é você mesma?

— Do que está falando? Você pirou? – Utau indignou-se, com seu sorriso desmanchando-se, ficando na defensiva.

— Pensa que eu não vi? Você e um surfista loiro e alto, rolando pela areia... a Yaya tirou foto e tudo! Acho que é a Senhorita Hoshina Utau quem está fazendo coisas indecorosas por aí... ah, se seus fãs descobrirem, isso pode se tornar um problema, não é? – Nagihiko sorriu ardilosamente, e Utau reagiu.

— D-do que está falando, garoto? – ela gritou, com o rosto corando. Já havia esquecido completamente do rumo da conversa, exatamente como o valete planejara. Os dois pegaram os sucos e refrigerantes e então rumaram de volta na direção do acampamento – Aquilo foi um acidente! Não é como se... eu tivesse gostado ou qualquer coisa assim! Aquele garoto era um louco, mal-educado e grosseiro! Não entende nada de música! – ela começou a se justificar, pisando duro na areia.

— Claro, claro – Nagi concordou, incentivando a fúria da loira, enquanto eles se aproximavam novamente do local onde estavam antes. Tadase sorriu brilhantemente, ao ver os dois chegarem, e Tsukasa sorriu também, fitando questionador a loira, que apenas balançou a cabeça derrotada, percebendo que havia falhado em sua missão.

— Nee, Fujisaki-kun! – Tadase se levantou, sem conseguir disfarçar sua imensa alegria, e pulou na direção dele – Vamos caminhar?

— Vamos sim, Hotori-kun – Nagihiko caminhou na frente, sendo acompanhado por Tadase, na direção da beira do mar, deixando para trás a Utau pensativa, que distorcia a face em uma careta por estar pensando novamente no surfista grosseiro e o Tsukasa inconformado por não ter conseguido confirmar suas suspeitas.

Os dois caminharam juntos na beira do mar, afundando os pés na areia molhada e sentindo a água gelada tocá-los a cada vez que se movimentava. Viram ao longe Ikuto surfando, e Kukai tentando equilibrar Yaya em cima da prancha, para ensiná-la. Amu e Kairi jogavam água um no outro, parecendo algum casal de comercial de margarina. Tadase e Nagihiko continuaram andando assim, calmamente e sem precisar dizer nada, até perder os amigos de vista.

Eles apreciavam plenamente a companhia um do outro, e apenas andavam em linha reta, vendo a movimentação das pessoas desconhecidas ao redor deles. Tadase fez uma simplória tentativa de segurar a mão de Nagihiko, mas assim que roçou os dedos nos dele, corou furiosamente, e recolheu a mão, sentindo-se um pouco patético por não saber como agir. Nagihiko notou, e já ia se virar para a direção dele, quando sentiu uma movimentação próxima.

— Ah, olha só, é aquele garoto que eu falei, e o amigo fofo dele, Ayane-chan! – a garota que Nagihiko encontrou no saguão de manhã cedo se aproximou, saltitante, trazendo junto uma garota menor, de cabelos ruivos e sardas no rosto redondo, que sorriu sem graça diante dos dois – Essa aqui é a minha amiga, Himemiya Ayane e... aaah! A gente nem se apresentou, nee? Eu sou Tsukimi Haruka! E vocês...

— Ah, sim – Nagihiko balbuciou, meio perdido, e Tadase pareceu um pouco entristecido, suspirando pesadamente – Eu sou Fujisaki Nagihiko, e esse é Hotori Tadase...

— Muito obrigada por hoje mais cedo, ajudou muito, viu? – ela disse alegremente, chegando mais perto de Nagihiko, e Tadase se remexeu, aborrecido.

— Eu nem fiz nada – Nagihiko pronunciou educadamente, recuando um passo.

— Bom, eu agradeço mesmo assim – a morena sorriu, sem se deixar abalar – Eu e a Ayane-chan íamos ao karaokê, mais tarde, vocês não querem nos acompanhar?

— Eu e o Hotori-kun já temos planos com nossos amigos, sinto muito. Talvez em outra oportunidade...

— Ah, claro! Você me dá seu e-mail? Quem sabe a gente não mora perto um do outro, e então...

— Já chega! – eles ouviram o brado de Tadase, que se ergueu com o colete aberto tremulando atrás das costas como se fosse uma capa real, e a coroa dourada que apenas Nagihiko podia ver brilhando na cabeça – Tirem a mão do meu valete, suas aldeãs insubordinadas! – ele gritou, agarrando-se à Nagi com ambas as mãos, e as duas garotas se sobressaltaram – Ele é meu, e somente meu, não ousem colocar seus olhos plebeus em cima do meu precioso valete! Se ousarem chegar perto dele novamente, eu juro que mando cortar as suas cabeças, ouviram bem?

— Ho-hotori-kun...! – Nagi estava surpreso, sentindo o abraço possessivo e apertado de Tadase ao seu redor.

— Calado, insolente! – Tadase o interrompeu, encarando-o duramente – Estou protegendo você dessas plebeias carentes e oferecidas, não me desautorize! Você pertence a mim, e somente a mim, não permito nem mesmo que cogite a possibilidade de pensar o contrário!

— V-v-vocês dois... vocês dois... – Haruka parecia incrédula, com o queixo quase despencando.

— E-e-eles são... são um casal... – a amiga dela, Ayane, corou furiosamente, e levando as mãos ao rosto, fitou-os – Eu pensei... p-pensei que isso... só acontecesse em mangás... isso é... tão kawaaaaii!!! – ela agitou os cabelos vermelhos, que agora se confundiam com o rosto corado.

— Kawaii? Você tá louca?! Isso é errado... isso é...

— Vamos logo embora, Haru-chan, nós estamos atrapalhando, não está vendo?! Vem duma vez! Desculpem-nos, vocês dois, nós não queríamos incomodar! – a pequena ruiva agarrou Haruka pelo braço, e rebocou-a na direção oposta, logo depois de acenar para os dois, e então, sumiram pela praia.

— Etto... Hotori-kun... – Nagihiko não pode segurar o sorriso que se formou em seus lábios, olhando para Tadase, que ainda estava agarrado ao seu tórax desnudo com afinco.

— Hunf, não ria dessa maneira prepotente, seu valete descarado!  - Tadase apressou-se em dizer, soltando Nagihiko do seu abraço – Depois de ficar dando atenção pra essas plebeias irritantes, vem sorrindo desse jeito para mim, e acha que vou perdoá-lo?

— E o que eu devo fazer para que me perdoe, majestade? – Nagihiko rebateu, entrando no modo “valete fiel”, para lidar com a complexa personalidade de rei – Uma massagem, quem sabe? – ele sorriu de canto, passando o dedo de leve pelo abdômen exposto de Tadase, e ele se encolheu, arrepiando-se com o toque.

— N-não pensei que pode conseguir meu perdão com apenas isso, valete! Eu sou muito difícil de ser dobrado, você terá que se esforçar! – ele cruzou os braços, fechando os olhos.

— Eu vou, é claro – Nagihiko abraçou Tadase, que se debateu um pouco, mas acabou permitindo, e então suspirou – Mas como é que você entrou no Chara Change desse jeito?

— Fui eu, valete! – a voz firme de Kiseki se fez ouvir, e ele apareceu voando junto com Rythm, juntando-se aos seus donos – Acha mesmo que eu ia deixar o Tadase ver essa cena deplorável calado, depois de tudo? Rythm foi um súdito leal, e já me informou dos fatos mais recentes. Eu também já vi a Temari, fico satisfeito de ter minha leal súdita de novo aqui. Já sei que você e o Tadase finalmente... se entenderam... e eu acho que isso é bom mesmo! Um servo como você não deveria deixar seu Rei para trás! Então... então é melhor que você se esforce e faça o Tadase feliz, está entendendo?!

— Eu farei isso, Kiseki, fique tranquilo! Você não precisa se preocupar.  – Nagi disse, e nesse exato momento, o chara change de Tadase evaporou. Ele sentiu seu rosto queimar, ao lembrar as coisas constrangedoras que disse, e então, escondeu o rosto no peito do valete.

— Eu sinto muito, Fujisaki-kun, eu fiz escândalo! Você deve ter ficado sem graça com esse ataque... me desculpe!

— Está tudo bem, Hotori-kun... – ele afagou os cabelos loiros de Tadase, após verificar rapidamente que ninguém conhecido estava por perto – Eu... eu gostei disso que você fez... não se preocupe com nada.

— Fujisaki-kun...

— Vamos lá, é melhor voltarmos para perto dos outros antes que comecem a fazer suposições a nosso respeito – Nagihiko disse sensatamente, segurando a mão de Tadase entre a sua e recomeçando a caminhar, tomando a direção contrária. O loiro corou, mas sorriu suavemente com aquele gesto, entrelaçando firmemente os dedos nos dele. Era o que Tadase queria desde o começo – E além do mais...  – ele disse, alguns segundos depois – Eu estou devendo uma massagem a você...

Tadase ofegou, sem conseguir dizer nada, e seu rosto coloriu-se a uma velocidade alarmante, tornando-se rubro como seus olhos, até as orelhas. Nagihiko riu da reação adorável do menor, e os dois seguiram seu caminho, pela beirada do mar.

— Parece que nós podemos descansar agora – Kiseki observou, cruzando os braços, vendo os dois se afastarem, de mãos dadas pela praia – Não precisamos mais nos preocupar com esses dois. Eles estão muito bem.

Rythm suspirou, e sorriu tranquilamente.

— Aah... eles crescem tão rápido...


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Notas finais do capítulo

Shiroyuki desu o/
Aaaah~ eu to tãaao feliz de finalmente escrever capítulos com esses dois juntos!! Foi uma longa e árdua espera, podem ter certeza... mas ainda não acabou o/ Eles ficam tão perfeitos juntos *lágrimas nos olhos* acho que vou desmaiar!! Nyaaha~ espero que tenham gostado ~ e gomen se os capítulos estão ficando grandes de novo, nós estamos trabalhando pra consertar isso e deixar tudo direitinho, okee?
Bom, capítulos felizes combinam com autoras felizes, não é? Então deixem reviewzinhos, onegai *--*



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