Yakusoku escrita por teffy-chan, Shiroyuki


Capítulo 15
Capítulo 15 - Forever...


Notas iniciais do capítulo

Forever... - Savage Genius
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A partir dali, não se falou mais sobre a festa de Natal, e tudo voltou a ser como antes, como se o beijo entre eles jamais tivesse acontecido. Por um lado, era realmente maravilhoso, já que os dois voltaram a se falar normalmente, sem nenhum tipo de constrangimento ou culpa entre eles. Mas por outro, causava uma forte sensação de desconforto em Nagihiko. Ainda que soubesse que isso era mais do que impossível, o garoto não podia deixar de desejar que o relacionamento deles avançasse um pouquinho mais depois de terem se beijado. Sempre que se pegava pensando isso, Nagihiko sacudia a cabeça com força, tentando espantar esses pensamentos absurdos. Isso nunca iria acontecer, e Nagihiko sabia muito bem disso. Não adiantava ele ficar desejando uma coisa inalcançável, devia estar mais do que feliz por ter voltado a ser amigo de Tadase e se dar por satisfeito pelo garoto tê-lo perdoado.


Passaram os dias que se seguiram passeando juntos pela pousada, explorando os arredores, e conversando sobre todo o tipo de banalidades, sem mais tocar no assunto constrangedor que os separou durante o Natal, e é claro, tomando o cuidado de não mais ousar tomar banho nas termas juntos.
E na noite de ano-novo, quando faltava apenas meia hora para a passagem de ano...


– Olha, Fujisaki-kun! Os fogos daqui são incríveis! - Tadase apontava alegremente para o céu, como uma criança que estava vendo fogos de artifício pela primeira vez na vida
– Deve ficar ainda melhor quando chegar meia-noite. Você está empolgado demais, Hotori-kun
– Ehh mas é os fogos estão tão bonitos agora! Além do mais, eu... - Tadase reprimiu um bocejo, coçando os olhos com uma das mãos - Ai, acho que não vou aguentar esperar até meia-noite...
– Você está bem? Se estiver muito cansado, é melhor voltarmos logo, estamos bem longe dos quartos agora - Nagihiko avisou preocupado. Eles tinham explorado a vegetação incomum do lugar, indo quase até o topo da montanha, alcançando os limites da pousada. As árvores eram mais baixas lá, o que favorecia bastante a vista para o céu
– Não, eu estou bem... quero ver os... os fogos de artifício... waaaahh... - Tadase falhou em reprimir um segundo bocejo, tornando a esfregar os olhos com as mãos
– Você está caindo de sono, Hotori-kun! Anda, é melhor voltarmos - Nagihiko segurou seu pulso, tentando levá-lo de volta para a pousada
– Não, eu quero ver os fogos! Não quero voltar agora! Eu quero... aahhhh!!!


Numa tentativa de se desvencilhar de Nagihiko e seguir em frente, Tadase acabou pisando em falso, rolando montanha abaixo. Nagihiko tentou segurá-lo, mas não conseguiu se firmar à tempo, e acabou rolando junto com o garoto. Num impulso, Nagihiko o abraçou, tentando proteger o Rei das pedras e troncos no caminho com o próprio corpo. Pararam de rolar alguns segundos depois, quando chegaram ao fim do que parecia ser uma ladeira. Agora, Nagihiko estava esparramado no chão, seus longos cabelos espalhados por todo o lado e cobrindo parte do seu rosto, enquanto ainda abraçava fortemente o Rei, que tinha caído em cima dele. Nagi afastou seus braços do Rei, lentamente percebendo a situação. Tadasse ergueu um pouco a cabeça, de modo a encarar o amigo. Seus rostos estavam muito próximos um do outro, tanto que era possível ver o rubor da face um do outro mesmo naquela escuridão da noite. Tadase mirou os lábios entreabertos do Valete, iluminados pela luz do luar, e lembrou-se do beijo de dias atrás, que ele tinha demorado tanto pra conseguir esquecer. Por um momento ocorreu-lhe o pensamento absurdo de se ele não devia beijar Nagihiko naquele momento. Lembrou-se dos filmes e animes que assistiu em que, sempre que acontecia uma cena dessas, a pessoa que caía por cima geralmente tentava beijar a outra, e Tadase pensou se não devia fazer o mesmo. Por algum motivo essa hipótese parecia tão tentadora... tão atrativa... e os lábios entreabertos de Nagihiko pareciam tão convidativos... Tadase se aproximou alguns centímentos do rosto do Valete, e viu que o garoto não recuou, nem mostrou resistência. Será que Nagihiko não se importaria com aquilo? Ou pior... será que Nagihiko queria aquilo?! Por alguma razão esse pensamento fez Tadase despertar de suas insanidades e se dar conta do que estava prestes a fazer. No que ele estava pensando afinal?! Passou tanto tempo apavorado e envergonhado por ter beijado um garoto e agora estava prestes a fazer o mesmo, que absurdo!! Tadase sacudiu a cabeça, forçando-se a acreditar que esse pensamento foi fruto das muitas pancadas que levara durante o tombo quando rolou ladeira abaixo, e finalmente se levantou, saindo de cima do outro garoto.


– Ai, ai, ai... essa foi uma queda feia. Você está bem Hotori-kun? - Nagihiko perguntou, se levantando também
– S-Sim, estou... e você, se machucou? - Tadase falou sem encará-lo
– Meio dolorido, mas tudo bem.


Nagihiko olhou de esgelha para o Rei um tanto desconfiado. Não era possivel que Tadase estivesse pretendendo beijá-lo... era?? Não, é claro que não, Tadase nunca faria uma coisa dessas! Só devia ter se lembrado do beijo anterior devido à proximidade entre eles e ficou confuso, só isso. É claro que era isso... Tadase jamais beijaria outro garoto assim do nada, e Nagihiko sabia muito bem disso.


– Ahh droga, nós caímos muito... o que faremos agora Fujisaki-kun? - Tadase o despertou de seus devaneios
– Ah, bem... nós caímos por aqui, então acho que devemos voltar por aqui - Nagihiko fez uma tentativa de escalar a ladeira por onde eles rolaram, mas sentiu seu pé escorregar na mesma hora - Ahh, parece que não vai dar... é muito escorregadia. Vamos contornar e ver se encontramos uma parte mais sólida. Daí poderemos voltar
– Humm... está bem.


Nagihiko seguiu na frente, com Tadase o seguindo de perto. Conforme caminhavam, as árvores em volta se tornavam mais fechadas, fazendo parecer como se eles estivessem no meio de uma floresta, sem falar que, com as árvores tão próximas uma da outra, elas encobriam a pouca luz que o luar lhes oferecia, tornando o cenário cada vez mais escuro e amedrontador. Os barulhos do animais que viviam na mata só serviam para tornar a situação mais assustadora. Alguns minutos de caminhada depois, Nagihiko sentiu a mão trêmula do Rei agarrar a manga de sua yukata subitamente e ofegou com a surpresa.


– H-Hotori-kun? O que está fazendo??
– Err... é que... e-eu quero garantir que não vou me perder de você. E também... está tão escuro aqui que... bem... e-eu posso ficar assim um pouco?


Se não estivesse tão embaraçado, Nagihiko teria achado graça naquilo. Tadase realmente sabia como fazer para parecer com uma criança assustada e indefesa. Muito mais do que Yaya que, apesar de ser mais nova que eles e sempre se dizer ser um bebê, com certeza tinha a mente mais maliciosa do que a de todos os Guardiões juntos.


Antes que pudesse se conter, Nagihiko afastou a manga da roupa em que Tadase segurava e, num movimento rápido, segurou a mão trêmula do Rei entre a sua.


– Acho melhor darmos as mãos... a-assim teremos certeza de que você não vai se perder. Além do mais, dizem que o contato com a pele passa mais confiança, então... bem... v-você não se incomoda, não é? - Nagihiko olhou de esguelha para o Rei, extremamente feliz de que a escuridão da noite escondesse o rubor de seu rosto
– Claro que não! Obrigado Fujisaki-kun! - o sorriso que Tadase deu foi tão grande que parecia iluminar a floresta inteira, mesmo com a escuridão provocada por aquela mata fechada
– Vamos... temos que nos apressar, ou vamos acabar passando a noite toda aqui - Nagihiko sentiu o garoto entrelaçar seus dedos nos dele, e os dois retomaram a caminhada - Sabe... nós podemos conversar enquanto isso, assim o caminho não vai parecer tão longo, sem falar que pode espantar o medo
– Hai! Então... tem uma coisa que eu venho pensando em te contar já tem algum tempo - Tadase falou, meio sem saber por onde começar - Outro dia eu sonhei com você... t-tive dois sonhos na verdade
– Ah, sério? - Nagihiko sentiu seu coração dar uma cambalhota - E que tipo de sonhos você teve?
– Bom, o primeiro foi meio confuso... foi logo depois de nos bei... err... d-depois "daquilo" na noite de Natal... eu sonhei que você voltava para aquela sala e dizia umas coisas enquanto eu estava dormindo... você... bom, você pedia desculpas... e dizia que estava feliz por... t-ter feito aquilo comigo... que talvez assim você conseguisse superar seus sentimentos ou coisa parecida, eu não me lembro muito bem. Foi tão real que... cheguei a pensar que não foi um sonho e que isso tinha acontecido mesmo. Aquilo não aconteceu de verdade... aconteceu?


Por um instante fugaz Nagihiko sentiu seu coração parar de bater. Tadase tinha ouvido aquilo?! Ouviu a confissão dele?! E como ele podia ter andado e conversado com Nagihiko todos esses dias depois de ouvir uma coisa dessas?? Ele devia odiá-lo, ter medo e nojo dele, isso sim!! O Valete respirou fundo, tentando se acalmar. Olhou de esguelha para Tadase, que ainda o observava hesitante. Nem tudo estava perdido ainda, Tadase devia estar sonolento quando ouviu aquilo e pensou que era um sonho. Sim, ainda havia uma chance de consertar isso.


– Claro que aquilo não aconteceu, foi só um sonho. Que sonho mais louco o seu, Hotori-kun - Nagihiko respondeu o mais naturalmente possível
– Sim, é claro... só podia ser um sonho mesmo né hahahahaha - Tadase riu sem graça - Apesar de que... eu queria saber de que sentimentos você estava falando... não entendi bem essa parte
– Eu não sei. O sonho é seu, como eu iria saber? - Nagihiko respondeu, pensando em como mudar de assunto - Então, como foi o seu outro sonho?
– Ah, certo. O segundo foi... bem estranho - Tadase sentiu seu rosto esquentar ao se lembrar dos detalhes - Bom, eu sonhei com o seu casamento. Você estava em uma igreja e estava se casando... com a Mashiro-san... e-eu sonhei isso logo depois de ouvir aquela sua conversa com ela, então acho que por isso tive esse sonho. Ela parecia muito feliz, estava usando um vestido de noiva e sorrindo ao seu lado, e você também estava sorrindo... e eu estava lá também. Eu era seu padrinho no sonho... mas, não sei porque, de repente o sonho mudou. Mashiro-san não estava mais lá, e... e-eu estava no lugar dela... estava do seu lado... usando um... u-um v-v-ve-vest-vestid...!


Tadase teve uma série crise de constrangimento e, parando de andar subtamente, largou a mão do Valete, e escondeu o rosto rubro com as duas mãos.


– Um... vestido de noiva...? - Nagihiko completou a frase para ele, ainda incrédulo, e parando de andar também. Tadase apenas balançou a cabeça em sinal de afirmação.


Uma grande variedade de pensamentos invadiu a mente de Nagihiko, que trabalhava depressa. Como assim Tadase sonhou que estava usando um vestido de noiva?! E ainda mais no casamento dele!! Mas espere, se o casamento era dele, e Tadase era a noiva, então significava... não, não podia ser isso, com certeza devia ser outra coisa.


– F-Foi um sonho estranho né? Por que será que sonhei uma coisa dessas? - Tadase riu sem graça, se acalmando aos poucos - Será que... será que o fato de você se tranvestir no passado me influenciou de alguma forma ou alguma coisa assim?
– Não sei... acho que... teria mais a ver com você ter vontade de casar e formar uma família - Nagihiko respondeu, tentando controlar a mistura de emoções que invadiu seu peito - Realmente não sei dizer... podemos procurar em algum site de interpretação de sonhos quando voltarmos pra pousada
– É... talvez - Tadase respondeu meio inseguro. Por algum motivo sentia que não iria gostar nada da interpretação daquele sonho sem sentido
– E falando em voltar pra pousada, vamos continuar? Desse jeito só chegaremos amanhã de manhã - disse o Valete - Ah, olha, essa parte parece mais fácil de escalar. Veja se você consegue subir.


Ainda hesitante, Tadase fez uma tentativa de escalar uma parte mais sólida do barranco. Ele continuou avançando, Nagihiko logo atrás dele. Conseguiram subir sem problemas por alguns minutos, mas quando chegaram na metade, Tadase pisou em falso e, perdendo o equilíbrio, acabou caindo ladeira abaixo de novo, levando Nagihiko junto.


Os dois rolaram a toda velocidade, seus corpos se chocando contra rochas, troncos, e outras coisas inúteis jogadas no caminho. Felizmente não havia nada feito de vidro, ou poderia causar sérios danos. Quando atingiram a parte plana no chão, Tadase soltou um gemido de dor, sentindo alguma coisa se chocar com ele com um baque surdo. A "coisa" era Nagihiko, que dessa vez tinha caído por cima do Rei.


O Valete ergueu a cabeça alguns centímetros, ainda reclamando de dor por causa do tombo, e só então percebeu a situação em que se encontrava. Embaixo de si estava Tadase, completamente vulnerável e atraente naquela posição. Por causa da descida forçada, as yukatas dos dois estavam bastante frouxas agora, e rasgadas em algumas partes, mal tampando suas pernas, que roçavam uma na outra dedivo à situação. Uma das mangas da yukata do Rei tinha escorregado até o cotovelo, deixando boa parte do peito à mostra. E coincidentemente (ou não) Nagihiko apoiava uma das mãos bem ali, no peito desprotegido do "amigo", entrando em contato direto com sua pele macia. Nagihiko perdeu-se em devaneios por um momento e, antes que pudesse se conter, acariciou o tórax desnudo de Tadase, que ofegou de espanto, nervoso e um tanto assustado com aquela repentina ação do colega. O Rei sentiu o rosto esquentar rapidamente, mas não recuou nem tentou detê-lo, apenas fechou os olhos, por algum motivo apreciando aquele toque. Nagihiko aproximou um pouco mais a boca na direção do pescoço do Rei, cheirando seus cabelos na base da nuca. Aquele delicioso cheiro de morangos invadiu suas narinas mais uma vez, tão maravilhoso que era quase embriagante. Nagihiko deixou-se levar e passou a língua pelo pescoço do Rei, que deixou escapar um gemido alto, sentindo uma grande variedade de sensações invadindo-o, uma mais intensa do que a outra. Um misto de ansiedade e excitação invadia os dois garotos, Tadase um tanto inquieto e curioso para saber no que isso ia dar, e Nagihiko sentindo-se cada vez mais agitado e arquejante diante daquela situação, completamente perdido em pensamentos insanos. O Valete ergueu o rosto alguns centímetros, afastando-se do pescoço de Tadase, e dessa vez visando seus lábios. o loiro ainda estava de olhos fechados, e aparentemente tinha se rendido à situação. Não reclamou nem protestou uma única vez... Nagihiko não podia deixar escapar uma chance como essa, e decidiu seguir em frente. Ele deslizou a mão que ainda estava apoiada no peito nu do menor até seus lábios e os tocou com a ponta dos dedos. Pôde ouvir Tadase ofegar, mas ainda assim, não houve uma reclamação sequer. o Valete se aproximou devagar, sentindo a respiração descompassada do loiro batendo em sua face corada... seus rostos a milímetros um do outro... seus narizes se tocaram... e então...


– Ei!! O que pensam que estão fazendo num lugar desses, seus pirralhos precoces?!


O grito repentino os despertou para a realidade. Nagihiko levantou-se mais que depressa, saindo de cima de Tadase e ajeitando suas vestes frouxas. Tadase demorou um pouco mais para perceber o que estava acontecendo. Ao olhar pra cima, viu que o vigia noturno da pousada apontava uma lanterna brilhante na cara deles, aparentemente bastante zangado. Tadase também se levantou, ainda atordoado, e tentando ajeitar a yukata, que nesse momento estava tão frouxa e rasgada que ele estava mais pelado do que vestido.


– O que pensam que estão fazendo, se agarrando no meio do mato durante a noite hein?! E ainda se deram ao trabalho de vir até os limites da pousada pra fazer essas coisas às escondidas, não é, seus pirralhos indecentes?! - o guarda sacudia a lanterna na cara deles, variando de cinco em cinco segundos do rosto de Nagihiko para o de Tadase, aparentemente pronto para iniciar um belo sermão - Olhem aqui, eu sei que vocês são jovens, o amor é lindo, é ano-novo e estão com os hormônios à flor da pele, mas isso não é motivo pra ficarem fazendo essas indecências no meio do mato!! Arrumem um quarto pelo menos, tem tantos na pensão!! E você – o vigia apontou um dedo censurador na cara de Nagihiko - Você, mocinha, não acha que esse menino está muito novinho pra você não?? Tome vergonha e procure alguém da sua idade! Você uma papa-anjo ou o que, hein?!
– Ano... s-senhor vigia, nós temos a mesma idade - Tadase falou timidamente - Além do mais essa pessoa não é uma gar...
– Ora, corta essa, rapazinho!! Nem tente negar, eu sei o que eu vi!! - o vigia o interrompeu - Vamos, chega de agarramento por hoje, vou levar vocês de volta pra pousada!


O vigia interrompeu qualquer outra tentativa deles de se explicarem, e os escoltou de volta para a pousada, ainda resmungando sobre como os jovens de hoje em dia são apressados sobre essas coisas. Para a surpresa dos dois Guardiões, eles estavam incrivelmente perto da pousada. Mais alguns metros de caminhada e chegaram até uma escada que levava até a enorme varanda onde os outros hóspedes estavam vendo os fogos de artifício.
Depois que chegaram, o vigia deu-lhes uma última bronca e continuou sua ronda noturna.


– Que vigia mais estranho - comentou Tadase - P-Parece que ele pensou que você fosse uma garota
– Pois é... mas isso acontece com frequência, então já estou acostumado - Nagihiko respondeu sem encará-lo, ainda pensando no que poderia ter acontecido se o vigia não os tivesse interrompido
– A-Acho que ele também... também pensou que fôssemos... n-n-na-namorados - Tadase murmurou fracamente, sentindo uma onda de calor espalhar-se por sua face
– Humm... sim... - Nagihiko concordou, sem saber o que dizer. O fato de alguém tê-los confundido com um casal de namorados o deixava extremamente feliz, mas não era isso que importava agora. Não queria ter que parar de falar com Tadase de novo, então precisava se desculpar pelo que aconteceu naquela hora, e quanto mais rápido, melhor - Ano nee Hotori-kun... n-naquela hora em que rolamos do barranco pela segunda vez, eu... q-quero dizer... e-eu sinto mui...!
– Foi uma queda e tanto né? - Tadase o interrompeu - Você se machucou?
– Ehh?! N-Não, não me machuquei... - Nagihiko respondeu meio confuso
– Que bom! - Tadase desviou os olhos dele - Sabe... aquilo... b-bom, aquilo só aconteceu porque rolamos do barranco e acabamos caindo um sobre o outro. E como rolamos muito pela ladeira, nós... bem, nossas roupas saíram do lugar, e rasgaram um pouco, então por isso... b-bem, foi tudo um acidente, então vamos deixar isso pra lá, tudo bem?
– Ahn... claro... tudo bem.


Nagihiko voltou a encará-lo, ainda atordoado. "Acidente" uma ova, aquilo foi bem mais do que um acidente, e Tadase sabia muito bem disso, afinal, ele sentiu quando a língua do Valete tocou seu pescoço! Não tinha como isso também ser um acidente, não mesmo! E eles quase se beijaram de novo... mas, pensando bem, Tadase estava de olhos fechados naquela hora, então pode ser que não tenha se dado conta dessa última parte.


"- Será que ele realmente não percebeu? Não percebeu que eu estava prestes a beijá-lo outra vez?!" – Nagihiko perguntava-se ainda duvidoso - "Não pode ser... nem mesmo o Hotori-kun poderia ser tão ingênuo assim... ou poderia? Ele sentiu as coisas que fiz com ele... sentiu quando eu o toquei... ele realmente acha que aquilo foi por causa do tombo?! Tá certo que nossas roupas realmente saíram do lugar e rasgaram por causa da queda, mas mesmo assim... ele realmente não percebeu que eu estava prestes a beijá-lo de novo?! Ou talvez... esteja fingindo que nada aconteceu porque é embaraçoso demais tocar nesse assunto? É... pensando bem, ele também não tentou resistir uma única vez... e meio que se deixou levar... talvez ele pense que parte da culpa é dele, e resolveu deixar isso pra lá porque é constrangedor demais falar sobre isso. Ahh cara... Hotori-kun é um perigo pra ele mesmo... desse jeito qualquer um poderia se aproveitar dele facilmente! Como ele pode ser tão inocente a ponto de pensar que parte da culpa disso é dele? Ele é tão inocente... tão encantador, e tão adoravelmente ingênuo... acho que é por isso... que eu o amo tanto".


– Fujisaki-kun, olha! Deu meia-noite! - Tadase o despertou de seus devaneios, apontando alegremente para os mais belos fogos no céu noturno. Ao longe, ouvia-se as badaladas de um relógio anunciando que o ano-novo enfim chegara - Feliz ano-novo, Fujisaki-kun! Espero contar com você esse ano também!
– Claro, eu digo o mesmo... feliz ano-novo, Hotori-kun
– Ano... eu posso te dar um abraço? - Tadase perguntou timidamente
– O que?!
– É que... antes você reclamou que eu fazia isso de repente... p-por isso estou perguntando antes - respondeu o Rei sem jeito - Não posso?
– Ahn... claro... claro que pode.


Tadase voltou a sorrir alegremente, e atirou seus braços ao redor do pescoço do Valete, quase se pendurando nele. Meio hesitante, Nagihiko também o abraçou, sentindo aquela deliciosa fragância de morangos invadir suas narinas outra vez, enquanto um arrepio percorria sua pele. Tadase o apertou com um pouco mais de força, e eles se separaram. O Rei alargou seu sorriso e, voltando a admirar os fogos, Tadase segurou a mão do amigo meio que incoscientemente, com um lindo sorriso iluminando sua face. Nagihiko pensou imediatamente em afastar-se daquele toque do Rei, antes que começasse a pensar em bobagens de novo, mas... por que não só dessa vez? Era ano-novo afinal, dar as mãos uma vez ou outra não iria matar ninguém. Nagihiko entrelaçou seus dedos nos do Rei, sorrindo de volta, e sentindo que muitas surpresas de todo o tipo lhe aguarava nesse novo ano que se inicia.



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Notas finais do capítulo

Sim, eu estou cinco meses atrasada nesse capítulo, eu sei, ignorem isso por favor =P
Consegui postar tudo sem ninguém me expulsar daqui weee!! /o/ E eu espero realmente que não tenha ninguém morrendo de hemorragia nasal com esses capítulos, hein?! *diz a pessoa que surtou histericamente escrevendo isso*
Bom, agora é com a Shiroyuki-chan! Mal posso esperar pelo que ela vai aprontar com os nossos meninos hohohoho XD
Leiam também a minha nova fic de Minami-ke onegai *-*
https://www.fanfiction.com.br/historia/220146/Armadilhas_De_Uma_Fantasia
Deixem reviews e façam de mim uma autora feliz!!! *o*