Fazia uma tarde agradável, e o dia estava transcorrendo bem, com cada uma executando sua função, enquanto uma vigiava atentamente cada passo do senhor Zuchatello através das câmeras escondidas, as outras duas analisavam atentamente os vários documentos retirados do quarto do mesmo. Inesperadamente, receberam a noticia de que teriam uma “pequena ajuda” na missão, e que esta já estava a caminho, imaginaram que Petruccio talvez houvesse mandado Sai para ficar de olho e informar qualquer descuido ou comportamento suspeito. E realmente não foi surpresa alguma quando, quase ao fim da tarde, Sai chegou ao hotel animado em poder ajudar e perguntando logo o que as meninas haviam descoberto.

– Tudo bem, meninas. – responde Sakura, observando a cara de desânimo das amigas – Eu colocarei Sai a par do que descobrimos enquanto tomamos um chá na cafeteria do outro lado da rua, quaisquer movimentações no quarto ao lado me comuniquem, por favor!

– Obrigada, Sáh!! – agradece Hinata, observando Sai ser arrastado do quarto pela amiga, e voltando sua atenção para o monitor à sua frente, onde observava atentamente cada passo do homem no quarto ao lado.

– Eu ainda não estou acreditando que o energúmeno do Petruccio fez isso conosco – desabafa Danny, parando de analisar os documentos que se espalhavam sobre a mesa – Ele tinha que mandar o Sai vir nos vigiar, logo agora que conseguimos sair em missão, sozinhas??

– Por favor, acalme-se, Danny-chan!! – divertia-se Hinata, vendo a amiga suspirar chateada – Acho que eles ainda não confiam em nós totalmente, por isso, estão inseguros quanto a isso!

– Sim, você tem razão Hina-chan!! – pondera Danny, analisando as palavras da Hinata, levantando-se da cadeira onde estava e a arrastando para frente do monitor – Falando em insegurança, por favor, entre em contanto com as meninas em Lárissa, precisamos saber como estão as coisas por lá e informá-las que Sai está aqui!

– Imediatamente Danny! – disse Hinata, virando completamente para o computador e iniciando uma chamada pelo skype. A ligação não demorou muito, Ino, Tenten e Temari foram colocadas a par da presença de Sai e afirmaram que estavam fazendo progresso.

– Elas pareciam um pouco nervosas. – observa Danny, ao término da ligação, colocando a cadeira de volta à mesa e logo se sentando – Você não achou, Hina-chan??

– Sim, concordo contigo, Danny-chan!! – fala Hinata, preocupada – Será que aconteceu alguma coisa?

– Bom, tenho certeza de que é algo relacionado à missão, elas devem ter ficado espantadas com a notícia de que Sai está aqui e estamos sendo observadas novamente!

– Sim, pode ser que seja isso, ou pode ser que não! Só iremos saber quando elas voltarem! – pondera Hinata, misteriosamente – Danny-chan, o senhor Zuchatello não está no quarto, acredito que ele deva ter saído enquanto conversávamos com as meninas. Só um instante, vou voltar a gravação e verificar.

– Por favor, Hinata! – pede Danny, dando toda a atenção à amiga.

– Isso mesmo Danny, ele saiu tem uns cinco minutos. – confirma Hinata. Após a confirmação da amiga, Danny liga para Sakura nervosa e pede para que ela vá atrás do homem.

– Danny-chan, por favor, se acalme! – pede Sakura, em meio a uma risadinha, para logo depois sussurrar – O senhor Zuchatello acabou de entrar na cafeteria que estou com o Sai, vou vigiá-lo e assim que deixar o local, o seguirei.

– Muito obrigada Sáh! – agradece Danny, respirando aliviada em saber que não havia perdido os passos do homem – Por favor, não o percam de vista e se precisar de qualquer coisa, me avisem!

Sakura tranquiliza Danny e disfarçadamente observa, juntamente com Sai, cada movimento do senhor sentado a duas mesas à sua direita.

– Sáh, me desculpa, mas ficar sentado nessa cadeira está me deixando com dor nas costas! – reclama Sai, uma meia hora após a entrada do senhor Zuchatello na cafeteria – Sinceramente, não estou mais aguentando ficar aqui, já tomei quase todos os tipos de chá do menu e esse bendito homem continua sentado ali, bebericando seu cappuccino e lendo o livro. Se incomodaria em continuar a vigiá-lo sozinha??

– Nossa, Sai! – exclama Sakura, voltando sua atenção para o primo – Acho que é a primeira vez que o vejo reclamar!

– Meu livro de postura diz que isso faz um mal danado para a coluna e dor nas costas afeta o bom humor. Também estaria toda dolorida se tivesse acabado de sair de um voo e sem ao menos descansar, viesse parar numa cadeira desconfortável e ficasse sentada nela há mais de uma hora.

– Tudo bem Sai, te entendo, não precisa descontar em mim seu mau-humor! Pode subir e descansar, eu continuarei a vigiá-lo!

– Obrigada Sáh!! Vejo-te mais tarde! Boa sorte! – lhe deseja Sai, se levantando da cadeira “desconfortável”, estalando o pescoço, se encaminhando para o caixa, onde acerta o que ele e a prima consumiram e logo saindo da cafeteria.

Assim que é deixada sozinha, Sakura retira um grosso livro de sua bolsa e se coloca a lê-lo parando a cada fim de frase e olhando discretamente o homem na outra mesma que fazia o mesmo. Não tardou para que o homem a notasse e reparasse no livro que ela lia, levantou-se de seu lugar e se encaminhou para a mesa dela.

– Olá mocinha! Com licença! – Concentrada em sua leitura, se assusta um pouco com a figura sorrindo gentilmente à sua frente – Não quis assustá-la, me desculpe!

– Não se preocupe, está tudo bem, senhor! – disse Sakura, retribuindo o sorriso, colocando um marca-páginas onde havia parado a leitura, deixa seu livro de lado e dando atenção ao homem – Posso lhe ajudar em algo??

– Ohh, receio que sim!! – disse-lhe o homem ainda gentilmente – Sou uma pessoa que adora ler, sou simplesmente apaixonado por literatura, e não pude deixar de perceber que está lendo um dos livros da coleção As Crônicas de Gelo e Fogo. E gostaria de saber qual é a sua opinião sobre os livros. Pois estou muito interessado em lê-los, porém ainda não tive coragem para comprá-los.

– Ahh sim! Posso lhe dizer sim, senhor...??

– Zuchatello, meu nome é Lúcio Zuchatello!

– Prazer em conhecê-lo, senhor Zuchatello, me chamo Sakura Haruno. – se apresenta, lhe estendendo a mão que é prontamente apertada pelo homem em sua frente, e lhe indicando a cadeira à sua frente – Gostaria de sentar-se??

– Muito obrigada! – agradece, caminhando até sua antiga mesa, e pegando sua xícara de cappuccino, logo depois sentando no local indicado pela garota – Sinto muito lhe atrapalhar, mas estou bem curioso sobre esta coleção e como é a primeira vez que encontro alguém lendo este livro em público, não consegui deixar minha curiosidade de lado!

– Tudo bem, não se preocupe! – fala Sakura, educadamente, com um sorriso discreto no rosto – Eu comprei o primeiro livro da coleção por curiosidade também, mas adorei a história e o enredo, que acabei comprando os outros livros da coleção, quero dizer quase todos, o quarto volume eu ganhei de um ex-namorado. – esclarece, não contendo a expressão triste que se apoderou de si ao se lembrar de quem havia ganhado.

– Vejo que ainda gosta desse ex-namorado! – disse sorrindo solidário – Ohh me desculpa se estou me intrometendo, mas pela sua expressão facial, não pude deixar de notar que ainda gosta dele e que possivelmente o término do relacionamento não partiu de você!

– Me desculpa, não quero parecer chata, mas realmente não gostaria de falar sobre este assunto! – lhe pede Sakura, dando um sorriso gentil.

– Claro que lhe entendo criança, ainda és jovem, tenho certeza de que este mal entendido entre vocês irá se resolver, logo estarão juntos novamente e serão extremamente felizes. – adivinha o senhor Zuchatello, ao notar o olhar surpreso da garota à frente, lhe dando um pequeno aceno de cabeça sem abandonar o sorriso gentil – Mas deixando isto de lado, o que poderias me dizer sobre os livros??

Sakura e o senhor Zuchatello permaneceram conversando durante uns quarenta minutos, onde ela esclarecia todas as perguntas e curiosidades do homem em relação aos livros, até o momento em que o telefone dele tocou, pedindo licença para atender a ligação.

– Olá amor! Como está?? – pergunta animado para pessoa do outro lado da linha – Está se divertindo em Lárissa?? Que bom, meu amor!! E a reunião?? Ohh que pena, então tudo bem, ficarei esperando pela sua ligação hoje à noite, para me contar o que foi decidido. Tem certeza?? Ok então, esperarei por sua ligação amanhã de manhã! Boa noite, amor e divirta-se! Te amo! Até mais! Beijos! – após desligar o celular e guardá-lo no bolso, vira-se para a garota à sua frente e esclarece – Desculpe-me, era minha esposa, está em uma reunião de negócios em uma cidade próxima daqui, já ouviu falar em Lárissa??

– Já sim, mas ainda não tive a oportunidade de ir lá!

– Então somos dois! – confessa o senhor Zuchatello olhando as horas em seu relógio de pulso – Me desculpa, menina Sakura, mas preciso ir, já está tarde e ainda tenho umas coisas do trabalho para resolver. Sinto muito interromper nossa conversa, foi muita gentileza sua gastar um pouco de seu tempo para esclarecer as curiosidades de um velho no meio de uma cafeteria.

– Foi um prazer esclarecer suas dúvidas, senhor Zuchatello! – disse Sakura, apertando a mão que lhe era estendida pelo homem, logo se levantando e apanhando suas coisas – E só para constar, o senhor não é velho!

– Você é gentil, Sakura, posso me considerar uma pessoa velha sim, talvez meu rosto e meu corpo não façam jus a minha idade, mas posso lhe garantir que tenho mais de quarenta anos! – disse-lhe rindo e lhe dando uma piscadela, se encaminhando para o caixa – Por favor, me permita pagar seu chá!

– Ahh, não há necessidade! Eu estava aqui com meu primo e possivelmente ele já acertou a despesa da nossa mesa. – explica Sakura, olhando para a moça do caixa, que afirmou que um rapaz já havia pagado a conta da mesa deles.

– Tudo bem, então! – agradecendo a moça do caixa, deixa a cafeteria segurando a porta para que Sakura pudesse passar – Mora muito longe daqui?

– Na realidade, estou de passagem pela cidade, estou hospedada aqui em frente, no hotel Royal Olympic Hotel!

– Ohh, que coincidência, eu e minha esposa também estamos aqui de passagem e estamos hospedados no mesmo hotel! – disse o homem, atravessando a rua, acompanhado pela garota, logo entraram no hotel e se dirigiram aos elevadores – Qual andar??

– Segundo, por favor!

– Olha só, outra coincidência, somos vizinhos de andar! – exclama o homem alegremente, ao que Sakura retribui com um sorriso. Não tardou para que o elevador parasse no segundo andar, e os dois desembarcassem do mesmo, cada um se dirigindo ao seu quarto. – Boa noite, menina Sakura e mais uma vez, obrigada pela gentileza, nos vemos por aí!

– Boa noite, senhor Zuchatello, sim nos vemos! Até mais! – continuou a andar pelo corredor assim que o homem entrou em seu quarto, pois segundos depois entrava no quarto que dividia com as meninas. – Pessoal, não irão acreditar em quem veio conversar comigo na cafeteria! – fala, captando assim a atenção das meninas.

– Quem, Sáh?? – pergunta Hinata, que servia suco para si e para Danny.

– O senhor Zuchatello! – confessa, sentando-se em frente às duas, que não deixaram de arregalar os olhos com a notícia.

– Como é que é?? – pergunta Danny, entusiasmada – Queira, por favor, nos contar essa história direito e desde o começo! – Sakura narrou detalhadamente o breve encontro com o senhor Zuchatello para Danny, Hinata e Sai, que prestaram muita atenção em cada palavra pronunciada pela rosada. – Isso que aconteceu contigo na cafeteria Sáh é muito bom para nós.

– Nem vem, Danny, não irei me envolver amorosamente com o senhor Zuchatello, ele é bem mais velho que eu e é casado também, não me coloca nessa, tenho meus princípios, e você sabe disso! – explode Sakura, levantando-se da cadeira onde se encontrava, negando piamente com a cabeça.

– Não é nada disso Sáh, sei que tem seus princípios, e eu os respeito muito. Não estou pedindo para se envolver amorosamente com ele, para mim, isso está fora de questão. Estou apenas lhe dizendo para manter essa amizade, ela nos pode ser benéfica no futuro. – esclarece Danny, acalmando a amiga, que retorna ao seu assento – Ele me parece mais centrado do que a esposa, não sei o que é, mas minha intuição me diz que aquela mulher não é flor que se cheire! O que estou querendo dizer é que seria bom ter o senhor Zuchatello como nosso aliado, caso precisemos de um depoimento ou confissão da parte dele.

– Se for assim, tudo bem! Vou tratá-lo como meu amigo. – pondera Sakura, olhando para os três – E espero que sua intuição esteja certa, Danny, e que o papel do senhor Zuchatello nessa missão seja mesmo importante.

– Eu também, Sáh, eu também! – revela Danny, sussurrando, voltando a analisar os documentos que haviam sido abandonados quando Sakura começou a narrar o ocorrido na cafeteira. Enquanto Sakura foi tomar um banho, Sai tomou o lugar da Hinata na frente do computador e passou a vigiar os passos do senhor Zuchatello, e a morena pedia pelo telefone o jantar de todos.

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O quarto do hotel se encontrava silencioso, sendo possível ouvir somente a respiração das três pessoas que nele estavam. Nunca passaria pela mente de Naruto que Neji estivesse à espera deles, sabia que o moreno não havia gostado da ideia de sua amada servir de isca para a missão, mas se surpreendeu ao encontrá-lo ali carrancudo, esperando uma resposta para o último pedido do loiro.

– E então, vão ficar aí no hall, parados sem responder minha pergunta?? – indaga nervosamente Neji para os dois, que o olhavam espantados, afinal não era muito comum ver o Hyuuga irritado.

– Desculpa Tenten, acho que abri minha boca no momento errado! – arrepende-se Naruto, virando-se e olhando para a morena, que retribuiu o olhar, espantando-se mais ainda com as palavras dele – Agora entendo porque sempre brigam comigo por eu falar demais. Mas acho que seria melhor você explicar o que aconteceu...

– Naruto, o que estás fazendo?? – espanta-se Tenten, ao ver Naruto se encaminhar para a porta e abri-la.

– Estou deixando esse assunto em suas mãos, e outra, vocês precisam se entender! – explica Naruto, olhando para os dois, dando um passo para trás ao ver a expressão assassina no rosto da Tenten – Por favor, procurem não destruir o quarto e muito menos o hotel, lembrem-se de que há outras pessoas hospedadas aqui, e são pessoas que nada tem haver com os seus problemas. Conversem como pessoas civilizadas e ENTENDAM-SE!! Boa sorte aos dois!!

– Naruto, volte aqui!! – ordena Tenten irritada, mas mesmo assim é ignorada pelo loiro que já havia fechado a porta e caminhava em direção ao elevador.

– Muito bem! – exclama Neji, assustando-a – Como o Naruto fugiu da explicação, não deixarei que faças o mesmo, então queira começar a me explicar o que eu não deveria saber??

– Hummm, nada demais, Hyuuga!! – responde Tenten, virando para Neji e se surpreendendo ao perceber o quão perto de si este se encontrava – E sinceramente, não lhe devo satisfações do que faço ou deixo de fazer, portanto esqueça esse assunto.

– Concordo que não me deves satisfação da sua vida. - rebate Neji, dando um passo para frente no momento em que Tenten dava um passo para trás – Mas ao envolverem meu nome na conversa, ainda mais através de um pedido urgente, tenho o direito de saber, sim!

– Está muito enganado, não tem não. E como já lhe disse, não é nada demais. – retruca Tenten, encarando desafiadoramente o moreno, que dá mais um passo à frente, fazendo com que ela desse mais um passo atrás – O que eu gostaria de saber é o que fazes em meu quarto??

– Não fujas do assunto, Tenten!! O que fez de tão errado que não podes me contar??

– Olha aqui, Hyuuga, já lhe disse uma vez e repito quantas vezes forem necessárias, NÃO DEVO SATISFAÇÃO DA MINHA VIDA A VOCÊ, ENTÃO PARE DE ME DAR ORDENS! – enfurece-se Tenten pela teimosia dele – E uma vez que também fugistes do assunto, não tem mais o que fazer aqui, portanto, saia! – disse-lhe, abrindo a porta e indicando o caminho do corredor.

– Não sairei daqui enquanto não obter as respostas para minhas perguntas!! – exclama Neji irritado, pegando a porta e fechando-a.

– Não sou obrigada a dá-las, porque não pergunta para o Naruto, afinal foi ele quem fez a afirmação que lhe deixou tão alterado! – desafia Tenten, abrindo a porta novamente.

– Não sei se percebeu, mas o Naruto não está aqui! E não irei atrás dele, portanto nem adianta me mandar fazer isso! – fala Neji, ao ver Tenten abrir a boca para retrucar, fechando a porta novamente – Pare de ser tão teimosa e me diz de uma vez!

– Hyuuga, quer parar de me dar ordens!! – pede Tenten, abrindo a porta mais uma vez e passando, saindo por ela – e já que você não irá se retirar do meu quarto eu me retiro!

– Ahhh, mas não vai mesmo! – exclama Neji, saindo atrás da morena, agarrando seu braço e trazendo-a novamente para dentro do quarto, trancando a porta.

– NEJI, VOCÊ ESTÁ FICANDO LOUCO?! ABRA ESSA PORTA AGORA MESMO!! – grita Tenten, zangada, observando Neji guardar o cartão da porta no bolso direito da calça.

– Não irei abrir e agradeceria se parasse de gritar! Afinal eu não sou surdo e nem você o é!!

– Então queira, por favor, abrir essa maldita porta para que eu possa sair daqui e parar de olhar para sua cara!! – fala Tenten irritada – Mas o que eu estou falando? Posso sair daqui sem o cartão, ou se esqueceu de quem eu sou? – ironiza, virando-lhe as costas e dirigindo-se para a mesa de centro onde havia uma bolsa com seus materiais de investigação.

– Mas é claro que não esqueci quem você é e muito menos para quem trabalha! E gostaria que parasse de me subestimar. – acusa Neji, acompanhando os passos de Tenten, abraçando-a pela cintura e a carregando para o quarto que ocupava, fazendo com que a mesma se assustasse – E como sei que tentará de tudo para sair daqui, antes de me responder e antes que eu possa me explicar, terei de fazer isso! – colocando Tenten na cama, tira uma algema do cós da calça e prendendo um lado em seu pulso, passa o outro pela cabeceira da cama e instantaneamente prende seu outro pulso.

– O QUE ESTÁ FAZENDO?? – exclama Tenten, assustada, com a atitude do Hyuuga.

– Apenas garantindo de que irá parar de criancice e me contar o que aconteceu e, claro, aproveitando também para fazê-la ouvir minha explicação para os acontecimentos passados. – explica calmamente Neji, com um pequeno sorriso no rosto, sentando-se na beirada da cama.

– Deixa de ser idiota, Neji, não há nada demais para lhe contar! Fiz o que tinha que fazer para cumprir a missão, AGORA ME SOLTA! – debate-se Tenten ferozmente.

– Pára com isso amor, você pode se machucar! – disse Neji calmamente, se debruçando sobre Tenten, segurando seus braços, que pára de se debater e o encara, vendo-o se aproximar cada vez mais – Por favor, se acalme, quero apenas conversar.

– Está bem! – Tenten, suspirando, cede por fim, mas ainda não gostando da proximidade de Neji – Desde que saia de cima de mim!

– Esqueceu-se da palavra mágica, amor!

– Humph! Por favor! – pede a contragosto, desviando o olhar.

– Viu, não foi tão difícil! – diverte-se Neji – Mas sinceramente, não pretendo sair daqui, estou confortável!

– O QUÊ?? – irrita-se novamente Tenten, virando rapidamente para o garoto à sua frente, com um olhar bravo.

– Amor, não faça isso! – a repreende suavemente Neji - Temos pouco tempo para conversar antes que todos voltem, e peço, na verdade, imploro para que me escute, ouça o que tenho para lhe dizer e volte para mim! Eu realmente sinto muito sua falta! Você me conhece sabe que sou cabeça-dura e orgulhoso, por isso, só corro atrás daquilo que é extremamente importante para mim! Então, por favor, me escute!

– Tudo bem, moreno! – pondera Tenten calmamente, lhe lançando um pequeno, quase invisível sorriso, o que não passa despercebido por Neji, que lhe retribui com um sorriso de canto – Primeiro, responda a minha pergunta, o que estava fazendo aqui??

– Fiquei realmente enraivecido por teres se oferecido para esta missão, e não consegui acalmar os nervos, quando encontramos Ino e Temari no elevador, eu saí do mesmo e vim para cá, mas não podia arrombar a porta, por isso, Ino voltou e me emprestou o cartão. Fiquei aqui esperando os dois voltarem, e sinceramente, não gostei muito do pedido do Naruto. O que não poderiam me contar?? – reponde Neji, se ajeitando melhor em cima da Tenten, para não machucá-la, ainda segurando seus braços, pois ainda desconfiava que a morena pudesse fazer algo.

– Como eu disse, realmente nada demais!

– Tenten, por favor, me conte, o que você fez para distrair o segurança para que o Naruto entrasse no quarto do senhor Rachmaninov!! – pede Neji, com a voz suave, deixando de encarar a garota abaixo de si.

– Neji...

– Por favor!

– Está bem! – rende-se Tenten, diante da teimosia de Neji – Eu me insinuei para ele, e fomos em direção às escadas da saída de emergência, chegando lá, eu o desmaiei!

– Como?? – pergunta Neji, espantado, levantando a cabeça e a encarando.

– Isso mesmo, não aconteceu nada demais! – fala, rindo da cara do moreno – Você realmente ficou preocupado à toa. Me vesti dessa forma para que o segurança pudesse prestar atenção em mim e o Naruto pudesse entrar no quarto. Não sei se já sabes, mas esta missão é a nossa chance de nos livrarmos do castigo que fomos impostas por não matar vocês, após terem descoberto para quem trabalhamos.

– Sim, eu soube. A Cassianna, irmã da Danny, nos contou um pouco antes de recebermos esta missão!! – confessa Neji, dando um pequeno sorriso, olhando firmemente para ela – Agora que já sei que não aconteceu nada demais nesta pequena missão com o Naruto, tenho que lhe convencer de que realmente não sabia nada sobre os planos do Madara. – sabia que a morena ainda não havia perdoado-o completamente, e também sabia que a conversa mais difícil entre eles estava para ser iniciada, principalmente depois de receber um olhar tão duro e desafiador como o que estava recebendo agora.

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Eram cerca de 20:00 horas, quando Naruto atravessou o saguão do restaurante, sorridente, e foi sentar-se juntos dos amigos. Todos o olhavam, espantados com a tranquilidade com que este se sentou e sorriu mais abertamente para os amigos à sua frente.

– Oi pessoal! – cumprimenta todos, retirando o guardanapo e os talheres de seu prato – Não se preocupem , consegui instalar as escutas e as câmeras sem maiores problemas, enquanto a Tenten distraiu o segurança. Agora, teremos acesso a todos os movimentos daquele quarto.

– Hum! – Itachi exclamou, ainda o olhando surpreso.

– O que vocês tem, hein?? Por que estão me olhando dessa forma?? Eu juro que fiz tudo direitinho, tô certo que sim!! – se aborrece Naruto, encarando tanto os meninos que estavam em sua mesa, quantos os outros que se encontravam na mesa ao lado.

– Não estamos duvidando de sua capacidade, Naruto! – desculpa-se Ino, se ajeitando na cadeira – Estamos espantados por teres aparecido aqui sozinho. Poderia nos dizer onde estão Tenten e Neji??

– No quarto de vocês! – responde Naruto tranquilamente.

– COMO É QUE É?? – espantam-se todos, fazendo com que algumas pessoas que estavam jantando no restaurante do hotel naquele momento, incluindo o senhor Rachmaninov e a senhora Zuchatello, virarem-se assustados para o grupo.

– Parem de fazer tempestade em copo d’água, estão chamando a atenção das pessoas!! – ironiza Naruto, fazendo com que os amigos se sentissem envergonhados.

– Tinha que ser o Dobe pra fazer uma coisa dessas, mesmo!! – exclama Sasuke, recostando-se na cadeira.

– Mas as pessoas estavam nos olhando, Teme! – defende-se Naruto, dando de ombros, recebendo um olhar irritado do amigo.

– O Sasuke não estava falando sobre isso, Naruto! – disse Temari, apoiando os cotovelos na mesa, evitando falar alto, pois algumas pessoas ainda os olhavam.

– O que era então??

– Como pôde deixar Tenten e Neji trancados no quarto?? – questiona Shikamaru, pousando o copo de refrigerante em cima da mesa e segurando a mão da namorada – Você sabe que a Tenten ainda está irritada com ele e que, possivelmente, os dois irão se matar.

– Não se preocupem, eu os adverti para que não fizessem isso!! – fala Naruto, se recostando na cadeira e colocando as mãos atrás da cabeça.

– Como se uma advertência sua adiantasse alguma coisa para aqueles dois! – ironiza Gaara – Você fez besteira em deixá-los sozinho, Naruto, sabia que o Neji estava irritado pela Tenten ter se oferecido como isca, do mesmo modo, como também sabia que a Tenten está zangada com o Neji pelo que fizemos!

– Olhem, os dois precisavam se acertar, por isso, não podem me censurar pelo que fiz, porque, assim como eu, vocês também desejam que eles se reconciliem. Porque assim, o Neji deixa de ser tão mal-humorado – rebate Naruto, explicativo – E outra, o que queriam que eu fizesse, quando chegamos ao quarto, Neji estava lá à nossa espera, irritado como sempre, exigindo saber o que aconteceu? Eu não ia enfrentar as feras, portanto, deixei-os advertidos e saí de lá.

– Ainda assim, não parece ter sido uma boa ideia Naruto! – reconsidera Ino, fazendo uma careta.

– Boa ideia ou não, já está feito!! Parem de ser problemáticos, dattebayo! – exclama Naruto, se levantando da mesa com o prato nas mãos – Vejam pelo lado bom, o hotel ainda não explodiu, possivelmente, eles não tentaram se matar! – fala divertido, se afastando para se servir no buffet.

– Convenhamos, ele pode ser desastrado e escandaloso, – pondera Itachi, coçando o queixo – mas de vez em quando faz alguma coisa certa!!

– Pois é, só não digam isso a ele, porque senão ele vai ficar se achando!! – alega Sasuke, fazendo uma careta, enquanto os amigos dão risadinha.

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A noite transcorria sem maiores problemas, já passavam das 21:00 da noite, e o casal ainda não dava sinal de que iriam deixar o restaurante, por um momento, todos acharam que sim, ao verem o homem se levantar e dirigir-se a um dos homens que estava atrás de si, todos ficaram alertas, quando o brutamontes se direcionou a mesa do buffet apenas para pegar sobremesa, conforme o chefe o havia ordenado, voltando ao seu lugar, entregando a sobremesa aos dois, que logo reiniciaram a conversa que estava tendo, entre sussurros e risadinhas.

– Já tem duas horas que aqueles problemáticos estão ali, será que eles não deixarão o restaurante hoje?? – indaga Shikamaru, um pouco irritado – Já estou cansado de ficar aqui!

– Pois é, eu também! – concorda Temari, levantando a cabeça do ombro do namorado – Pessoal, acho que alguns de nós deveríamos subir, pra não chamar muito a atenção sabe, se todos ficarmos aqui, eles podem perceber que estão sendo vigiados, afinal, estamos aqui somente nós, eles e aquele grupo de maníacos por quadrinhos ali no canto!

– A Temari tem razão! – pronuncia Itachi – Como Neji e Tenten não apareceram, teremos de continuar a missão em nosso quarto, algum problema para vocês, meninas?? – pergunta, recebendo uma aceno negativo das duas meninas – Ótimo, então acho que seria melhor eu, Gaara e a Ino ficarmos aqui os vigiando, enquanto vocês verificam se o material eletrônico está funcionando corretamente, assim que eles saírem daqui, nós avisamos e subimos.

– Tudo bem, só uma coisa, meninos. – fala Temari, verificando seu celular – Vou passar no nosso quarto para pegar o nosso notebook, pois precisamos desse material também.

– Certo, por favor, faça isso sim, Tema! – pondera Gaara, soltando a mão da namorada e estralando o pescoço – Apenas tente não atrapalhar aqueles dois, pois é capaz deles te darem um tiro.

– Que nada, amor! – rebate Ino, com um sorriso travesso – Se a Tema-chan atrapalhar alguma coisa, é perigoso ser morta por um punhal ou adaga, a Ten-chan não usa armas de fogo!

– Sério?? – pergunta Naruto, assustado.

– Sim, cada uma de nós possui habilidade com um tipo de arma! – responde Temari, dando a conversa como terminada se levando, sendo seguida pelo restante dos meninos, menos por Itachi, Gaara e Ino que ali permaneceriam vigiando – Agora vamos indo, pelo visto, teremos uma longa noite, nos encontramos lá em cima pessoal! Até mais! – despedem-se todos, deixando o restaurante.

Os três permaneceram vigiando o casal por mais meia hora, quando estes deram os primeiros indícios de que subiriam para o quarto, para enfim terem a reunião. Mas os garotos não puderam deixar de notar o clima romântico e a troca de olhares entre os dois, sabiam que algo estava errado naquela situação.

– Engraçado! – comenta Ino, cochichando com os dois meninos, que se abaixaram um pouco para poder escutá-la – A senhora Zuchatello é casada, mas está parecendo bem à vontade com as caricias do senhor Rachmaninov.

– Interessante! – fala Itachi, cerrando os olhos para o casal à frente – Há mais neles que os olhos podem ver. Algo me diz que esta “amizade” entre eles mudará o rumo da nossa investigação! A meu ver, mais do que nunca esta união entre nós foi benéfica.

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