Nemesis X: A Guerra Secreta escrita por Goldfield


Capítulo 6
Capítulo 5




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Capítulo 5

 

A Doma.

 

Claire acordou uma vez mais.

Recuperou a visão mais rápido do que anteriormente, e viu-se sentada na areia quente e branca de uma praia deserta. À sua frente o belo mar azul se quebrava em suaves ondas perto de seus pés descalços. Às suas costas, as palmeiras e coqueiros aparentemente intocados revelavam ser aquela uma provável área virgem. Levantando-se, Redfield teve a estranha surpresa de estar vestindo roupas diferentes que antes: seu tronco se encontrava coberto por uma camiseta regata vermelha e suas coxas cobertas por um par de shorts jeans bem curto.

Atingida pela agradável brisa marinha, Claire viu duas gaivotas voarem acima de si. Em seguida ajeitou provisoriamente os cabelos castanhos soltos e pôs-se a caminhar pela areia, ainda confusa e não tendo a mínima idéia de para onde fora levada. Parecia ser algum paraíso tropical perdido e, levando em conta que a jovem vira uma caixa com o símbolo da Umbrella dentro do avião no qual fora transportada, não ficaria espantada se encontrasse algum zumbi ou outro mutante asqueroso perambulando por aquela praia...

Continuando a andar sem rumo, uma ou outra pedrinha oculta entre os grãos de areia machucando a sola de seus pés, Claire logo avistou um sinal de civilização: cerca de vinte metros à frente, seus olhos miraram um amistoso restaurante para turistas, desses encontrados à beira-mar. Sentindo-se ao mesmo tempo aliviada e receosa, a irmã de Chris rumou até o estabelecimento, que possuía um setor externo repleto de mesinhas cobertas por guarda-sóis para que os fregueses fizessem suas refeições. Com a aparência de uma náufraga, a exausta mulher adentrou o local refrigerado por ar-condicionado, praticamente se jogando sobre o balcão. Assustado, o funcionário que se encontrava sozinho ali dentro naquele instante tratou de acudir a visitante, indagando enquanto ela estava de cabeça baixa:

         Que houve? Você está bem? Quer um pouco de água?

Sem esperar a resposta de Claire, que ainda não o fitara, o prestativo homem abriu um freezer, retirando dele uma garrafa gelada de água mineral, da qual arrancou rapidamente a tampa e despejou parte do líquido sobre os lábios ressecados da jovem. Um pouco mais revigorada, ela finalmente ergueu a face, ficando branca como cera assim que pousou os olhos sobre seu salvador... Não, só podia ser brincadeira!

Redfield voltou a encarar suas piores lembranças assim que identificou o rosto alheio... O funcionário do restaurante era simplesmente idêntico a Robert Kendo, o dono de uma loja de armas que Claire vira morrer dilacerado por um grupo de zumbis quando estivera em Raccoon City. Não havia como aquilo ser uma coincidência; era realmente o falecido comerciante que se encontrava ali agora bem diante dela, oferecendo seu auxílio à atordoada seqüestrada. Em parte também devido ao cansaço e à fraqueza que a dominavam, mas principalmente por causa do choque ocasionado pelo encontro, o corpo de Claire tombou para trás, desabando inconsciente sobre o fresco chão de madeira do lugar.

 

         E então, como vão os testes?

Alfa perguntou isso quando estava ao lado de Burke diante da câmara de líquido turvo onde hibernava o maior trunfo que eles tinham em mãos. Mas, para que realmente fosse efetivo, ainda havia coisas a serem feitas. O chefe de Josh, ao contrário deste, sempre detestara o trabalho laboratorial. Para si era algo sem brilho, indigno de suas mãos nobres. Por esse motivo destacara alguns dos melhores geneticistas do planeta, e presumivelmente também mais confiáveis, para cuidarem daqueles assuntos para sua pessoa.

Burke respondeu:

         O último relatório do doutor Mason mostrou avanços significativos. Em breve poderemos retirar o protótipo de sua cápsula para que possa nos dar amostras de seu poderio na sala de treinamento!

         Assim espero, Goldman...

Alfa não queria deixar aparentar, porém aqueles atrasos o estavam incomodando imensamente. Sua pontualidade britânica conflitava com todos os contratempos. O importante, entretanto, era que uma nova Umbrella nascia... Seu respeitoso emblema alvo e rubro voltando ao local de direito assim como o sol que se ergue do horizonte a cada manhã...

 

A fraca lâmpada presa por um fio ao teto foi acesa num “click”.

Um esparso campo de luz amarelado tornou nítido parte do ambiente. Este era sujo e fétido, com móveis velhos e paredes imundas. Numa delas havia uma flâmula do time de futebol América do México. O vulto de um homem caminhou até o centro do recinto, passos lentos e despreocupados. Parou na frente de uma outra parede, pintura cinza descascada... E o olho mais atento conseguiria notar haver um outro indivíduo fortemente preso a ela por correntes, pés suspensos a meio metro do piso insalubre.

         No tome mi casa! – implorou ele em sua língua nativa.

O primeiro sujeito o olhou por um momento. Depois movimentou levemente seu próprio pescoço de um lado para o outro, fazendo-o estralar, e estendeu o braço esquerdo na direção do prisioneiro. Respirou fundo, deu um grito e, sem mais nem menos, o membro se transformou numa grande e pontuda garra vermelha lembrando uma asa, que empalou o mexicano na região do abdômen, a extremidade dela sendo cravada alguns centímetros dentro do concreto. A vítima deu seus últimos suspiros e tombou a cabeça, sangue vertendo-lhe pela boca. O assassino sorriu e recolheu a arma natural, a qual lentamente retomou a aparência de um braço humano normal.

Ele finalmente havia voltado para valer!

 

Claire despertou pela terceira vez. Começava a se cansar disso.

Estava numa aparente cama de hospital, trajando camisola azul. Um tubo preso a um de seus braços injetava soro em suas veias. O quarto era limpo e higiênico, e logo a porta deste se abriu. Uma jovem enfermeira de vestes brancas entrou e caminhou até o leito de Redfield. Parecendo ignorar o fato de que a paciente acordara, a funcionária se limitou a observá-la atentamente enquanto fazia anotações numa prancheta. Intrigada e em parte também revoltada, a irmã de Chris agitou-se na cama e exclamou:

         Onde diabos eu estou?

         Ilha de Heaven Coast, e o nome contrasta com sua rudeza... – murmurou a enfermeira em réplica, sem parar de escrever com a caneta.

         Como vim parar aqui?

         Você foi encontrada no Restaurante Kendo, à beira da praia sul. Estava exausta e desidratada. Por isso foi encaminhada para cá com fins de recuperação.

Claire aos poucos se lembrou de tudo. A caminhada pela areia, o encontro com o fantasma de Robert Kendo... O pior era que tudo parecia mesmo verdade. Se não fosse, então estava tendo uma sucessão de pesadelos bizarramente reais.

         Preciso sair daqui! – disse ela, tentando se levantar. – Entrar em contato com meu irmão!

         A senhorita ainda não está em condições, encontra-se fraca! – protestou a funcionária, retendo a paciente na cama com os braços. – Poderá fazer uma ligação telefônica logo que receber alta!

         Agora, preciso agora!

Redfield se desvencilhou da mulher e ficou de pé, arrancando o soro do braço e correndo rumo à porta. Todavia, quando estava prestes a agarrar a maçaneta, a enfermeira em seus calcanhares, alguém mais entrou. Era um homem forte de cabelos castanhos compridos também vestido de branco, provavelmente outro dos trabalhadores do hospital. E, assim como ocorrera com o suposto Kendo, Claire sofreu novo choque ao fitar seu semblante...

Ela não se lembrava perfeitamente daquele rosto, porém o vira diversas vezes em fotografias que Chris lhe mostrara quando ainda fazia parte dos S.T.A.R.S. em Raccoon. Sem dúvida alguma aquele enfermeiro era Forest Speyer, velho amigo de seu irmão e cruelmente assassinado por corvos numa varanda da Mansão Spencer, 1998. A segunda pessoa morta que Claire encontrava viva em menos de um dia. Se as coisas prosseguissem dessa forma, ela acabaria pirando.

         Algum problema, Mônica? – perguntou o recém-chegado à colega.

Não havia mais. De livre e espontânea vontade, Redfield retornou até a cama e se deitou silenciosamente sem que fosse necessário forçá-la. Não compreendendo aquele estranho comportamento por parte da enferma, a funcionária trocou o soro e se retirou junto com o companheiro, apagando a luz do quarto antes de sair. Sozinha na penumbra, Claire concluiu que seria melhor aguardar pacificamente as respostas para aquela loucura, mergulhar de cabeça naquele jogo insano. Tentando dormir um pouco, cogitou que sua vida dependia dele.

 

E, em seu repouso, Claire sonhou com fatos do passado.

2005. O aeroporto... Ela chegando tranqüilamente de viagem para encontrar o irmão... E de repente o pânico, o caos, o terror. Mortos-vivos tomando o terminal, atacando os seguranças, um avião desgovernado rompendo violentamente pelas janelas...

Momentos de pura luta pela sobrevivência que seu subconsciente teria grande dificuldade em apagar... Havia um lado bom, porém. Fora a partir desse dia que ela ficara mais próxima a Leon, o que resultou no casamento de ambos... Mas... Será que ela queria mesmo passar o resto da vida ao lado do agente do governo? Esse constituía realmente seu desejo?

Remoendo tais questões no coração sem ter conhecimento, a jovem seguiu dormindo no leito hospitalar.

 

Penso, logo existo.

A máxima de Descartes se aplica bem à minha miserável situação atual. O governo me aprisionou fisicamente, porém o trabalho contínuo de minha mente analisando todos os incidentes ocorridos e seus desdobramentos me garante uma inviolável liberdade. É assim que me mantenho são. Podem ter encarcerado o cansado e doente corpo deste velho, mas nunca seu cérebro.

Qual será o resultado final de minhas reflexões?

Não sei dizer. O futuro infelizmente não pertence a este lorde, que pensou tê-lo plenamente definido anos atrás. O destino é traiçoeiro. Hoje você é dono de uma das maiores multinacionais farmacêuticas do planeta e amanhã acaba preso quase como um indigente. Orgulho-me em afirmar, todavia, que sempre fui precavido, e por essa razão treinei pessoas hábeis como você, senhorita Wong. Quando a situação for favorável, caberá a vocês virarem o jogo em meu nome.

Sim... Apesar de tudo, eu sei jogar pelas regras do destino.

 

De seu velho amigo e mentor,

 

S.

 

Burke tamborilava os dedos sobre a mesa, impaciente. De pé diante de si, o doutor Mason, com uma ou duas gotas de suor lhe escorrendo pela fronte, parecia hesitar muito em informar o superior sobre os últimos resultados das experiências com o protótipo. Entretanto, era seu trabalho, e de uma forma ou outra ele tinha de reportar os progressos, ou revezes, da pesquisa. Mesmo se as conseqüências não fossem nada boas para si.

         Fale, doutor... – pediu Josh, percebendo o extremo nervosismo do empregado.

Mason tomou coragem e desembuchou:

         Os últimos testes tentando criar uma simbiose entre o TX e o parasita foram um total fracasso. As taxas de degeneração celular estão altas demais. Se quisermos salvar o que já conseguimos, os experimentos envolvendo o vírus devem parar imediatamente, e temo que precisaremos voltar à estaca zero...

Burke respondeu apenas com um “Hum” gutural. Imóvel, o cientista temia o pior. Passou por sua cabeça o chefe sacar uma arma e ali mesmo dar-lhe um fim à vida. Para sua sorte, o antigo Vincent nem sempre era tão cruel. No decorrer de sua vida, aprendera a guardar sua fúria para os momentos certos, principalmente depois do fiasco na Ilha Sheena. Tentando ter algo com o que barganhar, o pesquisador logo emendou:

         Claro, há uma saída, mas...

Novamente não concluiu a frase. Burke entendeu que, mesmo com os atrasos e sua personalidade arredia, Mason possuía idéias interessantes em mente e ainda podia auxiliá-lo muito. Caso ele viesse a ser uma pedra no sapato ainda mais incômoda, Josh poderia facilmente eliminá-lo depois. Por ora, seria mais sábio ouvi-lo.

         Mas?

         Bem...

         Fale, doutor. Sei que, apesar de sua posição subalterna, é um homem dotado de grande inteligência. Assim como eu. Fale, por favor.

Ainda suando, o doutor apoiou os braços na mesa e começou a relatar ao superior qual opção eles tinham. Conforme escutava e analisava o plano, um sorriso surgiu e cresceu cada vez mais na face de Burke... E, inconformado, perguntou-se como não pensara naquilo antes.

 

Claire acordou, sentando-se na mesma cama de antes. Começava a se acostumar à situação. Lembrava-se que havia sonhado com o incidente no aeroporto de Chicago quatro anos antes enquanto dormia, porém procurou não se preocupar com isso. Sua atenção logo foi focada na porta, aberta por alguém vindo do lado de fora. A figura de um médico, vestido como tal, penetrou no cômodo, caminhando até o leito de Redfield. Ele se sentou calmamente ao lado dela e disse:

         Não se assuste, não lhe farei mal...

         Quem é o senhor? – perguntou a jovem, receptiva, porém ainda um tanto desconfiada.

         Sou o doutor Hursh, trabalho aqui no hospital de Heaven Coast. Sei que está passando por momentos difíceis, mas eu e minha equipe queremos apenas ajudá-la.

         Quanto tempo eu dormi?

         Desde seu susto com os dois enfermeiros, pouco mais de um dia. Estava realmente cansada e tenho certeza que o repouso prolongado apenas lhe fez bem. Relaxe, você está se recuperando rápido.

         Eu nem sei direito o que tenho e tampouco tenho conhecimento de como cheguei aqui... – suspirou Claire, endireitando-se na cama. – Foi tudo tão confuso... Estava num avião, depois na praia... E encontrei um dono de restaurante com a cara de alguém que morreu há anos!

         Alucinações e distorções da realidade são comuns em pessoas que passam muito tempo à deriva no mar – sorriu o médico, passando uma das mãos pelos cabelos da paciente.

         Não foram alucinações, eu não imaginei nada... Pelo menos eu acho...

         Descanse. Quando estiver completamente capacitada, poderá sozinha perseguir as respostas que busca.

Hursh levantou-se, olhou com expressão amável para a mulher uma última vez e abandonou o quarto, a luz sendo apagada. Esforçando-se para permanecer sentada e de olhos abertos no escuro, Redfield não queria por nada tornar a dormir. Tinha de manter-se consciente. Tinha de manter-se sã.

 

Noite em Washington.

Os integrantes do Departamento de Perigo Biológico trabalhavam exaustivamente noite e dia. Agora que Claire fora seqüestrada, urgia ainda mais desvendar os planos de Burke e a localização de sua base principal. No entanto, o terrorista era tão habilidoso em não deixar rastros que, sob certos aspectos, ele parecia simplesmente não existir. Para auxilio dos antigos opositores da Umbrella, porém, o prédio recebeu aquela noite uma visita inesperada e, por que não dizer, agradável...

         Sherry? – exclamou Leon assim que viu a promotora adentrar sua sala.

         Achei que precisassem de mim... – ela falou, aproximando-se da mesa do secretário.

A filha dos Birkin e Kennedy não haviam mantido boas relações no passado. Logo após fugirem de Raccoon City, o então ingênuo policial acabou entregando-a nas mãos do governo e, conseqüentemente mais tarde, nas de Wesker. Ela jurara nunca perdoar Leon pelo que fizera, mas depois que ele e seus colegas S.T.A.R.S. a salvaram na Amazônia em 2004, reconciliou-se com o rapaz. Desde então haviam se tornado bons amigos, ainda mais depois que ele desposou Claire, pela qual Sherry possuía enorme afeição. Claire... Causava dor, porém Leon já sabia o que trouxera a órfã até ali.

         Como vão as investigações? – ela indagou.

         Nada bem, muito infrutíferas... – murmurou o funcionário do governo, cabisbaixo. – Esse desgraçado do Burke é quase impossível de rastrear!

         Vim aqui para oferecer minha ajuda, seja no que for. Posso facilitar operações legais, conseguir autorizações, agendar interrogatórios com detentos... É só falar. Quero ser útil para vocês. Não posso ficar de braços cruzados enquanto uma das pessoas mais marcantes de minha vida corre perigo de morte!

         Sherry, eu nem sei como agradecer...

         E não precisa. Farei isso acima de tudo por mim mesma. Se não fosse Claire Redfield, eu teria morrido devorada por zumbis em algum canto escuro de Raccoon. Eu a considero uma segunda mãe, dificilmente algo no mundo poderia pagar o bem que ela me fez. Ajudar vocês nesse momento tão delicado retribuirá ao menos um pouco da minha dívida existencial para com sua esposa.

         Obrigado!

E saudaram-se num firme e determinado aperto de mão.

 

No quarto de hotel em Londres no qual Ada e Carlos estavam hospedados, este lia um livro sentado sobre uma das camas, quando a espiã saiu do banheiro após ter tomado banho, cabelos molhados e o lindo corpo envolto por uma camisola lilás semitransparente. O brasileiro tirou os olhos da obra literária e, ao contemplar a beldade, esforçou-se para esconder sua excitação. Ela foi pegar algo para beber na pequena geladeira do recinto, e Oliveira aproveitou para perguntar:

         Agora que já sabemos sobre o terceiro bebê, qual será nosso próximo passo?

         A organização possui uma célula na América que já está seguindo os passos de Burke – respondeu Wong, apanhando uma garrafa de vinho e duas taças. – Quando o encontrarmos, imediatamente o paradeiro do “gêmeo perdido” também será revelado!

         Então por enquanto teremos de esperar? – o sul-americano quis saber, ao mesmo tempo em que recebia um dos recipientes da mulher e esta o enchia de bebida.

         Olhe pelo lado bom... Nesse tempo você poderá conhecer Londres melhor... E nós também poderemos nos conhecer com maior intensidade...

Tal afirmação o agradou imensamente. Ada se aproximou do parceiro exalando sensualidade por todos os poros de seu corpo e, sorrindo, ofereceu a ele um brinde com as taças:

         Ao destino!

As peças de cristal tilintaram e, depois de beberem mais alguns goles de vinho, a mulher inesperadamente sentou-se no colo de Carlos e cobriu-lhe os lábios com um beijo ardente. Maravilhado, o rapaz entregou-se totalmente, percebendo que aquele era um dos momentos pelos quais aguardara durante toda sua vida de desventuras sentimentais.

É... Ela devia ter uma queda por indígenas.

 

Duas horas depois de ter chegado, Sherry Birkin, tendo já definido seu auxílio ao trabalho do Departamento de Perigo Biológico, deixou o prédio pela frente, caminhando através do jardim até seu carro estacionado na rua. Passava da meia-noite e ela não gostava de ficar fora de sua residência até tarde, pois sabia que sua vida corria perigo permanente e as sombras favoreciam possíveis agressores. De qualquer forma, quando ia entrar no veículo, ouviu alguns arbustos se mexerem às suas costas. Amedrontada, tentou disfarçar, porém um vulto saltou velozmente da folhagem e, antes que a promotora pública fosse capaz de correr ou se esquivar, o sujeito disparou com uma pistola, enterrando-lhe um dardo sonífero na pele do pescoço.

Sherry desmaiou de imediato, e o autor do ataque, um homem de roupa tática preta e face camuflada com tinta também escura, aproximou-se da jovem. A ele se somaram outros dois indivíduos aparentemente surgidos do nada, um deles usando máscara de gás. Este, após fitar a frágil e indefesa loira por alguns segundos, abaixando-se para acariciar seus cabelos, ordenou aos demais combatentes, seus comandados:

         Levem-na!

A dupla de soldados apanhou Birkin pelos braços, arrastando-a até um furgão negro que parara junto à calçada naquele exato instante. O mascarado ainda se deteve algum tempo onde estava, imerso em pensamentos. Se Burke soubesse toda a verdade, eles não precisariam estar fazendo aquilo e uma inocente a menos cairia nas vis mãos de seu chefe. Mas Hunk teria de manter seu silêncio por enquanto, ao menos até que ganhasse a oportunidade de confrontar Josh diretamente. Conformado, correu até o veículo e entrou ao lado do motorista. Em seguida desapareceram pela via, sem que ninguém houvesse testemunhado o novo seqüestro.

 

Continua...


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