Nemesis X: A Guerra Secreta escrita por Goldfield


Capítulo 1
Introdução e Prólogo




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Nemesis X: A Guerra Secreta

 

Uma trilogia se fecha

 

Introdução

 

A humanidade sempre aprimorou a arte da guerra. Desde seus primórdios, o ser humano evoluiu as formas de matar seus semelhantes.

Primeiro foi o bronze, que deu lugar ao ferro e este, por sua vez, ao aço. Do extremo oriente veio a pólvora, permitindo que os combatentes explodissem seus inimigos em pedaços. A Primeira Guerra Mundial revolucionou os confrontos com o surgimento dos tanques e veículos blindados, além da estréia do avião. Depois advieram as guerras química, eletrônica, biológica...

Como seria es os homens pudessem criar um soldado invencível, um guerreiro simplesmente incapaz de cair no campo de batalha? Como isso afetaria as formas de fazer guerra como conhecemos?

É importante que reflita acerca disso, senhorita Wong. Temo que minhas ações resultaram num processo sobre o qual perdi o controle. Décadas atrás, não imaginei que minhas ambições se tornariam realidade nas mãos de um homem tão imprevisível. Ele é um anarquista, um ultraje à antiga corporação que deve ser eliminado junto com seu exército.

Dias negros virão, senhorita Wong. E talvez nem eu, dentro desta prisão, esteja seguro dos acontecimentos vindouros...

Se ele não for detido, uma nova ordem será imposta... E será inquestionável.

Espero que siga meus conselhos e se prepare para tempos difíceis.

 

De seu velho amigo e mentor,

 

S.

 

Prólogo

 

Algum lugar no Cáucaso, Rússia. Sete meses antes do “Dia T”.

Uma caverna fria e parcialmente escura, chão e paredes cobertos de neve. Do lado de fora, uma artilharia de flocos gélidos se abatia através do forte vento sobre a encosta da montanha onde ela estava localizada. Nesse ambiente inóspito, dez homens fortemente agasalhados e armados caminhavam rumo ao fundo da passagem, as marcas de suas botas na cobertura branca indicando por onde haviam passado. O homem que aparentava liderar o grupo lia um pequeno livro numa das mãos, alternando seu olhar entre seu conteúdo e o caminho à frente. Num dado momento, um indivíduo usando uma máscara protetora, segundo no comando, perguntou ao superior:

         Esta é a caverna, senhor Burke?

         Sim, segundo o diário do falecido Zinoviev... – murmurou o líder em resposta. – De acordo com as anotações dele, estamos quase lá...

O autor da indagação acenou com a cabeça, e depois ajeitou a mochila que trazia às costas. Devido a essa ação, por um breve momento a inscrição no ombro de seu uniforme que revelava seu codinome pôde ser vista pelos demais aventureiros: “Sr. Morte”.

Ele ouviu conversas baixas atrás de si. Sabia que os comandados provavelmente falavam a respeito de sua sombria fama de único sobrevivente, de suas operações passadas que não redundaram em completo fracasso apenas porque ele escapara vivo. Por baixo da máscara que o defendia do frio e de olhares indesejados, esboçou um sorriso. Daquela vez não seria diferente, e Hunk sabia disso.

Logo a expedição parou diante de uma grande porta de metal reforçado aparentemente intransponível, já que não havia qualquer mecanismo visível que fosse capaz de abri-la. O símbolo de perigo biológico dava pistas do que eles poderiam encontrar do outro lado. Impaciente, Burke deu mais uma folheada no diário. Deteve-se numa página quase no final e, andando até o obstáculo, resmungou:

         Essas parafernálias soviéticas...

Os demais apenas observavam. Hunk perguntou-se por um momento a respeito de como o chefe da expedição obtivera aquele livro. De qualquer forma, não importava. Tinha conhecimento de que seu empregador era um entusiasta da obra de Maquiavel, e para ele os fins justificavam os meios. Portanto, não preocupava Burke quantas pessoas tivera de subornar ou assassinar para botar as mãos no diário. Se a informação nele estivesse mesmo correta, então tudo mais não passava de etapas vencidas.

Ele tocou a entrada lacrada com a palma da mão direita. Sorrindo, usou-a para empurrar com cuidado um imperceptível interruptor circular, que afundou para dentro da superfície metálica. Um painel foi revelado imediatamente, antes oculto por uma camada fina de aço que deslizou. Burke digitou um código que havia no diário. Fazendo um barulho intenso e ocasionando um tremor por toda a caverna, a porta começou lentamente a se abrir. Todos ficaram admirados com a inteligência dos engenheiros comunistas que planejaram o local. Assim que o caminho estava livre, o chefe avançou acompanhado pelos outros.

Depararam-se com um longo corredor de concreto, contendo uma nova porta no final, esta já contendo um painel de acesso visível. Todavia, o comandante não seguiu em frente, parando após poucos passos junto com Hunk. Seus soldados, porém, ávidos por concluírem depressa a missão, agiram de forma contrária e prosseguiram quase correndo...

O resultado foi trágico: os homens precipitados ativaram sensores no chão e aberturas secretas nas paredes foram reveladas, das quais surgiram metralhadoras automáticas. Pegos de surpresa, os oito combatentes foram massacrados pelas balas aos gritos, seus corpos lançando jatos de sangue enquanto caíam alvejados pelo trajeto. Nenhum escapou com vida, exceto Burke e o Sr. Morte, que haviam sido prudentes. Assim que o sistema de segurança confirmou a morte dos intrusos, as armas foram recolhidas e o caminho voltou a aparentar ser seguro.

         Por que você não os avisou? – indagou Hunk ao superior. – Isso está no livro, não está?

         Não convém dividir nossos segredos com muitas pessoas, não acha? – Josh replicou, maléfico.

Este último tocou um outro interruptor oculto idêntico ao da porta presente numa das paredes, desativando a armadilha. A dupla avançou saltando sobre os cadáveres ensangüentados, logo atingindo a outra extremidade do corredor. Burke digitou um código no novo painel e o caminho foi liberado. Avançaram sem qualquer temor.

         O que o velho Vladimir escondeu aqui, afinal? – inquiriu o sobrevivente de Raccoon City.

         Veja com seus próprios olhos!

Os dois ganharam uma passarela de metal suspensa sobre uma imensa caverna, na qual, hibernando em centenas de câmaras criogênicas, havia um verdadeiro batalhão de mutantes T-00, trajando seus conhecidos sobretudos verdes. Um elevador no final da passagem permitia que descessem até os tubos enfileirados, todos providos de completo suporte de vida. Olhando para o imponente símbolo da extinta União Soviética, um martelo e uma foice cruzados, cravado na rocha acima de suas cabeças, Burke e Hunk estavam maravilhados com a magnitude daquela estrutura. Uma base secreta que era simultaneamente legado da potência eslava e da falida Umbrella. Um exército de supersoldados que apenas aguardava alguém que se dispusesse a comandá-lo.

Tendo cenas de seu passado projetadas na mente, Josh, outrora Vincent Goldman, abriu um sorriso tenaz. Ele encontrara um tesouro perdido e agora poderia empregá-lo em seus planos. Coçou o queixo, fitando cada Tyrant em seu sono artificial. Os clones aperfeiçoados do coronel Sergei Vladimir agora lhe pertenciam. Os preparativos para seu derradeiro triunfo poderiam finalmente começar.

 

Continua...


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