Melanie’s P.O.V.

De noite, eu fiquei na cozinha ajudando a Majore com o jantar, enquanto Pattie fez questão de arrumar as minhas coisas no quarto de hospedes. Vou ficar aqui em Atlanta até o bebê nascer, com o trabalho, minha mãe não vai poder me acompanhar sempre nas consultas médicas, então Pattie se responsabilizou com isso, e quando eu estiver com oito meses de gravidez, minha mãe virá para acompanhar meus últimos dias de grávida, até porque ela não vê a hora dos netinhos nascerem.

— Tem certeza que não quer descansar? — Perguntou Majore. — Você chegou hoje de viajem e deve estar cansada, pode deixar que eu dou conta de tudo.

— Não, eu quero ajudar. — Insisti.

— O Justin está dormindo como uma pedra, e olha que não é ele que está carregando gêmeos. — Comentou ela rindo enquanto mexia o molho de tomate.

Dei risada do comentário dela, e ficamos assim conversando até terminarmos tudo. Depois de ajeitar a mesa para o janta, fui encarregada de ir até o quarto do Justin, acorda-lo. Demorou um pouco, mas eu consegui. E então eu, Justin e Pattie nos sentamos para o jantar.

— Quando você vai fazer a segunda ultrassom? — Perguntou Pattie depois de se servir.

— Quando completar quatro meses. Os bebês vão estar maiores e talvez dê pra ver o sexo do segundo bebê. — Disse.

— Que vai ser menina. — Falou Justin de boa cheia.

— Justin! — Pattie o repreendeu pela falta de educação na mesa.

— Desculpa. — Ele sorriu.

Depois que terminei de jantar, pedi licença e subi para o quarto de hospedes. Ajudar a Majore com a janta me deixou exausta.eu precisava de um banho bem demorado e de uma boa soneca.

Olhei no guarda-roupa e todas as minhas coisas estavam arrumadas, peguei uma blusa larga e uma calça de moletom antes de ir para o banheiro. Após ficar meia hora me encarando nua no espelho, entrei na banheira que já estava cheia. Eu estava diferente, além da minha barriga, meus seios estavam maiores e sem falar na minha bunda. Espero conseguir voltar ao normal depois que os gêmeos nascerem.

Sai da banheira com os dedos enrugados, me sequei e vesti minha roupa. Quando sai do banheiro, dei de cara com o Justin sentado na cama.

— Estava te esperando. Você demorou no banho, já estava começando a ficar preocupado. — Disse ele enquanto vinha na minha direção.

— Estava na banheira relaxando um pouco e pensando na vida. — Falei enquanto ele pegava as minhas mãos e entrelaçava com as suas.

— Pensando na vida? — Perguntou me abraçando. — Ou pensando nos nossos filhos?

— Nas duas coisas. Primeiro eu pensei em como eu engordei e depois pensei que seria bom que eles nascessem logo. Nove meses é muito tempo.

— Você não está gorda. — Ele sorriu para mim enquanto me analisava. — Está até mais bonita.

— Você falou isso olhando para os meios seios. — Disse indignada enquanto me afastava dele.

— É que não dá pra evitar. Já percebeu o quanto eles estão maiores?

— Será porque eu estou grávida de gêmeos e engordando todo dia? — Falei irônica e ele riu.

— Mau humor deve fazer parte da gravidez também. — Ele se aproximou se mim e tocou em meu rosto. — Mel, você não está gorda, é a grávida mais bonita que eu já vi em toda a minha vida.

— Você tem certeza?

— Claro que tenho. Vou te mostrar. — Disse ele me puxando para o banheiro e me colocando de frente ao enorme espelho que mostrava todo o meu corpo. Ele me abraçou por trás e apoiou sua cabeça em meu ombro enquanto observava a minha imagem no espelho. — Percebeu o quanto seu rosto está mais corado, seus olhos com mais brilho e seu cabelo mais macio?

Me fitei no espelho e reparei que ele tinha razão e então sorri.

— Percebeu que seu corpo está com curvas lindas e que sua barriga não aparenta ser tão grande como você diz?

Olhei novamente para a minha imagem reparando nas coisas que ele disse.

— Viu como você está linda? E mesmo que alguém diga o contrário, quem tem que se achar bonita em primeiro lugar... É você. E depois eu.

— Você tem razão. — Disse sorrindo e me virando para encará-lo.

— Viu? E eu adoro seios grandes.

— Justin! — Disse dando um tapa em seu ombro.

— Que foi? Eu estou dizendo a verdade. Agradeço os gêmeos por deixarem você assim, tão...

— Tão...? — Perguntei fingindo estar brava.

— Tão linda e gostosa.

— Engraçadinho.

— É eu sei. — Ele disse se aproximando e selando nossos lábios em um beijo carinhoso.

(...)

— Eu não acredito que você vai também. — Disse olhando para o Chris que acabou de entrar no carro do Justin e se sentando ao meu lado no banco traseiro.

— O padrinho tem que estar presente na ultrassom dos seus afilhados. E também tem a aposta. — Falou ele piscando para mim.

— Padrinho? Eu nem escolhi os nomes direito e você já está pensando em ser padrinho dos meus filhos.

— Eu já disse os nomes. — Falou Justin entrando no carro junto com a Pattie. Ele procurou a chaves no bolso e continuou enquanto ligava o carro. — Vão se chamar Justina e Mello.

— Credo Justin, você vai fazer os seus filhos te odiarem desse jeito. — Comentou Pattie e eu e o Chris rimos.

— Viu? Não é só eu que acha esses nomes o fim da picada. — Falei.

— Quem diz “O fim da picada”? — Perguntou Chris debochado e eu dei um peteleco no nariz dele.

— Eu, futuro não-padrinho dos meus filhos. — Disse.

— O quê? Eu vou ser padrinho sim. O Justin me escolheu. — Chris disse inconformado.

— Ei, me tira dessa. — Justin disse enquanto dava partida em direção ao hospital.

— Eu que vou carregar dois bebê durante nove meses, que vou passar todo esse tempo comendo que nem louca e enjoando de tudo, eu que vou ficar inchada e ficar com dor nas costas. Então, EU que vou escolher os padrinhos.

— Concordo com a Melanie. — Disse Pattie se virando para trás sorrindo.

— Nossa, magoou meus sentimentos. — Chris disse fazendo bico.

— Oh, que dó. — Falei abraçando ele com força.

— Não... Consigo... Respirar.

E assim fomos conversando durante todo o percurso até o hospital. Chegando lá, Justin teve que usar óculos escuros e um boné roxo para disfarçar. Pattie também teve que fazer isso, mas além disso ela amarrou o cabelo em um coque. Chris passou o braço na minha cintura, como se fosse o meu namorado e me levou até a sala onde seria a ultrassom. Cinco minutos depois, Pattie e Justin chegaram e eu me deitei na cama hospitalar.

E novamente teve todo aquele processo da primeira ultrassom. O médico ficou passando aquela maquininha na minha barriga e fitando a tela. Era a primeira vez que o Chris entrava em uma sala assim, então ele ficou o tempo todo com os olhos abertos sem piscar. Parecia o Justin na primeira ultrassom, só que sem as lágrimas.

— E então doutor? — Perguntou Justin depois de quase cinco minutos daquele troço deslizar por toda extensão da minha barriga.

— Vocês disseram que o primeiro era menino e que queriam descobrir o sexo do segundo bebê. Depois de analisar muito, está claro que o segundo é uma menina.

— ISSO! — Gritou o Justin rebolando e Pattie virou a cabeça para o lado como se dissesse “Ele não é meu filho”.

— Nãooooooo. — Chris disse se ajoelhando no chão.

— Há, perdeu. — Justin disse apontando o dedo na cara do Chris.

— Eu perdi alguma coisa? — Perguntou o médico.

— Os dois fizeram uma aposta. — Respondi e ele compreendeu.

— Justin, para com isso. — Falou Pattie segurando o braço dele.