A Destination Funny - Segunda Temporada escrita por ItsCupcake


Capítulo 29
Despair




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Melanie's P.O.V.

Ele tomou a iniciativa de começar e foi ele quem partiu o beijo, deixando nossas testas se tocarem como se não quisesse ficar muito longe dos meus lábios tão cedo.

— O que você...

— Eu não sei, — Diz ele me interrompendo. — agi por impulso. Acho que é ótimo saber que o filho não é dele e nem de nenhum outro cara.

— Sinto muito por ter escondido isso de você. Eu ia te contar, mas...

— Aquela ligação. — Concluiu ele pensando. Ele se levantou da cama e deu um tapa de leve na cabeça. — Você ia me contar e eu estraguei tudo.

— Você não estragou. Eu é que estraguei tudo. Devia ter contado pra você.

Ele segurou minhas mãos novamente e me levantou da cama dado um abraço super apertado em seguida. Eu retribui com todas as minhas forças, um esmagava o outro, mas nenhum de nós reclamou.

— Justin, você... — Scooter se interrompe assim que me vê. Rapidamente eu me separo do Justin. — O que está acontecendo aqui?

Justin olha para mim como se dissesse “ Vou ali e já volto” e guiou o Scooter para fora do quarto, fechando a porta e me deixando sozinha no quarto.

Voltei a sentar na cama e esperei ele voltar. Ele estava demorando, e eu estava começando a ficar sem paciência enquanto batia meu pé no chão várias e várias vezes esperando.

Até que ouço um grito no quarto ao lado. Sei que não era da minha conta, mas o grito era de desespero e se estivesse acontecido algo de grave com a pessoa do outro lado?

Sai do quarto correndo e olhei para os dois lados do corredor. Não tinha ninguém, nem o Justin e nem o Scooter, então só eu ouvi o grito. Abri a porta do quarto ao lado rapidamente e me deparei com um cena horrivel.

Selena estava joelhada no chão com a calça suja de sangue. Corri em sua direção e toquei em suas costas. Ela estava tremendo e ao mesmo tempo gemia de dor.

— O que aconteceu? — Perguntei preocupada.

— Eu... Ah! — Gritou ela mais uma vez.

Eu a ajudei a levantar e ela se apoiou no meu ombro, enquanto eu a levava em direção a cama. Consegui deitá-la, mas a dor não havia passado, parecia aumentar cada vez mais.

— Eu vou chamar alguém para ajudar. — Disse e ela segurou meu braço com força.

— Não me deixe. — Murmurou com dificuldade.

— Mas você...

— Não me deixe. — Repetiu ela novamente e então sua respiração começou a ficar pesada.

Eu não sabia o que fazer. Estava desesperada. A cada pontada que ela sentia, apertava o meu braço com força. Eu não podia sair dali, não podia pedir ajuda, estava rezando para alguém no corredor ouvir os gritos de dor da Selena. O Justin voltaria para o quarto, só não sabia quando.

— Tente relaxar. — Disse.

— Não dá. — Falou ela fazendo careta para não gritar novamente.

Não gosto da Selena, mas eu não desejava isso pra ela e nem para outra pessoa. Aquilo era tortura e quando eu olhava para suas calças cheia de sangue me sentia angustiada em não poder fazer nada para ajudar. Nem ao menos sabia o que estava acontecendo com ela.

— Selena, eu preciso procurar alguém. — Disse.

— Não. — Falou ela segurando meu braço com mais força. — Não quero ficar sozinha.

Sua testa já estava suando, as dores estavam cada vez mais frequentes e ela estava quente. Olhava várias vezes para a porta, na chance de ver alguém para ajudar. Até que numa dessas olhadas eu vi a maçaneta se mexer e uma mulher entrar no quarto desesperada.

— Filha! — Grita ela e então olha para mim.

— Vá buscar ajuda, ela não me deixar sair daqui. — Falei olhando para o meu braço e ela viu a mão da Selena me apertando com força. — Rápido. — Disse e ela saiu correndo do quarto a procura de ajuda.

Aquela era a mãe dela. Conheci a mão da Selena do pior jeito que podia imaginar. É claro que ela deve estar pensando que eu não devia estar aqui. E não devia. Se alguém me contasse que ficaria muito preocupada com a Selena, como estou agora, eu riria da pessoa. Ela não gosta de mim e eu não gosto dela, mas agora parece que tudo isso foi deixado de lado. Não sei o que estava acontecendo com ela, mas eu sentia que era ruim, muito ruim e eu não quero que ela morra. Mesmo que eu tenha sentido muita raiva por ela ter roubado o Justin, isso não é justo. E a minha raiva, na verdade era errada, ela sim estava certa em sentir raiva de mim, pois pensando bem... Eu é que roubei o Justin dela.

— Selena, eu sinto muito por ter roubado o Justin de você. Eu não queria, mas não pude evitar. Parecia tão certo no começo...

— Não sinta. — Murmurou ela. E então ela olhou para mim e eu vi que estava chorando. — Eu fui idiota... Eu... — Ela não conseguiu completar a sua frase, pois outra dor a atingiu.

Então a porta do quarto foi aberta com força e em questão de segundos, Scooter, Justin, Kenny e a mãe da Selena estavam no quarto.

Kenny veio em direção a cama e pegou a Selena no colo e saiu do quarto rapidamente. Todos o seguiu e eu também. Quando entramos no elevador, eu vi o quanto a mãe da Selena estava desesperada, mais desesperada do que eu estava antes. Ela chorava e repetia “não” várias e várias vezes enquanto o Scooter tentava acalmá-la. Chegamos na recepção e todos olharam para o Kenny e para nós que o seguia apressadamente. Quando chegamos ao carro, o Scooter me barrou.

— Você fica.

— O quê?  — Perguntei incrédula.

— Você não pode ir, só duas pessoas vão no carro e vai ser o Justin e a mãe dela.

— Mas eu...

— Ela vai. — Falou a Selena enquanto o Kenny a colocava no banco traseiro do carro.

— Mas o Justin...

— O Justin não, a Melanie. — Disse ela com dificuldade, pois começou a sentir outra dor.

Não esperei por mais discussão, corri para dentro do carro ao lado da Selena e apoiei sua cabeça no meu colo. A mãe dela se sentou na frente com o Kenny que deu partida rapidamente em direção ao hospital mais próximo. Ele não conhecia muito bem aqui o quanto eu conhecia. Então, enquanto tentava acalmar a Selena, eu falava os atalhos para o hospital mais próximo do hotel.

Queria perguntar a ela porque quis eu fosse no carro com ela ao invés do Justin. Eu sei que ele estava nos seguindo de carro com o Scooter, mas porque ela não preferiu que ele estivesse aqui e que eu estivesse no outro carro?

— Respira fundo. — Disse fazendo o gesto para ela copiar. — Isso. — A incentivei durante o caminho.

Ela não estava prestes a ter o bebê, pois mal tinha três meses. E... O bebê! É isso que está preocupando a mãe da Selena, pois esse mal estar pode estar prejudicando bebê.

Meu desespero se aumentou, só agora a ficha caiu. Não era só eu que estava grávida, a Selena também estava e toda essas dores também afetava o bebê.

 Eu abracei a Selena e chorei baixinho enquanto sussurrava em seu ouvido para respirar fundo. Isso era tudo que eu podia fazer agora, dizer para ela repirar fundo.

Seu bebê não vai morrer. Ele não vai morrer. Não vai.


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