A Destination Funny - Segunda Temporada escrita por ItsCupcake


Capítulo 19
One.. Two Kisses




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Justin’s P.O.V.

O tempo passa devagar quando você quer que passa rápido. É como se todo o universo conspirasse contra você.

Chris tentou me ajudar trazendo o pessoal aqui em casa, foi legal, eu consegui me distrai um pouco, pena não poder ir com eles até a sorveteria mais próxima, mal posso aparecer na sacada.

Agora, eu tenho que descer para jantar. E eu estou evitando muito descer para as refeições, Majore, a melhor cozinheira do mundo, tem me trazido todos os dias meu almoço e minha janta quando percebia que não ia descer. Mas minha mãe ficou sem paciência e disse que era para eu jantar com todos, eu não deveria tentar fugir dos problemas. E eu não estava fugindo, só... Só achava aquilo tudo novo demais para mim.

Olhei-me no espelho e percebi o quanto estava diferente. Provavelmente era psicológico, mas eu me sentia diferente por dentro também.

Então depois de cair na real e perceber que eu tinha que já estar lá em baixo, ajeitei o cabelo e sai do quarto, descendo lentamente as escadas. Chegando a sala da jantar eu pude ouvi as conversas. Elas pareciam entusiasmadas com o assunto. E eu, com certeza, ia me sentir deslocado, pois só tinha mulher ali, já que Scooter foi para um hotel.

— Finalmente. — Falou minha mãe quando cheguei. — Venha, coma com a gente, a comida está maravilhosa.

— Aposto que sim. — Disse sorrindo e me sentando ao lado da Selena.

Ela sorriu para mim e eu juro que pude ver seus olhos brilharem, como se ela fosse chorar, ou algo assim.

Majore trouxe meu prato e me serviu. Eu devorei minha comida rapidamente enquanto ouvia três mulheres falarem sobre roupa.

— Justin, você bem que podia usar uma polo, você só usa camisas e moletons, deveria variar.

— Eu já usei uma polo. — Disse com a boca cheia de ravióli.

— Nunca vi. — Falou a Sra. Teefey.

— O Justin já usou sim. — Confirmou Selena.

— Eu quase não o vejo usando, acho que combina muito com você Justin.  — Disse minha mãe sorrindo.

Era como se nenhum problema existisse ali, bom, talvez só o problema de eu não gostar muito de camisas polo.

— Verdade Pattie. — Concordou Selena me avaliando curiosa e eu ri.

E por mais que eu achasse que tudo aquilo era estranho, eu estava gostando, pois eu estava errado sobre como seria jantar junto com três mulheres, principalmente se duas forem mães e a terceira ainda vai ser.

...

Tive que esperar todos dormir. Eu não podia chegar nela e dizer “precisamos conversar”, até porque, minha mãe e a mãe da Selena iriam comentar algo.

Estava suspeitando que aquele argumento da Selena sobre o problema de ela não estar dormindo seria eu. Algo a mais a incomodava, eu sabia, mas eu esperei a hora certa até ter coragem de me levantar da cama e seguir em direção a um dos quartos de hospedes que ela estava dormindo.

Não precisei bater, sabia que a porta estava encostada, por isso apenas entrei. A luz estava acesa e ela se assustou com a minha entrada repentina.

— Justin? — Disse ela se sentando na cama e se descobrindo.

— Pode ficar deitada, quero apenas conversar. Acho que está na hora de falarmos tudo um para o outro já que ficaremos juntos.

Ela sorriu, talvez porque eu disse “ficaremos juntos”. Já estava aceitando um pouco essa situação. A Selena pareceu bem arrependida e eu estava sendo muito duro com ela, até porque eu também tinha uma certa culpa nisso. Mas apenas nós dois sabíamos que eu estava bêbedo naquela noite e por isso ela tinha um pouco mais de culpa, não havíamos dado os detalhes de quando aconteceu e eu agradeci mentalmente por ela cooperar com isso. Não queria que minha  mãe descobrisse que estava bêbado, para ela, isso seria muito mais errado do que engravidar uma garota lúcido.

— Tudo bem. — Ela se cobriu e levantou parte da coberta, como se estivesse me convidando para se juntar a ela.

Eu me deitei ao seu lado, estava usando um pijama horrível e sabia que não seria levado a sério com aquilo, então o cobertor seria melhor. E eu estava tentando me acostumar com a Selena, afinal de contas, eu gostava dela antes e posso tentar gostar dela agora, só que eu sabia que jamais seria igual ao que sinto pela Melanie.

— Aquele dia quando você foi ao meu quarto, eu percebi que você não estava dormindo direito e a sua resposta foi que eu era o problema, só... — Mas antes que eu terminasse, ela me interrompeu.

— Não, tudo bem. Já passou, se é isso que você quer saber.

— Percebi que você não falou a verdade. Quer dizer, percebi agora e me sinto um idiota por ter percebido tão tarde... Então, o que está te incomodando? Não minta novamente, eu sei que você ainda continua com insônia, a luz do quarto estava acessa e creio que não é porque você tem medo de monstros.

Ela olhou para mim, que estava apoiado no encosto da cama num dos travesseiros.

— Eu estou com medo.

— Medo do quê? — Insisti.

Ela olhou para o lado, então virou o olhar para o teto.

— Tenho medo de perder uma pessoa que ainda nem conheci, mas que já amo.

Eu fiquei em duvida sobre o que ela falava, então eu sabia a quem ela se referia, e eu me senti um lixo ao ouvir ela falando isso. Eu era um pai terrível.

— Você não vai perdê-lo. — Falei passando o meu braço em volta dela e fazendo-a deitar em meu peito.

— Meu padrasto disse isso a minha mãe.

A perda de Mandy tinha sido recente, pelo menos para a Selena. Ela ainda sofria por não ter ganhado o irmãozinho que tanto esperava, já que ela sempre foi filha única. E agora esse medo tinha se transferido para o nosso filho.

— Só que eu estou dizendo que você não vai perder o bebê.

Ela se moveu para me olhar e suspirou cansada.

— Promete?

— Eu prometo. — Disse e então eu fiz uma coisa que não havia pensando em fazer quando decidi vir aqui para conversar com ela.

Eu a beijei.

Melanie’s P.O.V.

Sabe o que é pior em sentir dor de cabeça?

Saber que naquele lugar não tem um comprimido ou algo do tipo. Eu tive que tomar um chá muito ruim e para minha sorte, eu fiquei sonolenta e acabei dormindo.

Com certeza, esta está sendo as piores férias da minha vida.

Acordar acabada e ver o Erik na porta do quarto, realmente não era o que eu queria e por mais eu tenha tentando arrumar meu cabelo e ajeitar minhas roupas, percebi pelo seu sorriso que aquilo não estava funcionando.

— Vim ver se você estava bem.

— Estou sim. A gororoba que minha mãe fez me ajudou. — Falei sorrindo e tentando não pensar no quanto deveria estar desarrumada.

— Chá de limão com mel.

— Argh! Aquele troço é horrível. — Disse ao me lembrar do gosto.

Erik riu e então se sentou ao meu lado na cama.

— Acha que consegue se arruma rápido?

Olhei para ele confusa e então percebi que ele estava bem arrumado e com um perfume super cheiroso, que talvez seja um dos motivos por eu me sentir tão desajeitada.

— Aonde vamos? — Perguntei.

— À cidade. Você reclama tanto daqui, então achei que estivesse com saudade da cidade. Lá podemos ir ao cinema. Topa?

— Claro que eu topo. — Falei sorrindo e o abracei. — Obrigada.

— Não há de quê. — Erik se levantou da cama e seguiu em direção a porta, antes de sair disse: — Te espero lá em baixo.

Pisquei para ele e me levantei num pulo assim que saiu do quarto. Procurei nas minhas coisas a melhor roupa para usar numa tarde com ventos frios. Aqui o tempo é mio doido, de dia faz calor e de noite faz frio, acho que é todo esse negócio de aquecimento global e aqui não é lugar muito afetado por não ter muitos poluentes.

Depois de escolher um casaco e uma calça nova que eu estava ansiosa para usá-la, só que aqui era quase impossível por ela ser clara. Corri para o banheiro e lavei o rosto antes de me vestir. Eu precisava me livrar daquela cara de sono, e depois de me arrumar, desci as escadas correndo. Erik me esperava no sofá enquanto conversava com a minha avó e com a Ashley.

— Vejo que já está pronta. — Disse ele se levantando e se despedindo da minha avó e da Ashley.

Então veio em minha direção e me segurou pelo braço como um velho amigo, ou mais que isso, e me guiou até a saída da casa em direção ao seu carro.

Erik é como um cavalheiro de armadura que toda garota sonha em ter. Lindo, romântico e gentil. Até abriu a porta do carro para mim, e não pude evitar um pequeno sorriso.

— Então vamos para o cinema? — Perguntou ele enquanto dirigia.

— Vamos. — Concordei enquanto mexia no porta-luvas à procura de algum CD.

...

Foi muito legal assistir um filme num telão. Há muito tempo que não ia a um cinema, talvez pelo fato de que era perseguida por fotógrafos depois de ter virado a “garota da ilha”, mas agora isso não acontece como antes. Eu até vejo alguns comentários na internet sobre  mim, mas não como antes já que estão super concentrados no assunto do momento que o Justin e a Selena viraram.

— Gostou do filme? — Erik perguntou enquanto saímos da sala.

Percebi que algumas garotas olhavam para ele. É claro que olhariam, até de longe Erik era notado por qualquer garota. Então, num gesto rápido, eu peguei em sua mão e entrelacei nossos dedos.

— Adorei. — Disse sorrindo e ele sorriu de volta olhando para as nossas mãos.

— Então, agora, quero mostrar a cidade para você.

Saímos do cinema e ele seguiu a rua, ignorando o estacionamento onde estava o seu carro.

— Pensei que fossemos de carro.

— Assim não tem graça. — Falou ele dando uma piscada para mim, igual a que eu dei quando estávamos no quarto.

Andamos em várias e várias ruas. Erik parecia saber onde ficava cada lugar, pois ele ia falando. “Aqui é a lanchonete da Sandy, ali é a soverteria do Bob...” e por ai vai.

Foi divertido conhecer melhor a cidade. Já estava de noite e para mim, a melhor hora para se olhar para um cidade é à noite. Todos os prédios se iluminam e de longe parecem brilhos. É como assistir um show de luzes.

Então depois de dar muitas voltas pela cidade de Grrenville, fomos para o estacionamento e Erik deixou que eu fosse dirigindo até a fazenda da vovó. Mesmo que eu ainda não tenha tirado a carteira (uma coisa que eu tive que deixar para depois por ter acontecido muita coisa em minha vida nos últimos meses).

— Espero chegar vivo em casa. — Zombou ele.

— E vai chegar. — Falei acelerando um pouco a mais e rindo.

Foi legal ir dirigindo. E melhor ainda que Erik confiou seu carro em mim, algo que o Justin não fez nenhuma vez.

Eu tenho que parar com isso. Não posso ficar pensando no Justin... Ele se foi, está vivendo a sua vida com a Selena e o bebê que ela espera. E eu tenho que aproveitar a minha.

Só de pensar neles dois, meu estomago começa a revirar.

Então chegamos a fazenda da vovó e eu tinha que devolver o carro para o Erik ir para casa.

Ele saiu primeiro do carro e abriu a porta para mim antes que eu pudesse fazer isso.

— Até amanhã. — Disse ele me abraçando. — E espero que não coma mais bolo quente para faltar nas aulas amanhã.

— Pode deixar. — Falei rindo e colocando meus braços em volta do seu pescoço. Um ato que o surpreendeu. Mas não a mim. Eu queria fazer aquilo e precisava.

Eu o beijei.


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