No dia seguinte a família estava reunida ao redor da mesa para mais um hipócrita café da manhã. Hermione encontrava-se sentada entre os gêmeos, Fred e George. Esses eram alegres e viviam para atormentar seu irmão mais novo, Rony. E não estava sendo diferente naquela manhã.

Pelo que parecia o time do qual Rony torcia perdera feio na noite passada e os gêmeos estavam imitando a cara de aborrecimento que o ruivo expressara ao fim do jogo. Aquela visão era patética para Hermione. A morena sempre achou que aqueles dois contradiziam a tudo dentro daquela casa. Na verdade todos faziam isso.

A família Weasley de tradições secular tinha como aparência para todos lá fora como uma típica família nobre. Ricos, unidos e simpáticos. Uma família perfeita. Caso não fosse a sobrinha. A garota órfã que era filha da irmã mais nova de Molly Weasley, a simpática ruiva de bondoso coração. Somente a morena enxergava todos eles como realmente eram.

Hermione os via como fingidos marionetes que faziam tudo conforme a sociedade mandava, entretanto no ponto cego desta, eles realmente mostravam suas garras. Os gêmeos mesmo eram assim. Apesar de expressar uma felicidade contagiante, eles faziam pobres corações apaixonados sofrerem em suas mãos, enlouquecendo quem os amavam.

Hermione ainda se lembrava da jovem inocente Angelina, uma bela garota que cruzara a vida dos dois. Fred foi quem a cortejou primeiro, depois George. E assim eles jogavam deixando a garota confusa. Chegara ao ponto de ambos a pedirem em casamento, Angelina naquele dia ficou num estado tão angustiante que recorreu a única pessoa que pareceu sensata. Hermione. Essa apensar de saber de todo o jogo dos primos, e podendo acabar com toda a diversão desses, ela não fez. Orientou a garota a se casar com um e ser amante do outro. No fundo, embora Hermione achasse tudo o que eles faziam uma crueldade sem fim, ela odiava o fato de que havia pessoas capazes de caírem neste patético jogo. E por isso, e somente por isso, que ela não ajudara a morena.

O jogo de amor finalizou quando Fred apareceu com outra garota diante de Angelina no dia seguinte, e George com outra dois dias depois; além de ignorá-la completamente. Angelina chegou a ficar suplicando a volta deles durantes meses, indo incansáveis vezes á casa deles. O engraçado de tudo era que quando questionavam a ela com quem ela queria voltar, Angelina nunca conseguia responder. ‘Os dois?’ perguntava depois de um longo silencio. Sem resposta ela jogava sempre aquela pergunta para quem lhe indagava.

Uma atitude sem orgulho algum.

Hermione suspirou ao se lembrar desse evento lastimável, o que chamou atenção de Rony que estava sentado a sua frente.

–Algo de errado? – perguntou ele no seu adorável tom preocupado.

–Sempre há algo de errado com ela. – brincou Fred.

Hermione deu um sorriso debochado concordando com a cabeça em seguida.

Todos estavam a fitando. Gina ainda a olhava com raiva devido ao ultimo confronto entre elas – qual a ruiva não mencionara a ninguém, na certa esperava por uma oportunidade boa para fazê-lo. Sua tia, Molly, lhe lançava aquele seu olhar entre medo e raiva. E seu tio o seu olhar de sempre que queria dizer ‘ Não há nada de ruim acontecendo’. Fred e George estranhamente havia o mesmo olhar sobre ela. ‘Curiosidade’. E Rony o doce olhar de sempre.

Apesar de serem primos-irmão , Rony e Hermione ás vezes deixavam que outros sentimentos lhe dominassem. Esses nada impróprios para primos, quais causavam visitas noturnas de um quarto para outro. Claro que a morena guardava aqueles sentimentos a sete chaves dentro de si, e quando se entregava ao ruivo deixava claro a este que era puro desejo, e nada mais. Entretanto Rony nunca mascarou que seu sentimento por ela é verdadeiro... Embora inúmeras vezes Hermione o desprezara diante de todos.

– Algo de errado? – repetiu ela a pergunta. – Há sim, o de sempre. Essa família.

Dito isso ela se levantou, todos ignoraram sua resposta. Como de praxe.

–Você faz parte dessa família, priminha. – rebateu George (nem todos, afinal, haviam ignorado).

–Infelizmente. – desabafou ela enquanto saia...