De dentro da sala precisa eu ouvi murmurinhos nos corredores, indicando que as aulas tinham acabado e havia chegado a hora do jantar. Finalmente eu poderia comer, tomar um banho e dormir, ao fim de um dia agitado. Quem sabe quando eu acordasse tudo isso aqui só fosse um sonho, eu iria tomar café, iria ver o Alvinho, o Tiago, a Rose, a Roxanne, o Hugo, o Escórpio... Quem sabe... Sai do meu “quarto” e dei de cara com o Severo, que estava sozinho e radiante.

— Olá, Luna. - Falou feliz.

— Oi Sev. - Respondi.

— Obrigada, Luna, se você não tivesse me incentivando, eu nunca teria chamado a Lili para sair. - “Sinceramente eu não sabia se eu ficava feliz ou triste com o que ele falou”.

— Não tem de que, Sev... Mas, quando eu falei para você ir em frente, eu não sabia que se tratava da Lilian.

— De novo, qual é a diferença, se é ela ou se é outra pessoa?

— Nenhuma... Mas você já pensou que ela talvez tenha aceitado sair com você só como amiga, afinal, vocês dois são amigos, não é?

— Bom, eu não pensei nisso.

— Então! É uma boa coisa para se pensar.

— Acho, então, que é melhor eu perguntar para ela.

— Mas e se ela responder que só gosta de você como amigo, não vai ficar uma coisa estranha entre vocês?!

— Você mesma disse para eu ter coragem, por que nós sonserinos somos astutos e conseguimos tudo o que queremos.

— É, mas... Às vezes eu digo algumas besteiras, coisas loucas. Agora, preste atenção no que eu estou dizendo nesse momento. É loucura você pensar em ficar com ela, e se ela te rejeitar? Além de tudo, vocês não vão ser mais amigos e você vai sair de idiota, você deveria sair com ela apenas como amigo. Ou melhor! Nem saia com ela!

— Mas você disse...

— Eu sei o que eu disse, mas aquilo foi um surto. Ouve o que eu estou dizendo agora. Desiste da Lilian.

— Olha Pontas - Ouvi a voz de Sirius, que tinha acabado de aparecer junto com Tiago, Remo e Pedro. - Parece que todas as garotas legais estão andando com o Ranhoso, acho que ele está distribuindo poções do amor. -Olhei para o Severo e vi que ele estava irritado.

— Ou talvez, eu só seja menos arrogante e imbecil do que você, Black. - Respondeu Severo, já preparando a varinha.

Eu estava morrendo de vontade de sacar a varinha e lançar um “protego” entre eles, mas eu já tinha mexido muito no tempo, a única coisa que eu ainda podia interferir era na relação dos meus avôs, para eles voltarem ou começarem a se gostar. Não posso interferir em amis nada que vai acontecer, essa briga, talvez tenha que acontecer... Ou não, pois afinal, Sirius estava se referindo a mim e a Lili quando falou das garotas legas... Então seria minha culpa essa briga... Ah não! Estou interferindo de novo! Espere... Sirius me acha legal! Por que eu estou pensando nisso agora?! Bom, não tenho mais nada a perder mesmo.

— Protego! - Gritei. Todo meu pensamento e a minha ação ocorreram em apenas 3 segundos. - Meninos, não tem necessidade de brigarem.

— Minha querida Parker, não vamos brigar, eu só vou azarar o Seboso e ir embora. - Falou Sirius.

— Fala como se fosse fácil me azarar, não é Black? - Falou Sev.

— Mas, não é? Diga uma vez que você conseguiu se defender?!- Falou Tiago.

— Cala a boca Potter! - Gritou Sev. Lançando um feitiço que foi ricocheteado pelo meu feitiço protetor e que arremessou Severo longe. Tiago, Sirius e Pettigrew começaram a rir, só Remo ficou um tiquinho preocupado, mas soltou um risinho.

— Viu, você nem precisa de nós para te azarar! - Riu Sirius. 

Eu retirei o feitiço e fui ver se Sev estava bem, só que ele havia batido a cabeça na parede e estava sangrando.

— Severo? - Olhei para traz e vi Lili parada olhando para Severo no chão, quando ela viu que ele estava sangrando, ela se virou para o Tiago, que parou de rir na hora. - O que você fez Potter?!

— Nada! - Falou Tiago.

— Black! - Gritou Lilian.

— Também não fiz nada não Lilindinha. O Seboso se machucou sozinho.

— Se machucou? - Gritou Lili espantada.

Lili correu para onde eu estava com o Severo, ela olhou para a cabeça sangrando dele, então se voltou para mim.

— Acho melhor levarmos ele para a ala hospitalar.

— Certo.

Lili conjurou uma maca e com um wingardium leviosa colocou Sev em cima dela. Fomos levando-a até a ala Hospitalar, onde uma senhora, com cabelinhos brancos, baixa e magra, estava sentada lendo um livro. Quando nos viu entrar, se levantou de um salto e veio ver o que estava acontecendo.

— O que ouve com o Sr. Snape dessa vez, Srta. Evans? - Perguntou preocupada.

— Ele lançou um feitiço que foi ricocheteado, então foi arremessado longe e bateu a cabeça. - Respondi.

— Pela primeira vez ele vem aqui sem que seu problema seja culpa do Sr. Potter ou do Sr. Black. - Falou a Sra.

— Na verdade, o feitiço que ele lançou era para acertar o Potter e o Black. - Falei.

— Ah, era de se esperar. Coloquem-no aqui. - Falou apontando para uma cama.

Nós fizemos o que ela pediu. Ela se aproximou de Sev para examiná-lo.

— Ele vai ficar bem, Madame Green? - Perguntou Lili.

— Vai sim, não se preocupe. Agora, acho melhor vocês irem jantar meninas.

— Certo, obrigada Madame Green.

Nós duas nos viramos e saímos pela porta da ala hospitalar.

— Como eu odeio o Potter! - vociferou Lili.

— Por que você tem tanto desprezo por ele?

— Porque ele se acha o bonzão e fica por azarando o Severo e qualquer um que de na telha. Isso me irrita! Ele achar que é melhor que todo mundo só porque...! Só porque ele...!

— Então você não gosta dele por ele se achar de mais, é isso?

— Isso. Vou te confessar uma coisa Luna, eu até toparia sairia com ele, se ele não fosse tão arrogante e imbecil.

— Sério? Que se ele não fosse tão imbecil você sairia com ele?

— É... talvez.

— Entendi.

“Isso significa que já estamos meio caminho andado, ela sairia com ele, se ele não fosse tão arrogante... então isso que deve ter acontecido, o vovô deve ter parado de ser tão arrogante, então a vovó decidiu dar uma chance para ele! Legal, já sei como eles têm que ficar juntos! Agora só preciso descobrir como fazer o vovô deixar de ser arrogante, descobrir quem é essa outra garota que ele gosta e fazer a Lilian odiar o Severo!”.

— Ei, Evans! - Ouvi uma voz que eu não conhecia chamar, me tirando dos meus pensamentos. Nesse meu “despertar” percebi que estava no salão principal, e que o garoto que chamava a Lilian, eram alguns garotos que estavam com Severo mais cedo e eu não reconhecia - Onde está o Severo?

— Na enfermaria. - Respondeu Lili com desprezo.

— O que aconteceu com ele? Já sei, foi atacado pelo Potter de novo? - Falou um outro garoto, ele era gordinho, baixo e tinha um rosto mal humorado.

— Não, um feitiço que ele lançou ricocheteou nele. - Os garotos começaram a rir.

— Obrigada, Evans. - Falou o primeiro garoto indo embora, seguido pelos demais

Eu e Lili também voltamos a caminhar para a mesa da Grifinória, porque eu estava fazendo isso eu não sei, mas já que a única pessoa dessa geração da Sonserina que eu conhecia estava na ala hospitalar, essa era a minha excelente opção.

— Eu não gosto muito desses amigos do Severo. Nem sei por que eles falam comigo, afinal, desprezam os nascidos trouxa, e tenho certeza de que mexem com artes das trevas. O que me deixa triste é saber que eles podem levar o Severo para o mesmo lado que eles.

Fiquei pensando distraída no que Lilian tinha me dito e como eu poderia usar essa informação ao meu favor.

— Oi pessoal. - Falou Lili sentando-se junto com os amigos cuja os quais ela estava na aula de herbologia.

Eu me sentei ao lado dela e comecei a comer. Estava faminta, afinal, não comia desde antes de eu achar o vira-tempo lá no meu tempo. Depois de comer, eu conversei um pouco com o pessoal e subi para o meu “quartinho” na sala precisa. Chegando ao sétimo andar na tapeçaria dos trasgos dançarinos, fiz todo o ritual de repetir três vezes o que você quer que a sala vire, mas nada aconteceu, fiz isso de novo, porém mais uma vez, nada aconteceu, “mas por que será que isso estava acontecendo...? Ah não! Alguém deve estar ai dentro! E só deus sabe quando essa pessoa vai sair!” Me sentei no chão para esperar quem estava na sala precisa sar, mas eu estava tão cansada...

Pov’s Remo

Estávamos na sala precisa, o rádio estava ligado tocando uma música das esquisitonas, eu, Rabicho, Almofadinhas e Pontas, comíamos feijõezinhos de todos os sabores enquanto conversávamos. Devem estar se perguntando por que não fazemos isso na sala comunal. Eu tenho aqui três motivos: 1º na sala precisa temos mais privacidade, ninguém vai entrar aqui do nada, nem ouvir o que estamos conversando e ninguém vai reclamar da música, somos só nós, os marotos. 2º a sala precisa acabou virando a sede dos marotos, afinal, foi aqui que nós viramos os marotos, foi aqui que criamos o nosso mapa. 3º temos a divertida missão de perambular pelos corredores a noite sem sermos pegos pelo Filch.

Nesse exato momento, Almofadinhas falava, Pontas brincava com o pomo-de-ouro, Rabicho ria dos comentários que Almofadinhas e Pontas faziam e eu lia um livro e prestava atenção vagamente na conversa.

— Pessoal, não acham melhor voltarmos? - Falei.

— Por que, Aluado? - Perguntou Pontas

— É que já é tarde e eu tenho que descansar por que amanhã começa... bom... vocês sabem

— Mas que hora são? - Perguntou Almofadinhas. Então, um enorme relógio apareceu na sala, mostrando que já eram 4:00h da manhã. - É, acho melhor irmos mesmo. Pois além de você, Aluado, o Pontas também tem que descansar, afinal, ele tem um encontro com a Parker hoje em Hogsmead.

— Cala a boca Almofadinhas. Nem é um encontro, ela só disse que vai a Hogsmead. - Falou Pontas pegando o mapa e a capa da invisibilidade. Ele apontou a varinha para o mapa e disse. - Eu juro solenemente que não vou fazer nada de bom. - Uma bela maquete de Hogwarts apareceu no papel em branco.- Bom, marotos, o Filch e a Madame Nor-r-ra, estão em seus aposentos, os professores e o monitor chefe estão dormindo e por último, o excelentíssimo monitor da Grifinória está em nossa companhia, então...- Tiago parou um momento e olhou assustado para o mapa.

— O que foi, Pontas? Parece que viu um inferi. - Falou Almofadinhas

— Quem é Lilian Luna Potter?