Acompanhei Severo nas aulas de trato de criaturas mágicas, de defesa contra as artes das trevas, adivinhação e por fim, chegou o almoço. Nessa hora, por algum motivo, que eu não sei qual, os coleguinhas do Severo precisavam fazer alguma coisa que não sei o que era, talvez aquela fosse minha oportunidade de me mandar também.

— Eu, é... - Severo parou e ficou olhando para algum ponto na mesa da Grifinória. - O que foi Severo?

— Você já se apaixonou? – Perguntou Snape. “Que raio de pergunta foi essa?!”.

— Já... - Respondi.

— O que você fez quando descobriu que estava assim?

— Eu fui até a pessoa e falei como eu me sentia.

— Mas eu não consigo. Gosto muito dela, mas não consigo lhe dizer isso. E se ela me achar um imbecil?

— Acho que deveria tentar Severo, nunca se sabe o que pode acontecer. Você tem que ter coragem de arriscar.

— Mas eu não sou um grifinório.

— Pode não ser um grifinório, mas é um sonserino, você tem perseverança e ambição, é capaz de usar qualquer método para atingir seus objetivos. Por isso, se lhe for exigido coragem para alcançar isso, você a terá!

— Isso! - Ele se virou para uma garota ruiva que passava por ali, logo a reconheci, talvez pela semelhança que tínhamos, ou talvez pelos olhos idênticos aos de meu pai, era Lilian Evans, minha avó. - Lilian, você gostaria de ir ao três vassouras comigo nesse fim de semana? - “Espera ai! Quando ele falou de uma garota estava se referindo a minha avó Lilian? Ah não!”. 

— Claro Severo. - Respondeu Lilian carinhosamente lhe lançando um sorriso. “Para usar o termo politicamente correto, fiz merda. Uma maior que a bosta de dragão”.

— Sério! Então, nos vemos lá.

— Ok. - A ruiva se afastou com suas amigas, deixando um Snape radiante e uma neta perplexa. Dumbledore me mandou não falar com ninguém, para não interferir nos acontecimentos e eu acabei fazendo minha linda vovó ter um encontro marcado com alguém que, eu suponho, não estava no roteiro. Meu Merlin!

— Lilian? Você está apaixonado pela Lilian?

— Sim, desde que éramos crianças, mas nunca disse isso a ela. Você me encorajou, Luna! Obrigado.

— De nada... Mas... Você não pode ir!

— Você acabou de me encorajar a dizer o que eu sinto!

— É... Mas eu não sabia que você sentia isso pela Lilian!

— E qual é o problema?

— É que... Eu tenho que ir.

Sai correndo do salão principal e corri para a sala do diretor, demorei um pouco, mas consegui lembrar a senha “tortinhas de abobora”, subi as escadas e bati na porta.

— Entre. - Falou Dumbledore. Eu entrei ofegante por causa da corrida. - O que a senhorita Está fazendo aqui, Srta. Parker?! Pedi que ficasse na sala precisa.

— Sim senhor, eu ia direto para lá! Mas acabei encontrando Tiago ao sair daqui e fui com ele para a aula de poções. Quando acabou a aula, tentei correr para a sala, mas aí Severo me parou, senhor, então ele me levou para as outras aulas. Agora mesmo ia tentar ir para sala, só que Severo começou a conversar comigo, senhor, e acabei fazendo com que minha avó tivesse um encontro marcado com Severo, e não era para isso acontecer.

— Por que foi para a aula com o Sr. Potter, era para a senhorita ir direto para a sala precisa, a senhorita sabe o quanto isso é perigoso?!

— Sinceramente senhor, eu imagino.

— Certo. - Dumbledore parecia pensativo - Não era para a senhorita nem ter entrado em contato com ninguém, mas já que além de fazer isso, você provocou uma mudança horrível nos fatos, terá que resolver isso.

— Como professor?

— Impedindo que os dois se encontrem. Você tem que fazer com que Lilian e Tiago fiquem juntos. Porque, se não, eles não se casarão, não terão filhos, consecutivamente, não terão netos. Por isso, senhorita, pedi que ficasse na sala precisa. Agora que a senhorita causou esse problemão, terá que resolvê-lo o mais rápido possível!

— Sim senhor. Tenho só mais uma pergunta. Eu vou ter que assistir às aulas agora?

— Sim.

— Mas eu estou sem meus livros, sem minhas vestes, sem nada?

— Minha querida, o seu quarto é a sala precisa. - Ele me deu uma piscadela.

— Mas professor, não vão desconfiar de algo se eu não ficar nos dormitórios da Sonserina?

— A senhorita é “nova” na escola, não vão desconfiar.

— Certo. Obrigada diretor.

Desci mais uma vez aquelas escadas que levavam para fora da sala do diretor, e tive uma incrível sensação de déjà vu. Lá embaixo estava Tiago, só que dessa vez, acompanhado com seu grupinho de marotos.

Pov’s Sirius

— Onde a gente está indo? - Perguntei para o Pontas.

— Aula de herbologia. - Respondeu.

— A... Que chato. - Falei.

Quando íamos nos aproximando da sala do diretor, reparei que a gárgula de pedra que guardava a sala se mexera, e vi que aquela menina, Parker, descia as escadas.

— Gata a vista. - Sussurrei para Pontas.

— Oi... - Começou Pontas, mas logo ela interrompeu.

— Preciso falar com você, Black! - Parker me agarrou pelo colarinho das vestes e me arrastou alguns passos da onde estávamos. Fiquei um pouco assustado, afinal, o que uma garota que eu acabei de conhecer queria falar comigo... Ah, tenho uma suspeita.

— Você é o melhor amigo do Tiago, certo? - Começou. “Já vi que o lance vai ser com o Pontas”.

— Sim... Mas por que?

— Sou eu que faço as perguntas aqui! –” Doida” - Faz muito tempo que ele gosta da Lilian Evans?

— Sim, dês de o 1º ano. Como você...?

— Alguma vez ele já a chamou pra sair?

— No mínimo umas três vezes por dia, só hoje que ele não chamou nenhuma vez... Mas, eu é... Tenho que ir pra aula.

— Você não liga paras as aulas, Black. - “Como ela me conhece bem assim? Tá bom, todo mundo sabe disso” - Alguma vez a Lilian aceitou?

— Não. Você está começando a me assustar. Por um acaso você tá afim do Tiago?

— Eu já falei que EU vou fazer as perguntas. Qual seria a reação dele se ela saísse com o Severo?

— Severo...? Quem eu conhecia com esse nome?

— Snape. - Eu continuei olhando pra ela com cara de ponto de interrogação. Ela suspirou e prosseguiu. - Ranhoso.

— Ah! Acho que ele surtaria.

— O que sabe sobre Lilian Evans?

— Ela é muito amiga do Ranhoso e despreza o Tiago.

— Foi muito bom conversar com você, Black. - Ela se virou e voltou para o seu caminho. Eu me juntei de novo com os marotos.

— Gata assustadora... Gostei. - Falei. Pontas olhava para a garota que virava no fim do corredor. - Nenhuma garota vai ser tão difícil quanto a Evans. - Pontas agora olhou para mim, percebi na hora que ele me entendeu.

Pov’s Lilian Luna.

“Ok, então só preciso descobrir algumas coisas sobre a vovó, só não sei como vou fazer isso, nem somos amigas...” Cheguei na sala precisa e fiz o que Dumbledore pediu dês do início. A porta apareceu e quando eu a abri, vi um belo quarto todo decorado de verde e prata e com o brasão da Sonserina, com uma cama, vestes, material e meus horários das aulas. Peguei o meu horário e vi as aulas que eu assistia com a Grifinória, eram poções, herbologia e astronomia, agora eu tinha... Herbologia! Ótimo!

Fui para o lado de fora do castelo e logo achei a estufa onde eu teria aula. Vovó estava sentada com uns colegas. Fui até lá e me sentei ao lado de Lilian.

— Oi. - Falei.

— Oi. - Ela me olhou por uns segundos. - Você é nova?

— Sou, sim, sou Luna Parker.

— Lilian Evans. E essa aqui é Alice e Anne.

— Prazer. - Falei.

— Você não é aquela garota que estava com o Sev a hoje de manhã?

— Sim, sou eu mesma. A propósito, por mais estranho que possa parecer, eu queria conversar com você exatamente sobre isso.

— Por quê?

— Bom dia classe. - Falou uma professora gordinha com cabelos pretos e meio grisalhos. Ela olhou para mim- Você deve ser a Srta. Parker, certo?

— Sim.

— Sou a professora Sprout. Seja bem vinda.

— Obrigada.

A professora começou a aula, mas nem prestei muita atenção, além do mais, eu iria aprender aquilo de novo no meu tempo. Cheguei até a fazer amizade com a vovó. Finalmente a aula acabou e tive a oportunidade de falar com a Lili sobre um assunto específico. Chamei ela para um canto e comecei.

— Posso te fazer uma pergunta um tanto quanto indiscreta?

— Acho que sim. 

— Você gosta do Severo? - Ela me encarou por algum tempo, talvez se perguntando por que é que eu tinha perguntado aquilo.