I Am... A Lie escrita por Kim Jin Hee


Capítulo 9
Cap. 09


Notas iniciais do capítulo

Bem,já vou logo avisando que eu não sei fazer cenas de violência... Mas, tentei! Tomara que entendam. E gostem!
Até lá embaixo!



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Pov Sirius Black


"– Não foi nada lá fora Crabbe... Foi bem aqui – disse enquanto metia a mão do meu lado e me segurava pela camisa, sem dar tempo de me esquivar ou fugir."


Ele saiu me puxando pela camisa e me jogou no chão entre as cadeiras. Os outros riam de mim parados em um canto.

Idiotas.

– Então você Black, achou que pudesse nos seguir e ficar por isso mesmo? – Lucius perguntou em um tom maldoso.

Não respondi.

– Me responda Black: O que faz aqui? – perguntou novamente.

Não dei resposta novamente.

– ME RESPONDA SEU VERME! – ele gritou me dando um tapa no rosto.

Mas que gay, nem pra dar um soco. Isso é o melhor que ele tem?

– Só isso que tem Malfoy? Agora entendi o porquê de trazer a Lene pra cá desmaiada... Ela acabaria com todos vocês se tivesse acordada – provoquei.

Ele estava vermelho de raiva e eu queria vê-lo perder a cabeça.

– O que a minha priminha pensaria de você não? Se aproveitando de mulheres indefesas. Que coisa feia Barbie... – provoquei mais um pouco.

Então ele me deu um soco. Estava tão descontrolado que nem se preocupou em onde o soco pegou, só em desferi-lo contra mim.

– Levante-se e lute como homem Black. De homem para homem – disse entredentes.

Olhei em volta, como se estivesse procurando alguém.

– Quem? Aqui eu só vejo você e seus namorados.

Ele me deu mais um soco. Então eu comecei a gargalhar. É, eu estava começado a ficar com raiva.

É sempre assim, eu começo a rir e depois saio quebrando tudo, não importa o que seja. Não esteja por perto.

– Black. Caro Black – disse petulantemente. – Fique sabendo que eu já entendi porque está aqui. É por causa da vagabunda que está ali não? – perguntou apontando para a cama que ela estava.

– Malfoy. Lave. Essa. Boca. Nojenta. Para. Falar. Da. Minha. Lene – disse entredentes. Só depois percebi meu grande erro. Eu disse minha Lene. Droga, entreguei o motivo de segui-los.

Malfoy sorriu de um jeito vitorioso e nojento.

– Era isso que eu queria ouvir – disse se encaminhando a cama de Lene e começando a subir seu vestido.

– TIRE AS MÃOS DELA SEU CRETINO! – urrei avançando em sua direção e puxando sua camisa. O joguei contra a parede.

Ele me olhou com um olhar convencido antes de levantar e tentar se aproximar dela outra vez.

Novamente avancei contra ele e comecei a desferir socos em seu rosto e em sua barriga.

– Não se aproximem – ele disse para os capangas, me dando um soco no estomago.

Fiquei sem ar e me dobrei com a mão no estomago. Ele sorriu e virou as costas para mim.

Idiota.

– Nunca... Vire... As costas... Para seu... Adversário, Malfoy. – eu disse ainda recuperando o ar.

E, avançando novamente para ele, segurei seu pescoço, tentando enforcá-lo. Então os capangas idiotas dele me tiraram de suas costas. Ainda me debatendo fui levado para um canto e me seguraram. De frente para mim estava Malfoy.

Ele estava com a boca cortada e sangrando bastante. Seu nariz também sangrava, e ele estava com manchas arroxeadas no pescoço.

É. Eu fiz um bom estrago.

– Agora você vai ver quem manda nesse jogo Black – ele disse antes de me dar um pontapé na barriga, fazendo eu me virar bruscamente para baixo.

Assim que me levantei para olhá-lo novamente ele me deu um soco no nariz, o fazendo sangrar.

E eu poderia apostar que ele estava tentando me estragar tanto quanto eu o havia estragado.

Então eu ouvi barulhos diferentes. Eram... Tiros!

Enfim, a porta se abriu revelando James, Remus, e uns caras desconhecidos e armados, que supus serem os policiais.


Pov James Potter


Algum tempo antes da mensagem


– O jantar estava maravilhoso Sra. Potter – Lily disse enquanto comíamos a sobremesa. Mousse de chocolate!

– Oh, obrigada querida – minha mãe agradeceu sorrindo. – Sabe, o Jay sempre me falava de você – ela começou como quem não quer nada... Droga, isso não vai dar certo!

Lily sorriu e me olhou sugestivamente.

– Ah é, Jimmy? – perguntou com um sorriso maroto, porém sincero.

Fechei os olhos e sorri envergonhado.

– Mãe – resmunguei ainda de olhos fechados.

– Não ligue James, ela é sua namorada agora, tem direito de saber da sua vida – e eu pude jurar, mesmo de olhos fechados, que ela sacudia a mão fazendo pouco caso da minha, rara, vergonha.

– É Jimmy, eu tenho todo direito de saber o que você apontava quando eu te odiava – ela disse rindo.

Abri os olhos.

Ela estava perfeita, estava feliz. E eu fazia parte dessa felicidade. Era tão bom se dar conta disso.

– E eu não sei por que você me odiava, eu sempre fui tão amável, carinhoso, engraçado, inteligente, bonito e...

– Modesto – disseram as duas ao mesmo tempo. E riram logo depois.

– Isso é um complô contra James Potter? – perguntei fingindo estar bravo.

Elas riram e assentiram com a cabeça.

As duas ruivas da minha vida. As duas que me faziam feliz, as duas que eu não viveria sem.

– Lily, quer ver umas fotos do Jay quando era menor? – minha mãe perguntou entusiasmada assim que terminamos de comer e colocar os pratos na lavadora.

Não aceite Lily, eu te imploro por pensamento!

– Claro – ela disse também entusiasmada. O que essas mulheres vêm de tão legal em olhar fotos velhas?

Assim que minha mãe subiu ao seu quaro para buscar a caixinha com as fotos, Lily me abraçou.

– Obrigada – disse olhando em meus olhos.

Fiquei preso naqueles olhos verdes por um tempo. Aqueles olhos que antes olhavam para mim com tanto rancor.

– Pelo quê? – perguntei assim que saí do torpor. Ela sorriu lindamente antes de responder.

– Por estar me proporcionando uma ótima noite. Quem diria que eu ia gostar de ficar ao seu lado Potter? – ela perguntou me dando um selinho.

Eu ri e disse:

– Ah, eu sempre disse que você me desejava – ela riu.

– Ah claro, sempre – ironizou. Dei mais um selinho nela e ouvi minha mãe descer as escadas. Puxei-a pela mão e me sentei no sofá, ela ficou do meu lado encostada em mim.

Depois de algum tempo, Lily pegou uma foto em que eu tinha onze anos, meu primeiro não em Hogwarts. Estávamos eu, Remus e Sirius com o uniforme da escola e com os braços passados pelo pescoço um do outro, sorriamos felizes.

– Você era tão fofo Jay! – Lily exclamou.

– Ah claro, demais – ironizei. Ela colocou a mão sobre o coração dramaticamente e disse de um jeito sarcástico:

– James Potter sendo modesto? Meu Deus uma tragédia vai acontecer.

Eu ri e logo em seguida meu celular apitou, chegando mensagem.


Prongs, Moony, eu estou enrascado. Chamem a policia e venham até aquele galpão perto da minha casa onde a gente brincava de guerra quando pequenos. Rápido!

Sirius.


– Ah, Lils, sabe o que você disse sobre tragédia? – ela assentiu. Hesitei.

– O que houve James? – perguntou preocupada. Minha mãe olhava tudo em silêncio.

Hesitei mais um pouco. Tinha que leva-la para casa e ir "salvar", do que quer que seja, o Sirius.

– É que o Pads ta em apuros Lil. E eu e o Moony temos que chamar a policia e ir ajuda-lo – eu disse com a mão na nuca.

– Policia? Está louco James? – ela perguntou ficando vermelha de raiva.

Eu sabia que ela reagiria assim, e ainda não tinha entendido o motivo da minha mãe estar tão quieta. Mas estava ótimo assim, apenas uma ruiva estressada já era mais que o bastante.

– James Potter, você não ouse sair por aquela porta para ir atrás do Sirius e de ninguém, está me entendendo? – minha mãe perguntou furiosa. Eu e minha boca grande, nunca mais digo que nada está bom.

– Mãe, o Sirius é meu amigo. Tenho que ajuda-lo – eu disse o óbvio.

– VOCÊ NÃO VAI SAIR POR AQUELA PORTA PARA MORRER! – ela gritou.

Morrer? Quem tinha falado em morrer? Só por causa da policia? Ah, podia ser alguma maluquice da mãe dele, não seria a primeira...

Mas não importava o que era, o que importava era que eu não iria deixar meu melhor amigo na mão.

Sem dizer nada, subi ao meu quarto e peguei um casaco para Lily. Desci novamente e elas estavam lá, do jeito que deixei.

– Vem Lil, já está tarde, melhor te levar em casa antes de procurar o Sirius – eu disse dando ênfase em "procurar o Sirius". Minha mãe me olhou com pesar.

– Vamos – Lily respondeu pegando na minha mão. – Boa noite Sra. Potter.

– Boa noite querida – minha mãe respondeu ainda aérea.

Fomos até a porta e quando a abri me virei para trás.

– Mamãe? – chamei friamente. Ela apenas resmungou, estava irritada comigo. Que ótimo! – Só quero que saiba que eu morreria pelas pessoas que amo. E, isso pode parecer meio gay, mas eu amo o Six. E morreria por ele – eu disse antes de fechar a porta bruscamente atrás de mim.

Já estávamos há um tempo no carro quando meu celular tocou.

– Pode atender e colocar no viva voz, por favor? – perguntei à Lily. Ela assentiu e atendeu.

– Alô? – silencio. – Ah, oi Rem. – ela disse assim que ele se identificou. – Espera só um minuto, vou colocar no viva voz.

Ela colocou no viva voz e pôs o celular em cima do banco.

– Fala Moony – eu disse.

James, você também recebeu a mensagem do Pads não é?

– Sim – respondi. – Estou levando a Lily para casa e nós vamos pra lá. Você pode chamar a policia?

Okay. Então me encontra em frente à casa do Sirius.

– Ta bom. Tchau.

Tchau – ele disse e desligou.

Ficamos mais um tempo em silencio, até que a Lily falou.

– O que está acontecendo James? De verdade.

Não respondi de imediato.

Eu não sabia o que estava acontecendo, não sabia o que poderia acontecer ao meu amigo se eu chegasse tarde demais. E isso estava me mantando.

– Eu não sei Lil. Só sei que tenho que chegar lá o mais rápido possível, porque se alguma coisa acontecer com meu amigo eu... – parei de falar. Era doloroso pensar na hipótese.

Ela pôs a mão em cima da minha, que estava no banco e apertou delicadamente.

– Nada vai acontecer. Eu estou aqui – ela hesitou. – Eu vou com você – disse de repente.

Freei o carro bruscamente. Sorte que era quase meia noite e não tinham carros na rua. Se não, "era uma vez James e Lily...".

– O quê? – perguntei estupefato.

– Eu. Vou. Com. Você – ela disse pausadamente, como quem fala com uma criança.

Fiz uma cara confusa.

– É claro que não! Vou te deixar em casa e vou pra lá – expliquei.

– Primeiro: Coloque esse carro para andar novamente. Segundo: Eu vou sim. E terceiro: Se você me deixar em casa, eu pego o meu próprio carro e vou até lá. Não se esqueça de que eu sei aonde vocês vão se encontrar – ela disse de um jeito autoritário e mandão.

Fiquei de boca aberta.

Literalmente.

Coloquei novamente o carro para andar e respirei fundo.

O que eu iria fazer? Não tinha tempo de fazer algo contra o carro dela, e muito menos de trancá-la dentro de casa. Não que eu fosse conseguir trancá-la dentro de casa.

– Tudo bem sua mandona. Vai ser impossível te impedir mesmo – eu disse entredentes.

Ela não disse nada, apenas continuou com sua mão na minha, como se dissesse que estava ali.

E isso era bom. Era bom saber que ela estava ali para tudo, que estaria do meu lado... Não fazia nem uma semana que eu e Lily estávamos namorando e era como se já fizesse anos. Bem, eu nem havia a pedido em namoro. Tenho que providenciar isso logo.

Então depois de um tempo chegamos em frente a casa do Sirius.

Remus já estava lá, com os policiais.

– Lily, você fica aqui – eu disse segurando seu rosto entre as minhas mãos. – Por favor, Lils por mim – pedi quando notei que ela iria protestar.

Ela assentiu. Me aproximei dela e a beijei.

Eu estava com medo, eu sentia que algo de errado estava acontecendo.

Me separei dela relutantemente e percebi que ela tinha lágrimas nos olhos.

– Jimmy, eu sinto que algo de errado vai acontecer. Se cuide, por favor – pediu.

– Vou me cuidar. Daqui a pouco vou estar de volta para você – respondi lhe dando um selinho.

Na verdade, eu estava tentando convencer mais a mim do que a ela. Eu sentia que algo estava errado, sentia que o Sirius não tinha dito tudo naquela droga de mensagem. Ele estava me escondendo algo importante, e era isso que estava me preocupando.

– Jimmy – ela sussurrou segurando meu rosto.

– Eu te amo – eu disse olhando diretamente naqueles olhos verdes.

Não foi difícil como sempre imaginei que fosse. Aquilo fluiu normalmente, como se já estivesse pronto para sair. E de certo modo era.

Lily não era só mais um desafio, como ela mesma dizia. Lily já era parte de mim. Ela era a parte que faltava em mim.

Ainda olhando as esmeraldas dela, pude ver que eles se arregalaram. E logo depois brilharam. Ela sorriu e me deu mais um selinho.

E então, cedo ou tarde de mais, depende do ponto de vista, eu saí do carro e tranquei a porta.

Então sem dizer nada Remus e eu fomos guiando os policiais ao galpão. Chegamos e abrimos a porta.

Destrancada. Fácil demais.

O lugar era todo escuro e amplo. Só as pilastras ocupavam o lugar. Então eu vi uma luz, parecia estar vindo de uma porta fechada. E realmente, mais a frente encontramos a tal porta, e a luz estava saindo de suas fendas.

Tentei abri-la. Trancada.

– Está trancada – eu disse aos policiais.

Um policial alto, careca, negro e assustador – a não ser pelos seus brincos – passou a minha frente e deu dois tiros na maçaneta. A porta abriu e a coisa dentro da sala não estava nada legal.

Sirius estava sendo segurado por Crabbe e Goyle enquanto Malfoy estava em sua frente, provavelmente lhe batendo.

Covarde.

Avery, Rowle, Nott e Zabini estavam olhando de um canto mais afastado. Assim que nos viram, Crabbe e Goyle soltaram Sirius, e Malfoy o segurou pelo pescoço. Estava com uma faca nas mãos.

Sirius sorriu ao nos ver.

– Demoraram hein – ele brincou, ainda meio sem ar.

Tinha um corte na sobrancelha, na boca, e seu nariz sangrava. Sem contar que suas roupas estavam rasgadas e sujas.

Eu comecei a rir. Entendi perfeitamente o que ele estava fazendo ao ver a cara confusa do loiro oxigenado.

Sirius estava os distraindo, dando-nos tempo de prender os outros.

Ou melhor, estava tentando fazer isso, já que os outros estavam agora se encaminhando até uma janela.

– Eles estão fugindo – Remus disse exasperado atrás de mim.

Os policiais atiraram, alguém gritou e Sirius veio correndo até mim.

Vi Malfoy sair correndo e pular a janela, nem se importando com o "amigo" caído no chão. Os policiais foram até a pessoa caída e o levantaram pelo cabelo, era Rowle.

Idiota.

– James, a Lene – Sirius disse agitado apontando para um local no escuro. E então eu vi uma cama.

Corri até lá.

Marlene estava inconsciente e tinha os cabelos empapados de sangue. Parecia meio branca. Não, meio não. Estava branca demais.

– Moony, chame uma ambulância, rápido – eu disse exasperado.

Ah droga, eu sabia que algo estava errado, a Lily também sabia. Eu só não sabia que isso incluía a melhor amiga dela!

– AI REMUS – ouvi o Sirius gritar. Olhei para trás e Sirius estava se debatendo, enquanto Remus amarrava um pedaço da camisa dele em seu braço.

– O que houve? – perguntei ao ver um corte no antebraço esquerdo de Sirius.

Remus terminou de amarrar e disse:

– Tive que fazer isso para estancar o sangue seu idiota, deixa de ser mulherzinha. E respondendo ao James, na hora que o Malfoy saiu correndo a faca machucou o Sirius.

– Fundo? – perguntei.

– Mais ou menos. E a Lene, está bem? – ele perguntou idiotamente.

Sirius o olhou com uma expressão assassina.

– Ela parece bem? Ela está dando pulinhos de alegria por ai? – perguntou com raiva.

– Hey, hey, pare com isso! – eu disse correndo e me interpondo entre os dois assim que vi Sirius voar para cima de Remus.

O que realmente estava acontecendo?

– A ambulância chegou – disse outro policial. Eles já tinham levado Rowle até uma das ambulâncias. Ele tinha levado um tiro na coxa, por isso parou de correr e caiu.

Os paramédicos chegaram até a sala que estávamos e colocaram Lene na maca. Saímos andando até a ambulância e Sirius foi com ela. Fui até o carro e entrei. Lily me abraçou fortemente.

– Não está machucado, está? – ela perguntou assim que me soltou, me examinando com os olhos.

– Não – hesitei. Eu tinha que contar a ela o que havia acontecido. Mas como?

– O que houve James? Você parece tenso – ela comentou me avaliando.

– Lils, não era só o Sirius que estava no galpão – ela me olhou, como se incentivasse a continuar. – A Lene também estava lá.

Lily ficou aterrorizada. A expressão dela passou de alivio e curiosidade, para assombro.

– O que houve com ela? Ela está bem? O Sirius está bem? ME DIGA JAMES – gritou.

– Calma Lils. Bem, ela esta desmaiada. Já a levaram para o hospital – completei assim que vi que ela iria me interromper. – E o Sirius está bem também, só com um corte no braço, e alguns machucados. Por causa da briga com o Malfoy.

– Malfoy? O Malfoy estava lá?

– Uma pergunta de cada vez Lily, por favor! Sim, o Malfoy estava lá. E não, eu não sei o que aconteceu e nem o que o Malfoy fez. E nós temos que ir para casa.

Ela assentiu. Fomos o caminho todo em um silencio irritante. Mas eu entendia o lado da Lily, a melhor amiga dela estava mal.

Chegamos a casa dela, estávamos na porta quando ela disse algo.

– Todos já estão dormindo – ela estava com a voz embargada e eu poderia jurar que choraria a qualquer instante.

– Tenta dormir também, é melhor. Amanhã vamos ao hospital saber como ela está – tentei acalmá-la. Então ela se jogou em meus braços e chorou. Fiquei ali dando palmadinhas desajeitadas em suas costas enquanto suas lágrimas molhavam minha camisa.

A cada lágrima, ou soluço dela, parecia que meu coração estava sendo quebrado.

– F... Fica a... Aqui? – ela pediu entre soluços. Olhei seus olhos, eles estavam vermelhos e molhados. Como negar um pedido desses?

– Como assim Lily? Você quer que eu...? – eu estava confuso. Tive que perguntar, podia ser um truque da minha cabeça.

– Durma aqui... Comigo. Não vou conseguir dormir sozinha – ela esclareceu. – Já estão todos dormindo. Por favor? – pediu.

– Tudo bem ruiva – eu disse e a abracei forte.

Entramos em sua casa e ela me guiou até seu quarto. Sentei em sua cama, ainda aéreo.

– Vou avisar minha mãe que cheguei e me trocar – ela sussurrou. Assenti e ela saiu do quarto.

Alguns minutos depois ela voltou com uma camisa grande e branca que tinha "The Beatles" escrito em preto e os cabelos ruivos amarrados em um rabo de cavalo. Ela estava linda. E sexy.

Tudo bem, eu sei que o momento não é o melhor, mas ver a Lily com uma camisa curtinha não é o que faz meu autocontrole subir. Outra coisa talvez, mas o autocontrole? Nunca!

Eu devia estar de boca aberta, pois ela riu ainda meio abalada e disse:

– Quer um babador Jimmy? Toma – disse me jogando alguns panos. Ou melhor, roupas.

– Onde conseguiu isso? – perguntei examinando o pijama.

– Era de um primo que vinha aqui sempre. Pode usar tá limpo, ele nunca usou – ela disse risonha assim que fiz uma cara de nojo.

Eu não tinha ficado realmente com nojo da roupa, já que percebi que tinha até etiquetas, só havia feito aquilo para ver se ela sorria. E consegui.

Entrei no banheiro que havia no seu quarto. Assim que terminei de me trocar saí do banheiro e ela já estava deitada. Sentei nos pés de sua cama e fiquei a observando por um tempo.

Ela segurava um porta-retratos. Nele, havia uma foto das três: Lene, Dorc e ela. Enquanto olhava a foto, lágrimas saiam de seus olhos.

– Lils – chamei timidamente.

Ela me olhou com os olhos tristes e suspirou.

– Onde vou dormir? – vi ela chegar para o lado.

– Aqui – respondeu com a voz fraquinha. Deitei ao seu lado e ela deitou em meu peito. Senti mais lágrimas molhando minha roupa enquanto eu fazia cafuné em seus cabelos.

Depois do que pareceram horas, Lily finalmente conseguiu parar de chorar e dormiu.

– Lene – murmurou. Estava sonhando.

E essa foi a última coisa que ouvi antes de mergulhar na inconsciência também.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?
Aah tadinha da Lils, morrendo de medo que algo de pior aconteça com a Lene =/
Beeeem, espero que tenham gostado!
Beijooos!